Este blog é destinado ao debate científico contra a superstição. Não permitirei ofensas pessoais, brincadeiras tolas e palavras de baixo calão.
O debate está aberto a todos - cientistas, leigos, religiosos, agnósticos e ateus, mas será útil que apresentem evidências plausíveis de seus contra-pontos.
Não serão aceitos comentários de anônimos ou comentários que façam apenas proselitismo religioso.
GRATO PELA COLABORAÇÃO
O Estadão publicou entrevista com o tataraneto de Charles Darwin, o conservacionista Randal Keynes, que está pela primeira vez no Brasil, refazendo os passos do “pai” da teoria da evolução pelas florestas tropicais fluminenses – ou o que sobrou delas. Darwin passou três meses no Rio de Janeiro, entre abril e julho de 1832, e fez uma expedição de 15 dias sobre sela de cavalo e lombo de mula até Conceição de Macabu, no norte do Estado. Leia alguns trechos de entrevista:
1- Qual foi a importância do Brasil e do Rio de Janeiro para Darwin?Foi imensa.
O Brasil foi o primeiro lugar em um continente que ele visitou na expedição do Beagle. Foi aqui, no Rio, que ele viveu sua primeira experiência em uma floresta tropical “completa”. Ele adorava ir e voltar da mata, mergulhar no seu silêncio, na sua incrível diversidade de plantas, insetos e animais.
2- Ele já pensava sobre a teoria da evolução quando estava aqui?
Não. Naquela época ele ainda acreditava na “verdade literal” do Gênese. Ele não tinha a menor idéia de que poderia desenvolver uma teoria na qual as espécies mudam no tempo.
3 - Ele era um criacionista, então?
De certo modo, sim. Ele teve uma experiência muito importante no Brasil, que foi presenciar, de fato, a riqueza e a diversidade da vida nas florestas tropicais - coisa que ele só conhecia dos livros. Isso lhe deu um novo senso sobre a força criativa da natureza, que é o que dá origem à biodiversidade e que, mais tarde, se tornaria a base de sua teoria. (...)
4- O senhor esperava uma recepção tão calorosa e numerosa aqui?
Confesso que não. Estou emocionado com as boas-vindas, com o interesse das pessoas por Darwin e com o orgulho que elas sentem pelo fato de ele ter estado aqui. É muito bom ver os professores ensinando seus alunos sobre a evolução e sobre o mundo natural. Estou muito impressionado com a visão positiva que as pessoas têm de Darwin aqui. Ainda assim, o embate entre criacionismo e evolução continua forte.
5 - O senhor acredita que essa discussão se resolverá um dia?
Tomara que sim, mas não tenho esperanças reais de que isso aconteça. Isso mostra o quão difícil ainda é para os seres humanos aceitarem suas raízes animais e sua relação com o mundo natural.
Quanto aos trechos da entrevista, sem novidades; mas a nota (como sempre) é lamentável....
Nota: Keynes, assim como a maioria dos darwinistas fundamentalistas, não entende que os criacionistas não são fixistas e que, portanto, aceitam a biodiversidade e a variação entre os animais, até certos níveis taxonômicos limitados.
A seleção natural explica bem a sobrevivência dos “mais aptos”, mas não explica como esses seres mais aptos surgiram ou evoluíram de “ancestrais mais simples”.
E muito menos explica a origem da complexa informação genética. A última frase de Keynes revela bem a proposta evolucionista: macaquizar o homem e humanizar o macaco. Assim, o ser humano não é a “imagem e semelhança” de Deus; não responde a uma autoridade superior; as leis morais são mera convenção social – e o mundo está como está também por causa disso. Depois não reclamem.[MB]
Bem há diversas marcas de criacionistas, como os fixistas, os da Terra com 6.000 anos, os que aceitam variações pequenas nas espécies, os que aceitam variações grandes nas espécies, mas todos se restringem aos deuses como indutores destas variações ou da criação em geral.
Mais especificamente, os cristãos protestantes é quem formam o maior número de adeptos do criacionismo. Assim, todas as questões referentes à origem e evolução das espécies está restrita ao Deus bíblico.
A seleção natural não se trata de meramente explicar a sobrevivência dos mais aptos. Isso é uma limitação de conhecimento a respeito da teoria. A seleção natural explica como as espécies se adaptam ao meio em que vivem, bem como as mudanças que elas sofrem em decorência das solicitações que este meio lhes exige.
Como surge a vida, voltamos a repetir, NÃO É OBJETO DA TEORIA DA EVOLUÇÃO, MAS DA TEORIA DA ORIGEM DA VIDA, SEJA ELA PANSPERMIA OU ABIOGÊNESE.
Quanto as explicações de como ocorreu a especiação ou a complexidade genética, há teorias que explicam por meio de mutações causadas por agentes físicos, químicos e biológicos, seleção de um caráter mais adaptado ao meio que se propagou dentro da espécie, explicações por meio de mutações de DNA, etc.
Esta explicação está em disciplinas como genética, genética de populações, bioquímica, ecologia, e paleontologia. Basta não se ter preguiça e pesquisar um pouco nestes temas.
Não, a proposta evolucionista (termo incorreto para a teoria da evolução) não é "macaquizar" os seres humanos e "humanizar" macacos (sempre a infeliz retórica com mesmo bordão), uma vez que embora racionais, somos animais como qualquer outra espécie do planeta.
Se lermos o teor da entrevista, o Sr. Keynes sequer remeteu a origem do ser humano e dos demais primatas a um ancestral comum, embora isso até então, tenha se confirmado por meio dos fósseis encontrados, bem como por meio de análises genéticas.
Na cabecinha religiosa, o ser humano é algo especial, criado a imagem e semelhança de um deus (o qual não possui imagem ... deveras estranho!!!), estando apartado do resto do planeta.Esse é o mundinho do dever ser religioso, limitado, fechado em si mesmo, em relação a cada uma das crenças existentes no nosso planeta.
Todavia, não é assim que a vida é. Fazemos parte da biosfera como um tubarão, um carvalho, uma barata, um cachorro, um cogumelo, ou vírus da gripe ou um estafilococus.Este é o mundo do ser representado pela natureza como ela é, onde todas as criaturas vivas se enquadram.
A imagem e semelhança de Deus (no que se refere ao bíblico) não é em relação a um corpo, como equivocadamente os cristãos entendem. Esta questão está ligada a nossa capacidade de discernimento, entre o que é certo e errado, bom e mau, conforme a cultura de cada povo, a qual deu subsídios à formação das diversas ordens morais e sociais dos diversos povos do mundo.
Dentro de sua cultura ou crença específica, cada ser humano segue um regramento específico quanto ao que crêem em termos religiosos: uns acreditam que respondem a uma autoridade divina, outros crêem que se forem bons, dentro do padrão de suas culturas, irão para um paraíso, outros crêem que irão reencarnar em estágios mais evoluídos, outros crêem que virarão uma estrela no céu e vai por ai afora.
Isso também vale para regras morais e sociais, as quais buscam a coesão do grupo e a possível convivência social pacífica, que leve ao desenvolvimento da comunidade como um todo. Daí a necessidade de um poder central, antes, o do um rei ou chefe tribal representante dos deuses e seu séquito de sacerdotes; hoje de um governo (democrático, totalitário, ditatorial, de esquerda, de direita, monarquia, teocracia) e representantes do povo.
Para finalizar, segue a falácia non sectur, a qual os religiosos são especialistas em invocar de modo a falsamente dar lógica a seu raciocínio equivocado.
O mundo não está como está por conta de uma teoria científica que demonstra nossas raízes animais como qualquer criatura deste planeta.
O mundo está como está porque aprendemos a pensar e logo a cobiçar, a ser intolerante com os outros, a nos acharmos superiores aos demais humanos porque somos da raça X, porque acreditamos no deus Y, porque temos mais posses, porque nossa tecnologia é a melhor, porque nascemos no país Z, ou seja, o mundo é o que é por questões meramente ideológicas.
Como animais que somos, preservar nosso grupo faz parte de nosso instinto de sobrevivência, o que demonstra serem nossas regras nada mais que uma adaptação à convivência em sociedade de modo a preservarmos a coesão de nosso grupo para garantir nosso modo social de viver, nossa segurança, nossas provisões, e, portanto garantirmos nossa sobrevivência.
Com isso, demos um salto além dos animais; não fazemos nossa defesa somente pela força bruta, mas pela força do pensamento, incutindo idéias na cabeça das pessoas (teoria dos memes), que muitas vezes são desastrosas e potencioalmente mais poderosas que a força bruta, pois convencemos as pessoas a aceitar o que queremos que aceitem.
Entretanto, tal salto não representou nada que fosse diferente das regras de sobrevivência para os grupos no que concerne ao teor abordado pela teoria da evolução. Simplesmente sofisticamos a estratégia de nos adaptar ao que o meio nos solicita.
Mesmo atitudes altruístas dos seres humanos se tratam de uma estratégia para a sobrevivência, pois ao realizá-las, conquistamos um possível aliado e eliminamos uma potencial ameaça.
Assim, pertencer á religião A, ao país B ou a etnia C, em nada difere de ser do bando A, B ou C, o que é algo bem animal de parte do ser humano e... bem de acordo com a teoria evolutiva; garantir a sobrevivência e se adaptar ao meio em que vive.
Todavia, não é responsabilidade de nossos genes fazermos besteiras, que venham a prejudicar os demais. Essa responsabilidade é nossa, pois como seres humanos que somos, uma vez que pensamos e temos capacidade de prever as conseqüências, podemos frear nossos instintos.
Se não o fizermos, a própria sociedade o fará por meio de seus mecanismos de repressão. Daí, a invocação da seleção natural como causa das mazelas do mundo não ser argumento válido como justificativa plausível de nossos erros.
Como sempre, criacionistas tentam justificar seus mitos com base em seja lá o que for que conteste a teoria da evolução.
Esta teoria tem sido, desde as observações da Darwin, a maneira mais aceita que melhor explica a origem das espécies, seu grau de parentesco e, consequentemente a origem de todas as espécies a partir de um ancestral comum único.
As evidências desta teoria são corroboradas por estudos paleontológicos, genéticos, citológicos, histológicos e fisiológicosdas espécies, bem como pelo avanço da bioquímica.
Todavia, o mundo científico é cauteloso ao levar ao público qualquer descoberta sem antes avalia-la criteriosamente.
Mas, os círculos criacionistas não possuem esta mesma cautela.
Vejamos a reportagem abaixo (seguem comentários em vermelho):
Um grupo de pesquisadores da Bolívia anunciou hoje a descoberta do que pode ser a pegada mais antiga do mundo encontrada próximo ao lago Titicaca.
Se eles estiverem certos, o registro nega a teoria da evolução humana e provaria a existência de "outras humanidades", anteriores à atual. O registro teria entre cinco e 15 milhões de anos, o que provaria a existência de uma humanidade anterior à atual.
Um registro entre 5 e 15 milhões de anos é um erro altíssimo para uma datação, se é que foi feito algum exame nesse gênero. O erro está em 10 +_ 5 milhões que representa 50 % para mais ou para menos.
A controvérsia já se inicia aqui.
Mas restam perguntas:
1 - Que método de datação foi utilizado?
2 - Examinaram a quantidade de patna na rocha e no pé "fossilizado" tal como o exame que detectou a fraude das pedras de Ica (aqui e aqui)?
3 - Houve algum exame microscópico a fim de se observar se o pé não foi esculpido propositalmente ou se realmente foi uma impressão deixada?
Ao que parece, não há respostas para tais perguntas uma vez que é uma reportagem solta sem detalhes que lhe tragam credibilidade.
De acordo com a agência EFE, o grupo, liderado por Jorge Miranda e Freddy Arce, apresentou a teoria no Ministério de Relações Exteriores e quer a opinião de especialistas internacionais.
Jorge Miranda e Freddy Arce estão envolvidos em descobertas controversas como Monólito Pokotya e Fuente Magna, os quais segundo ambos os descobridores se tratam de peças inscritas com caractéres cuneiformes, o que sugeriria a presença e sumérios na América ou a origem comum destes e dos antigos habitantes americanos com os atlantes.
Todavia, não há registros de sumérios nas Américas e tão pouco vestígios ou evidências que atestem a existência da civilização atlante.
A pegada de um pé esquerdo de 29,5 cm está em uma rocha de arenito. Segundo os pesquisadores, teria sido feita por um ser humano de 1,7 m, com peso de 70 kg, que caminhava ereto.
"A teoria da evolução teria muitas dificuldades com esta evidência que estamos mostrando agora" disse Arce. A rocha foi encontrada na localidade de Sullkatiti, onde é objeto de culto. Os moradores da região acreditam que o objeto é uma pegada de seus antepassados, conhecida popularmente por "pisada do inca".
A pegada foi encontrada no ano passado e é estudada desde então. O objeto, que está petrificado, mostra cinco dedos cuja forma demonstra que o ser que o gerou era bípede, segundo o podólogo Guillermo Lazcano disse à agência ANSA.
Se é um objeto de culto, a tal pegada poderia ter sido esculpida por civilizações pré-incas ou pelos próprios incas antes de se estabelecerem como um povo autoctone.
Há também o fato de que não foram encontrados fosseis humanos nem de seus antepassados que datem de 15 milhões de anos (meio do Mioceno).
Os fósseis do Sahelanthropus Tchadensis datam de 7 milhões de anos, que pode ser o hominídeo mais antigo da linhagem humana (mais ou menos pelo final do Mioceno).
Vale expormos quais foram os períodos da Era Cenozóica a fim de situarmos a "descoberta" de Arce e Miranda e o primeiro ser considerado como um hominídeo:
O nome atribuído ao Período “Terciário” é um nome informal utilizado para denominar os Períodos oficiais denominados Paleogeno e Neogeno, excluindo-se deste último as Épocas do Pleistoceno e Holoceno, que segundo a correspondência com a denominação informal, são conhecidos como Quaternário, indicando as Épocas mais recentes da cronologia geológica.
Utilizando-nos das denominações informais, o Período Terciário se estende desde 65 a 1,8 milhões de anos quando surgem os primeiros ancestrais do homem.
O Terciário é dividido em cinco Épocas:
o Paleoceno, de 65 a 54 milhões de anos, tem seu início marcado por uma grande regressão marinha, a Pangea já estava em um estágio avançado de divisão privilegiando a diferenciação endêmica das espécies;
o Eoceno, de 54 a 33 milhões de anos, caracteriza-se por uma grande instabilidade tectônica e seu período se inicia com uma transgressão marítima (avanço do mar para o interior do continente);
no Oligoceno, que se estendeu desde 33 a 23 milhões de anos, houve um progressivo resfriamento do mar em algumas regiões e, é nessa Época também, que começam a surgir os primeiros primatas;
o Mioceno, de 23 a 5 milhões de anos, caracteriza-se pela adaptação final de espécies marinhas como as focas, baleias, etc;
e Plioceno, 5 a 1.8 milhões de anos, é a época onde se formaram o mar Negro, o mar Cáspio e o mar de Aral depois da última transgressão marinha, glaciações são comuns nessa época que se encerra com o aparecimento do primeiro ancestral do homem.
O último Período da escala geológica, o Quaternário, se iniciou a 1.8 milhões de anos e dura até hoje.
Dividido em duas Épocas, o Pleistoceno e o Holoceno, esse Período não difere muito do anterior sendo caracterizado por diversos períodos de glaciação intensa que alteraram, principalmente, a flora e, pela predominância de grandes mamíferos.
Sua primeira Época, o Pleitstoceno (1.8 a 0.01 milhões de anos), caracteriza-se pelo surgimento do homem, mas, alguns cientistas discordam que essa característica seja suficiente para demarcar uma Época.
O Holoceno não possui uma datação muito precisa, pois seu limite inferior se baseia no fim da última glaciação, porém, este foi gradativo ficando acordado, então, que esta Época tenha seu início há 10.000 anos.
Dessa forma, é duvidoso que tal pegada seja pertencente a um ser humano entre 5 e 15 milhões de anos e, mesmo que pertença a uma humanidade anterior, uma vez que sequer há vestígios de que esta suposta "humanidade anterior" tenha existido.
Aqui e aqui há uma declaração a respeito das descobertas de Arce e Miranda, abaixo transcritas:
Like rotting, festering zombies, some creationist tricks just won't die. Even though every case of supposed "human tracks" found near dinosaur tracks in Mesozoic rock that I can think of has been disproved (the tracks often being little more than the result of some creative chiseling) the idea that traces of humanity have been found alongside non-avian dinosaurs continues on. The most famous case is that of the tracks found near Glen Rose, Texas (see the numerous Talk Origins pages about the find and the book Bones for Barnum Brown by R.T. Bird), the human tracks being sculptures or misinterpreted theropod metatarsal tracks, but now a new case of paleontological fraud has cropped up in Bolivia.
According to an article released yesterday Jorge Miranda and Freddy Arce are claiming that they have discovered a 5-15 million year old footprint near Lake Titicaca. According to Arce this footprint creates major problems for evolution, and I suppose his logic is that since the alleged print is several times older than the Laetoli footprints, looks more modern, and is on the wrong continent, evolutionary theory goes out the window.
Looking at photos of the footprint, though, it's difficult to see why this "discovery" is being taken seriously. At best it's a modified feature in the rock, at worst a complete sculpture, but either way it looks like a cartoon version of a foot. (Think of those big, ugly feet that used to be on some people's vans in decades past.) The footprint is fraudulent and this probably isn't the first time that Freddy Arce has been involved in suspect endeavors involving ancient history. While I was not able to find much, Arce also has been involved with the "Pokotia Inscriptions." These inscriptions on a sculpture are claimed to be Sumerian by Arce and others, therefore placing the Sumerians in South America. Like the footprints I suspect these inscriptions have been forged and do not show what Arce and others claim.
In all fairness I have no idea if Arce is a creationist; I wouldn't be surprised but I haven't seen much to either confirm of refute it. Still, these fraudulent footprints illustrate that there are still people who will try to "fix" history to best fit their ideas of what it should be and I hope Arce's claims are quickly buried.
Brian Switek is an ecology & evolution student at Rutgers University.
Embora seja a opinião pessoal deste estudante, compactuo com ela, uma vez que as imagens das pegadas, bem como as controversas afirmações de Arce e Miranda não possuem qualquer evidência plausível que as apóiem, embora os criacionistas, como na tirinha abaixo alardeiam tais "descobertas" como se fossem algo já devidamente confirmado.
Ao idealizador da tirinha resta-me uma pergunta:
Se realmente a pegada tiver entre 5 e 15 milhões de anos, certamente atesta a não veracidade de relato da Gênesis da Terra ter sido criada há 6.000 anos.
E agora José?????? Será que tal pegada corrobora a criação e o dilúvio, conforme o relatado em Gênesis?
CONCLUSÃO:
Até que haja uma evidência concreta em contrário, considero a descoberta de Arce e Miranda como um "hoax", uma vez que não houve qualquer concretude nas afirmações por eles prestadas, principalmente no que se refere à idade da peça.
Acredito que o "Cético" não seja tão cético assim, uma vez que deposita sua fé em artigos soltos sem qualquer comprovação que mereça credibilidade sob a ótica científica.
Assim, aconselharia ao "Cético" aventar a hipótese da pesquisa ora realizada ser uma fraude, em vez de direcionar seus questionamentos exclusivamente contra os métodos de datação e contra a árvore evolutiva do homem.
Basta comparar todo o estudo realizado nestes dois campos, bem como as evidências que os corroboram em detrimento do que foi realizado quanto à pegada boliviana.
Há que se ter uma boa dose de ceticismo quanto à pesquisa de Arce e Miranda.
A noção de enzima = proteína, foi um conceito considerado correto até a década de 80, quando foi descoberta a existência de enzimas de RNA, as denominadas ribozimas.
Esta descoberta deveu-se aos pesquisadores Thomas Cech e Sidney Altman que com isso dividiram o Prêmio Nobel de química, seis anos depois. Eles demonstraram que no mecanismo de auto-montagem as moléculas de RNA podem apresentar propriedades catalíticas. RNAs com atividade catalítica recebem o nome de ribozimas.
A descoberta de ribozimas trouxe uma grande contribuição para a compreensão da evolução dos seres vivos no planeta, sugerindo que, provavelmente, as moléculas de RNA precederam as de DNA neste processo.
As siglas DNA, ou ADN, e RNA, ou ARN, são talvez as mais conhecidas pelos que se interessam pelas ciências biológicas. A primeira refere-se ao ácido desoxirribonucléico, matéria-prima dos genes, e a segunda ao ácido ribonucléico, que também participa na formação de proteínas e se torna cada vez mais importante.
Distinguem-se três tipos de RNA: o mensageiro, o transportador e o ribossômico, que se concentra nos ribossomos, nódulos citoplásmicos onde as proteínas são montadas. Na década de 60, as principais funções atribuídas ao RNA eram puramente informacionais e estruturais.
Segundo o esquema então aceito, a informação codificada no DNA é transcrita em molécula linear (RNA mensageiro), que copia o código do gene com as instruções para produção de uma proteína. A seguir, esse RNA sai do núcleo celular e se prende a um ribossomo.
Este move-se ao longo da molécula do cabeçote e traduz o código genético numa sequência de ácidos aminados que são carregados pelo RNA transportador. Quando pronta, essa cadeia de ácidos aminados constitui a proteína.
Naquele tempo, admitia-se que o RNA ribossômico fosse um mero andaime que mantinha em seus lugares os componentes da proteína. Depois, verificou-se que o andaime não é formado por proteínas do ribossomo, mas pelo RNA dessa estrutura.
Assim Cech (1982) e Altman (1983) demonstraram que o RNA exerce funções catalisadoras.
O que fazem as ribozimas? Elas participam do corte de moléculas de RNA mensageiro, o splicing, fazendo a remoção de "introns", ou seja, as regiões que não são traduzidas.
RNA autocatalítico foi descoberto no protozoário Tetrahymena e, nesse organismo, era capaz de se autoprocessar, retirando um íntron de forma perfeita, na ausência de qualquer outra proteína.
A posterior descoberta de um rRNA que era responsável pela ligação peptídica entre dois aminoácidos reforçou a idéia de que um RNA poderia ter funções catalíticas.
Talvez um RNA primordial poderia ser responsável pelo início da vida e teria a capacidade de se autoduplicar e produzir polipeptídeos a partir de moléculas precursoras.
Na década de 60 Carl Woese, Francis Crick e Leslie Orgel, ao contemplarem a extraordinária complexidade funcional e estrutural do RNA, propuseram que essa macromolécula poderia possuir uma função catalítica além de sua função básica informacional. Uma descoberta dessa função poderia abrir um novo campo de estudo sobre os primórdios da vida.
E foi exatamente isso que se descobriu, RNAs com funções catalíticas. Essa descoberta permitiu a formulação de várias outras hipóteses sobre o surgimento da vida. Com a observação de algumas dessas moléculas poderiam catalisar sua própria replicação, criou-se uma hipótese de um mundo primordial formado apenas por moléculas de RNA.
Nesse mundo do RNA, como foi chamado, as moléculas de RNA comportavam praticamente como organismos vivos, competindo entre si por meio de seleção natural.
Aquelas que possuíam maior longevidade, estabilidade, replicavam-se mais vezes e com maior fidelidade de cópia logo aumentavam sua população no pool de moléculas existentes e proporcionavam a extinção das moléculas mais instáveis e com características menos adequadas.
Com o surgimento do código genético e a produção de proteínas criou-se um sistema enzimático mais eficiente, já que era separado do sistema informacional e não necessitava de uma estrutura especial para realizar as duas tarefas.
É provável que, à partir daí cada um dos sistemas pode evoluir com maior eficiência, produzindo uma molécula melhor e mais estável capaz de guardar informação genética (o DNA) e outra mais maleável, capaz de assumir milhares de conformações tridimensionais diferentes que atuassem em reações diferentes, gerando uma melhor especificidade enzimática.
José Fernando Fontanari (professor titular do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo e membro do corpo editorial dos periódicos Physics of Life Reviews e Theory in Biosciences) conta que a descoberta dessas moléculas (as ribozimas) dispensou a presença de proteínas no cenário pré-biótico e, portanto, resolveu em parte o paradoxo de Eigen mostrando que “função” e “informação” podem coexistir em uma mesma molécula. Essa descoberta deu origem ao novo paradigma da origem da vida, chamado mundo de RNA.
Entretanto, o problema da limitação no tamanho das ribozimas e, portanto na quantidade de informação armazenada no RNA, permanecia à espera de uma solução. Pior que isso, a teoria previa que apenas uma única espécie de ribozima sobreviveria - aquela com maior eficiência na replicação. Com isso, fica difícil explicar a vasta diversidade de moléculas que coexistem e interagem de forma coordenada nas células modernas.
Uma solução elegante para todas essas dificuldades – o esquema do hiperciclo – foi proposta pelo próprio Manfred Eigen em parceria com seu estudante de doutorado Peter Schuster. O hiperciclo é um esquema de reação cíclica, em que cada replicador auxilia a replicação do seguinte, até chegar ao último que, então, auxilia a replicação do primeiro, fechando assim um ciclo. Auxílio nesse caso significa catálise e, portanto, os elementos do hiperciclo deveriam ser simultaneamente replicadores e catalisadores (enzimas). Somente as ribozimas possuem essas características.
A possibilidade de coexistência entre ribozimas distintas no hiperciclo resolve o problema da limitação da informação, pois agora cada ribozima pode codificar uma parte apenas da informação total, a qual ficaria armazenada no hiperciclo como um todo. A informação contida em uma ribozima continua limitada pela fidelidade de replicação, mas se, por exemplo, três ribozimas distintas coexistirem num hiperciclo, a quantidade de informação é triplicada. Essa solução modular é adotada pela natureza ao dividir nosso genoma em 23 pares de diferentes cromossomos.
A idéia (ver desenho) é fechar um ciclo entre diferentes elementos, em que a ribozima a utiliza a b para otimizar sua replicação, enquanto b é auxiliado por c que, por sua vez, colabora com a. Mas os hiperciclos não estão livres de problemas. A crítica mais severa levantada pelos biólogos evolucionistas é a possibilidade ou, como afirmam, inevitabilidade, de surgirem mutantes parasitas em alguma etapa desse processo. Por exemplo, um mutante gerado pela ribozima b pode continuar a receber auxílio de a, mas, por um defeito qualquer, não ser capaz de catalisar a replicação de c.
Este mutante parasita, que não contribui em nada com c, destrói todo o hiperciclo e torna-se a única molécula sobrevivente. “A manutenção de um ciclo como este depende de uma ação altruísta (de filantropia, caridade) de cada membro”, destaca Fontanari.
Ele explica que essa teoria é perfeita, mas a possibilidade de surgirem parasitas faz com que o hiperciclo não seja a explicação mais robusta para a origem da vida. “É preciso existir essa cooperação, mas é necessário resolver o problema dos parasitas”, completa o físico.
Segundo o físico, “a solução pode ser alcançada de forma surpreendentemente simples através do confinamento dos hiperciclos em vesículas ou células: o parasita destrói o hiperciclo da vesícula em que se originou, mas não consegue infectar as outras vesículas”.
Quanto à origem da primeira molécula auto-replicadora, talvez a resposta esteja na auto-organização da matéria distante do equilíbrio termodinâmico, campo de pesquisa ainda pouco explorado, que pode levar a descobertas de novas leis da física. Por enquanto, comenta Fontanari, a única alternativa científica para seu surgimento parece ser a geração espontânea.
Para Aleksandr Oparin, bioquímico russo pioneiro no estudo científico da origem da vida, como lembrado por Fontanari em um artigo na Scientific American (edição 40, setembro de 2005), “muito, muito em breve as últimas barreiras que separam o vivo do não-vivo cederão frente ao trabalho paciente e poderoso do pensamento científico”.
Creio que com a explicação acima dada por cientistas a questão dos biopolímeros esteja clara.
Mas, de onde vieram as ribozimas?
R.Desde a experiência de Urey-Miller, passou-se a sintetizar em laboratório os componentes simples das moléculas complexas, submetendo-se misturas de gases simples a energias diversas.
Com isso pôde-se obter aminoácidos, ATP, Bases nitrogenadas de DNA e RNA.
Leslie Orgel do Salk Institute descobriu uma molécula semelhante ao RNA, com 50 nucleotídeos formada espontaneamente a partir de sais de chumbo, e compostos de carbono simples, na ausência de células ou compostos complexos.
Manfred Eigen do Gottigen Institute, com sua equipe criou moléculas de RNA que se auto replicaram na ausência de células vivas.
Ao reagir consigo mesmo por 5 vezes, o ácido cianídrico (componente produzido no espaço interestelar e, provavelmente mais um dos candidatos a atmosfera pré-biótica), resultou em adenina, que compõe o DNA, RNA e ATP.
Uma vez que no mundo pré-biotico não havia proteínas, as quais interagem com moéculas numa reação, servindo como catalisadores, estes devem ser procurados entre os que estavam presentes no planeta.
Assim, metais e argilas possuem atividade catalítica e facilitam a reunião de cadeias curtas como as do RNA a partir de nucleotídeos. Assim, é possível que o rRNA tenha se formado no mundo pré-biótico, o que resolve a síntese de proteínas, enzimas, RNA´s em geral e DNA.
Creio que tal explicação em termos científicos reduz as dúvidas quanto ao problema proteína/RNA/DNA.
CONCLUSÃO:
O autor da tirinha deveria se ater mais a leituras no campo da biologia antes de tentar colocar o que a ciência explica em xeque.
Esse papel de omitir informações pega muito mal. É a típica artimanha criacionista: pautar-se por textos obsoletos ou travestidos de científicos.
DNA não é feito de proteína mas as proteínas auxilíam em sua síntese. RNA precedeu o DNA na síntese protéica.
Assim, conforme decorre do texto, ao que parece as proteínas surgiram primeiro, em um mundo de RNA, para depois servirem de auxiliar na síntese de DNA e, assim, de novas proteínas.
A retórica criacionista é tipicamente faláciosa conforme seguem os exemplos abaixo:
MAIORES DETALHES SOBRE FALÁCIAS E SOFISMAS, VEJA AQUI
1- falácia non sectur
O termo non sequitur significa literalmente "não se segue que". Nesta seção descrevemos falácias que ocorrem como conseqüência da sua forma de argumento inválida. As seguintes falácias são non sequiturs:
Todo o argumento com a seguinte forma é inválido: Se A então B Ora, B Logo, A
Exemplos:
(i) Se jogamos bem ganhamos. Ora, ganhamos. Logo, jogamos bem. (De fato jogamos mal, mas o adversário jogou pior e o árbitro ajudou) (ii) Se estou em Campinas, estou em São Paulo. Ora, eu estou em São Paulo. Logo, estou em Campinas. (Claro ainda que as premissas sejam verdadeiras, eu posso estar em Santos ou em Presidente Prudente.) (iii) Se a fábrica estivesse poluindo o rio, então veríamos o número de peixes mortos aumentar. Há cada vez mais peixes a morrer. Logo, a fábrica está poluindo o rio.
Prova:
Mostre que, mesmo sendo as premissas verdadeiras, a conclusão pode ser falsa. Em geral basta mostrar que B pode ser conseqüência de outra coisa que não A. Por exemplo, a morte dos peixes pode ser provocada pela aplicação de pesticidas e não pela fábrica.
Referências:
Barker: 69, Cedarblom e Paulsen: 24, Copi e Cohen: 241
(i) Se fores atingido por um carro quando tiveres 6 anos, morres jovem. Mas não foste atingido por um carro aos 6 anos. Portanto, não vais morrer jovem. (Claro que ele poderia ser atingido por um comboio com a idade de 6 anos e, nesse caso, morria jovem) (ii) Se eu estou em Faro então estou no Algarve. Não estou em Faro. Logo, não estou no Algarve. (Mas pode estar em Olhão...)
Prova:
Mostre que a conclusão pode ser falsa mesmo que as as premissas sejam verdadeiras. Em particular, mostre que o consequente, B, pode ocorrer mesmo que A não ocorra.
Referências:
Barker: 69, Cedarblom e Paulsen: 26, Copi e Cohen: 241
O argumentador avança pelo menos duas proposições que não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo. Em tais casos as proposições podem ser contrárias ou contraditórias.
Exemplos:
(i) Montreal está a cerca de 200 km de Otava, enquanto Toronto está a 400 km de Otava. Toronto está mais perto de Otava do que Montreal. (ii) John é maior do que Jake, e Jake é maior do que Fred, enquanto Fred é maior do que John.
Prova:
Assuma que um dos enunciados é verdadeiro e use-o como uma premissa para mostrar que o outro enunciado é falso.
Referências:
Barker: 157
2- falácia do espantalho
Definição:
O argumentador, em vez de atacar o melhor argumento do seu opositor, ataca um argumento diferente, mais fraco e/ou tendenciosamente interpretado. Infelizmente é uma das "técnicas" de argumentação mais usadas...
Exemplos:
(i) As pessoas que querem legalizar o aborto, querem prevenção irresponsável da gravidez. Mas nós queremos uma sexualidade responsável. Logo, o aborto não deve ser legalizado (ii) Devemos manter o recrutamento obrigatório. As pessoas não querem o fazer o serviço militar porque não lhes convém. Mas devem reconhecer que há coisas mais importantes do que a conveniência.
Prova:
Mostre que o argumento oposto foi mal representado, mostrando que os opositores têm argumentos mais fortes. Descreva uma argumento mais forte.
Referências:
Cedarblom e Paulsen: 138
3- falsa analogia
Definição:
Numa analogia mostra-se, primeiro, que dois objectos, A e B, são simelhantes em algumas das suas propriedades, R, S, T. Conclui-se, depois, que como A tem a propriedade P, então B também deve ter a propriedade P. A analogia falha quando os dois objectos, A e B, diferem de tal modo que isso possa afetar o fato de ambos terem a propriedade P. Diz-se, neste caso, que a analogia esqueceu diferenças relevantes.
Exemplos:
(i) Os empregados são como pregos. Temos de martelar a cabeça dos pregos para estes desempenharem a sua função. O mesmo deve acontecer aos empregados. (ii) O Governo é como o negócio. Assim, como o negócio deve ser sensível, em primeiro lugar, ao balanço final, também o governo o deve ser. (Mas os objetivos do governo e dos negócios são completamente diferentes; assim provavelmente têm de encontrar critérios diferentes)
Prova:
Identifique os dois objectos ou eventos que estão a ser comparados e a propriedade que se diz que ambos possuem. Mostre que os dois objectos diferem de tal modo que a analogia se torna insuficiente.
Referências:
Barker: 192, Cedarblom e Paulsen: 257, Davis: 84
4- petição de princípio:
Definição:
A verdade da conclusão é assumida pelas premissas. Muitas vezes, a conclusão é apenas reafirmada nas premissas de uma forma ligeiramente diferente. Nos casos mais subtis, a premissa é conseqüência da conclusão.
Exemplos:
(i) Dado que não estou a mentir, segue-se que estou a dizer a verdade. (ii) Sabemos que Deus existe, porque a Bíblia o diz. E o que a Bíblia diz deve ser verdadeiro, dado que foi escrita por Deus e Deus não mente. (Neste caso teríamos de concordar primeiro que Deus existe para aceitarmos que ele escreveu a Bíblia.)
Prova:
Mostre que para acreditarmos nas premissas já teríamos de aceitar a conclusão.
Referências:
Barker: 159, Cedarblom e Paulsen: 144, Copi e Cohen: 102, Davis: 33
5- falso dilema
Definição:
É dado um limitado número de opções (na maioria dos casos apenas duas), quando de fato há mais. O falso dilema é um uso ilegítimo do operador "ou".
Pôr as questões ou opiniões em termos de "ou sim ou não" gera, com frequência (mas nem sempre), esta falácia.
Exemplos:
(i) Estás por mim ou contra mim. (ii) América: ama-a ou deixa-a. (iii) Ou suportas Meech Lake ou o Quebec separa-se. (iv) Uma pessoa ou é boa ou é má.
Prova:
Identifique as opções dadas e mostre (de preferência com um exemplo) que há pelo menos uma opção adicional.
Referências:
Cedarblom e Paulsen: 136
6- apelo à ignorância
Definição:
Os argumentos desta classe concluem que algo é verdadeiro por não se ter provado que é falso; ou conclui que algo é falso porque não se provou que é verdadeiro. (Isto é um caso especial do falso dilema, já que assume que todas as proposições têm de ser actualmente conhecidas como sendo verdadeiras ou falsas). Mas, como Davis escreve, "A falta de prova não é uma prova." (p. 59)
Exemplos:
(i) Já que você não pode provar que fantasmas não existem, eles existem sim. (ii) Já que os cientistas não podem provar que acontecerá o aquecimento global, ele provavelmente não ocorrerá. (iii) Fred disse que era mais esperto do que Jill, mas não o provou. Portanto, isso deve ser falso.
Prova:
Identifique a proposição em questão. Argumente que ela pode ser verdadeira (ou falsa) mesmo que, por enquanto, não o saibamos.
Referências:
Copi e Cohen: 93, Davis: 59
7- estilo sem substância
Definição:
Pretende-se que o modo como o argumento ou o argumentador se apresentam contribui para a verdade da conclusão.
Exemplos:
(i) Nixon perdeu o debate presidencial porque tinha suor na testa. (ii) Trudeau sabe como dirigir as massas. Ele deve estar certo. (iii) Porque não aceitas o conselho daquele jovem elegante e bem parecido?
Prova:
É um fato que o modo como o argumento é apresentado, influencia a crença das pessoas na verdade da conclusão. Mas a verdade da conclusão não depende do modo como o argumento é apresentado. Para mostrar que esta falácia está a ser cometida, mostre que, neste caso, o estilo não afecta a verdade ou a falsidade da conclusão.
Referências:
Davis: 61
8- indução preguiçosa
Definição:
A conclusão apropriada de um argumento indutivo é negada apesar dos dados.
Exemplos:
(i) Hugo teve doze acidentes nos últimos 6 meses. No entanto, ele continua a dizer que se trata de coincidência e não de culpa sua. (Indutivamente, as provas apontam irresistivelmente para a culpa de Hugo. Este exemplo foi retirado de Barker, p. 189) (ii) Sondagens e mais sondagens mostram que o N.D.P. ganhará menos de 10 lugares no Parlamento. Apesar disso o líder do Partido insiste em que o Partido está a fazer melhor do que as sondagens sugerem. (De fato o N.D.P. só obteve 9 lugares)
Prova:
Acima de tudo pode insistir na força da inferência.
Referências:
Barker: 189
9- correlação de coincidência
Definição:
A conclusão apropriada de um argumento indutivo é negada apesar dos dados.
Exemplos:
(i) Hugo teve doze acidentes nos últimos 6 meses. No entanto, ele continua a dizer que se trata de coincidência e não de culpa sua. (Indutivamente, as provas apontam irresistivelmente para a culpa de Hugo. Este exemplo foi retirado de Barker, p. 189) (ii) Sondagens e mais sondagens mostram que o N.D.P. ganhará menos de 10 lugares no Parlamento. Apesar disso o líder do Partido insiste em que o Partido está a fazer melhor do que as sondagens sugerem. (De fato o N.D.P. só obteve 9 lugares)
Prova:
Acima de tudo pode insistir na força da inferência.
Referências:
Barker: 189
9- Definição circular
A definição inclui o termo definido como parte da definição. Uma definição circular é um caso especial da falta de clareza.
Exemplos:
Um animal é humano se e só se tem pais humanos. (Pretende-se definir "humano". Mas para encontrarmos um ser humano temos de encontrar pais humanos. Para encontrarmos pais humanos temos já de saber o que o que é um ser humano.)
Um livro é pornográfico se e só se contiver pornografia. (Teríamos já de saber o que é a pornografia para dizer se um livro é ou não pornográfico.)
Prova: Identifique o termo que está a ser definido. Identifique as condições da definição. Mostre que pelo menos um termo usado nas condições é o mesmo que o termo que está a ser definido.
10- Egocentrismo ideológico
Essa provavelmente não será achada em manuais de lógica. Nada mais é do que um primo do raciocínio circular. Trata-se da incapacidade ou recusa sistemática em se pôr de um ponto neutro para analisar alguma coisa. O cerne do problema, aqui, é mais a atitude do debatedor do que propriamente sua lógica. Mais uma vez, recorramos a exemplos reais e muito comuns:
“Como eu sei que a Bíblia contém toda a Palavra de Deus, perfeita e eterna? Ora, porque, conforme vemos em Segunda Timóteo 3:16...”
O erro é recorrer àquílo que está sendo questionado.
Apelar ao fato sob questionamento, que só é reconhecido por uma das partes é sempre desaconselhável quando a finalidade é a persuasão.
Em matérias científicas, por exemplo, o currículo de alguém pode dar uma boa idéia de sua capacidade para opinar sobre um assunto. Em religião tal não se aplica da mesma forma. Por isso, é sempre bom recorrer a outros argumentos. Impor o fato sob questionamento simplesmente não é correto.
Caso examinemos a fundo toda a argumentação criacionista, ela se insere em um destes tipos de falácias.
Há também sofismas como:
1- Contrariedade camuflada
Consiste na conjunção de proposições em que a aceitação de uma implica na negação da outra, sem que isto seja visível de imediato.
2- De possibilidades
São proposições que se referem a fatos objetivos. Elas podem declarar o impossível e o possível. O possível pode ser improvável, provável e certo. Os sofismas de possibilidade confundem essas noções.
3- De implicação
Consiste basicamente em dizer que X implica Y, quando na verdade isto não ocorre.
4- Transferência de credibilidade
Uma proposição é considerada boa porque vem de uma boa fonte ou má se vem de fonte ruim.
5- Falta de prova em contrário
A proposição é considerada verdadeira se não houver prova de sua falsidade e vice-versa.
Desse modo, recomenda-se ao leitor de textos criacionistas que se atenha as armadilhas retóricas destes, facilmente detectáveis quando conhecemos o assunto tratado, mas de difícil detecção para a maioria das pessoas.
Portanto, realmente as coisas não são como nos ensinam e nem como querem que nos as compreendamos. Elas são bem mais profundas e requerem muito estudo e aprendizado e.... menos dogmatismo religioso.
Em matéria publicada no Estadão, a respeito do poder cerebral com as sinápses, mais uma vez o desserviço criacionista, com sua má retórica atacam. Desta vez disseram o que os cientistas jamais disseram vejamos: aqui
Convém que primeiro leiamos a reportagem:
Poder do cérebro pode vir da complexidade das sinapses
Ao contrário do que se acreditava, não é apenas o maior número de neurônios que faz cérebros mais evoluídos
The New York Times
NOVA YORK - A receita da evolução para fazer um cérebro mais complexo parece simples demais há muito tempo. Apenas aumente o número de células nervosas, ou neurônios, e as conexões entre eles. O cérebro humano, por exemplo, tem três vezes o volume do cérebro de um chimpanzé.
Uma nova dimensão da complexidade evolutiva emergiu, agora, de um estudo de cruzamento de espécies liderado por Seth Grant do Instituto Sanger no Reino Unido.
Grant olhou para a conexão entre neurônios, conhecida como sinapse, que até agora acreditou-se ser uma função padrão dessas células.
Porém, na verdade, as sinapses se tornam consideravelmente mais complexas a cada grau evolutivo, reportaram Grant e seus colegas no domingo, 8, na Nature Neuroscience. Em vermes e moscas, as sinapses atuam como mediadoras de formas simples de aprendizado, enquanto em animais maiores elas são construídas de um arranjo muito mais rico de componentes protéicos e conduzem aprendizado complexo e reconhecimento de padrões, disse Grant.
O achado pode abrir uma nova janela no conhecimento sobre como o cérebro opera. "Uma das maiores questões na neurociência é responder quais são os princípios de design pelos quais o cérebro humano é construído, e esse é um desses princípios", afirmou Grant.
Se as sinapses são pensadas como os chips de um computador, então o poder do cérebro tem sua forma dada pela sofisticação de cada chip, assim como o número deles. "Da perspectiva evolucionária, os grandes cérebros dos vertebrados não só têm mais sinapses e neurônios, mas cada uma dessas sinapses é mais poderosa - vertebrados têm grandes 'internets', com grandes computadores, e invertebrados têm pequenas 'internets' com pequenos computadores", disse Grant.
Ele incluiu células de levedura em sua pesquisa e descobriu que elas contêm muitas proteínas equivalentes às presentes nas sinapses humanas, mesmo sendo um micróbio unicelular sem sistema nervoso. As proteínas da levedura, usada para percepção de mudanças no ambiente, sugerem que a origem do sistema nervoso, ou pelo menos das sinapses, começou dessa maneira.
As capacidades do cérebro humano podem não depender tanto de sua rede de neurônios, mas dos cálculos complexos que suas sinapses realizam, disse Grant. Sinapses nos vertebrados têm cerca de mil proteínas diferentes, organizadas em 13 máquinas moleculares, uma das quais é construída de 183 proteínas diferentes.
Essas sinapses não são iguais em todo o cérebro, descobriu o grupo de Grant; cada região usa combinações diferentes das mil proteínas para fabricar suas sinapses personalizadas.
Cada ligação entre neurônios pode, presumivelmente, fazer cálculos sofisticados baseando-se em mensagens que chegam de outros neurônios. O cérebro humano tem 100 bilhões de neurônios, conectados em 100 trilhões de sinapses.
Os caminhos de diversas desordens mentais vêm de defeitos nas proteínas sinápticas, mais de 50 das quais já foram ligadas a doenças como esquizofrenia, disse Grant.
Edward Ziff, um especialista em sinapses da Universidade de Nova York, disse que o trabalho de Grant foi o primeiro em que sinapses foram analisadas pela comparação entre espécies. "Eu diria que esse trabalho é único." "Grant foi um pioneiro em fazer esse tipo de análise e merece muito crédito por isso, embora uma considerável quantidade de adivinhações tenha sido envolvida."
Agora vejamos a reportagem em sua forma mal compreendida e deturpada (comentários deturpadores em vermelho):
Apesar de a matéria do Estadãocomeçar assim: “A receita da evolução para fazer um cérebro mais complexo parece simples demais há muito tempo. Apenas aumente o número de células nervosas, ou neurônios, e as conexões entre eles. O cérebro humano, por exemplo, tem três vezes o volume do cérebro de um chimpanzé”, o texto deixa claro que os pesquisadores, por mais que se esforcem com malabarismo lingüísticos, não conseguem escapar da conclusão de que a complexidade do cérebro aponta para um design (e tudo mundo sabe que design pressupõe um designer).
É obvio que tudo na natureza possui um design a fim de que o ser se adapte ao mundo em que vive.
Realmente existe um designer iteligente e o tal designer se denomina evolução das espécies. e não deus bíblico ou qualquer outra divindade. Assim, não ha malabarismo algum utilizado pela linguagem do jornal exceto pelo comentarista.
A matéria prossegue:
“Uma nova dimensão da complexidade evolutiva emergiu, agora, de um estudo de cruzamento de espécies liderado por Seth Grant do Instituto Sanger no Reino Unido. Grant olhou para a conexão entre neurônios, conhecida como sinapse, que até agora acreditou-se ser uma função padrão dessas células. Porém, na verdade, as sinapses se tornam consideravelmente mais complexas a cada grau evolutivo, reportaram Grant e seus colegas (...) na Nature Neuroscience. Em vermes e moscas, as sinapses atuam como mediadoras de formas simples de aprendizado, enquanto em animais maiores elas são construídas de um arranjo muito mais rico de componentes protéicos e conduzem aprendizado complexo e reconhecimento de padrões, disse Grant.
Até aqui sem novidades.
“O achado pode abrir uma nova janela no conhecimento sobre como o cérebro opera. ‘Uma das maiores questões na neurociência é responder quais são os princípios de design pelos quais o cérebro humano é construído[note as palavras usadas aqui num texto que começa com ‘receita da evolução’], e esse é um desses princípios’, afirmou Grant.
Exatamente, o que a pesquisa quer saber é como cérebro humano é construído, ou seja , é realmente entender o seu design, projetado pela evolução das espécies, bem como suas funções.
“Se as sinapses são pensadas como os chips de um computador, então o poder do cérebro tem sua forma dada pela sofisticação de cada chip, assim como o número deles. ‘Da perspectiva evolucionária, os grandes cérebros dos vertebrados não só têm mais sinapses e neurônios, mas cada uma dessas sinapses é mais poderosa - vertebrados têm grandes ‘internets’, com grandes computadores, e invertebrados têm pequenas ‘internets’ com pequenos computadores’, disse Grant.
[Pequenos ou grandes, internet e computadores sugerem planejamento inteligente, não é mesmo? Por que o cérebro, tremendamente mais complexo, não?] (...)
Aqui já começa a falácia da falsa analogia...
Grant apenas exemplifica como funciona um cérebro, com base no modelo de rede. Mas dai, extrapolar para um criador inteligente, comparando o cérebro a uma máquina comum, isso é demais.
Uma máquina requer o planejamento inteligente, em princípio de seres humanos. Todavia, comparar-se órgãos de um corpo com máquinas é uma estupidez desmedida. Estes se constróem com base no DNA das espécies, selecionados por milões de anos. Aquelas com base em projetos e peças que requerem projetos e maquinário especializado.
Se houvesse tanto planejamento inteligente assim, por que determinados animais, bem como seres humanos nascem com deficiências cerebrais e em outros órgãos?
Então seria o projetista um projetista incompetente e não inteligente, pois seu "controle de qualidade" deixa determinadas falhas passarem, o que é péssimo para o produto.
"Cada ligação entre neurônios pode, presumivelmente, fazer cálculos sofisticados baseando-se em mensagens que chegam de outros neurônios. O cérebro humano tem 100 bilhões de neurônios, conectados em 100 trilhões de sinapses. Os caminhos de diversas desordens mentais vêm de defeitos nas proteínas sinápticas, mais de 50 das quais já foram ligadas a doenças como esquizofrenia, disse Grant." [Se defeitos em algumas proteínas sinápticas já causam desordens, como entender a evolução gradual desse conjunto integrado?] (...)
Defeitos em proteínas não tem como causa o órgão em si, mas o DNA do ser. Ao apresentar a construção sináptica de uma mosca ou de outras espécies, temos um nítido panorama de como a estrutura cerebral evoluiu.
De modo a se entender a evolução gradual de um sistema nervoso, basta dar um pulinho à sala de aulas de biologia do colégio e prestar atenção nas aulas de fisiologia animal - sistema nervoso.
Ou então ir para a universidade e se especializar em sistema nervoso.
Vejamos a evolução de um sistema nervoso nos filos que existem hoje:
Em protozoários, há mecanismos de regulação e adaptação ao meio por processos químicos.
Quanto aos poríferos, há sistemas de regulação para o fluxo de água. Estas espécies não possuem um sistema nervoso, apenas mecanismos regulatórios.
Os celenterados apresentam um sistema nervoso difuso, representado por uma rede de células nervosas sub-epidermais ligadas a células sensoriais (células fotorreceptoras e estatólitos - equilíbrio) formando os ropálios (órgãos sensoriais).
Os Platyhelminthes (vermes achatados) possuem um sistema nervoso formado por dois gânglios cerebrais e dois nervos longitudinais ventrais, sendo que os gânglios e os nervos são ligados transversalmente por comissuras. As planárias apresentam dois ocelos na cabeça (olhos simples) além de dois órgaos auriculares quimiorreceptores também na cabeça.
Os Platyhelminthes já possuem cefalização e centros nervosos coordenadores.
Os Aschelminthes possuem um sistema nervoso simples, sendo o seu esôfago circundado por um anel nervoso. Deste anel saem dois nervos principais longitudinais, sendo um dorsal e um ventral. Não possuem gânglios.
Os Anelídeos possuem sistema nervoso ganglionar (dois gânglios cerebrais e um gânglio sub-faríngeo). Estes gânglios se ligam por meio de um anel nervoso na faringe, sendo que do gânglio sub-faríngeo sai um longo cordão nervoso ventral.
As minhocas possuem células táteis foto e quimiorreceptoras, dispersas no epitélio (especialmente nos primeiros segmentos). Quanto aos poliquetos, há olhos bem diferenciados.
Para os Artropodes (insetos, aracnídeos, crustáceos e miriápodos), o sistema nervoso é representado por vários gânglios concrescidos na cabeça, formando uma massa cerebral.
Há a cadeia ganglionar ventral (gânglios sub-esofageanos) e uma rede nervosa periférica bem desenvolvida.
Seus órgãos dos sentidos são especializados (olhos simples ou compostos, órgãos auditivos, tácteis e olfativos nas antenas).
Nos moluscos, há um sistema nervoso ganglionar por pares (cerebrais, pedais, pleurais e viscerais).
Os órgãos sensoriais são olhos (bem desenvolvidos em cefalópodos, tendo íris e cristalino), estatócitos (equilíbrio) e osfrádios (quimiorreceptores).
Os equinodermos possuem um nervo anelar ao redor da região bucal, de onde partem os nervos radiais. Possuem células tácteis e olfativas em toda a superfície do corpo, sendo que as estrelas possuem células fotorreceptoras nas extremidades dos braços.
Os Cordados tem seu sistema nervoso formado a partir da ectoderme, na linha mediana dorsal, surgindo como um tubo nervoso longitudinal.
Em cordados inferiores, o sistema nervoso é formado por um gânglio ou um tubo neural, tal como os protocordados.Estes nao possuem notocorda típica (bastonete situado na linha mediana dorsal, que nos cordados superiores é substituída pela espinha dorsal).
Para os Hemicordados, o sistema nervoso possui dois nervos longitudinais(um dorsal e um ventral), unidos por um nervo circular na região anterior. Não há olhos ou órgãos sensoriais especializados.
Quanto aos Tunicados (urocordados), o sistema nervoso se compõe de apenas um gãnglio na região da faringe, sendo que na fase larval há um tubo neural. Não possuem órgãos sensoriais especializados, mas apenas mecano e quimiorreceptores.
Os Cefalocordados têm como sistema nervoso um longo tubo com uma pequena dilatação anterior (vesícula cerebral). Não há órgãos sensoriais especializados, sendo que há em sua região bucal células sensoriais e também há uma fosseta olfativa conectada à vesícula cerebral.
Os Vertebrados possuem um sistema nervoso central, representado por encéfalo e pela medula raquidiana, com dez ou doze pares de nervos cranianos.
Nos Cyclostomados o sistema nervoso é formado por encéfalo com as cinco vesículas presentes nos vertebrados, sendo que há dez pares de nervos cranianos. Seus órgãos sensoriais são: olhos, épitélio olfativo, ouvido interno, e linha lateral para a percepção de correntes e pressão da água.
Os peixes possuem encéfalo com telencéfalo e cerebelo, com dez pares de nervos cranianos. Os olhos são desenvolvidos e o cristalino é esférico. Possuem ouvido interno, olfato desenvolvido e linha lateral no corpo. A cabeça possui as ampolas de Lorenzini (órgãos termorreceptores).
Para os anfíbios, o encéfalo é pequeno, com dez pares de nervos cranianos. Seus olhos são desenvolvidos (adaptados à visão de objetos em movimento). Possuem ouvido interno e médio.Possuem épitélio olfativo nas fossas nasais.
Os répteis possuem telencéfalo desenvolvido com doze pares de nervos cranianos.Há olhos, epitélio olfativo nas fossas nasais, ouvido intern, médio e um curto conduto auditivo externo. nas cobras e lagartos há os órgãos de Jacobson (divertículos que se abrem no fundo da cavidade bucal, cuja função é olfativa).
Quanto às aves, o telencéfalo e o cerebelo são bem desenvolvidos e cobrem as demais vesículas, sendo que há doze pares de nervos cranianos.Quanto aos olhos, há a visão de cores, há ouvido interno médio e externo, porém não possuem órgãos gustativos em sua língua.
Os mamíferos possuem encéfalo bem desenvolvido, tendo maior volume o telencéfalo, com dois hemisférios subdivididos em lobos. Há grande superfície de cortex com muitos neurônios (mamíferos girencéfalos - mais evoluídos). Para os lisencéfalos (mais primitivos), o córtex cerebral é liso, sendo menor o número de neurônios.
O cerebelo é bem desenvolvido e apresentam doze pares de nervos cranianos. Possuem olhos com visão de cores, ouvido interno, médio e externo, com pavilhão auditivo (orelha) e possuem, epitélio gustativo e olfativo bem desenvolvido. Sobre a superfície do corpo possuem grsnde número de estruturas sensoriais.
A partir desta breve exposição dos filos hoje existentes, é possível se verificar a gradual evolução do sistema nervoso. À medida que o meio exigiu das espécies, estas tiveram de responder sob o risco de se extinguirem, como aconteceu com muitas desde que a vida surgiu em nosso planeta.
Dessa forma, o nosso designer inteligente ( a evolução das espécies) atuou de forma a moldar seja o siestema nervoso, seja qualquer outro sistema a fim de fazer com que a vida continuasse a existir.
Não há saltos bruscos como afirmam os criacionistas. É nítida a evolução gradual de qualquer órgão ou sistema existente em um organismo.
Infelizmente muitas espécies desapareceram. Certamente a fauna cambriana e a edicarana responderiam muitas de nossas questões acerca da evolução dos órgãos e sistemas que hoje se fazem presentes nas espécies que conhecemos.
CONCLUSÃO:
Mais uma vez, surgem armadilhas retóricas contra o leitor leigo de modo a influenciá-lo a ter uma má interpretação do que dizem os cientistas, bem como no que se refere á evolução das espécies, seus órgãos e sistemas.
Adotar o DI em detrimento da teoria evolutiva é levar a discussão para fora do âmbito científico e relacioná-la a toda uma questão teológica cristã, pois o tal projetista incompetente, digo ... inteligente, seria o Deus bíblico, uma vez que o movimento tem o patrocínio dos protestantes fundamentalistas.
Essa postura apresentada pelos meios religiosos, além de desonesta é ridícula, pois coloca palavras onde nada foi dito, deturpa os estudos científicos de modo a respaldar suas crenças e informa mal os leigos.
A postura adotada assim se segue:
"Eis a bíblia... agora adaptemos os fatos ao que ela diz e aquilo que não der certo simplesmente despreze."