NOTA ACERCA DA PÉROLA 2:
Nota: Hoyle preferia um universo sem começo nem fim, que se estende infinitamente para o passado e para o futuro. Mas, se o Universo fosse eterno para o passado, como explicar o fato de que estamos aqui, neste momento? Imagine peças de dominó empilhadas numa fileira, uma após a outra. Você conhece a brincadeira. Agora imagine que uma das pontas da fileira se estendesse ao infinito. Derrubando-se a primeira peça (seja lá onde ela estivesse, já que estaria no infinito), algum dia seria possível que as peças do presente fossem derrubadas pelo efeito dominó? Isso nunca aconteceria, pois infinito não tem começo. Da mesma forma, se nosso universo fosse infinito, não estaríamos aqui contando o tempo.
Este universo em que vivemos teve um início. Com este início o tempo passou a fazer sentido assim como o espaço, uma vez que ambos se inflaram com o início do universo.
Isso já está demonstrado. É a radiação cósmica de fundo. A confirmação veio acidentalmente por meio de um problema enfrentado por Arno Penzias e Robert Wilson.
Este problema ocorreu quando ambos construíram um radiômetro Dicke, que pretendiam utilizar para experiências de radioastronomia e comunicação via satélite.
O instrumento deles tinha um ruído térmico excessivo de 3,5 K que eles não podiam explicar.
Após diversos testes Penzias se deu finalmente conta que aquele ruído nada mais era do que a radiação prevista por Gamov, Alpher e Herman e mais tarde por Dicke.
A teoria do Big Bang sugere que a radiação cósmica de fundo preenche todo o espaço observável, e que a maior parte da energia do universo está na radiação cósmica de fundo em micro-ondas, que constitui uma fração de aproximadamente 5×10^-5 da densidade total do universo.
As maiores confirmações da teoria do Big Bang são suas predições acerca do seu espectro de corpo negro praticamente perfeito e de sua detalhada predição das anisotropias na radiação cósmica de fundo em micro-ondas.
A recente sonda Wilkinson Microwave Anisotropy Probe (WMAP) mediu com precisão essas anisotropias através de todo o céu até escalas angulares de 0,2 graus.
Elas podem ser utilizadas para estimar os parâmetros do modelo padrão Lambda-CDM (modelo conhecido mais simples que está em acordo com todas as observações da teoria do Big-Bang - sobre supernovas, radiação de fundo de microondas, estrutura em grande escala do universo e aceleração da expansão do universo) do Big Bang.
Algumas informações, como a forma do universo, podem ser obtidas diretamente da radiação cósmica de fundo, enquanto outras, como a constante de Hubble (o afastamento das galáxias por efeito Doppler, hoje se sabe que é o espaço que cresce e o efeito Doppler é apenas uma aproximação), não são óbvias e precisam ser inferidas de outras medidas.
Assim, o questionamento acima, acerca de um universo infinitamente antigo, não faz o menor sentido. Nada mais é que um "jogo retórico".
O artigo em questão (aqui) não fala do universo infinito no tempo de sua origem. Mas de um multiverso infinito.
veja:
"Por exemplo, uma ideia é que o universo é cíclico, com big bangs seguidos de “big crunches” (crises) seguido de big bangs em um ciclo infinito.
Outra é a noção de inflação eterna, em que as diferentes partes do universo se expandem e contraem em taxas diferentes. Estas regiões podem ser pensadas como universos diferentes em um multiverso gigante.
Assim, embora pareça que vivemos em um cosmos que se expande, outros universos podem ser muito diferentes. E enquanto o nosso universo pode parecer que tem um começo, o multiverso não precisa ter um começo."
O muitiverso não conta o tempo, uma vez que tempo somente passa a fazer sentido com o surgimento de um universo, que, de acordo com a teoria-M se dá pelo choque entre duas P-branas e tal choque confina a energia gerada neste choque em uma D-brana.
Mithani e Vilenkin concluíram o que os teístas têm dito desde sempre: o Universo foi criado em algum tempo passado. Por que criado? Simples: tudo o que teve um começo tem que ter uma causa (conhece algo que teve um começo e passou a existir do nada?). Se o Universo teve um começo (e tudo indica que teve), qual foi a causa dele? Você percebe por que a imaginação naturalista simpatiza com a hipótese metafísica dos multiversos? Eles precisam dela para fugir do óbvio e impedir que Deus coloque o pé na porta, abrindo uma fresta para o transcendente que eles negam a priori.[MB]
No artigo, são aprsentadas as seguintes ideias de universo:
1 - Um universo de estado estacionário, sem começo nem fim, que se estende infinitamente para o passado e para o futuro, proposto por Hoyle.
2 - O universo é cíclico, com big bangs seguidos de “big crunches” (crises) seguido de big bangs em um ciclo infinito.
3 - A noção de inflação eterna, em que as diferentes partes do universo se expandem e contraem em taxas diferentes. Estas regiões podem ser pensadas como universos diferentes em um multiverso gigante.
4 - A ideia de um universo emergente que existe como uma espécie de semente para a eternidade e, de repente, se expande.
O que os autores concluem é o seguinte:
"Audrey Mithani e Alexander Vilenkin, da Universidade Tufts em Massachusetts, EUA, dizem que todos os modelos propostos são matematicamente incompatíveis com um passado eterno.
A análise dos pesquisadores sugere que estes três ultomos modelos do universo devem ter tido um começo.
Mithani e Vilenkin lembram que este tipo de trajetória do passado não pode ser infinita se for parte de um universo que se expande de uma maneira específica.
Universos cíclicos e universos de inflação eterna se expandem dessa forma específica. Então, esses tipos de universo não podem ser eternos no passado, e devem, portanto, ter tido um começo.
“Embora a expansão possa ser eterna no futuro, não pode ser estendida indefinidamente para o passado”, dizem eles.
Esses modelos podem parecer estáveis do ponto de vista clássico, mas são instáveis do ponto de vista da mecânica quântica. A conclusão é inevitável. “Nenhum desses cenários pode realmente ser eterno no passado”, diz Mithani e Vilenkin.
Como a evidência observacional é que o nosso universo está se expandindo, então ele também deve ter nascido em algum ponto no passado. Não adianta fugir dele… Voltamos para o Big Bang."
Bem, onde os autores falaram de "argumento da causa primeira" no artigo?
Onde eles falam que o universo "foi criado"?
Mas que mania de enfiar palavras na boca dos outros! De dizer o que os outros não disseram!! Isso é FALSO TESTEMUNHO!!!
Como já foi exaustivamente abordado no terceiro post desta série (aqui) a teoria dos multiversos não se trata de uma fantasia tresloucada de mentes que querem ver os deuses pelas costas. Ela surge da física quântica e da teoria-M.
Também, não fere a navalha de Occam, como expõe Max Tegmark:
"Parallel universes. Not just a staple of science fiction, other universes are a direct implication of cosmological observations"
"Parallel universes."
The structure of the multiverse - David Deutsch
Does the multiverse really exists? Geoge Ellis
Pelo fato de desconhecermos algo, isso não implica em que deus possa ser assumido como a resposta para a questão.
Nota: Hoyle preferia um universo sem começo nem fim, que se estende infinitamente para o passado e para o futuro. Mas, se o Universo fosse eterno para o passado, como explicar o fato de que estamos aqui, neste momento? Imagine peças de dominó empilhadas numa fileira, uma após a outra. Você conhece a brincadeira. Agora imagine que uma das pontas da fileira se estendesse ao infinito. Derrubando-se a primeira peça (seja lá onde ela estivesse, já que estaria no infinito), algum dia seria possível que as peças do presente fossem derrubadas pelo efeito dominó? Isso nunca aconteceria, pois infinito não tem começo. Da mesma forma, se nosso universo fosse infinito, não estaríamos aqui contando o tempo.
Este universo em que vivemos teve um início. Com este início o tempo passou a fazer sentido assim como o espaço, uma vez que ambos se inflaram com o início do universo.
Isso já está demonstrado. É a radiação cósmica de fundo. A confirmação veio acidentalmente por meio de um problema enfrentado por Arno Penzias e Robert Wilson.
Este problema ocorreu quando ambos construíram um radiômetro Dicke, que pretendiam utilizar para experiências de radioastronomia e comunicação via satélite.
O instrumento deles tinha um ruído térmico excessivo de 3,5 K que eles não podiam explicar.
Após diversos testes Penzias se deu finalmente conta que aquele ruído nada mais era do que a radiação prevista por Gamov, Alpher e Herman e mais tarde por Dicke.
A teoria do Big Bang sugere que a radiação cósmica de fundo preenche todo o espaço observável, e que a maior parte da energia do universo está na radiação cósmica de fundo em micro-ondas, que constitui uma fração de aproximadamente 5×10^-5 da densidade total do universo.
As maiores confirmações da teoria do Big Bang são suas predições acerca do seu espectro de corpo negro praticamente perfeito e de sua detalhada predição das anisotropias na radiação cósmica de fundo em micro-ondas.
A recente sonda Wilkinson Microwave Anisotropy Probe (WMAP) mediu com precisão essas anisotropias através de todo o céu até escalas angulares de 0,2 graus.
Elas podem ser utilizadas para estimar os parâmetros do modelo padrão Lambda-CDM (modelo conhecido mais simples que está em acordo com todas as observações da teoria do Big-Bang - sobre supernovas, radiação de fundo de microondas, estrutura em grande escala do universo e aceleração da expansão do universo) do Big Bang.
Algumas informações, como a forma do universo, podem ser obtidas diretamente da radiação cósmica de fundo, enquanto outras, como a constante de Hubble (o afastamento das galáxias por efeito Doppler, hoje se sabe que é o espaço que cresce e o efeito Doppler é apenas uma aproximação), não são óbvias e precisam ser inferidas de outras medidas.
Assim, o questionamento acima, acerca de um universo infinitamente antigo, não faz o menor sentido. Nada mais é que um "jogo retórico".
O artigo em questão (aqui) não fala do universo infinito no tempo de sua origem. Mas de um multiverso infinito.
veja:
"Por exemplo, uma ideia é que o universo é cíclico, com big bangs seguidos de “big crunches” (crises) seguido de big bangs em um ciclo infinito.
Outra é a noção de inflação eterna, em que as diferentes partes do universo se expandem e contraem em taxas diferentes. Estas regiões podem ser pensadas como universos diferentes em um multiverso gigante.
Assim, embora pareça que vivemos em um cosmos que se expande, outros universos podem ser muito diferentes. E enquanto o nosso universo pode parecer que tem um começo, o multiverso não precisa ter um começo."
O muitiverso não conta o tempo, uma vez que tempo somente passa a fazer sentido com o surgimento de um universo, que, de acordo com a teoria-M se dá pelo choque entre duas P-branas e tal choque confina a energia gerada neste choque em uma D-brana.
Mithani e Vilenkin concluíram o que os teístas têm dito desde sempre: o Universo foi criado em algum tempo passado. Por que criado? Simples: tudo o que teve um começo tem que ter uma causa (conhece algo que teve um começo e passou a existir do nada?). Se o Universo teve um começo (e tudo indica que teve), qual foi a causa dele? Você percebe por que a imaginação naturalista simpatiza com a hipótese metafísica dos multiversos? Eles precisam dela para fugir do óbvio e impedir que Deus coloque o pé na porta, abrindo uma fresta para o transcendente que eles negam a priori.[MB]
No artigo, são aprsentadas as seguintes ideias de universo:
1 - Um universo de estado estacionário, sem começo nem fim, que se estende infinitamente para o passado e para o futuro, proposto por Hoyle.
2 - O universo é cíclico, com big bangs seguidos de “big crunches” (crises) seguido de big bangs em um ciclo infinito.
3 - A noção de inflação eterna, em que as diferentes partes do universo se expandem e contraem em taxas diferentes. Estas regiões podem ser pensadas como universos diferentes em um multiverso gigante.
4 - A ideia de um universo emergente que existe como uma espécie de semente para a eternidade e, de repente, se expande.
O que os autores concluem é o seguinte:
"Audrey Mithani e Alexander Vilenkin, da Universidade Tufts em Massachusetts, EUA, dizem que todos os modelos propostos são matematicamente incompatíveis com um passado eterno.
A análise dos pesquisadores sugere que estes três ultomos modelos do universo devem ter tido um começo.
Mithani e Vilenkin lembram que este tipo de trajetória do passado não pode ser infinita se for parte de um universo que se expande de uma maneira específica.
Universos cíclicos e universos de inflação eterna se expandem dessa forma específica. Então, esses tipos de universo não podem ser eternos no passado, e devem, portanto, ter tido um começo.
“Embora a expansão possa ser eterna no futuro, não pode ser estendida indefinidamente para o passado”, dizem eles.
Esses modelos podem parecer estáveis do ponto de vista clássico, mas são instáveis do ponto de vista da mecânica quântica. A conclusão é inevitável. “Nenhum desses cenários pode realmente ser eterno no passado”, diz Mithani e Vilenkin.
Como a evidência observacional é que o nosso universo está se expandindo, então ele também deve ter nascido em algum ponto no passado. Não adianta fugir dele… Voltamos para o Big Bang."
Bem, onde os autores falaram de "argumento da causa primeira" no artigo?
Onde eles falam que o universo "foi criado"?
Mas que mania de enfiar palavras na boca dos outros! De dizer o que os outros não disseram!! Isso é FALSO TESTEMUNHO!!!
Como já foi exaustivamente abordado no terceiro post desta série (aqui) a teoria dos multiversos não se trata de uma fantasia tresloucada de mentes que querem ver os deuses pelas costas. Ela surge da física quântica e da teoria-M.
Também, não fere a navalha de Occam, como expõe Max Tegmark:
"A complexidade aumenta quando
nós restringimos a atenção a um elemento particular num conjunto. Perde-se assim a simetria e simplicidade que eram inerentes a totalidade de todos os elementos juntos.
Neste sentido, os multiversos
de nível mais elevado são mais simples.
Indo de nosso universo para o
multiverso de nível I elimina-se a necessidade de especificar as condições
iniciais.
A atualização para o Nível II
elimina a necessidade de especificar constantes físicas, e o indo-se para o
multiverso de Nível IV elimina a necessidade de especificar qualquer coisa.
Uma característica comum a
todos os quatro níveis multiverso é que a teoria mais simples e provavelmente a
mais elegante, sendo que envolve universos paralelos por padrão.
Para negar a existência desses
universos, é preciso complicar a teoria, adicionando-se processos experimentalmente
insustentáveis e postulados ad hoc: espaço finito, colapso da função de onda e ontológica
assimetria.
Nosso julgamento, portanto, se
resume a que encontramos mais desperdício e falta de elegância: muitos mundos ou
muitas palavras.
Talvez vamos, gradualmente, nos
acostumar com as formas esquisitas de nosso cosmos e encontrar a sua estranheza
por fazermos parte do seu encanto."
LER:
"Parallel universes. Not just a staple of science fiction, other universes are a direct implication of cosmological observations"
"Parallel universes."
The structure of the multiverse - David Deutsch
Does the multiverse really exists? Geoge Ellis
Mesmo a hipótese de um designer ou de
deuses feriria a navalha de Occam, pois empurrar o problema para uma entidade
metafísica além da qual noós não podemos ir, acaba por não explicar nada.
Ao se criar esta entidade,
primeiro teremos de explicá-la em todas as suas propriedades e características
exóticas. Entendidas estas propriedades, poderemos começar a explicar nosso
problema.
Ou seja, a criação de entidades
metafísicas ferem o principio da navalha de Occam.
"As entidades não devem ser
multiplicadas além do necessário, mas não menos que o necessário (lex
parsimoniae)".
Resumindo, parece que o
deus dos fundamentalistas negadores da ciência, está sendo removido de mais uma
das lacunas onde se esconde.
Se é tão óbvia
assim a conclusão do autor da infeliz nota, por que até o momento não
demonstrou a objetividade de deus?
Ora, uma
afirmação sem evidência, no campo científico, não significa nada.
Pelo fato de desconhecermos algo, isso não implica em que deus possa ser assumido como a resposta para a questão.
A proposta do
autor da infeliz nota é confundir o insondado com o insondável; é nada mais que
um argumento da ignorância, além de "dar pitaco" em coisas que não
faz a menor ideia.
Sobre a
questão da causa primeira do universo, recomenda-se o filme O grande Projeto de Stephen Hawking. Infelizmente, havia o vídeo, mas o desserviço que a lei de direitos autorais presta contra a educação, não permite mais que este vídeo esteja aqui para libertar as pessoas da ignorância. Acho que esta lei deve ter sido elaborada por algum criacionista...
Para os leitores
interessados, ler o livro "O Grande Projeto" do mesmo autor.
Mais uma vez, acho que consegui desfazer o mal que criacionistas criam, com sua avidez de fazer proselitismo e combater aquilo que atenta contra suas ideologias.