A impressão que me deixou é que, infelizmente, o Dr Nahor parece deixar de lado todo o critério científico e se entregar ao fundamentalismo religioso.
Ao criticar a famigerada Teoria da Evolução comete equívocos terríveis (creio eu intencionais) que nem mesmo um calouro cometeria. Ao longo da entrevista, passarei a evidenciar e esclarecer tais equívocos, mantendo-me dentro do cientificismo e não do religiosismo.
http://www.unasp.edu.br/kerygma/entrevista03.asp
Dr. Nahor Neves de Souza Jr. - As evidências científicas do criacionismo são mais abundantes e mais consistentes, relativamente, àquelas levantadas pelo evolucionismo. Na Biologia, as evidências de planejamento e propósito estão presentes em todos os seres vivos. Já na Geologia, as rochas e os fósseis fanerozóicos, mediante a compreensão dos fenômenos geológicos globais, apontam, inequivocamente, para uma catástrofe de proporções globais (o Dilúvio bíblico).
Quanto a questão das catastrofes, o planeta já passou por várias delas. Porém, não há nada científico que evidencie a ocorrência de um dilúvio universal, exceto no seio do universo criacionista.
Aliás restam perguntas até hoje não respondida de modo concreto:
1- Onde foi parar toda a água do dilúvio e de onde veio?
2-Por que Noé não colocou dinossauros pequenos na arca em vez de elefantes?
3- Como fez Noé para buscar uma onça pintada na américa do Sul, um canguru na Austália, pinguins na Antártida e focas da Groenlândia ?
4- Como o mundo se recuperou dessa catástrove em alguns anos apenas?
5- Por que não houve uma extinção em massa da vida aquática de mares, lagos ou rios?
6- Como era a pressão atmosférica antes do dilúvio e como ficou depois?
Talvez, tenha sido o poder divino.....
Existe uma evidência a respeito da extinção em massa entre o período cretácio da era mesozóica e o período terciário da era cenozóica denominado limite KT.
Abaixo desse limite encontramos dinossauros; acima dele mamíferos de pequeno porte e répteis que vivem até hoje.
Para saber mais sobre o limite KT, consulte os links abaixo:
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=36509
http://www.comciencia.br/reportagens/espaco/espc16.htm
O fanerozóico divide-se em três eras Paleozóico, Mesozóico, Cenozóico.
A Era Paleozóica (do grego: palaeo = antiga + zoe = vida) é limitada por dois importantes eventos na história da vida na Terra: o seu início, há 545 milhões de anos, marca o primeiro registro seguro de animais com partes mineralizadas (conchas, carapaças), e seu final, há 248,2 milhões de anos, marca a maior extinção em massa que já ocorreu no nosso planeta.
Esse limite inferior foi alvo de discussões por mais de 20 anos, até que em 1987 os membros da Subcommission on Cambrian Stratigraphy definiram a localidade-tipo da base do Fanerozóico: Fortune Head na Península de Burin, Newfoundland, Canadá, com idade em torno de 545 milhões de anos (Brasier, et al. 1994).
O Paleozóico é dividido em seis períodos: Cambriano, Ordoviciano, Siluriano, Devoniano, Carbonífero e Permiano.
A Era Mesozóica (do grego: meso = meio + zoe = vida) durou de 248,2 a 65 milhões de anos. Os limites do Mesozóico também são marcados por grandes extinções em massa. A extinção no limite Paleozóico/Mesozóico tem causas desconhecidas, mas a extinção no limite Mesozóico/ Cenozóico aparentemente foi causada pelo impacto de um grande meteoro, que gerou uma cratera com mais de 170 km de diâmetro, na península de Yucatan, México.
O Mesozóico é divido em três períodos: Triássico, Jurássico e Cretáceo.
A Era Cenozóica (do grego: kainos = recente + zoe = vida) dura de 65 milhões de anos até os dias de hoje. Acredita-se que o meteoro de Chicxulub, no México tenha sido o responsável indireto pela extinção de várias formas de vida na transição entre as eras Mesozóica e Cenozóica. O impacto causado por esse corpo celeste teria gerado uma espessa nuvem de poeira, impedindo a fotossíntese e alterando o clima terrestre.
O Cenozóico é dividido em dois períodos: Terciário e Quaternário.
O homem apareceu na Terra no Período Quaternário, há apenas 1.8 milhões de anos.
Desse modo a afirmação "Já na Geologia, as rochas e os fósseis fanerozóicos, mediante a compreensão dos fenômenos geológicos globais, apontam, inequivocamente, para uma catástrofe de proporções globais (o Dilúvio bíblico)" é por demais imprecisa. qual o peróodo que se deu o dilúvio afinal? Temos um intervalo de 545 milhões de anos. Mamíferos existem há 65 milhões de anos e humanos há 1,8 milhões de anos (nossas formas ancestrais) e nós homo sapiens há mais ou menos entre 40 e 50 mil anos.
A característica mais marcante, do período quaternário (quando sirgiram os hominídeos há 1,8 milhões de anos), é a ocorrência de sucessivos períodos de glaciação.
Veja o link abaixo:
O Quaternário é um período de modelagem de relevo, com sedimentação predominantemente mecânica inconsolidada.
Podemos entender a lenda do dilúvio entre todos os povos da Terra devido ao degelo quando do fim das eras glaciais.
No tocante a variações do nível do mar subdividida em três fases:
- fase 1 - de 17.500 à 16.000 anos. O nível do mar era, pelo menos, 130m abaixo do atual. Praticamente toda a plataforma continental estava exposta.
- fase 2 - de 16.000 à 11.000 anos. O nível do mar estava entre 60 e 70m abaixo do atual.
- fase 3 - de 11.000 à 6.500 anos. O nível do mar estava entre 45 e 25 metros abaixo do atual.
A fauna e a flora são praticamente as mesmas dos dias de hoje, com excessão de algumas formas de vida que se extinguiram devido à ação do próprio homem.
A essa época já havia homo sapiens sobre a Terra e o mundo estava descongelando com o fim da última era glacial.
Sabemos que quando ocorrem eras glaciais o gelo se concentra no hemisfério norte (influência da continentalidade) e a água some do hemisfério sul que se torna seco e quente.
Que surpresa não seria ver um rio ou um lago se formar onde havia terra e o mar elevar seu nível e as tempestades serem mais fortes e chover onde havia savanas, semi-áridos e desertos? Realmente deve ter sido um choque para nossos antepassados, afinal o ciclo hidrológico existe, ou seja, a quantidade de água no planeta é praticamente uniforme. assim se o mundo aquece, a água evapora, as correntes de ar e marítimas tornam-se mais intensas e ocorrem chuvas em diversos lugares.
Quanto às marcas do dilúvio, o degelo certamente as esculpiria nas rochas, principalmente do hemisfério norte.
Há também indícios de que uma forte tempestade tenha ocorrido no crescente fértil (Mesopotâmia) , em relação à qual lendas babilônicas mencionam sete dias e sete noites de chuva torrencial (evento totalmente plausível) e uma inundação (mais ou menos uma área equivalente ao Estado de Minas Gerais ficou submersa). Daí, extrapolar para 40 dias e 40 noites .... estariamos antes e após o dilúvio sob uma pressão de umas 400 atmosferas. Acredito que Noé e sua família morreriam achatados no solo.
Kerygm@ - O que seriam os fósseis fanerozóicos? E os fenômenos geológicos globais?
Dr. Nahor - O Fanerozóico corresponde a parte da coluna geológica que contém a maioria dos registros fósseis. Ao se analisar essa seqüência de camadas geológicas, verifica-se muitas evidências inequívocas de tempos bastante reduzidos (dias, semanas e meses), tanto para o rápido soterramento dos fósseis, como para a deposição contínua das respectivas camadas sedimentares. Além disso, ao se estudar os fenômenos geológicos catastróficos atuais (soterramento da cidade de Armero, o maremoto do ano passado no sudeste asiático, etc), percebe-se a possibilidade de correlação entre estes recentes e aqueles passados (fenômenos geológicos globais) responsáveis pela mortandade generalizada de seres (hoje fósseis) fanerozóicos. Portanto, as centenas de milhões de anos atribuídas ao fanerozóico, pela Geologia convencional, deverão ser traduzidos por tempos equivalentes a poucos meses.
Sobre o Fanerozóico já explicamos. Porém há que se considerar a questão dos soterramentos. Quando ocorrem chuvas, e há inundação animais saem nadando. Presume-se que qualquer ser vivo faça isso, afinal há nas espécies o instinto de proteção à vida e, acredito que com dinossauros não seria diferente.
É óbvio que terremotos e maremotos, além de meteoros e vulcanismo eram bem mais intensos durante a era Mesozóica e anteriores.
Assim catastrofes ocorriam de surpresa, ou seja realmente se dão em instantes (daí ao soterramento e a posição de agonia de fósseis mezozóicos) . Mesmo hoje em dia isso ocorre. Basta nos lembrarmos do tsunami que causou diversos estragos e ceifou muitas vidas em 2004.
Em nada eventos catastróficos e camadas fósseis contradizem a idade do planeta Terra e nem de que períodos geológicos se deram em semanas ou meses ou de que houve um dilúvio.
O raciocínio ora apresentado é uma falácia típica do estilo sem substância e post hoc ergo propter hoc.
Kerygm@ - O senhor já sofreu preconceito na sua carreira acadêmica por defender o Criacionismo?
Dr. Nahor – Não, até porque os temas ligados a minha especialidade, Geologia Aplicada à Engenharia, praticamente não se valem dos cálculos de bilhões de anos defendidos pela Geologia convencional.
A questão de métodos de datação é complexa, uma vez que lida com diversas categorias de isótopos e cada um deses métodos é direcionado para um tipo de medição e cada um deles possui a sua limitação.
Os links abaixo podem esclarecer essa questão àqueles interessados.
http://www.oceanografia.ufba.br/ftp/Geologia_Marinha/Aula_6_Metodos_Datacao.pdf
http://www.igc.usp.br/geologia/geocronologia.php
Entretanto, pelo fato de contradizerem as Escrituras, há muitos fundamentalistas que criticam os métodos de datação. Porém a critica é altamente infundada, sem nenhum rigor ou critério científico, conforme demonstra o link abaixo.
http://www.drleadnet.com/textos/a_comedia%20da%20datacao_gn.htm
eis seu autor
http://www.gennet.org/mac/people.html
para variar.... mais um cristão fundamentalista.
Infelizmente esse tipo de material nada acrescenta para o desenvolvimento da ciência. A crítica é valida, porém temos também de construir. Não basta encerrarmos com uma pregação religiosa a fim de convencer o leitor de que somos sérios. Aliás isso é uma constante em trabalhos criacionistas, bem como uma falácia do apelo a autoridade e do egocentrismo ideológico.
Kerygm@ - Como o senhor avalia a abordagem que a imprensa nacional tem feito sobre o debate entre evolucionistas e criacionistas?
Dr. Nahor – Ela tem apoiado de modo incondicional e irrestrito as idéias evolucionistas. Portanto, uma abordagem extremamente tendenciosa, unilateral e, muitas vezes agressiva. Na imprensa não existe espaço para o modelo criacionista. E quando há, é tratado pejorativamente. Nas entrevistas, as respostas criacionistas, via de regra, são desvirtuadas. Antes de combater o Criacionismo, aqueles que o atacam deveriam conhecê-lo.
Criacionismo não é ciência. É crença religiosa. Portanto, suas idéias não devem ter o status de teorias científicas.
Cientistas passam anos a fio estudando um fenômeno ou uma evidência a fim de desenvolver uma teoria e, constantemente, estas são submetidas ao método da falseabilidade.
Quanto às hipóteses criacionistas? Como são testadas?
No universo científico, não há qualquer desvirtuamento do que é apresentado pelo criacionismo, pois este não é reconhecido como algo que mereça crédito. Se há esse desvirtuamento é da parte dos criacionistas em relação à ciência.
Para se conhecer o criacionismo, basta frequentar a escolinha dominical na igreja mais próxima de sua casa. Lá terá o material completo, basta apenas ter em mãos uma Bíblia (OBS. não pode ser o Evangelho de Buda, o Al Corão, os Vedas ou qualquer outro livro que se intitule como sagrado, pois, segundo a ótica criacionista cristã são falsos).
A aula será ministrada por um religioso que não entende quase nada da área. Mas leu a Bíblia de cabo a rabo, o que lhe torna uma autoridade conceituada em Astrofísica, Física Quântica, Física Nuclear, Química, Termodinâmica de Reações Químicas, Biologia (em todas as suas cadeiras), História, Geologia e o que mais quiser, pois é a sabedoria divina.
Kerygm@ - O senhor acredita que é possível conciliar ciência e religião? Por quê?
Dr. Nahor – Eu creio que existam duas importantes fontes de conhecimento legítimo: a Bíblia e a natureza. São muitos os exemplos de significativa harmonia da integração do conhecimento científico com o conhecimento bíblico. Ambos se complementam, possibilitando assim, em muitos casos, a mútua fiscalização, o que, por sua vez, tende a inibir qualquer tipo de dogmatismo, seja religioso ou científico.
A Bíblia não é fonte legítima de nada, pois fora escrita durante o cativeiro da Babilônia (o Velho Testamento) e mesclou lendas sumerianas, caldéias, hebraicas, egípcias, babilônicas, persas e indiretamente elementos orientais indianos. Quanto ao novo testamento, foi escrito uns 70 anos após a morte de Jesus.
Dessa forma, A Bíblia possui fatos históricos, embora haja incongruências entre os mesmos (basta ler os evangelhos de Mateus e Lucas), envolto em mito, bem como passou por modificações ao bel prazer de seus copistas. Tal conduta é características de povos antigos.
A bíblia não se trata de um compêndio científico. É um livro que diz respeito a um povo, seus valores e sua cultura, os quais se fazem presentes hoje no mundo ocidentalizado, devido à divulgação da crença cristã.
Usar-se a Bíblia como meio de se fazer ciência é um grande equívoco. Isso se trata de uma maneira dogmática de se fazer ciência, ou seja, conforme já abordado: "Se está de acordo com as Escrituras passa no nosso critério de fiscalização; do contrário é reprovado".
Um bom material sobre as nuances da Bíblia segue conforme abaixo:
EHRMAN, Bart D. O que Jesus disse? O que jesus não disse? Quem mudou a Bíblia e por que. Ed. Prestígio.
FINKELSTEIN, Israel & SILBERMAN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. Ed. A Girafa.
ROGERSON, J. W. O Livro de Ouro da Bíblia. Ediouro.
MARQUES, Leonardo Arantes. História das religiões e a Dialética do Sagrado. Ed. Madras.
SCHEINDLIN, Raymond. História Ilustrada do Povo Judeu. Ediouro.
BOWKER, John. O Livro de Ouro das Religiões. Ediouro.
Aos interessados boa leitura... Irão adorar e mergulhar numa jornada no tempo.
Kerygm@ - Alguns acreditam que Deus usou a evolução para criar, portanto, o relato bíblico seria simbólico. Por que os criacionistas não aceitam essa posição?
Dr. Nahor – Esta posição é conhecida como Evolucionismo Teísta. O primeiro problema com este modelo se refere às inconsistências e incoerências do próprio Evolucionismo. A tentativa de se associar o paradigma da evolução com o texto bíblico, de imediato, exige a reinterpretação dos primeiros 11 capítulos de Gênesis, transformando-os, de relatos históricos e literais, em narrativas simbólicas ou folclóricas do povo hebreu. Certamente, tal modificação descaracterizaria totalmente a Bíblia e a sua procedência divina. Um segundo aspecto, é que alguns teólogos do Evolucionismo Teísta se sentem ainda encorajados em retratar um deus humilde, que teria deixado a natureza livre para realizar a sua própria criação. Que deus então seria esse, que viabilizou um processo que se desenvolve de maneira extremamente lenta (centenas de milhões de anos), passando por um tortuoso caminho de morte e destruição, em que apenas o mais forte prevalece na luta pela sobrevivência, para finalmente atingir o objetivo supremo – a “criação” do homem? Teria esse mesmo deus extraído – deliberadamente – do registro fóssil todos os seres de transição? Em terceiro lugar, a lentidão do processo evolutivo e o fator competição são incompatíveis com as características de Deus, como relatadas na Bíblia. Logo, o Evolucionismo Teísta se revela como a estrutura conceitual que traduz as maiores incoerências entre a ciência e a religião bíblico-cristã. (grifos nossos).
Bem, diante da explicação acima, quem seria o dogmático: o cientista ou o religioso?
Não há animais de transição. Há espécies em transição constantemente, de acordo com o meio em que vivem, uma vez quer nenhuma espécie termina seu ciclo evolutivo.
Entender espécies como algo imutável é um erro. Elas mudam conforme o comando do ambiente em que vivem, ou seja, conforme este muda.
Mutações são aleatórias, pois se dão nos genes, por fatores externos (agentes físicos, químicos e biológicos), ou durante a divisão celular.
Após ocorrerem, o meio selecionará o indivíduo com a característica mais favorável à sobrevivência.
Na natureza não há valores ou condutas a serem seguidas. Há a luta pela sobrevivência da espécie e do indivíduo.
Seres humanos não tem nada de especial. Apenas desenvolveram sua inteligência, a única arma para enfrentar os predadores que cercavam nossos ancestrais.
Após determos a capacidade de pensar criamos nossos valores culturais, de modo a sobrevivermos em harmonia com nossos semelhantes e, por conseqüência, não comprometermos a sobrevivência de nossa espécie.
Daí, mais tarde o surgimento da religião, do direito, da política, objetos estudados pela Filosofia, Antropologia e Sociologia. Isso também será assunto para um tema futuro.
Os links abaixo esclarecem a respeito da evolução das espécies e sobre as mutações.
http://www.icb.ufmg.br/lbem/aulas/grad/evol/especies/especie8.html
http://www.icb.ufmg.br/lbem/aulas/grad/evol/coevol/
http://www.virtual.epm.br/cursos/genetica/htm/mutacao.htm
http://www.ufv.br/dbg/labgen/mut.html
Kerygm@ – O senhor já participou em debates na Unesp, UFMG, UFBA e Unitau. Eventos como estes não são comuns. O criacionismo tem ganhado credibilidade junto a comunidade científica? Por quê?
Dr. Nahor – Primeiramente, não sei se é credibilidade ou tolerância, já que existe ainda muito preconceito e desconhecimento do que seja o Criacionismo. Espero que os evolucionistas abandonem sua excessiva e infundada implicância, sua costumeira arrogância e se debrucem (com o verdadeiro espírito científico) sobre os bons textos criacionistas indicados, por exemplo, no site da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br). Por outro lado, o desenvolvimento da ciência, especialmente na Biologia e Geologia, tem tornado a teoria evolucionista cada vez mais questionável, enquanto surgem consistentes modelos criacionistas com forte argumentação científica. (grifos nossos).
Bons textos da SCB? Acho que o Dr. Nahor deve estar brincando... Confiram o material.
http://www.scb.org.br/
Os textos são péssimos ao abordarem a questão científica.
Estão repletos de erros conceituais e usam sempre a velha tática religiosa:
1- bombardeiam com perguntas a respeito de temas ainda sob investigação científica;
2- valem-se de mudanças ocorridas em teorias a fim de invalidar todo o estudo científico que contraria sua ideologia;
3- fecham com uma mensagem religiosa a fim de convencer o leitor.
Tais textos valem-se de linguagem científica, porém estão apenas travestidos de ciência. Também são verdadeiras armadilhas sofismático-falaciosas, uma vez que seus escritores detêm credenciais científicas e sabem qual é a tática a ser empregada a fim de embaralhar a mente do leitor leigo.
Desse modo, convencem o leitor a acreditar em suas idéias, as quais parecem ter fundamento, mas se analisadas cuidadosamente, perceberemos as falhas lógicas e conceituais em sua confecção.
O"acreditar" ora referido é no sentido de argumentação e no sentido de busca de uma crença, que em nada se coaduna ao "acreditar" referente ao raciocínio científico que necessita de confirmações a fim de ter fundamento.
É obvio que se novas evidências surgem, as teorias mudam, afinal estamos falando de ciência e não de crenças.
Quanto a:
"Por outro lado, o desenvolvimento da ciência, especialmente na Biologia e Geologia, tem tornado a teoria evolucionista cada vez mais questionável, enquanto surgem consistentes modelos criacionistas com forte argumentação científica."
Deve ser mais um "hoax" do Dr. Nahor...
O que tem acontecido é justamente o oposto de sua afirmação, exceto no mundo pseudocientífico dos criacionistas. Desde Darwin a Teoria da Evolução passou por muitas mudanças, à medida que o conhecimento em outras disciplinas avançou.
Darwin não tinha idéia da existência dos genes, os quais vieram a ser questionados por Mendel. Durante a década de 50, Watson e Crick descobrem o DNA que abriu um novo horizonte para a biologia evolutiva.
Com essa descoberta , muito se fez no campo da Teoria da Evolução. Teorias foram rechaçadas, revistas e corroboradas, tudo de acordo com o método científico.
Restam-me perguntas...
1- Quais são esses modelos criacionistas tão consistentes assim?
2- Em qual revista de cunho científico eles foram publicados (não vale citar as da SCB)?
3- Por quais testes de falseabilidade passaram?
4- Quais as evidências que levam a formular as teorias criacionistas?
Deixo tais perguntas para que sejam respondidas por quem se habilitar. Entretanto, asseguro que em 20 anos de vida acadêmica, jamais vi algo nesse sentido sendo levado a sério, nem nada que desse respaldo a confirmação de tal linha de estudo, devido às inconssistências que tais trabalhos apresentam sob a ótica científica.
Kerygm@ – Como o senhor avalia o poder de testemunho desses debates? Eles têm um impacto espiritual sobre as pessoas?
Dr. Nahor – Para aqueles que estão à procura da verdade, as evidências do criacionismo causam surpresa pela sua consistência e forte argumentação científica. Em algumas situações a ênfase espiritual parte, como uma necessidade básica, dos próprios ouvintes. No último debate, na Universidade de Taubaté, dez universitários decidiram estudar o Criacionismo com mais profundidade, e um deles pediu estudo bíblico.
Bem, para estudar o criacionismo necessita-se de "ênfase espiritual". Eu diria que para tudo precisamos disso.
Caso alguma evidência criacionista fosse consistente, eu realmente ficaria surpreso. No mais, caso elas se baseiem nos textos da SCB, como o norte para seus trabalhos, sinto muito Dr. Nahor, elas deixam é muito a desejar. Estão mais para uma piada de mau gosto e para pseudociência que para qualquer outra coisa.
Kerygm@ - O senhor afirma que o evolucionismo e o criacionismo não são teorias científicas. Por quê?
Dr. Nahor – Ao se considerar o clássico método científico, que se baseia na experimentação e observação, tanto o evolucionismo como o criacionismo não podem ser classificados como teorias científicas, mas sim, estruturas conceituais (ou paradigmas). Os dois modelos recorrem, além da ciência, a outras fontes de conhecimento, ao não poderem aplicar o método científico para explicar a origem da vida e outros eventos ocorridos no passado. No caso do Criacionismo, a fonte legítima de conhecimento não científico é a Bíblia, que apresenta Deus como o agente criador. Já na filosofia evolucionista, o tempo e o acaso são capazes de realizar contínuos milagres criativos. Na verdade, não existe nenhum cientista puramente objetivo, pois a visão pessoal ou determinada postura filosófica influenciam a atividade científica muito mais do se imagina.
Aqui o Dr. Nahor comete um erro crasso; A Teoria da Evolução é constantemente submetida ao método científico, o que não se dá com o criacionismo. Basta vermos o material que os próprios meios criacionistas publicam com o fito de criticá-la.
Ao quererem criticar o suposto "dogmatismo" dos cientistas, os criacionistas dão um tiro no próprio pé, pois a revisão em teorias científicas somente tem a revelar o caráter zetético destas, bem ao contrário das hipóteses criacionistas.
Sobre a questão dos paradigmas, estes se referem a padrões e modelos. A criação destes se verifica em física e química, mas não em biologia. Nesta disciplina não há um modelo para se aproximar nada da realidade. Ela é o que é, o que se identifica por meio do método científico e da observação.
É claro que a tarefa de se repetir o evento da vida e a Teoria da Evolução em um laboratório, no momento se faz impossível e, até uma criança sabe disso.
Entretanto, há estudos a respeito de micro-evolulção em vírus e bactérias que estão sendo feitos em escala laboratorial e os resultados são favoráveis à Teoria da Evolução.
Em física, há determinados comportamentos segundo determinadas faixas. Por exemplo viscosidade de um fluido - se estuda esse "paradigma" numa determinada faixa de temperatura e assim se estabelece uma equação que o aproxima de seu real comportamento.
Qualquer campo sob pesquisa recorre a outras formas de conhecimento a fim de embasar suas hipóteses e formular suas teorias. Isso não desmerece em nada qualquer teoria existente, pelo contrário ou a corrobora ou a rechaça. O que o Dr. Nahor coloca nesse ponto é mais uma falácia, mais uma vez, do estilo sem substância.
Neste tópico também há uma grande confusão entre filosofia e ciência. Porém vale lembrar que a filosofia e a ciência há muito se separaram e que filosofia não se vale do método científico a fim de desenvolver suas idéias.
Tal conhecimento e suas evidências têm de ser confirmados e, caso se estabeleçam "paradigmas" conforme citei, estes devem se mostrar satisfatórios dentro de sua faixa de operação. A satisfatoriedade em tela é testada por meio de métodos estatísticos que lhes estabelecem intervalos de confiança.
Cientistas sérios realmente não se deixam influenciar por convicções político-filosóficas- valorativas, pois não é esse o objetivo de seus trabalhos.
Isso deve ser deixado para "paradigmas" criados em filosofias dentro das ciências humanas ligadas ao pensamento.
É claro que todo cientista possui um fim ao realizar uma pesquisa. O fim buscado na TE, grosso modo (algum especialista pode definir isso de forma melhor), é entender como os seres evoluem, o que leva a esta modificação e como e por que ela se dá, de modo a ser aplicada para nosso uso e bem estar (produção de remédios, combate a pragas, seleção genética de animais e plantas, desenvolvimento e bloqueio de mutações).
Basta ver a sua premissa principal e as 6 pérolas que sustentam a "Terra jovem", além do argumento da entropia contrário à teoria da evolução.
Conforme os links abaixo, abordo e rechaço com base científica a argumentação sustentáculo do criacionismo.
http://cienciaxreligiao.blogspot.com/2007/07/terra-jovem-refutada.html
http://cienciaxreligiao.blogspot.com/2007/02/entropia-e-evoluo-confuso.html
Os textos referentes aos "cientistas" criacionistas, podem ser encontrados no site da SCB e em sites de cunho criacionista.
Kerygm@ - Por que o senhor considera o criacionismo mais consistente que o evolucionismo?
Dr. Nahor - Em primeiro lugar, por experiência pessoal – as pesquisas desenvolvidas no mestrado e doutorado na Universidade de São Paulo, com rochas basálticas, me forneceram dados totalmente compatíveis com outras evidências que apontam para um cataclismo global. Ressalto ainda que os vários problemas enfrentados pelo evolucionismo não são periféricos ou superficiais. O paradigma evolucionista, muito embora não seja admitido por seus adeptos, está sendo solapado gradual e irreversivelmente ao ser questionado, nos seus fundamentos, não por criacionistas, mas, pela própria realidade dos fatos.
Isso tudo é óbvio, porém o planeta já foi várias vezes vítima de cataclismos - basta lembrar de Yucatan e de Yellowstone. Rochas basálticas são produto de lava endurecida e não trazem marca de nenhum dilúvio, exceto das interpéries.
A explicação em nada se coaduna a criação de uma Terra jovem ou de um dilúvio.
Bacias sedimentares existem porque existem movimentos orogênicos, vento, chuva, frio e calor, o que provoca a decomposição das rochas.
O fato de acharmos dinossauros em pose de agonia e soterrados é explicado não por um dilúvio, mas por terem sido soterrados por desmoronamentos, tsunamis, lahars, fendas repentinamente abertas por terremotos, quedas de corpos celestes (à época isso era bem mais freqüente). É engrado não termos achado esqueletos humanos e de mamíferos nos mesmos extratos se realmente ocorreu um dilúvio.
Quanto a "os vários problemas enfrentados pelo evolucionismo não são periféricos ou superficiais", certamente, eu diria isso da argumentação criacionista e daquela referente ao DI, pois sequer se submetem ao método científico. Apenas ficam no plano das idéias.
Isso em termos científicos não confirma nada. A retórica ora empregada serve apenas para confundir o leitor leigo. Não adianta somente se valer dessa tática argumentativa. As premissas referentes a trabalhos de cunho científico tem de ser confirmadas a fim de sustentar os pontos propostos em teorias nessa área.Quanto a "O paradigma evolucionista, muito embora não seja admitido por seus adeptos, está sendo solapado gradual e irreversivelmente ao ser questionado, nos seus fundamentos, não por criacionistas, mas, pela própria realidade dos fatos."
Esse parece ser um desejo do Dr. Nahor, porém não é o que verifico hoje, nem o que verifiquei durante minha vida acadêmica, uma vez que não há "paradigmas" a serem solapados. É claro que a A Teoria da Evolução do tempo de Darwin e a de hoje são bem diferentes, afinal o conhecimento "evolui".
Lembrem-se do big bang à época de Lemaitre e Einstein (este disse que aquilo era um absurdo, porém sabemos hoje que ele errou feio - a questão foi confirmada por Wilson e Penzias).
Os fatos que ele parece se referir se tratam de mudanças ocorridas na Teoria da Evolução. Tal comportamento ocorre em qualquer campo do conhecimento, o qual se guie pela zetética.
Fatos novos são descobertos a todo tempo. Podem rechaçar por completo ou dar maior confiabilidade a uma teoria, a qual jamais será reconhecida como a verdade absoluta. A teoria se sustentará enquanto as evidências assim o permitirem. Basta apenas um detalhe que contradiga a teoria sob estudo para que ela desmorone ou seja revista.
Mas quanto a religião e suas máscaras (criacionismo e seu correlato o design inteligente), será que tal sistemática é aplicável?
Quem seriam os verdadeiros dogmáticos:
Os cientistas empenhados em entender nosso mundo ou os pseudocientistas tentando assegurar a existência de suas crenças?
Kerygm@ - O senhor defende o ensino do criacionismo nas escolas públicas? Por quê?
Dr. Nahor - Criacionismo pressupõe um domínio suficientemente abrangente e a capacidade de integração (com equilíbrio) dos conhecimentos bíblico e científico. Infelizmente, são muito raros os educadores que estão preparados para essa função. A Sociedade Criacionista Brasileira (SCB) está efetivamente empenhada em capacitar profissionais nesta área, há mais de 30 anos.
Muito bem, por que deve ser o criacionismo bíblico o ensinado nas escolas e não qualquer outro? Na maioria brasileiros descendem de africanos e indígenas. Esses povos possuiam suas crenças antes de terem tido contato com o elemento europeu.
Foram escravizados e dizimados respectivamente e, aos que sobreviveram, impôs-se uma crença alienígena, o cristianismo.
Desse modo, deveria ser também ensinado em conjunto com a mítica judaico-cristã-islâmica a mítica indígena e africana, além de toda a mítica criacionista dos demais credos existentes no país. Lembro aos fundamentalistas que vivemos num país livre, sendo que a garantia e liberdade de culto encontram respaldo ma Constituição da República Federativa do Brasil.
Assim, assegurar-se-ía a liberdade de crença e de livre escolha de religião, direito constitucional garantido.
Esse é o objetivo mor do criacionismo; ENFIAR GOELA ABAIXO DAS CRIANÇAS O CRISTIANISMO.
Dessa forma, ele, sorrateiramente, surge travestido de ciência, a fim de garantir a próxima geração de fiéis que sustentarão a grande empresa denominada Igreja Cristã S/A.
Kerygm@ - Uma pesquisa recentemente publicada na revista Época (03/01/05) mostrou que a maioria dos brasileiros não acredita no evolucionismo e defende o ensino do criacionismo nas escolas públicas. Como o senhor explica esses dados?
Dr. Nahor - Creio que ninguém ousaria taxar a maioria dos entrevistados de ignorantes. Resultado semelhante foi verificado com pesquisa realizada nos EUA. É interessante notar que, apesar de toda a imposição do Evolucionismo (semelhante ao exercício do poder político-religioso da Idade Média) nas universidades e na mídia em geral, o mesmo não consiga prevalecer.
O senso comum não entende porque não estuda, porque não há material adequado, porque as escolas são péssimas, porque os professores são despreparados e mal remunerados e porque livros custam caríssimo, se comparado seu preço à miséria que o povo brasileiro ganha para sobreviver.
O link abaixo explica de maneira clara e suscinta a Teoria da Evolução àqueles que tiverem interesse em conhecê-la.
http://www.xr.pro.br/teoria_evolucao.html
Há que se considerar também o bombardeio diário na TV de programas religiosos, o que se trata de uma imposição de crenças e, com o perdão da palavra, de propagação da ignorância e de idiotização do povo.
Dr. Nahor, quantos são os brasileiros que tem acesso à Universidade? Não passam de 5% da população. Como educador deve saber disso muito bem.
O que está havendo é o oposto, está ocorrendo uma imposição religiosa, basta ver o avanço da teologia da prosperidade e do absurdo de Rosinha Mateus e seu marido no Rio de Janeiro ao enfiarem o criacionismo nas escolas laicas por meio de uma lei totalmente inconstitucional.
Certamente, é aqui que vemos a imposição ao estilo da Idade Média.
Universidade não é lugar de se aprender crenças, é lugar de se estudar e se formar indivíduos para exercerem uma carreira como profissionais liberais.
Kerygm@ - Por ser um assunto muito complexo e técnico, a maioria dos cristãos não conhece as evidências científicas do Criacionismo. Como os pastores e líderes da igreja podem promover o estudo da origem da vida entre os membros, especialmente entre os universitários?
Dr. Nahor - Apenas algumas sugestões: (1) De início, seria interessante que os universitários tivessem acesso à literatura pertinente. A fonte principal para o conhecimento e aquisição desta literatura é o site da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br); (2) Sendo possível, a própria igreja poderia ainda adquirir a referida literatura, organizar uma biblioteca e disponibilizar todo esse valioso material aos interessados; (3) Um próximo passo seria organizar grupos de estudos ou reuniões temáticas, onde os vários assuntos envolvidos na controvérsia criacionismo versus evolucionismo fossem abordados; (4) Promover eventos locais e convidar palestrantes para realizarem mini-cursos; (5) Patrocinar universitários interessados em participar de eventos criacionistas regionais, nacionais e até internacionais. Os beneficiados, evidentemente, deveriam repassar os conhecimentos à sua própria comunidade; (6) A igreja deveria ainda, estimular, acompanhar, e se possível custear a carreira universitária de jovens promissores e comprometidos com Deus - especialmente nas áreas de biologia, geologia e física - visando o aprimoramento acadêmico de pesquisadores criacionistas.
O que vemos aqui se trata de uma propagação ideológica, tal como a nazi-fascista-stalinista. Tudo pelo partido e pelo nosso ideal. Ao inferno com o resto!!!
Quanto a pesquisadores criacionistas... deve ser outra piadinha do Dr. Nahor!!! Ele deveria dizer: "IDEÓLOGOS E MULTIPLICADORES DA MINHA CRENÇA".
Pois a pretensão não é de criar um pesquisador sério e isento, mas de criar um assecla da seita religiosa financiadora. No fundo é uma troca de favores: "Eu o garanto e você endossa o que eu proponho aos meus fiéis e promitentes fiéis, me garantindo."
É a intensão de criar mais um nome a fim de se utilizarem da falácia do apelo à autoridade, típica em meios criacionistas.
Jamais reprovaria a atitude de uma igreja em financiar os estudos de uma pessoa, pois isso é a verdadeira caridade e a função social de uma igreja, em relação àqueles que não possuem recursos para cursar uma universidade, realidade da maioria esmagadora dos brasileiros.
Mas impor condições para isso em prol de uma ideologia... sinceramente isso é demais!!! O senhor como o educador conceituado que é, me decepciona!!! Deveria se envergonhar ao sugerir tal proposição!!!!
← Mas, de boas intenções o Inferno está cheio!!!!!
Volto a repetir, o material da SCB é péssimo para quem quer estudar e conhecer ciências, principalmente Big-Bang, Origem da Vida e Teoria da Evolução, é melhor que se recorra às fontes científicas e não à pseudociência.
Kerygm@ - O senhor vê um papel profético na defesa do Criacionismo?
Dr. Nahor - A própria Bíblia, profeticamente, apresenta de maneira muita clara nossa principal missão como adventistas do sétimo dia: a igreja remanescente (a última) deve proclamar em bom e alto som as três mensagens angélicas. Essas mensagens conclamam a todos para adorar o Criador, “Aquele que fez...”, e destacam o memorial da criação: o sábado.
Aqui a entrevista é encerrada com "chave de ouro". Nos é apresentada a verdadeira missão do criacionismo: ANGARIAR FIÉIS PARA A IGREJA. É nitidamente o proselitismo cristão.
É triste saber que o câncer da superstição está ganhando cada vez mais espaço em nosso meio, inclusive nos meios universitários.
Infelizmente vejo que estamos nos encaminhando para uma teocracia cristã, basta ver que tais elementos perniciosos se encontram ocupando cadeiras do Senado e da Câmara dos Deputados e se encontram distribuídos em todas as esferas do poder.
A mensagem cristã, como sempre, assume 4 momentos:
1 - busca-se convencer pelo amor;
2- se o anterior não der certo, amedronta-se com a danação;
3- se o anterior não der certo, tortura-se;
antigamente por dores físicas,
hoje psicologicamente.
4- se o anterior não der certo, mata-se; hoje não se faz mais isso porque a igreja se desvinculou do Estado e, portanto, perdeu seu aparelho repressor.
A morte hoje é social, pois o indivíduo que não aceita a superstição religiosa é vítima de preconceitos e é rotulado de incrédulo e portanto mau elemento.
O pior é que sempre há fundamentalistas religiosos tentando a todo o custo obrigar que sua crença seja ensinada às crianças a, fim de fazer sua nova geração de fiéis e assim manter sua igreja funcionando.
A religião tem aumentado, pelo menos no Brasil, pela falta de esperança que há nas pessoas, pois é grande a dificuldade de se sobreviver, mesmo para quem, trabalha.
A miséria é o combustível para a ignorância. Esta alimenta a religiosidade do povo e as superstições. A massa é incapaz de avaliar qualquer coisa por meio do senso crítico, que somente se adquire por meio do estudo e da leitura de materiais corretos e pelo estímulo ao pensamento, desde a mais ternra infância.
Religião é algo excelente quando nos ensina valores a fim de convivermos com nossos semelhantes e conosco mesmos, que é a mensagem presente nos livros sagrados, se lidas suas metáforas corretamente.
Entretanto, a partir do momento que a crença religiosa se envereda por caminhos que não lhe dizem respeito, ela se torna um veneno mortal, pois ideologiza negativamente as pessoas. Estas se tornam autômatos, uma vez que deixam de ter senso crítico e param de raciocinar logicamente.
Se tornam verdadeiros fantoches nas mãos de seus dominadores, capazes de promoverem as coisas mais descabidas que, em sã consciência, jamais fariam (11 de setembro, santa da janela, crença em milagres, negar a vida ao semelhante, como o caso dos testemunhas de Jeová, ao interpretarem errônea e equivocadamente a Bíblia, proíbirem a administração de uma transfusão de sangue, entre outras maluquices).
Alguns relatos sobre aparição de santos.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u55152.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u55494.shtml
http://www.terra.com.br/istoegente/158/reportagens/santa_janela.htm
Estudar em nada tem a ver com ser ateu ou religioso, pois Teoria da Evolução, big bang e Origem da Vida não se tratam de manuais de conduta para ninguém.
Simplesmente, textos sagrados devem ser lidos pela mensagem boa que nos legaram os antigos com sua sabedoria.
Jamais devem ser levados ao pé da letra e tidos como verdades absolutas e incontestáveis. Isso sim é o dogma que tanto os religiosos acusam os cientístas.
Essa postura dogmática da religião é que é a mãe dos preconceitos, da ignorância e da intolerância, quando mal administrada.
Não há que se acusar a postura científica de dogmática, uma vez que suas teorias estão sob constante processo de aperfeçoamento e submissão a métodos de falseabilidade, cujo fim é testar o quanto são confiáveis e eaté quando se confirmarão.
É ingenuidade atribuir que a ciência tem respostas para tudo, pois oconhecimento é como uma cebola, aempre há outra casca por baixo a ser desvendada.
Entretanto, é o que de melhor possuímos a fim de enterder racionalmente o mundo em que vivemos, sem a presença do elemento divino, a qual em nada beneficia o avanço científico.
A ciencia não se encerra em um ponto como o criacionismo. Ela dá seqüência a infinitos por quês, os quais cabem às gerações futuras e às futuras das futuras a responderem.