Por Michael Shermer, Editor executivo da Skeptic Magazine.
O que se segue é uma lista de argumentos utilizados pelos criacionistas. Aborda principalmente os problemas que eles vêem na teoria evolucionista. Tais argumentos, embora mais discretamente, também defendem sua crença religiosa.
Podem até servir para uma conversa casual, mas não para um debate formal com criacionistas bem preparados.
Explicações mais detalhadas podem ser encontrados em inúmeros livros como os citados a seguir, que eu usei para preparar este texto e que são um bom lugar para se começar:
Evolution: The History of an Idea (1989) por Peter Bowler (University of California Press);
Science on Trial: The Case for Evolution (1982) por Douglas Futuyma (Pantheon);
Creationism on Trial: Evolution and God at Little Rock (1985) por Langdon Gilkey (Harper & Row);
Scientists Confront Creationism (1983) por Laurie Godfrey (ed.) (Norton);
Hen’s Teeth and Horse’s Toes (1983) e Bully for Brontosaurus (1991) por Stephen Jay Gould (Norton);
The Creationists (1992) por Ronald Numbers (Knopf);
Darwinism Defended (1982) por Michael Ruse (Addison-Wesley).
Agradeço a Donald Prothero, Elie Shneour e Tom McIver, da equipe de editores da Skeptic, por revisar a lista.
Uma segunda advertência: céticos com frequência se envolvem em debates, alguns formais e a maioria informal, portanto seria sensato considerar as palavras de Stephen Jay Gould, que se confrontou com criacionistas em muitas ocasiões (tiradas de uma conferência na CALTECH em 1985):
"Debater é uma forma de arte. Trata-se de vencer por meio de argumentos. Não se trata de descobrir a verdade. Há certas regras e procedimentos para se debater que nada têm a ver com se estabelecerem os fatos – e os criacionistas são muito bons nisto. Algumas destas regras são: nunca diga nada de bom sobre aquilo que você defende, pois dá ao oponente a chance de lhe atacar. Em vez disto, martele os pontos que lhe parecem fracos na posição de seu oponente. Eles são bons nisto e eu não creio que possa vencê-los num debate. Só consigo empatar. Nos tribunais, entretanto, eles ficam em desvantagem porque, durante um julgamento, você não pode desenvolver o assunto. Num tribunal, você tem que responder a perguntas diretas sobre as virtudes de sua crença. Nós os destruímos no Arkansas. No segundo dia de um julgamento de duas semanas, já tínhamos definido nossa vitória!"
OS MITOS DE CRIAÇÃO
1 - Mitos da Criação a partir da Morte de um Monstro
“O mundo foi criado a partir dos pedaços de um monstro derrotado.”
Culturas representativas: indochineses, cabilas (África), habitantes das ilhas Gilbert, coreanos, sumério-babilônicos, gregos.
2 - Mitos da Criação a partir de uma Ordem Divina
“O mundo surgiu por ordem de um deus.”
Culturas representativas: Egípcios, maias, índios maidu, hebreus, sumérios, gregos.
3 - Mitos da Criação a partir de um Casal Primordial
“O mundo foi criado por meio da interação de pais primordiais.”
Culturas representativas: índios zufii, Japão, habitantes das ilhas Cook, gregos, índios luisciio, egípcios, taitianos.
ARGUMENTOS FILOSÓFICOS E RESPOSTAS
1. O criacionismo científico é científico e portanto deve ser ensinado nas aulas de ciência das escolas públicas.
O criacionismo científico só é científico no nome. É uma defesa mal disfarçada da crença religiosa na criação especial, portanto não tem cabimento apresentá-lo em cursos de ciência nas escolas públicas, e não merece mais atenção do que mereceriam coisas chamadas “ciência islâmica”, “ciência budista” ou “ciência cristã”. A afirmação a seguir vem do Instituto de Pesquisa Criacionista (Institute for Creation Research), que é o departamento de “pesquisa” do Christian Heritage College e estabelece as normas que são seguidas por todos os membros da faculdade e pesquisadores. Ela deixa claro quais são suas verdadeiras crenças. Não há nada de científico no “criacionismo científico”:
Acreditamos na absoluta integridade das Sagradas Escrituras e em que foram totalmente inspiradas pelo Espírito Santo quando seus originais foram escritos por homens preparados por Deus para este objetivo. As escrituras, tanto o Antigo como o Novo Testamento, são inerrantes sobre qualquer assunto que abordem e devem ser aceitas em seu sentido natural e planejado […] todas as coisas no universo foram criadas e feitas por Deus nos seis dias da criação especial descrita no Gênesis. O relato criacionista é aceito como factual, histórico e claro, e assim é fundamental para o entendimento de cada fato e fenômeno no universo criado.
2. Nem o criacionismo nem o evolucionismo são científicos porque “a ciência só se ocupa do aqui-e-agora e não pode responder a perguntas sobre a história da criação do universo e as origens da vida e do homem”.
Isto, é claro, derruba o “criacionismo científico” e o argumento nº 1, mas é falso de qualquer forma, porque o fato é que a ciência lida com fenômenos do passado, como é o caso de ciências históricas como a cosmologia, geologia, paleontologia, paleoantropologia e arqueologia. Há ciências experimentais e ciências históricas, que usam metodologias diferentes, mas que se equivalem em sua capacidade de entender a causalidade, e a biologia evolucionária é uma ciência histórica válida e legítima. Se esta afirmação fosse correta, grande parte da ciência, e não apenas o evolucionismo, seria estéril.
3. Já que a educação inclui aprender todos os pontos de vista sobre um assunto, é apropriado que tanto o criacionismo quanto o evolucionismo sejam ensinados lado a lado nas escolas públicas. Não fazer isto viola a filosofia da educação e a liberdade dos criacionistas, ou seja, nós temos o direito de ser ouvidos. Além disto, que mal há em se ouvir ambos os lados?
Apresentar múltiplos pontos de vista sobre cada assunto certamente faz parte do processo educacional e poderia ser apropriado discutir criacionismo em aulas de religião, história e até mesmo filosofia, mas certamente não de ciência, não mais do que cursos de biologia devam abordar os mitos da criação dos índios americanos. Não tratar de tais assuntos não viola os direitos de ninguém, já que em lugar nenhum na natureza ou na constituição está dito que todos têm direito a ensinar criacionismo nas escolas públicas. Os direitos não existem na natureza. Direitos são um conceito construído por humanos para proteger certas liberdades, mas degeneraram em pedidos de privilégios especiais para praticamente cada grupo e indivíduo na América que deseja algo que não tem. E, por fim, faz muito mal ensinar “criacionismo científico” como se fosse ciência porque é uma agressão a todas as ciências, não apenas à biologia evolucionária. Se o universo e a Terra tivessem apenas 10 mil anos de idade, a cosmologia, astronomia, física, química, geologia, paleontologia etc. seriam invalidadas. O criacionismo não pode nem mesmo estar parcialmente correto. No momento em que se admite uma causa sobrenatural para o surgimento de uma única espécie que seja, todas poderiam ter sido criadas assim e as leis da natureza perderiam a utilidade e o sentido.
4. Há uma espantosa correspondência entre os “fatos” da natureza e os “atos” da Bíblia. Portanto, é apropriado referenciar os livros de “criacionismo científico” à Bíblia e considerar a Bíblia como um livro de ciência, tanto quanto o livro da natureza.
A verdadeira mentalidade dos criacionistas pode ser vista na citação de Henry Morris abaixo. Ele dirigia o Institute for Creation Research e suas palavras revelam sua preferência pela fé como autoridade no caso de se encontrar qualquer evidência empírica contraditória (o que demonstra que eles não têm nenhuma metodologia científica):
A principal razão para se insistir no Dilúvio Universal como um fato histórico e como base para a interpretação geológica é que é isto que a Palavra de Deus nos ensina! Não podemos permitir que dificuldades geológicas, reais ou imaginadas, tenham precedência sobre as claras afirmações da Bíblia e as implicações que necessariamente resultam delas.
Seria ridículo imaginar os professores da CALTECH, por exemplo, defendendo uma crença cega deste tipo no livro de Darwin ou no de Newton no sentido de que nenhum fato discordante pudesse ter precedência sobre a autoridade do livro.
5. A teoria da seleção natural é tautológica, ou seja, é uma forma de raciocínio circular. Aqueles que sobrevivem são os mais bem adaptados. Quem são os mais bem adaptados? Aqueles que sobrevivem. Da mesma forma, rochas são usadas para datar fósseis e fósseis são usados para datar rochas. A ciência não pode se basear em tautologias.
Criacionistas têm uma visão muito simplista e um entendimento ingênuo de como funcionam a seleção natural e as forças geológicas. Em primeiro lugar, a seleção natural não é o único mecanismo de mudança orgânica (p.ex., Darwin escreveu um livro inteiro sobre a seleção sexual). Em segundo lugar, a genética da população mostra claramente, e com previsões matemáticas, quando a seleção natural vai provocar ou não mudanças numa população. Em terceiro lugar, é possível se fazerem previsões com base na teoria da seleção natural e então testá-las, como os geneticistas fazem no exemplo acima ou os paleontologistas fazem ao interpretar o registro fóssil. A seleção natural e a teoria da evolução são testáveis e falsificáveis. Se encontrássemos fósseis de hominídeos na mesma camada geológica que os trilobitas, por exemplo, teríamos uma evidência contra a teoria. A datação de fósseis a partir da rochas e vice-versa só pode ser feita depois que a sequência de camadas foi estabelecida. Esta sequência não é encontrada inteira em nenhum lugar porque as camadas estão interrompidas, deformadas e sempre incompletas por várias razões. Por outro lado, a ordem das camadas não é aleatória e a ordem cronológica pode ser determinada usando-se um conjunto de técnicas, sendo que os fósseis são apenas uma delas.
6. “Só há duas explicações para a origem da vida e a existência do homem, das plantas e dos animais: ou resultam do trabalho de um criador ou não”. Como as evidências não sustentam a teoria da evolução (ou seja, ela está errada), o criacionismo tem que estar certo. Qualquer evidência “que não é a favor da teoria da evolução é necessariamente a favor do criacionismo”.
Desconfie dos que dizem que “só há duas…”. Este é o clássico erro lógico conhecido como a falácia do isto-ou-aquilo, ou falácia das falsas alternativas. Se A é falso, então B tem que ser verdade. Ah é? Por que? Será que B não pode ser verdade sem depender de A? Claro que sim. Portanto, mesmo que se descubra que a teoria da evolução está totalmente errada e tudo não passou de um grande engano, isto não significa que, por mágica, o criacionismo esteja certo. Talvez haja alternativas C, D e E que ainda temos que considerar. Entretanto, há uma dicotomia verdadeira no caso de explicação natural versus explicação sobrenatural. Ou a vida foi criada e evoluiu por meios naturais ou não. Cientistas assumem que as causas foram naturais e os evolucionistas discutem as várias causas envolvidas, e não se tudo aconteceu por meios naturais ou sobrenaturais.
7. A teoria da evolução é a base do marxismo, comunismo, ateísmo e imoralidade e é a causa do declínio generalizado dos valores morais e da cultura da América, portanto é ruim para nossas crianças.
Neste argumento, começamos a ver que o criacionismo tem como base cultural um movimento social e político, e não científico. É por isto, em parte, que eles apelaram para o sistema legislativo numa tentativa de fazer com que o Estado imponha o ensino de sua “ciência” aos estudantes. Mas as leis não podem transformar um sistema de crenças em algo científico. Apenas os cientistas podem fazer isto.
A teoria da evolução, em particular, e a ciência, de modo geral, não são as responsáveis por estes “ismos” assim como as impressoras não são responsáveis pelo livro “Mein Kampf”, de Hitler. O fato de que a ciência da genética tenha sido usada para reforçar teorias raciais sobre a inferioridade inata de alguns grupos não significa que nós devamos abandonar o estudo da genética. Pode muito bem haver evolucionistas marxistas, comunistas, ateus e até imorais (seja lá qual for a definição de imoralidade), mas provavelmente há outros tantos evolucionistas capitalistas, teístas (ou agnósticos) e de moral inatacável. Quanto à teoria propriamente dita, pode ser usada para justificar o marxismo, o comunismo e o ateísmo, e foi, mas também tem sido usada (especialmente na América) para dar respeitabilidade científica ao liberalismo capitalista. Associar teorias científicas a ideologias políticas é um assunto perigoso e devemos ter cuidado ao fazer conexões sem evidências claras.
8. A teoria da evolução e seu amante, o humanismo secular, são, na verdade, uma religião, portanto não devem ser ensinadas nas escolas públicas.
Chamar a ciência da biologia evolucionária de religião é definir religião de uma maneira tão genérica que ela se torna totalmente sem sentido. Ciência é um conjunto de métodos criados para descrever e interpretar fenômenos observados ou inferidos, passados ou presentes, com o objetivo de se construir um corpo de conhecimentos aberto à rejeição ou confirmação. Religião — qualquer que seja — certamente não é “testável” nem “aberta à rejeição ou confirmação”. Da mesma forma, o “secular” de humanismo secular significa, por definição, “não religioso” e, portanto, não pode ser considerado religioso. As metodologias da ciência e da religião apontam em direções totalmente opostas.
9. Muitos dos principais evolucionistas são céticos quanto à teoria e a consideram problemática. Por exemplo, a teoria do equilíbrio pontuado de Stephen Jay Gould e Niles Eldredge provou que Darwin estava errado. Se os maiores evolucionistas do mundo não conseguem entrar num acordo, a coisa toda deve ser uma bobagem.
É particularmente irônico que os criacionistas tenham que citar o principal opositor ao criacionismo — Gould — nas suas tentativas de usar a ciência em seu benefício. Os criacionistas interpretam de forma errada, ou por ingenuidade ou intencionalmente, o saudável debate científico entre evolucionistas quanto aos agentes que causam as mudanças orgânicas. Eles parecem achar que esta troca normal de idéias e a natureza auto-corretiva da ciência são uma prova de que o evolucionismo está se esfarelando. Evolucionistas debatem e discutem sobre muitos detalhes, mas todos eles concordam sobre uma coisa: a evolução ocorreu. O que eles continuam debatendo é exatamente como ela ocorreu e qual a importância dos diversos mecanismos que a provocam. A teoria do equilíbrio pontuado de Eldredge e Gould é um refinamento e um aperfeiçoamento da teoria mais geral de Darwin. Ela não prova que Darwin estava errado assim como a relatividade de Einstein não prova que Newton estava errado.
10. A história da teoria da evolução em particular, e da ciência em geral, está cheia de teorias erradas e idéias derrotadas. O homem de Nebraska, o homem de Piltdown, o homem de Calaveras e o Hesperopithecus são apenas algumas das besteiras que os cientistas fizeram. Fica claro que a ciência não merece confiança e as teorias modernas não são melhores que as antigas.
Mais uma vez, esta é uma confusão grosseira sobre a natureza da ciência, que está constantemente construindo novas idéias sobre as idéias do passado. A ciência não apenas muda, ela se baseia no passado e avança para o futuro. Comete muitos erros, mas a característica de auto-correção do método científico é uma das suas mais belas qualidades. Fraudes como a do homem de Piltdown ou do homem de Calaveras e erros honestos como o do homem de Nebraska e do Hesperopithecus são, mais cedo ou mais tarde, descobertos. A ciência tropeça às vezes, mas levanta a si mesma, sacode a própria poeira e segue em frente. Como disse Einstein, “a ciência pode ser primitiva e infantil, mas é a coisa mais preciosa que temos”. É particularmente paradoxal que os “cientistas” criacionistas usem a retórica da ciência de modo a parecerem pesquisadores sérios e, ao mesmo tempo, ataquem exatamente as virtudes da ciência que eles dizem ter.
Nota:
Homem de Piltdown
O que dizem os criacionistas: Alguns dos ossos do passado, famosos por serem considerados de espécies transicionais, não são mais vistos dessa maneira nem pelos evolucionistas. O homem de Piltdown, uma referencia nos livros de ciência e museus durane anos acabou desmascarado como fraude.
fonte da pérola: aqui
A verdadeira história: Uma das vedetes dos argumentos
criacionistas, por algum motivo eles citam fraudes que ocorreram décadas
atrás como se elas invalidassem todos os fósseis que já foram
encontrados até hoje.
É claro que não, fraudes ocorrem em
qualquer área de conhecimento. Mas foi o método científico que permitiu
descobrir que se tratava de uma montagem de um crânio humano com o
maxilar de um chimpanzé.
Só isso seria suficiente para derrubar o pobre argumento de Piltdown, mas há mais coisas a serem ditas.
Piltdown, antes de ser desmascarado pela
ciência como fraude, não era aceito com unanimidade pela comunidade
científica. Na verdade, ele foi uma pedra no sapato, pois ele não se
encaixava na teoria evolucionária. É claro, era um híbrido inventado com
partes de ossos modernos.
Ele foi aceito por muitos apenas por ser
um achado fabuloso para a época, o que é uma fraqueza humana, a qual
todos nós estamos sujeitos.
A fraude durou por quarenta anos,
gerando muita polêmica, pois seus grandes descobridores, Charles Dawson e
Arthur Smith Woodward, proibiram o acesso a análises científicas,
deixando o crânio fora do alcance de todos, dentro do Museu Britânico.
Somente quando eles morreram, Piltdown foi desmascarado como a fraude
que era. Vale ressaltar, desmascarado por cientistas, graças ao método
científico.
Descobrir um erro não invalida o método
científico, muito pelo contrário, ele apenas o fortalece. Assim sabemos
que podemos confiar na ciência, pois ela se corrige, se aprimora, e se
fiscaliza.
Interessante notar, após Piltdown ser
descoberto como forjado, nenhum cientista jamais o citou como
verdadeiro. No entanto, muitos criacionistas continuamente citam
fraudes, não importando quantas vezes elas já foram desmascaradas, como
as pegadas de humanos e dinossauros em Paluxy, esqueletos de gigantes,
descoberta da Arca de Noé, Darwin se arrepender no leito de morte,
citações de cientistas fora de contexto, etc.
Referências:
Harter, Richard, 1996. Piltdown Man: The bogus bones caper.
mais: ler aqui
O que dizem os criacionistas: De um dente, montaram a mandíbula. Da
mandíbula, montaram o crânio. Do crânio, montaram o esqueleto. Do
esqueleto, fizeram pele, cabelo e até a sua namorada ou esposa (agachada
no desenho). Fizeram a famosa exposição sobre a evolução em Dayton,
Tennessee, chamada de Scopes Trial, quando o Homem de Nebraska foi
apresentado como prova incontestável da evolução. Quando William
Jennings Bryan protestou contra os argumentos apresentados e pela
insuficiência, riram-se dele ridicularizando-o. Em 1927 descobriram a
fraude: O dente era de um porco chamado Peccary.
Fonte da pérola: Aqui
A verdadeira história:
A história não é bem assim.
O dente não foi considerado como
evidência por muitos cientistas. A maioria deles na verdade eram céticos
quanto à descoberta, diferente de como os criacionistas querem fazer
parecer.
O próprio Henry Fairfield Osborn,
paleontólogo que descreveu o dente, estava em dúvidas o dente pertencia
aos hominídeos ou a outra espécie de primata:
“Até estarmos mais seguros quanto a
arcada dentária, ou partes do crânio, ou do esqueleto, não podemos estar
certos se o Hesperopithecus pertence aos Simiidae ou aos Hominidae.”
(Osborn 1922)
O tal desenho que os criacionistas
gostam de usar para ridicularizar a evolução, foi feito por uma revista
de cunho popular, tipo Superinteressante ou Veja, e não foi nem jamais
teve intenção de ser cientificamente correta. Tal desenho jamais foi
publicado em trabalhos científicos.
Até Osborn se espantou ao ver o desenho, e disse que:
“Tal desenho ou ‘reconstrução’ seria com
certeza apenas proveniente da imaginação humana, sem valor científico
nenhum, e com certeza impreciso” (Wolf and Mellett 1985)
A alegação de que o Homem de Nebraska
foi usado no Scopes “Monkey” Trial é mentirosa. Os criacionistas que
mostrem as transcrições do julgamento se quiserem provar isso.
O Homem de Nebraska foi um exemplo de
ciência funcionando bem. Uma descoberta intrigante foi encontrada,
podendo ter várias implicações. A descoberta foi anunciada e vários
outros experts a analisaram. Cientistas de início eram céticos. Mais
evidências foram encontradas, e a conclusão foi que a interpretação
inicial estava errada. Finalmente, a retratação foi publicada.
Referências:
Foley, Jim, 2001. Creationist arguments: Nebraska Man. http://www.talkorigins.org/faqs/homs/a_nebraska.html
Mellett, James S. and John Wolf,
1985. The role of “Nebraska man” in the creation-evolution debate.
Creation/Evolution 16: 31-43. http://www.talkorigins.org/faqs/homs/wolfmellett.html
Gould, S. J., 1991. An essay on a pig roast. In Bully for Brontosaurus, pp. 432-47. New York: W.W.Norton.
Osborn H.F. (1922): Hesperopithecus, the anthropoid primate of western Nebraska. Nature, 110:281-3.
11. Todas as causas têm efeitos. A causa de “X” tem que ser “do mesmo tipo que "X”, ou seja, a causa da inteligência tem que ser inteligente. Além disto, se recuarmos no tempo em busca da causa de cada causa, é preciso concluir que vamos acabar encontrando uma primeira causa – Deus. O mesmo acontece com o movimento (todas as coisas em movimento devem ter tido um primeiro motor, um motor que não precisa de outro motor para se mover – Deus). Além disto, todas as coisas no universo têm um propósito, portanto tem que existir um projetista inteligente.
Se isto fosse verdade, então a natureza deveria ter uma causa natural, e não uma causa sobrenatural! Mas isto não é verdade: a causa de “X” não precisa ser “do mesmo tipo que "X”. A “causa” da tinta verde é tinta azul misturada com amarela, e nenhuma delas é verde. Esterco animal faz as árvores frutíferas crescerem melhor. As frutas são deliciosas de se comer e, portanto, nem um pouco parecidas com esterco! Os argumentos da primeira causa e do primeiro motor, brilhantemente proferidos por São Tomás de Aquino no século 14 e ainda mais brilhantemente refutados por David Hume no século 18, são facilmente respondidos com apenas mais uma pergunta: quem ou o que causou e moveu Deus? Além disto, como Hume demonstrou, “propósito” é muitas vezes uma coisa ilusória e subjetiva. “O pássaro que madruga pega a minhoca” é uma boa idéia se você for o pássaro, mas não se você for a minhoca. Dois olhos parece ser a quantidade ideal, mas, como Richard Hardison comentou, “não seria bom ter um olho a mais na nuca e ainda um outro na ponta do dedo indicador para ajudar quando você estivesse mexendo atrás do painel de um automóvel?” Propósito é, em parte, aquilo a que estamos acostumados. A verdade é que nem tudo foi lindamente projetado e com um propósito. Mesmo sem falarmos no problema do mal, das doenças e deformidades que os criacionistas convenientemente fingem não ver, a natureza está cheia de coisas bizarras e sem propósito aparente. Os bicos dos seios masculinos e o polegar dos pandas são apenas dois exemplos do que Gould gosta de exibir como estruturas mal projetadas e sem propósito. Se Deus graciosamente projetou a vida para se encaixar perfeitamente como as peças de um quebra-cabeças, como você explica essas esquisitices?
12. Uma coisa não pode ser criada a partir do nada, dizem os cientistas. Portanto, de onde veio o material para o Big Bang? E de onde vieram as primeiras formas de vida que deram origem à evolução? A experiência de Stanley Miller, que criou aminoácidos a partir de uma “sopa” orgânica e outras moléculas biogênicas não é a criação da vida.
A ciência não tem condições de responder a perguntas “definitivas” do tipo “O que havia antes do começo do universo?”, “Que horas eram antes do tempo começar?”, “De onde veio a matéria para o Big Bang?”. Estas perguntas são filosóficas ou religiosas, não científicas, e portanto não são parte da ciência. A teoria da evolução tenta entender as causas da mudança depois que o tempo e a matéria foram “criados” (seja lá o que isto signifique). Quanto às origens da vida, a bioquímica tem uma explicação bem racional e científica para a evolução de compostos inorgânicos para orgânicos, a criação de aminoácidos e a contrução de cadeias de proteínas, as primeiras e primitivas células e assim por diante (e Miller nunca afirmou ter criado vida, apenas algumas das partes que a formam). Embora estas teorias ainda tenham pontos fracos e estejam sujeitas a intensos debates científicos, já mostram que existe uma explicação razoável sobre como se avançou do Big Bang até o cérebro humano no universo que conhecemos.
Nota:
De acordo com Stephen Hawking em seu livro "O Grande Projeto", perguntar o que havia antes do universo não faz sentido, assim como estabelecer uma causa primeira para o universo. Para haver uma causa primeira, temos de ter um tempo para que esta causa primeira ocorra. Tempo e espaço foram criados com o surgimento do universo. Portanto, esta causa primeira em "um tempo antes do tempo", não faz sentido.
Este argumento da causa primeira é o conhecido argumento de Kalam, cuja origem se funda no pensamento do filósofo muçulmano Al Ghazali, sendo que inclui contribuições de filósofos judeus, cristãos e muçulmanos. Na atualidade é defendido por William Lane Craig.
O argumento se constitui do seguinte silogismo:
- Tudo o que começa a existir tem uma causa.
- O Universo começou a existir.
- Logo, o Universo tem uma causa.
A primeira premissa é geralmente discutida apenas no âmbito da filosofia, sendo a sua defesa mais comum apenas o "princípio metafísico" segundo o qual "do nada, nada vem".
A segunda premissa possui certas implicações e derivações da cosmologia contemporânea bem como de outras áreas da física, como a da Teoria da Relatividade Geral. Em defesa desta, Craig e outros usam-se tanto de argumentos filosóficos quanto de pesquisas nestas áreas da ciência.
A conclusão segue naturalmente das premissas, e a dedução de que a Causa do universo é Deus é defendida observando-se que, dada a natureza da questão, tal Causa deve ser não-causada, sem começo, atemporal, imutável, não-espacial, imaterial e pessoal com inimaginável poder.
Inferir da conclusão que a causa do universo é Deus, é no mínimo duvidoso; primeiro pela questão do tempo para que a causa primeira ocorresse; segundo, que Deus seria uma mera consideração teológica, não falseável e portanto fora do escopo científico para ser atribuída como causa primeira de qualquer coisa. Também, não faria sentido postular que tal ser é atemporal, pois tempo e espaço somente existem com o surgimento de um universo. Além disso, qual seria o propósito de Deus em fazer um universo?
13. As estatísticas mostram que, à taxa atual de crescimento e considerando a população atual, havia apenas duas pessoas vivendo há, aproximadamente, 6.300 anos atrás, ou seja, 4300 a.C. Isto prova que a humanidade e a civilização são bem recentes. Se a Terra fosse mais velha, com um milhão de anos, por exemplo, após 25.000 gerações a uma taxa de crescimento de 0,5% e uma média de 2,5 crianças por família, a população de hoje seria de 10 elevado a 2.100 pessoas., o que é impossível, já que só há 10 elevado a 130 elétrons no universo conhecido.
Como Disraeli comentou (e Mark Twain repetiu), há três tipos de mentiras: “mentiras, mentiras descaradas e estatísticas”. Mas, se você quer jogar o jogo dos números, eis mais alguns: segundo esta análise, em 2.600 a.C. haveria uma população total na Terra de umas 600 pessoas. Nós sabemos com um alto grau de certeza que, em 2600 a.C., havia civilizações florescendo no Egito, Mesopotâmia, vale do rio Indo, China etc. Se, generosamente, dermos ao Egito 1/6 da população mundial, teriam sido necessários alguns milagres ou talvez a ajuda de antigos astronautas para que 60 pessoas conseguissem construir as pirâmides, sem falar em todos os outros monumentos arquitetônicos! O fato é que as populações não crescem de maneira constante. Há períodos de grande expansão e outros até com diminuição. A história da população humana antes da Revolução Industrial é uma série de momentos de crescimento e prosperidade seguidos por fome e declínio. A curva populacional está cheia de picos e vales ao longo dos milhares de anos em que a humanidade lutou para escapar da extinção, embora, em média, tenha sempre crescido, ainda que bem lentamente. Foi apenas a partir do século 19 que a taxa de crescimento se acelerou.
Ver aqui e aqui sobre crescimento populacional:
14. A seleção natural só causa pequenas mudanças nas espécies — microevolução. As mutações que os evolucionistas usam para explicar a macroevolução são sempre prejudiciais, raras e aleatórias, e não podem ser vistas como a força que impulsiona a mudança evolucionária.
Jamais esquecerei as quatro palavras que o biólogo evolucionista Bayard Bratstram martelava em nossos cérebros quando estudávamos na Universidade Estadual da Califórnia, em Fullerton — “Mutantes não são monstros”. O que ele queria dizer é que aquilo que o público em geral entende como mutação são as vacas de duas cabeças apresentadas em feiras rurais e coisas assim, mas não é este tipo de mutação que os evolucionistas estudam. Ninguém dirá que mutações assim são benéficas, mas a maioria das mutações são apenas pequenas aberrações genéticas ou cromossômicas que causam efeitos mínimos. Alguns destes pequenos efeitos podem ser benéficos a um organismo que vive num meio ambiente sujeito a constantes variações. Além disto, a teoria moderna da “especiação alopátrica”, sugerida por Ernst Mayr e integrada à paleontologia por Eldredge e Gould, demonstra precisamente como a seleção natural, em conjunto com outras forças e circunstâncias da natureza, pode produzir — e produz — novas espécies.
Nota: especiação alopátrica ou geográfica é o surgimento de novas espécies devido ao isolamento geográfico.
15 . Não há fósseis de transição em nenhum lugar, incluindo e especialmente humanos. O registro fóssil inteiro é uma coisa embaraçosa para os evolucionistas. Os neandertais, por exemplo. Não passam de esqueletos doentes — artrite, deformações por desnutrição etc., o que explica as pernas arqueadas, supercílio saliente e esqueleto maior. E o Homo Erectus e o Autralopithecus são apenas macacos.
Os criacionistas sempre citam o famoso trecho de “A origem da espécies”, de Darwin, onde ele pergunta: “Por que então todas as formações geológicas e todos os estratos não são ricos em formas intermediárias? O certo é que a geologia não revela nenhuma cadeia orgânica com uma progressão perfeitamente gradual e talvez seja esta a mais grave objeção que possa ser anteposta à minha teoria”. Uma resposta é que exemplos de fósseis transicionais foram descobertos em abundância desde a época de Darwin.
Basta pesquisar em qualquer texto sobre paleontologia. Uma segunda resposta foi fornecida em 1972 por Eldredge e Gould, quando eles mostraram que lacunas no registro fóssil não indicam falta de dados sobre uma mudança lenta e gradual. Na verdade, isto é evidência de mudanças súbitas em determinadas ocasiões.
Usando a “especiação alopátrica” de Mayr, onde populações “fundadoras” pequenas e instáveis ficam isoladas na periferia de populações maiores, eles mostraram que a mudança relativamente rápida nestas pequenas populações cria novas espécies, mas deixa para trás poucos fósseis, quando deixa.
O processo de fossilização ocorre raramente. Ele quase não existe durante esses tempos de especiação rápida. A falta de fósseis é uma evidência de que a mudança foi rápida, e não uma falta de evidência de evolução gradual.
16. A Segunda Lei da Termodinâmica prova que a evolução não pode ter ocorrido, já que o universo e a vida se movem do caos para a ordem e do simples para o complexo, o oposto exato da entropia prevista pela Segunda Lei.
Em primeiro lugar, em qualquer escala de tempo que não seja a maior de todas — 600 milhões de anos de vida sobre a Terra — as espécies não evoluem do simples para o complexo e a vida não se move assim tão simplesmente do caos para a ordem. A história da vida é toda marcada por começos fracassados, experiências que falharam, pequenas extinções e extinções em massa, e recomeços caóticos. Não se parece nem um pouco com aquelas figuras coloridas das revistas que mostram a vida evoluindo da primeira célula viva até os humanos.
Entretanto, mesmo numa escala maior de tempo, a Segunda Lei permite esta mudança porque a Terra está dentro de um sistema que recebe energia externa do Sol continuamente. Enquanto o Sol brilhar, a vida poderá continuar progredindo e evoluindo, da mesma forma que os automóveis podem ser protegidos da corrosão, hambúrgueres podem ser aquecidos no forno e muitas outras coisas que parecem violar a Segunda Lei e a entropia podem continuar existindo. Mas, assim que o Sol se apagar, a entropia voltará a aumentar e a vida acabará. A Segunda Lei da Termodinâmica se aplica a sistemas fechados e isolados. Como a Terra recebe um fluxo constante de energia do Sol, a entropia deve diminuir e a ordem aumentar (mesmo que o Sol esteja caminhando para o fim durante este processo).
Deste modo, a Terra não é exatamente um sistema fechado e a vida pode evoluir sem violar a lei natural. Além disto, pesquisas recentes sobre a teoria do caos mostram que a ordem pode ser e é gerada espontaneamente a partir de um caos aparente, sem violar a Segunda Lei da Termodinâmica. A evolução não contraria a Segunda Lei da Termodinâmica assim como não se contraria a lei da gravidade quando se dá um pulo.
17. Até mesmo a mais simples forma de vida é complexa demais para ter surgido aleatóriamente. Considere um organismo simples constituído de apenas 100 partes. Matematicamente, há 10 elevado a 158 possíveis maneiras de se combinarem as partes. Não há moléculas suficientes no universo para atingir este número ou tempo desde o início do universo para que todas essas possíveis combinações ocorram até mesmo numa forma de vida tão simples, quanto mais num ser humano. O próprio olho humano sozinho já é difícil de se explicar por meio de uma evolução aleatória. Equivale a um macaco conseguir digitar Hamlet ou mesmo apenas “to be or not to be”. Não acontecerá por acaso.
A seleção natural não é “aleatória” nem funciona com base no “acaso”. A seleção natural preserva o que dá certo e elimina os erros. O olho evoluiu de uma única célula sensível à luz até o complexo olho de hoje em dia através de centenas, talvez milhares de passos intermediários, muitos dos quais ainda existem na natureza. Para que o macaco conseguisse digitar as 13 primeiras letras do monólogo de Hamlet por sorte, seriam necessárias 26 elevado a 13 tentativas.
Isto é 16 vezes o tempo que decorreu desde o início do sistema solar. Porém, se cada letra correta é preservada e cada letra incorreta é eliminada, o processo ocorre muito mais rápido. Quanto mais rápido? Richard Hardison criou um programa de computador que selecionava as letras, mantendo as certas e eliminando as erradas, e só foram necessárias 335,2 tentativas para se chegar à sequência de letras TOBEORNOTTOBE. O computador levou menos de 90 segundos para isto. A peça inteira de Shakespeare pode ser “montada” em uns 4,5 dias!
18. A separação hidrodinâmica durante o Dilúvio explica a aparente sequência de fósseis ao longo dos estratos geológicos. Os organismos mais simples e ignorantes morreram no mar e estão nas camadas inferiores, enquanto que os mais complexos, inteligentes e rápidos morreram em locais mais elevados.
Será que nem um único trilobita flutuou até um estrato superior? Será que nem um único cavalo burro estava na praia e se afogou num estrato inferior? Nenhum pterodáctilo voador conseguiu chegar acima da camada do Cretáceo? Não houve nenhum ser humano idiota que não tentou fugir da chuva? Falando de argumentos absurdos, tente imaginar como um barco de 150m de comprimento por 25m de largura e 15m de altura conseguiria abrigar dois indivíduos de cada uma das espécies na Terra, algo entre 10 a 100 milhões delas.
Isto é um problema até para os criacionistas, portanto eles alegam que só havia 30.000 espécies, sendo que o resto se desenvolveu a partir deste grupo inicial, o que faz dos criacionistas os maiores defensores da evolução rápida! Além disto, como você alimentaria 60.000 animais por 371 dias? Pior ainda, como você impediria que 60.000 animais devorassem uns aos outros? E o pior de tudo, quem cuidava da limpeza?
Nota: para tal problema, surge uma grande criação de criacionistas: A BARAMINOLOGIA!!!
Baraminologia é um modelo de
classificação dos seres vivos, proposto pelo Dr. Frank L.Marsh. Ele propôs que deveríamos classifica os seres vivos de acordo com a sua
capacidade de combinação genética, ou seja, os grupos que tem capacidade
genética de cruzarem entre si pertenceriam à mesma espécie básica criada – ou
baramin. Este princípio foi aceito por muitos
criacionistas,
pois acredita-se que as espécies originalmente criadas por Deus se diversificaram,
e abrangem estes grupos (capazes de, geneticamente cruzarem entre si).
Em contraste
com o princípio evolucionário de ascendência totalmente comum (todas as espécies
e seres teriam vindo de um mesmo ancestral), biólogos criacionistas defendem que
toda a vida na Terra não está relacionada com uma única célula, - mas que a
vida foi criadaem um número finito de diversas formas, que posteriormente
sofreram especiação (isolamento reprodutivo) e maciça mudança genética ao longo
de milhares de gerações. Apesar de diversos organismos compartilharem
de ascendência comum na biologia criacionista, não trata-se de evolução das
espécies, mas dum processo de diversificação dos tipos ou formas básicas criadas originalmente.
RESUMINDO: sem comentários...
19. As técnicas de datação dos evolucionistas estão erradas, não merecem confiança e chegam a resultados aleatórios. Elas dão a falsa impressão de que a Terra é muito antiga quando, na verdade, ela não tem mais que 10 mil anos, o que já foi demonstrado pelo Dr. Thomas Barnes, da Universidade do Texas, em El Paso. Ele provou que a meia-vida do campo magnético da Terra é de 1.400 anos.
Em primeiro lugar, o argumento do campo magnético de Barnes assume erradamente que o decaimento do campo magnético é linear quando, na verdade, a geofísica demonstra que ele flutua ao longo do tempo.
Além disto, chega a ser engraçado ver como os criacionistas descartam sem maiores comentários todas as técnicas de datação exceto aquelas que parecem confirmar suas crenças. Acontece que as várias técnicas de datação já provaram não apenas ser bastante confiáveis como também confirmam os resultados umas das outras. Por exemplo, as datações obtidas usando-se diferentes elementos em uma mesma rocha indicam todas a mesma antiquidade.
20. A classificação dos organismos acima do nível das espécies é arbitrária e inventada por humanos. A taxonomia não prova nada.
A ciência da classificação é, sem dúvida, uma criação do homem, assim como todas as ciências. Entretanto, o agrupamento dos organismos não tem nada de arbitrário, ainda que haja alguma subjetividade envolvida. O objetivo básico da cladística é fazer com que a taxonomia não seja subjetiva. A classificação hierárquica dividida em itens e sub-itens é uma das principais fontes de evidências de que houve uma evolução. Não há nada arbitrário, por exemplo, em se classificar humanos e chimpanzés em separado.
Ninguém confunde um com o outro. Um teste interessante desta afirmação é perceber que culturas diferentes chegam às mesmas conclusões. Por exemplo, biólogos ocidentais e nativos da Nova Guiné identificam os mesmos tipos de pássaros como sendo espécies separadas. Tais agrupamentos realmente existem na natureza.
Ninguém confunde um com o outro. Um teste interessante desta afirmação é perceber que culturas diferentes chegam às mesmas conclusões. Por exemplo, biólogos ocidentais e nativos da Nova Guiné identificam os mesmos tipos de pássaros como sendo espécies separadas. Tais agrupamentos realmente existem na natureza.
21. Se a evolução fosse gradual, não deveria haver lacunas entre as espécies, tornando a classificação (taxonomia) impossível.
A evolução nem sempre é gradual. Com frequência, ela é esporádica. E os evolucionistas nunca disseram que não deveria haver lacunas.
As lacunas não provam o criacionismo assim como períodos não documentados da história humana não provam que civilizações surgiram de repente.
22. “Fósseis vivos” como o celacanto e o caranguejo-ferradura (límulo) provam que toda a vida foi criada de uma só vez.
Neste caso, o que dizer de todas as espécies extintas? Foram erros de Deus? Fósseis vivos (organismos que não mudaram por milhões de anos) apenas indicam que eles se adaptaram de uma tal forma ao seu meio ambiente estático e sem mudanças que não precisaram mudar mais.
23. O problema das estruturas incompletas refuta completamente a seleção natural: uma nova estrutura que se desenvolve lentamente ao longo do tempo não representaria uma vantagem para o organismo no início ou nos estágios intermediários, e sim apenas quando já estivesse totalmente desenvolvida, o que só acontece por meio de criação divina. Por exemplo: de que servem 5% de uma asa ou 55%? Para ser útil, tem que ser tudo ou nada.
Uma asa incompleta pode ser alguma outra coisa completa, como um regulador térmico para répteis ectotérmicos (que dependem de fontes externas de calor).
E não é verdade que uma coisa em seus estágios iniciais seja completamente inútil. É melhor ter visão parcial que cegueira completa. É uma vantagem ser capaz de planar, mesmo que você não consiga um vôo totalmente controlado.
E não é verdade que uma coisa em seus estágios iniciais seja completamente inútil. É melhor ter visão parcial que cegueira completa. É uma vantagem ser capaz de planar, mesmo que você não consiga um vôo totalmente controlado.
24. Estruturas homólogas (a asa do morcego, a nadadeira da baleia, o braço humano) são uma prova do design inteligente.
É claro que, se apelarem para milagres e intervenções divinas, os criacionistas podem selecionar e escolher qualquer coisa na natureza como prova da ação de Deus e então ignorar o resto. Por outro lado, as estruturas homólogas não fazem nenhum sentido se partirmos do princípio de que Deus criou tudo do jeito que é hoje. Por que uma baleia deveria ter os mesmos ossos em sua nadadeira que um homem tem em seu braço ou um morcego em sua asa?
Não há nenhum motivo. Um designer inteligente poderia fazer bem melhor que isto. Pelo contrário, estas estruturas similares indicam uma ancestralidade comum seguida de modificações, e não uma criação divina.
25. “A Bíblia é o registro da Palavra de Deus … tudo o que ela afirma é histórica e cientificamente verdadeiro. O Dilúvio universal descrito no Gênesis foi um evento histórico, e com efeito e extensão mundiais. Nós somos uma organização de homens de ciência cristãos que aceitam Jesus Cristo como nosso Senhor e Salvador. A narrativa da criação divina de Adão e Eva como um homem e uma mulher e sua posterior queda em pecado são a base para nossa crença na necessidade de um Salvador para toda a humanidade”.
Uma tal declaração de fé é claramente religiosa, e não científica. Isto não a torna necessariamente errada, só que o criacionismo científico é, na verdade, criacionismo religioso e, desta forma, ultrapassa a barreira que separa religião e Estado.
Em escolas particulares fundadas e/ou controladas por criacionistas, é direito deles ensinar a suas crianças o que quer que seja que eles queiram. Entretanto, querer que o Estado force os professores a ensinar uma doutrina religiosa como se fosse científica é irracional e oneroso.
Nota: Discordo que mesmo em escolas particulares criacionistas seja direito deles ensinarem suas crianças errado ou fazer doutrinação em sala de aula. Ao menos aqui no Brasil, o ensino do criacionismo é violação de regra constitucional quanto à educação, uma vez que prejudica sua qualidade.
O ensino do criacionismo, contra a teoria evolutiva, o mesmo que se ensinar que Roma jamais existiu, ou que as pirâmides foram feitas por ETs, ou que um quadrado tem 5 lados. Está errado e ponto.
O MEC possui uma diretriz básica para o ensino, sendo que as escolas recebem uma concessão do Estado para atuarem.
Portanto, devem seguir as diretrizes do MEC (ao contrário da escola dominical adventista – onde a maioria dos zumbis criacionistas deve ter estudado ciências naturais...).
O ensino deve seguir a ordem constitucional, que é imposta a todos e as determinações do MEC. Contrapontos entre um pensamento e outro devem ser considerados. Mas quando um dos lados foje completamente à racionalidade e não traz nada de concreto, deve ser posto de lado.
Uma musiquinha para os criacionistas...