sexta-feira, 27 de novembro de 2009

BIOLOGO IRADO (E MAL EDUCADO) E CRIACIONISTAS DESPEITADOS...


Como sempre, Dawkins pisa nos calos de religiosos intrometidos em assuntos que não lhes dizem respeito. Em vez de cuidar das almas de seus pobres fiéis, estas personagens se intrometem no campo científico numa desesperada tentativa de sustentar seus dogmas sem sentido e atestar a validade de seus livros sagrados e seus entes metafísicos (deus, criador inteligente, dentre outras tolices).




Hoje a malhação criacionista se trade de uma cruzada contra o Maior Espetáculo da Terra (não vejo a hora que publiquem, pois há muito estou esperando este livro).

Segue em preto a reportagem de Época, em vermelho a malhação criacionista (AQUI) publicada dia 25/11/2009 e em azul meus comentários à malhação.

Um biólogo irado

O biólogo inglês Richard Dawkins, 68 anos, é sem sombra de dúvida o maior divulgador vivo da teoria da evolução. Seu primeiro livro, O gene egoísta (1976), inspirou uma geração de estudantes de biologia, enquanto o penúltimo, Deus, um delírio (2006), serviu como um poderoso argumento para elevar a autoestima dos ateus, incentivando-os a sair do armário. Com o seu novo livro, esplendidamente intitulado de O maior espetáculo da Terra - As evidências da evolução (Editora Companhia das Letras, 475 páginas, R$ 53), Dawkins faz uma defesa inabalável [como certos setores da mídia conseguem ser tão laudatórios, quando querem!] da teoria da evolução, formulada há exatos 150 anos por Charles Darwin, com a publicação de A origem das espécies (1859). O objetivo de Dawkins é justificar a validade da teoria ao público leigo – e avesso – à evolução. Sua meta é converter a massa ignara [leia-se ignorante, insensata, estúpida] que, em nome de convicções religiosas, insiste em dar as costas ao princípio basilar das biociências, da genética e da medicina do século XXI.

[Lembre-se de que Dawkins se autointitula "bright"; os que não aceitam o ultradarwinismo são, portanto, imbecis.]

Não criacionistas não são imbecis. Eles dividem-se em dois grupos:

· Aqueles que praticam o estelionato intelectual a fim de doutrinarem jovens e pessoas despreparadas na crença de que há um deus pau para toda obra e, assim manterem seu séqüito de fiéis e os intereses financeiros de suas igrejas.

· Aqueles que são simplesmente ignorantes, pensam que entendem o assunto teoria da evolução e ,assim se deixam levar pela crendice, por vislumbrarem a impossibilidade de que a natureza pode dar conta sozinha no que se refere à origem das espécies.

Partir do princípio de que seu público-alvo é estúpido não seria um bom ponto de partida para o livro. No entanto, é precisamente isso o que Dawkins faz nessa sua cruzada científica evangelizadora. Ele inicia citando dois livros seus antigos, apenas para observar que, quando os escreveu nos anos 1980, “as pessoas eram, aparentemente, mais inteligentes” e ele não precisava argumentar que a evolução de fato aconteceu. “Não parecia ser necessário”, diz.

Estava enganado. Prova disso é a expansão, principalmente nos Estados Unidos, do criacionismo, movimento pseudo-científico que renega Darwin, e defende a necessidade de uma “inteligência superior” para justificar a complexidade da vida e do universo. Definido quem é o inimigo a ser enfrentado, Dawkins, já no primeiro capítulo, compara a sua tarefa à de um professor de história forçado a ensinar “um bando de ignorantes (...) À exceção daqueles lamentavelmente desinformados, é obrigação de todos aceitarem a evolução como um fato”.
[Será que eu li isso mesmo?! Os "ignorantes" são obrigados a aceitar a evolução como fato?!!]

Sim, evolução das espécies é um fato para a infelicidade dos criacionistas, uma vez que há toneladas de evidências que corroboram esta realidade. Todavia, criacionistas insistem que estas evidências não atestam a validade da teoria, preferindo jogar tudo nas costas de um suposto deus e empurrarem para baixo do tapete aquilo que não interessa. Resumindo "Eis a nossa crença... que fatos devemos usar para corroborá-la?"

Ignorância tem cura, basta se interessar pela disciplina que se deseja entender, ler muito e estudar a fundo. O ignorante é aquele que desconhece determinado assunto. Assim, posso ser expert em física, mas sou um ignorante em odontologia.


Mas o fundamentalismo, este é difícil de ter cura, pois seu combustível é a ignorância, a miséria, a intolerância e o descaso com o ensino, além de claro a religião vista sob uma perspectiva, não alegórica, a fim de aproveitarmos o que há de bom nela e sermos pessoas melhores, mas sob o enfoque de ser a verdade acima de tudo.


Em cada capítulo, Dawkins destila ironia. “Este não é um livro antirreligioso”, afirma, antes de começar a bater sem dó nos dogmas religiosos. “Deus, é bom repetir o que deveria ser óbvio, mas não é, jamais criou uma asinha”, qualquer. Para Dawkins, os jovens criacionistas foram “iludidos até as raias da perversidade”

[ah, sim, agora os criacionistas - que procuram se pautar pelos princípios éticos da lei de Deus e não pelos ditames da competição pela sobrevivência e propagação da bagagem genética (doa a quem doer) - é que são perversos!].

Sim, são perversos porque, por meio de sua pseudociência mentem deslavadamente para jovens, que ainda não possuem conhecimento suficiente para rebater as imbecilidades “criadas” pelos criacionismos em todas as suas vertentes. Distorcem a ciência sem o menor pudor para fazer proselitismos baratos em sala de aula e assim angariar mais e mais fiéis para suas seitas fundamentalistas e assim ser mais fácil dominar as pessoas sob um único pensamento.


Leis de deuses não são guias para a ciência, pois esta é o mundo da realidade e a natureza está pouco se lixando para o que o deus X ou o deus Y disseram aos seus seguidores quando de suas supostas "revelações". A ciência é a mesma coisa, seja no Brasil, em Israel, na China, no Gabão ou no Canadá. Mas as leis de deuses variam conforme a cultura de cada povo, pois se tratam de subjetividades intrínsecas a cada sistema cultural.


Competição pela vida ocorre de fato na natureza os menos favorecidos perecerão e assim tem sido por 3,8 bilhões de anos. Infelizmente, o que transmite nossas características aos nossos descendentes, sejam elas boas ou ruins, não é um prêmio ou um castigo dos deuses, mas sim os genes e eles é quem determinam se somos bons ou ruins para determinado meio.

Criacionistas em geral, podem chorar e reclamar, mas a vida é o mundo do ser e não do dever ser. Porém, como somos humanos, podemos cuidar daqueles mais fracos (idosos, doentes, deficientes, crianças, os menos favorecidos financeiramente, etc.) pois criamos uma estrutura para suprir estas pessoas.


O darwinismo social, teorizado por Herbert Spencer, em que os grupos mais favorecidos devem suplantar os menos favorecidos, é uma tentativa para justificar o capitalismo selvagem. Façamos uma pequena digressão para compreender este conceito tão aventado por criacionistas.


O DARWINISMO SOCIAL:


O século XIX foi marcado pelo desenvolvimento do conhecimento científico. A busca por novas tecnologias, alavancada pela Revolução Industrial, fez com que os estudiosos se multiplicassem nas mais variadas áreas do conhecimento. Nessa época, várias academias e associações voltadas para o “progresso da ciência” reconheciam a figura dos cientistas e colocavam os mesmos como importantes agentes de transformação social.

No ano de 1859, um estudioso chamado Charles Darwin transformou uma longa caminhada de viagens, anotações e análises no livro “A origem das espécies”. Nas páginas daquela obra revolucionária nascia a teoria evolutiva, o mais novo progresso galgado pela ciência da época. Negando as justificativas religiosas vigentes, Darwin apontou que a constituição dos seres vivos é fruto de um longo e ininterrupto processo de transformação e adaptação ao ambiente.

Com o passar do tempo, observamos que as noções trabalhadas por Darwin acabaram não se restringindo ao campo das ciências biológicas. Pensadores sociais começaram a transferir os conceitos de evolução e adaptação para a compreensão das civilizações e demais práticas sociais. A partir de então o chamado “darwinismo social” nasceu desenvolvendo a ideia de que algumas sociedades e civilizações eram dotadas de valores que as colocavam em condição superior às demais.

Na prática, essa afirmativa acaba sugerindo que a cultura e a tecnologia dos europeus eram provas vivas de que seus integrantes ocupavam o topo da civilização e da evolução humana. Em contrapartida, povos de outras regiões (como África e Ásia) não compartilhavam das mesmas capacidades e, por tal razão, estariam em uma situação inferior ou mais próxima das sociedades primitivas.

A divulgação dessas teorias serviu como base de sustentação para que as grandes potências capitalistas promovessem o neocolonialismo no espaço afro-asiático. Em suma, a ocupação desses lugares era colocada como uma benfeitoria, uma oportunidade de tirar aquelas sociedades de seu estado “primitivo”. Por outro, observamos que o darwinismo social acabou inspirando os movimentos nacionalistas, que elaboravam toda uma justificativa capaz de conferir a superioridade de um povo ou nação.

De fato, o darwinismo social criou métodos de compreensão da cultura impregnados de equívocos e preconceitos. Na verdade, ao falar de evolução, Darwin não trabalhava com uma teoria vinculada ao choque binário entre superioridade e inferioridade. Sendo uma experiência dinâmica, a evolução darwiniana acreditava que as características que determinavam a “superioridade” de uma espécie poderiam não ter serventia alguma em outros ambientes prováveis.

Com isso, podemos concluir que as sociedades africanas e asiáticas nunca precisaram necessariamente dos valores e invenções oferecidas pelo mundo ocidental. Isso, claro, não significa dizer que o contato entre essas culturas fora desastroso ou marcado apenas por desdobramentos negativos. Entretanto, as imposições da Europa “superior” a esses povos “inferiores” acabaram trilhando uma série de graves problemas de ordem, política, social e econômica.
É inapropriado relacionar o conceito "darwinismo social" a Charles Darwin. "Luta pela sobrevivência", "direito do mais forte" jamais foram palavras de Charles Darwin, mas sim conceitos manipulados por outros.
Não Darwin, mas sim o sociólogo inglês Herbert Spencer a aplicar as leis da evolução à sociedade humana. É dele que parte a noção de survival of the fittest – sobrevivência do mais bem adaptado. Glaubrecht tira a conclusão lógica:
"Justamente o darwinismo social é algo que se deveria chamar – se é que precisamos fazê-lo – de 'spencerismo'. Pois não tem absolutamente nada a ver com Darwin."
No século 19 discutiam-se, em diversos círculos, noções racistas e antissemíticas. Cursava o mito dos "arianos" superiores: o ódio contra tudo o que fosse diferente e um nacionalismo pronunciado se disseminavam pela Europa.
As obras do francês Arthur de Gobineau e do publicista britânico Houston Stewart Chamberlain eram muito lidas. Seu tema era a superioridade da "raça branca", que criaria uma cultura mais elevada, enquanto outros povos, supostamente inferiores, tinham como única finalidade a servidão. A mistura das duas "raças" devia ser considerada decadente e perniciosa.
A partir do darwinismo social desenvolve-se a assim chamada eugenia, uma ideologia extremamente desumana, cujo fundador foi justamente um primo de Charles Darwin, o matemático Francis Galton. Seus adeptos propunham aperfeiçoar o material genético humano através da criação direcionada, como a praticada com os animais domésticos. Consequentemente, apenas as pessoas "racialmente mais valiosas" deveriam se reproduzir.

Tal idéia caiu em descrédito, pois, por incrível que pareça, foi a própria ciência da evolução quem desbancou esta pseudociência, uma vez que seres humanos todos são iguais, embora uns sejam mais hábeis que outros em determinados campos, o que tem como causa a própria seleção natural que ocorrem em nossa espécie.

Mas afirmar que uma cultura é inferior ou superior a outra e que humanos diferem em nível intelectual, até o momento, isso foi refutado, seja pela antropologia, seja pela biologia respectivamente.

Portanto, atribuir a Teoria da Evolução como ela sendo a raiz dos preconceitos, se trata de pura ignorância, seja ela no campo da história, do pensamento sociológico-antropológico e científico. Aliás, acho que as vezes entendo porque Dawkins diz que criacionistas são ignorantes, mas discordo dele, pois os vejo como estelionatários intelectuais, destilando sua má fé e retórica vazia a fim de ludibriar os menos favorecidos intelectualmente.

Mas e o criacionismo? Por que afirma ser a vertente bíblica (judaico-cristã) a verdadeira “doa a quem doer?”


Não seria isso uma forma de preconceito ou alusão à superioridade de uma crença religiosa-ideológica frente a outras culturas e sistemas religiosos deste mundo? O que torna o criacionismo indiano menos verdadeiro que o africano ou o judaico ou o celta?


O que torna o deus cristão mais ou menos verdadeiro que um deus aborígene ou que um deus escandinavo ou indígena?

Ohhhhhh! A arqueologia prova a verdade bíblica!!! e isso é inegável...” Isto não passa de falácia da falsa analogia. Arqueologia prova a existência de pessoas, fatos e locais e não de deuses ou seres metafísicos e suas promessas.

Se partirmos por este prisma, a cidade de Krishna existiu, Sidarta Gautama e seu reino no Nepal, existiram, os imperadores chineses, japoneses e faraós existiram, então automaticamente o Induísmo, o Budismo, as crenças chinesas, o Xintoísmo e a religião egípcia estão todas validadas como verdadeiras.

Criacionismo é questão religiosa, não científica, pois é algo subjetivo, intrínseco a cada sistema social, antropológico, histórico e religioso.

Tem-se a impressão de que Dawkins não consegue controlar sua ira [típico de quem não possui o fruto do Espírito].

Não vejo ira nos escritos de Dawkins. Ele apenas combate a ignorância e o fundamentalismo que tenta se infiltrar nos meios acadêmicos travestido de ciência. Realmente ele não possui o “fruto do Espírito” da Ignorância que é a conseqüência do fundamentalismo religioso e da péssima educação que vem sendo ministrada em salas de aula.

Ou melhor, desde que se aposentou em 2008 da Universidade de Oxford, Dawkins não tem mais porque refrear o seu ímpeto antirreligioso.

O maior espetáculo da Terra não é um mau livro – Dawkins não saberia escrever algo que fosse ruim [uia!].

Dawkins não escreve mal, muito pelo contrário... pois se não fosse assim, religiosos não estariam fazendo a choradeira e a gritaria que fazem cada vez que ele lança um livro.
Agora, não posso dizer o mesmo de escritores criacionistas (aqui se incluem os proponentes do DI). Já vi lixo circulando por ai, mas igual Adauto Lourenço, Naor, Dembski, Behe, Morris, dentre outros "superstars " da pseudociência... estou para ver.

No entanto, pode-se perguntar por que ele perde tanto tempo tentando argumentar com os criacionistas. Todos nós sabemos que os criacionistas não são pensadores racionais

[ai, essa doeu, e se eu não acreditasse em sono da morte, diria que muitos dos chamados pais da ciência teriam se revirado na sepultura].

Mais uma falsa analogia. Engraçado que criacionistas adoram se referir a Newton, Kepler, Pascal, dentre outros pensadores da ciência, como se eles atualmente seguiriam o que pensavam na época em termos religiosos.

O tempo em que estes personagens viveram, foi uma época difícil, pois pensar, ser cientista ou descobrir coisas novas, muitas vezes ia contra o dogmatismo da igreja e, poderia custar a vida ou a liberdade da pessoa (vide Giordano Bruno e Galileu).


Certamente se os pais da ciência vivessem hoje, não fariam ciência para buscar deus, mas a fariam como fazemos hoje, para procurar entender a natureza, desvinculada de entidades sobrenaturais e da mítica religiosa.

Eles são movidos por suas crenças, não pela lógica
[Acreditar que informação complexa especificada não surge, simplesmente, é ilógico? Sustentar que todo projeto deriva de um projetista não é lógico? Faça-me o favor!].

Sim é altamente ilógico e irracional, além de ser desonesto, e anti-científico pois todo essa arcabouço de baboseiras não possui respaldo lógico-científico que o sustente. Aqui encontra-se refutada toda a questão da complexidade especificada proposta por Dembiski.


O que dá suporte á idéia de que um criador inteligente existe?


Seres vivos, paisagens naturais, planetas, estrelas, etc. não se tratam de máquinas cujo projeto saiu de uma prancheta, mas de coisas meramente naturais. Projetos indicam planos e propósito em se criar algo (ex. uma TV, um avião, um relógio). Este algo deve ser realizado em uma única etapa e deve possuir uma determinada função e tem de funcionar bem para que a tal função seja cumprida.

Não é o que vemos na natureza. Veja aqui e aqui por que e como a complexidade irredutível de Behe há muito já foi refutada.

Mas se as obras da natureza possuem projetos, deve possuir planos e portanto propósitos assim, pergunto:
Qual seria o plano e o propósito de existir a galáxia de Andrômeda, um buraco negro, uma toupeira, um pé de coca, um pé de mamão, um tigre, o Sol, a nuvem de Oort, os anéis de Saturno, um magnetar, o Grand Canyon, o Oceano Indico, a fossa de Sunda, o quark, o Vesúvio, a toxoplasmose, os Alpes Suiços, a molécula de ácido fórmico, a fasciola hepática, o deserto do Sahara, o anopheles, e o ser humano em todas as suas nuances (qual o propósito de existirem negros, australóides, asiáticos e caucasianos) e se reproduzirem entre si?

Por que o plano do desenhista inteligente é tão ruim a ponto de tornar o Universo um verdadeiro caos, sendo que nosso planeta é o caos no que se refere à sua natureza e geologia ou de fazer com que um negro nasça albino em pleno Quênia ou de que uma criança sofra de atavismo (aqui tb)?

Se existirem respostas para tal, estou aguardando...ZZZZZZZZZZZZZZZ!!!!!


Eis aí a justificativa da profissão de fé desse grande cientista
["grande cientista"?! Por que Época não menciona uma descoberta significativa sequer do "grande biólogo irado"? Por que não diz que, além de aposentado, faz anos que Dawkins não produz ciência, não pisa num laboratório como pesquisador, apenas escreve livros para encher os bolsos e descer a lenha nos teístas e criacionistas?].


Cuidado amigo, embora sejamos suscetíveis a elas, tanto a inveja como a ira fazem parte do rol dos sete pecados capitais!!!! Fazer ciência não é só ir para o laboratório, mas também divulgá-la, por meio de livros e programas cientificos, além de combater a pseudociência que nos assola. Eis a carreira do Dr. Dawkins (melhor que a de muitos criacionistas...).

Isso me cheirou a uma falácia ad hominiem.

Se teístas não se metessem onde não são chamados e parassem de dizer idiotices acerca da ciência, certamente que Dawkins, Dennett, Pinker, Harris, não estariam metendo o pau neles.

A culpa dos teístas serem malhados e deles próprios, pois não é possível que em pleno século XXI ainda exista o pensamento esdrúxulo de querer se misturar ciência com religião.

Tal postura é péssima, seja para a ciência (gera má compreensão das teorias científicas), seja para a religião (a faz cair no ridículo).
A religião é ensinada por meio de alegorias a fim de que sejamos pessoas melhores a cada dia. Não significa corrermos e tentar provar que determinado ente sobrenatural existe, mas sim são lições para termos princípios que norteiem nossa vida em sociedade, para que sejamos melhores a cada dia.

Basta lermos o que há de bom nos livros sagrados e deixarmos de lado as alegorias que inferiorizam outros povos e crenças.

Dawkins não tem medo de ser politicamente incorreto. Não tem papas na língua. Não tem medo de criar polêmica nem chamar os criacionistas de imbecis

[Por que teria medo disso, se é justamente esse rancor estridentemente sensacionalista que ajuda a vender seus calhamaços?].

Não é por essa razão que os livros de Dawkins são vendidos. Xurumelas à parte, quando ele trata de biologia, seu conhecimento é excelente e seus livros são ótimas referências para a disciplina.

A única coisa que Dawkins teme é a ignorância. [Na verdade, a ignorância que lamento é a das editoras brasileiras que ignoram livros que têm feito muito sucesso lá fora e que ajudariam a equilibrar esse dabate em nosso país; livros como The Edge of Evolution, do bioquímico Michael Behe, ou o recém-lançado Signature in the Cell, de Stephen Meyer, primeiro lugar na lista de best-sellers da Amazon na categoria ciência, em 2009, mas praticamente desconhecido no território tupiniquim.]

O fato de um livro ser best seller no exterior, não significa dizer que seu conteúdo se trata de algo digno de credibilidade na área científica. É o argumento ad popolum em ação ( a voz do povo é a voz de deus).

O primeiro livro, caso siga a linha de “A caixa preta de Darwin” classifico como lixo pseudocientífico.


Quanto a Meyer (eis a biografia do bacana - para variar mais um cristãozinho evangélico correndo atrás de provas para afirmar a veracidade de seu deus mequetrefe), este é um outro ícone do DI (vejam aqui e aqui como ele tece sua argumentação). Ou seja, seus argumentos não passam de criacionismo requentado (DI) onde invoca insistentemente a complexidade especificada de Dembski, (pior, alem dessa coisa esdrúxula ser inconsistente, Meyer parece não ter muita noção de como usá-la).

Assim, caso em seu novo livro Meyer siga a linha que tem adotado até então, classifico seu trabalho como o de Behe: "LIXO PSEUDOCIENTÍFICO".

De acordo com uma resenha, ao que aprece, o livro faz um apanhado entre história e filosofia da ciência na investigação da biologia molecular e afirma que soluções materialistas nao respondem os enigmas desta disciplina.

Daí segue na linha da argumentação batida de Dembski referente à complexidade especificada e conclui que por trás disso tudo há um agente inteligente. Detalhe, não demonstra o cerne de sua teoria pseudocientífica - a existência do tal agente-inteligente (ou agente X como queiram) atuamndo na informação do DNA. Apenas conclui que o dito cujo existe sem demonstrar evidências concretas de que ele existe.

Nosso amiguinho diz estar preparado paera enfrentar as argumentações materialistas que serão reações a seu livro. Bem não estou interessado em argumentos retóricos ou em contrapontos dialéticos relacionados a sua tese, mas em evidências concretas sobre o que é afirmado: a existência do tal "agente inteligente" e sua atuação como projetista da informação contida no DNA.

Bem, para chegar a esta brilhante conclusão, não seria necessário Meyer fazer curso de filosofia da ciência em Cambridge, ser graduado em física e ciências da terra, ou o diabo que o carregue. Como sempre digo, basta ter entre 3 e 4 anos de idade, saber falar e ter sido idiotizado pelos pais, ou então ser ignorante de carteirinha, como certas marcas de crentes que andam por ai, assombrando as escolas com suas teses esdrúxulas e proselitismos baratos.


Resumindo, o livro de Meyer é pura argumentação da ignorância.

Oohhhh!!!! isso é um enigma que o materialismo cruel e sem escrupulos não responde!!! Quem seria capaz de responder???

Até parece tema de filme de super herói: "É um livro? É um cientista? É um laboratório? É uma pesquisa de campo?

Não!!! e o AGENTE INTELIGENTE !!!!"(TAN TAN TAN!!! - em tema de Superman), ou seja é o argumento tipo BCO ( Bom para Crente Otário).

Assim, é ótimo que este lixo seja desconhecido por aqui, de modo a não contaminar nossas escolas, a mente dos menos informados e estudantes ainda não preparados para refutar esse monte de abobrinha religiosa travestida de ciência. Até então, o que fizemos foi importar lixo americano (crenças fundamentalistas e suas teses esdrúxulas e obscurantistas contrárias ao desenvolvimento científico), em vez das coisas boas.

Não lamento nem um pouco que os " selvagens tupiniquins" não tenham importado essa tralha dos puritanos WASPs (white american anglo-saxon protestants), a fim de nos emburrecer ainda mais e nos tornar "Hommer Simpsons" e "Flanderes" em potencial.


É sinal que nossas editoras têm primado pela seriedade e possuem certa consciência no que concerne a matérias científicas e a divulgação de informações, além de que nosso povo parece estar evoluíndo um pouco mais, adquirindo uma identidade própria e deixando de ser o "macaco de imitação" dos norte americanos.


Em suma:

  • Quer aprender biologia? Então leia Ernst Mayr, Richard Dawkins e Stephen Gould e nada melhor que Origem das Espécies do Sr. Darwin, para começar.
  • Quer aprender bioquímica? Leia o Lehninger acompanhado do Allinger, do Boyd do Castellan do Quagliano, do Russell e do Atkins.
  • Quer aprender astrofísica? Leia Carl Sagan, Michio Kaku, Bryan Greene, Lee Smolin, Marcelo Gleiser e Stephen Hawking. Acompanhe a leitura com Einstein, Resnick e de um bom livro de Cálculo e outro de Geometria analítica e algebra linear.
  • Quer entender a mente? Leia Freud, Jung, Lacan e Pinker.
  • Quer começar a entender filosofia? Comece pela Paidea, avance pelo pensamento da idade média, passe pelo oriente, volte a idade moderna e passe pelos contemporâneos. O "Mundo dos Filósofos" traz um bom apanhado destes temas.
  • Quer aprender arqueologia bíblica? Consulte Israel Finkelstein e Gerog Fohrer.
  • Quer permanecer ignorante, ter uma visão distorcida e não saber nada sobre os temas acima? Leia o site da SCB e o site do Discovery Institute, as publicações de seus ícones, bem como o Manual da Criação do fanatico Adnan Oktar e toda a produção de lixo pseuocientífica do criacionismo, do DI e das crenças fundamentalistas.
(Época)

Nota: Alguém tem um Dramin aí? Ler essa matéria me deu náuseas.[MB]
Bem, amigo, eu preciso de dramin e buscopan, quando leio coisas acerca de criacionismo, pois é tanta besteira e má fé que me vira o estomago (me faz vomitar sangue) e os intestinos (me dá uma terrível diarréia que chega a desidratar minha paciência)... hehehehe