Em minhas andanças pela internet, mais uma vez me deparei com um rol de tolices e mau uso, má compreensão e ignorância completa no que se refere a conceitos filosóficos e conhecimentos acerca do universo.
O rol de tolices surgiu a partir dos seguntes textos:
texto 1:
texto 2:
texto 3:
texto 4:
texto 5:
texto 6:
Analisemos cada um deles em 6 partes.
TEXTO 1:
De início, há que entender-se o que significa o argumento teleológico.
A origem deste argumento remonta a Platão, que afirmava ser a explicação para qualquer fenômeno físico teleológica. Platão distingue as causas necessárias e causas suficientes das coisas, que ele identifica, respectivamente, como a causa material e a causa teleológica.
Os materiais que compõem um corpo são condições necessárias para seu movimento e ação de uma determinada maneira Todavia, os materiais não podem ser condições suficientes para seu movimento e ação, que seriam determinados pelas finalidades impostas pelo demiurgo (Deus-artesão, hoje mais conhecido pelo vulgo de "designer").
Após o concílio de Niceia (sec. IV d.C.), o cristianismo finalmente estruturou-se. como religião. Logo, a explicação por causas finais passou a ser considerada a única explicação conveniente para os mistérios divinos.
A filosofia clássica, devido ao pensamento medieval, ganhou feições teológicas sendo que houvea cristianização de Platão ( Agostinho de Hipona - 354 a 430 d.C.) e, posteriormente, a de Aristóteles (Tomas de Aquino - 1.225 a 1.254 d.C.).
Este movimento de inserção da filosofia clássica no pensamento medieval é o que hoje se conhece por Escolástica, que procurava compreender a revelação divina mediante o uso dos conceitos herdados daquele período anterior.
Quanto ao argumento teleológico à época da Idade Média, baseava-se na quinta via no que se refere às provas existencia de deus, elaboradas por Tomás de Aquino em suas cinco vias da demonstração da existência de deus.
Propriamente, ao partir da noção de finalidade ou causa final, ele diz que o universo exibe desígnio e propósito, ou seja, tudo parece agir segundo um plano. Caso contrário, o Universo não tenderia para o mesmo fim ou resultado. Assim, a denominação de teleológico para tal argumento ocorre em razão de que explicações teleológicas sempre consideram um objetivo ou propósito de algo para explicá-lo.
Propriamente, ao partir da noção de finalidade ou causa final, ele diz que o universo exibe desígnio e propósito, ou seja, tudo parece agir segundo um plano. Caso contrário, o Universo não tenderia para o mesmo fim ou resultado. Assim, a denominação de teleológico para tal argumento ocorre em razão de que explicações teleológicas sempre consideram um objetivo ou propósito de algo para explicá-lo.
Todavia, com o surgimento das ciências modernas, este argumento perdeu força, uma vez que tanto nas ciências físicas, como nas ciências biológicas, os fenômenos naturais são explicados por causas também naturais além de descartarem a noção de propósito àqueles fenômenos não conscientes.
Por exemplo, o fato de um crocodilo caçar um gnu tem como propósito aquele animal se alimentar, uma vez que sentiu fome e teve de saciar esta necessidade. Isto sem dúvida é um fenômeno consciente.
Mas, qual o propósito de que o crocodilo ou o gnu existam? Não poderíam ser coisas diferentes se a evolução tomasse outros rumos na história da vida?
Ora, animais se adaptam a determinados nichos quando estes se encontram vagos. Foi o que aconteceu com os mamíferos da mega-fauna. Os "bons empregos" que eram ocupados pelos dinossauros ficaram vagos após a extinção KT e isso permitiu que os mamíferos e aves florescessem e se desenvolvessem. Mas qual o propósito disso tudo?
Outra forma que se tinha de pensar era o argumento cosmológico ( ou a terceira via dos argumentos que provam a existência de deus) que significa que a simples existência do Universo significava que alguém o tinha criado. Este argumento se baseia na ideia aristotélica de necessidade e contingência, visando explicar a necessidade da existência do universo (o cosmo).
Segundo este argumento, constata-se a contingência na natureza, mas nem todas as coisas podem ser contingentes (terem uma causalidade direta para os fenômenos naturais) , senão seria possível que não houvesse nada. Mas aquilo que existe somente poderia começar a existir a partir de algo que já existe antes. É preciso assim que algo do que existe seja necessário. Portanto, deus é a origem de toda a necessidade.
Este argumento tem como ponto fraco o fato de que se o cosmo é tão maravilhoso que sua existência precisa de algo mais maravilhoso ainda para explicá-la, então, como explicar este algo mais maravilhoso ainda?
Caso abordemos a questão de modo científico, para cada explicação deve haver outra explicação e assim por diante, o que é o caráter zetético das ciências.
Porém, a questão pode chegar a um ponto estanque, dogmatizando-se ao partir de uma petição de princípio. A resposta para tal, está no argumento ontológico (aquele que se aplica a qualquer discussão sobre a natureza do ser), cuja autoria é de Anselmo de Cantuária (1.033 - 1.109).
Neste argumento reside a ideia de que o maior e mais perfeito ser possível, o qual é imaginado possuir todos os atributos desejáveis, exceto o da existência, não seria o maior e mais perfeito possível, pois um ser que existe é maior e mais perfeito que um que não existe. Portanto, o maior e mais perfeito ser tem de existir. Assim, do conceito de deus como ser perfeito e que deriva sua existência.
A passagem que este argumento faz do campo lógico semântico para a definição de deus é que lhe caracteriza como ontológico, pois com esta passagem, não se pode evitar a existência deste ser.
Já na visão de Tomás de Aquino, sendo este argumento denominado como segunda via das provas sobre a existência de deus, este é o ser supremo maior que qualquer coisa que possa ser pensada. Esta definição de deus assim entendida está no intelécto e pórtanto deve ser esta ideia aceita, pois caso se deus não existisse haveria algo maior que ele, já que existir é mais que não existir, o que gera uma contradição. Portanto, a existência de deus no intelécto, acarreta sua existência.
Este argumento foi contestado por Kant (1.724 - 1.804), com base em que todas estas provas apoiam-se no princípio da causalidade, pois procuram mostrar que deus é a causa do universo. Todavia, o princípio da causalidade somente vale para a experiência sensível, o que invalidaria as provas sobre a existência de deus.
Segundo a doutrina de Kant, nunca poderemos saber ao certo se existe qualquer coisa da qual nosso aparelho corporal não nos dá apreensão. Isso descartaria o conhecimento da existência de deus e das almas imortais. Frise-se aqui que esta forma de pensar não descarta a existência de deus, mas o que ela descarta é o conhecimento para abrir espaço à fé.
Dessa forma, não está sob discussão a existência ou não de deus, mas apenas que sua existência não pode ser provada. Assim, nas palavras de Kant:
O conceito de um ser supremo é uma ideia útil sob muitos aspecto. Mas justamente por ser uma ideia, é incapaz por si só, de ampliar o nosso conhecimento acerca do que existe.
Logo, simples ideias não enriquecem o homem de conhecimento, como um mercador não se enriquece de dinheiro se para melhorar sua própria condição, acrescentasse alguns zeros em seu livro caixa.
Outra forma que se tinha de pensar era o argumento cosmológico ( ou a terceira via dos argumentos que provam a existência de deus) que significa que a simples existência do Universo significava que alguém o tinha criado. Este argumento se baseia na ideia aristotélica de necessidade e contingência, visando explicar a necessidade da existência do universo (o cosmo).
Segundo este argumento, constata-se a contingência na natureza, mas nem todas as coisas podem ser contingentes (terem uma causalidade direta para os fenômenos naturais) , senão seria possível que não houvesse nada. Mas aquilo que existe somente poderia começar a existir a partir de algo que já existe antes. É preciso assim que algo do que existe seja necessário. Portanto, deus é a origem de toda a necessidade.
Este argumento tem como ponto fraco o fato de que se o cosmo é tão maravilhoso que sua existência precisa de algo mais maravilhoso ainda para explicá-la, então, como explicar este algo mais maravilhoso ainda?
Caso abordemos a questão de modo científico, para cada explicação deve haver outra explicação e assim por diante, o que é o caráter zetético das ciências.
Porém, a questão pode chegar a um ponto estanque, dogmatizando-se ao partir de uma petição de princípio. A resposta para tal, está no argumento ontológico (aquele que se aplica a qualquer discussão sobre a natureza do ser), cuja autoria é de Anselmo de Cantuária (1.033 - 1.109).
Neste argumento reside a ideia de que o maior e mais perfeito ser possível, o qual é imaginado possuir todos os atributos desejáveis, exceto o da existência, não seria o maior e mais perfeito possível, pois um ser que existe é maior e mais perfeito que um que não existe. Portanto, o maior e mais perfeito ser tem de existir. Assim, do conceito de deus como ser perfeito e que deriva sua existência.
A passagem que este argumento faz do campo lógico semântico para a definição de deus é que lhe caracteriza como ontológico, pois com esta passagem, não se pode evitar a existência deste ser.
Já na visão de Tomás de Aquino, sendo este argumento denominado como segunda via das provas sobre a existência de deus, este é o ser supremo maior que qualquer coisa que possa ser pensada. Esta definição de deus assim entendida está no intelécto e pórtanto deve ser esta ideia aceita, pois caso se deus não existisse haveria algo maior que ele, já que existir é mais que não existir, o que gera uma contradição. Portanto, a existência de deus no intelécto, acarreta sua existência.
Este argumento foi contestado por Kant (1.724 - 1.804), com base em que todas estas provas apoiam-se no princípio da causalidade, pois procuram mostrar que deus é a causa do universo. Todavia, o princípio da causalidade somente vale para a experiência sensível, o que invalidaria as provas sobre a existência de deus.
Segundo a doutrina de Kant, nunca poderemos saber ao certo se existe qualquer coisa da qual nosso aparelho corporal não nos dá apreensão. Isso descartaria o conhecimento da existência de deus e das almas imortais. Frise-se aqui que esta forma de pensar não descarta a existência de deus, mas o que ela descarta é o conhecimento para abrir espaço à fé.
Dessa forma, não está sob discussão a existência ou não de deus, mas apenas que sua existência não pode ser provada. Assim, nas palavras de Kant:
O conceito de um ser supremo é uma ideia útil sob muitos aspecto. Mas justamente por ser uma ideia, é incapaz por si só, de ampliar o nosso conhecimento acerca do que existe.
Logo, simples ideias não enriquecem o homem de conhecimento, como um mercador não se enriquece de dinheiro se para melhorar sua própria condição, acrescentasse alguns zeros em seu livro caixa.
Mas, é durante a idade moderna que passa a haver uma mudança nesta forma de pensar, uma vez que o antropomorfismo (pensamento que atribui caractéres humanos a deus) da teleologia não justificava supor qualquer finalidade imposta ao Universo.
Assim, surge o mecanicismo (teoria filosófica determinista a qual defende serem todos os fenômenos explicáveis pela causalidade mecânica ou por analogia a esta) e o deísmo (postura filosófico-religiosa que admite a existência de um deus criador, porém considera a razão como uma via capaz de assegurar da existência de deus, além de desconsiderar, para tal fim, a prática de uma religião denominacional).
Ambos tentaram explicar o mundo pelas causas eficientes com o propósito de descobrir as causas finais que teriam sido arquitetadas por deus sob a metáfora do mundo como um relógio e de deus como o relojoeiro. Futuramente Willian Paley (1.743 a 1.805 d.C.) se apossou desta metáfora, em Natural Theology, e criou as bases para o design inteligente - DI.
O nascimento da ciência moderna relaciona-se ao estudo das causas eficientes (coisa que pode levar outra coisa a existir) dos fenômenos e um crescente abandono da idéia de causa final (antropomórfica). Em suma, a explicação dos fenômenos deixou de ser feita pela teleologia e, em seu lugar, buscou-se explicar os fenômenos como emergentes (processo de formação de sistemas complexos ou padrões a partir de uma multiplicidade de interações simples).
O argumento teleológico também prega uma ordem no universo. Porém, como hoje conhecemos pelas investigações astronômicas, o Universo não é um lugar tão tranquilo assim.
Pelo contrário, é uma zona mortal com asteróides, cometas, super-novas, explosões de raios gama, pulsares, magnetares, quasares, buracos negros, choques intergalácticos, planetas infernais ou mundos gelados, nebulosas ricas em ácido cianídrico, vulcões, violentos movimentos de marés em luas e planetas e, possivelmente outros universos.
Também, não faz qualquer sentido falar-se na soma de todos estes fatores como tendo um propósito.
Entendido o argumento teleológico, podemos partir para uma análise do texto.
O texto se inicia por uma analogia probabilística, supondo que uma condição tida como especial para um indivíduo corrobore, por indução (do particular para o geral) um ajuste fino do Universo, quanto a sua aptidão para a vida.
O argumento teleológico do ajuste fino, apresentado no texto, se perfaz segundo a seguinte estrutura:
1- O ajuste fino do universo se deve à necessidade física, ao acaso ou ao desígnio.
2- Ele não é devido à necessidade física e nem ao acaso
3- Portanto, ele se deve ao desígnio.
2- Ele não é devido à necessidade física e nem ao acaso
3- Portanto, ele se deve ao desígnio.
A primeira premissa já começa errada, uma vez que não há qualquer "ajuste fino" no Universo, sendo suas "zonas de relativa calmaria", se é isso que podemos dizer, os locais que dão condições a existirem formas de vida como as que conhecemos, tomando-se como um exemplo concreto o nosso Sistema Solar, e mais particularmente a Terra. Tais "zonas de relativa calmaria" apresentam-se raríssimas pelo Universo.
Digo relativa calmaria porque vez ou outra são perturbadas por objetos como cometas e asteróides, que, algumas vezes já causaram sérios danos ao nosso planeta.
Digo relativa calmaria porque vez ou outra são perturbadas por objetos como cometas e asteróides, que, algumas vezes já causaram sérios danos ao nosso planeta.
Assim, por não haver ajuste fino, indutor de um propósito para um fenômeno meramente natural, as três premissas impostas caem por terra.
A segunda premissa já apresenta a resposta de sua conclusão implícita, pois simples e deliberadamente descarta a necessidade física e o acaso, sem qualquer evidência científica que ateste sua veracidade ou falsidade.
Quanto à conclusão, esta já está respondida na premissa 2 implicitamente. Portanto, o raciocínio é inválido, ou seja é uma falácia lógica.
A tentadora afinação do Universo:
Parece tentadora a proposta de um designer para o que apresentarei a seguir. Sairemos da filosofia e adentraremos a cosmologia a fim de entendermos que o universo é regido por apenas seis números "escolhidos a dedo".
Dois deles se relacionam às forças básicas, dois fixam o tamanho e a textura geral de nosso Universo (se ele continuará a se expandir ou se colapsará) e os outros dois fixam as propriedades do próprio espaço.
Fisicamente, podemos definir seis números para o Universo, conforme seguem:
1 - N = é a relação entre as forças elétricas que mantêm nossos átomos coesos dividida pela força da gravidade que atua entre eles; A intensidade relativa destas forças é da ordem de 10 ^ 36.
A gravidade é uma força surpreendentemente fraca se comparada com outras que afetam os átomos, sendo seus efeitos mais sentidos nas coisas grandes que nas pequenas.
A gravidade sempre opera como uma força de atração. Se esta gravidade não fosse tão fraca, nada ocorreria com átomos e moléculas, porém, os objetos não necessitariam ser tão grandes a fim de que a gravidade competisse com as demais forças.
Haveria necessidade de menos átomos para que as estrelas se formassem, os planetas teríam menor massa, mantendo ou não órbitas estáveis e a vida seria bem diferente... muito mais lenta e forte.
Galáxias se formariam mais rapidamente, e seriam menores; havería maior número de colisões entre estrelas, o que poderia inviabilizar sistemas planetários estáveis. As estrelas se consumiríam mais rapidamente e a vida correria riscos de não ter tempo para se desenvolver em formas mais complexas.
Mas e uma gravidade mais fraca? neste ponto, poderia haver a formação de estruturas melhor elaboradas e de maior duração. mas isso teria implicações quanto à formação do universo, o que será visto mais adiante.
2 - e = eficiência nuclear: as forças nucleares são cruciais para manter prótons e nêutros nos núcleos atômicos. Estes núcleos são produzidos nas estrelas, sendo que a natureza os faz em 92 variedades, conforme a Tabéla Periódica. Este número é 0,007.
Há elementos além do Urânio denominados de transurânicos, cujos núcleos são mais instáveis e podem sofre fissão nuclear, sendo o plutônio uma exceção, pois tem meia vida de milhares de anos.
Se esta força fosse mais fraca, o hidrogênio seria um combustível menos eficiente e as estrelas não viveriam tanto. Todavia, isso não seria crucial. Entretanto, isso afetaria a síntese de outros elementos a partir do hidrogênio das estrelas, como a formação do hélio a partir do deutério (um próton e um nêutron). Próton e nêutron do deutério seriam difíceis de se manterem coesos, o que daria um caráter instável ao deutério. O hélio não se formaria e haveria um universo de hidrogênio.
As estrelas se formariam, esfriariam e morreriam, sem explodirem em super-novas que espalham seus destroços pelo universo e propiciam a formação de outras estrelas e sistemas solares.
Mas se esta força fosse mais forte do que é, o hidrogênio não teria sobrevivido ao big bang. Isso teria propiciado que dois prótons se unissem, o que não levaria a formação do hidrogênio e, assim, as estrelas não se formariam.
Foi deste conceito que Fred Hoyle cunhou o termo "afinação", a partir da síntese de carbono e oxigênio nas estrelas.
Portanto, forças nucleares mais fracas reduziriam o número de elementos estáveis da Tabela Periódica e vice-versa.
Para a vida, uma biosfera de carbono como a nossa, não poderia existir e, devido às moléculas especiais para a vida não poderem existir, pois o carbono , como ele é, é um elemento muito especial.
3 - o = razão entre densidade real e densidade crítica: este valor se relaciona ao destino do Universo e está em torno de 0,04. Na verdade, o que há é uma competição entre a gravidade e a energia de expansão. Para que a gravidade vença a luta e o universo colapse, depende da quantidade de matéria que exerce a atração gravitacional, ou seja, se a densidade de matéria exceder um valor crítico bem definido, que corresponde a cinco átomos por metro cúbico.
Entretanto, a densidade real para o universo conhecido é de 0,2 átomo por metro cúbico, o que implica uma expansão cósmica.
Mas vamos com calma!!! Há coisas no Universo que não vemos, mas elas estão lá, como a matéria escura. Não sabemos o que ela é mas sabemos que exerce gravidade e funciona como uma estrutura para as galáxias fixarem sua matéria. Esta matéria escura não emite luz ou qualquer outra forma de radiação.
O movimento do universo é que demonstra haver algo invisível exercendo uma attração gravitacional entre os corpos celestes. São movimentos rápidos demais para serem equilibrados apenas pela gravidade.
Assim, o destino do universo depende do valor que a razão ora apresentada assumir. se o=1 o universo se estenderá até um frio extremo.
Se "o" estiver entre [-1 e 1] o universo colapsará em um "big crunch" e se "o" for maior que 1 ele se expandirá até rasgar-se.
Se "o" estiver entre [-1 e 1] o universo colapsará em um "big crunch" e se "o" for maior que 1 ele se expandirá até rasgar-se.
4 - L = a constante cosmológica de Einstein: é o número que Einstein encontrou quando de da aplicação de sua teoria da relatividade geral ao Universo. Acreditava-se que o universo fosse estático, mas Einstein descobriu que se assim o fosse, o Universo começaria a se contrair, o que impossibilitava este ideal de Universo estático. É um número muito pequeno, sem representação.
De acordo com o modelo padrão da cosmologia, o Lambda-CDM model, a constante cosmológica medida é da ordem de 10 ^- 35 s ^-2 ou 10 ^- 47 GeV4, ou 10 ^-29 g/m^3 ou em torno de 10 ^-120 na unidade reduzida de Planck.
De acordo com o modelo padrão da cosmologia, o Lambda-CDM model, a constante cosmológica medida é da ordem de 10 ^- 35 s ^-2 ou 10 ^- 47 GeV4, ou 10 ^-29 g/m^3 ou em torno de 10 ^-120 na unidade reduzida de Planck.
Logo, havia a necessidade de uma força para contrabalalçar a gravidade e assim, surge a constante cosmológica, a qual designa uma repulsão cósmica. Mas Huble descobriu que galáxias distantes se afastavam de nós.
Einstein considerou este número seu maior erro, mas hoje sabemos que seu valor não pode ser zero, porém é tão pequeno que somente pode competir com a gravidade diluída do espaço intergaláctico. Este número parece controlar e descrever a força mais fraca e mais misteriosa da natureza, ou seja, a expansão do Universo e o seu destino.
Se o valor de L fosse maior, as consequências seriam catastróficas, pois a gravidade seria facilmente dominada, bem mais cedo, durante os estágios de maior densidade. Não haveria galáxias, nem estrelas, planetas ou vida.
Se L fosse igual a zero, as galáxias continuaríam a se afastar, porém sua velocidade diminuiria pouco a pouco, sem nunca chegar a zero. Mas se L for maior que zero, a velocidade de expansão do universo se acelerará, sendo que todas as galáxias desapareceriam de nossa vista e sua velocidade tenderia à velocidade da luz.
A esta força de repulsão cósmica denominamos de energia escura e parece se relacionar com o vácuo do universo, sendo que este espaço vazio pode ser um agitado emaranhado de cordas, com estruturas em dimensões adicionais, conforme preconiza a teoria das super cordas.
Para compreender mais este assunto, consultar os links aqui e aqui.
Para compreender mais este assunto, consultar os links aqui e aqui.
5 - Q = é a relação entre a intensidade de ligação das estruturas do cosmo (estrelas, galáxiase aglomerados), ou seja, quanta energia seria suficiente para destruí-las e dispersá-las e a sua energia de repouso (E=mc^2): é um número pequeno que demonstra ser a gravidade realmnete muito fraca para os aglomerados e galáxias. Este número também dá mostras de que podemos considerar nosso universo como homogêneo, sendo que suas "ondulações" foram definidas muito cedo, antes dos aglomerados e galáxias.
O número Q ( da ordem de 10^-5) é crucial para se determinar a textura estrutural do Universo. Ele representa a amplitude das ondulações.
É na radiação de fundo de microondas (o brilho do big bang) que está o segredo do Universo referente ao fim de sua "idade das trevas" e a formação das proto-galáxias. A temperatura das microondas parece conservar os registros das flutuações do universo no que se refere a regiões mais e menos densas, as quais se transformariam, respectivamente em galáxias ou vazios.
Se as microondas acarretassem um Universo primordial mais uniforme que uma parte em 100 mil na temperatura de radiação de fundo, isso exigiria uma força adicional além da gravidade que pudesse aumentar os contrastes de densidade ainda mais rapidamente para os aglomerados e galáxias.
Com isso, pode-se afirmar que a gravidade, desde o começo do Universo, moldou as estruturas cósmicas e aumentou os contrastes de temperatura. Sem dúvida, isto foi pré-requisito, para após 10 bilhões de anos, dar condições para a vida, seja ela aqui na Terra (por enquanto o único lugar que conhecemos com uma exuberante biosfera) seja em qualquer outro ponto deste universo.
Assim, a partir de o, L e Q, é que se tem o ponto de partida de um universo em expansão, já definidos quando do universo primordial.
Se Q fosse menor do que é e os demais números se mantivessem inalterados, os agregados na matéria escura levariam mais tempo para se desenvolvere, sendo menores e mais dispersos. a formação estelar seria mais lenta e ineficiente e o material processado seria expulso da galáxia em vez de ser reciclado em novas estrelas e possíveis sistemas planetários. O gás poderia jamais se condensar em estruturas gravitacionalmente ligadas e o Universo seria um lugar escuro, mesmo com a mistura inicial de átomos, matéria escura e radiação existente neste universo.
Mas, se Q fosse maior que o apresentado, havendo ondulações de grande amplitide,o Universo seria um lugar turbulento. Regiões maiores que as galáxias se condensariam muito mais cedo que nossa história demonstra. Estas regiões não se fragmentariam em estrelas, mas em buracos negros gigantescos.
O gás seria tão quente que emitiria raios X e raios gama. Caso as galáxias se formassem, seríam muito mais coesas e as estrelas teriam movimentos instáveis para manterem sistemas planetários. Eis a razão de não haverem sistemas solares (pelo menos até então) próximos ao centro de nossa galáxia.
Q é algo crucial para a vida.
6 - D = número de dimensões espaciais em nosso mundo: este número vale 3. Em mundos com três dimensões, as forças gravitacional e elétrica obedecem a lei de inverso da quadrado da distância.
Três dimensões são cruciais para a vida, uma vez que em um mundo com duas dimensões as estruturas complexas não se formariam, como por exemplo, as moléculas da vida, uma vez que o carbono faz ligações tetraédricas.
O universo 3D, o que significa estarmos em uma tri-brana, nos permite movimentos para onde desejarmos (para frente, para trás, para direita, para a esquerda, para cima e para baixo).
Embora o espaço e o tempo estejam ligados, sendo a taxa que o tempo passa elástica, ou seja dependente de como o relógio que o mede se move e da existência de uma grande massa em suas proximidades, as ideias de Einstein mantêm a distinção entreo que está lá fora no espaço e o que está no passado ou no futuro.
Não há assimetria nas leis básicas que regem o micromundo, ocorrendo transformações irreversíveis em nosso mundo, independentemente da indiferença das leis fundamentais em relação ao passado e ao futuro.
A microestrutura do espaço tem po ainda não é conhecida, mas sabemos que ele não pode ser partido em pedaços arbitrariamente pequenos. Estes detalhes somente podem ser investigados por radiações com pequenos comprimentos de onda, sendo o seu limite o quantum básico de energia, medido pela constante de Planck.
Podemos investigar detalhes cada vez menores usando quanta cada vez mais energéticos associados a comprimentos de onda cada vez menores, mas há um limite. Este limite surge quando os quanta necessários são concentrações extremas de energia os quais colapsam em buracos negros, o que acontece no comprimento de Planck ( da ordem de 10^-19 vezes menor que um próton).
A energia destes quanta é a da massa de repouso de 10^19 prótons, sendo que a luz demora 10^-43 segundos para atravessar esta distância, que é o tempo de Planck , ou seja, o menor tempo possível de ser medido.
Portanto, mesmo o espaço e o tempo se sujeitam aos efeitos quânticos. Mas, como a gravidade é muito fraca, estes efeitos surgem em uma escala muito menor que nos átomos comuns, em que as forças controladoras são elétricas (consequências de N).
Assim, o comprimento de Planck, por enquanto é o nosso limite. Ir além dele significaria que teríamos de criar partículas com energias de um milhão de bilhões de vezes maiores que as que conseguimos produzir em laboratórios.
É obvio que efeitos quânticos podem ser desprezados para efeitos do Universo em seu atual estado, bem como a gravidade pode ser desprezada no mundo quântico. Mas, quando de seu início, estas vibrações quânticas poderiam balançar o universo, sendo a gravidade importante para um único quantum. Isso acontece no tempo de Planck, ou seja, a 10^-43 segundos da existência do Universo.
É de suma importância para a compreensão dos primeiros instantes após o big bang e para entendermos o que ocorre com o espaço tempo nas vizinhanças de um buraco negro que haja uma unificação entre a teoria quântica e a teoria gravitacional.
É aqui que o universo se torna caótico, sendo que o espaço tempo se apresenta como uma espuma sem seta do tempo bem definida, pode assumir uma estrutura em treliça, ser costurado como uma cota de malha, sendo que tempo e espaço podem se tornar semelhantes e em certo sentido não haver começo de tempo.
Flutuações podem dar origem a novos domínios os quais evoluem como universos separados dos seguintes tipos:
tipo 1: Tão distante que não podemos ver, porém está em nosso espaço-tempo tido como infinito;
tipo 2. É um universo em bolhas cada qual com seu universo mas vagando pelo espaço, sendo sua estrutura fractal. Os universos do tipo 1 estão aqui contidos;
tipo 3: Está junto com nosso universo, porém em outra dimensão, existindo em número infinito, separados por diferenças quânticas;
tipo 4: universos em membranas ou flutuações quânticas que podem ser regidos por leis bem distintas, ou seja, os 6 números aqui apresentados variarem.
Estes tipos de universo será melhor explicados em futura postagem, uma vez que o assunto é muito complexo e foge ao escopo deste tema.
A abordagem até então existente é a teoria das super-cordas, a qual propõe a unificação de todas as forças as três do micro mundo (nuclear forte, nuclear fraca e eletromagnética), além de considerar partículas elementares e a gravidade como item essencial.
Esta teoria trata as entidades fundamentais do universo não como pontos mas como aneis entrelaçados de conrdas, sendo as partículas nucleares diferentes formas de vibração destas cordas e sua escala é da orde do comprimento de Planck. Estas cordas vibram em um espaço com dez dimensões, sendo que seis estão embrulhadas no comprimento de Planck e quatro delas estão expandidas (as três espaciais e o tempo).
A partir de 1995, a teoria ganhou novo impulso, pois percebeu-se que as dimensões adicionais podem se enrolar em apenas 5 classes de espaço hexadimensional, podendo em um nível matemático mais profundo serem estruturas separadas, mas relacionadas e encravadas em um espaço de 11 dimensões.
O conceito de cordas também foi ampliado para incluir superfícies bidimensionais, as membranas. Um espaço com dez dimensões pode incluir bibranas, tribranas, tetrabranas e assim por diante. Mas a barreira para tal é que ainda não podemos observar estes fenômenos, sendo que nos resta aceitarmos o que a matemática nos demonstra.
A teoria das supercordas une a teoria da relatividade à física quântica, pois a teoria geral de Einstein interpreta a gravidade como uma curvatura em um espaço-tempo tetradimensional, o que a embute inevitavelmente na teoria das super-cordas, fazendo naturalmente surgir a conexão entre a gravidade e o princípio quântico.
A partir da exposição acima, ainda resta a pergunta: "O que é a afinação?"
Em nosso universo uma intrincada complexidade se desenvolveu a partir de leis simples com a aparente afinação de nossos seis números.
Uma afirmação do tipo tacanha seria que não poderíamos existir se estes seis números não se ajustassem de maneira especial.
Isso leva a argumentos como o do filósofo John Leslie apresentado no texto sob análise, no que concerne ao de enxergar a probabilidade ínfima acontecer ocorrer de fato como algo especial, sob intencionalidade. Porém, a placa especial do carro ou qualquer outra placa teriam a mesma chance de ocorrer. Mas aos nossos olhos se parece algo especial.
Tal como se eu jogar na mega-sena os números 1, 2, 3, 4, 5 e 6 ou 23, 15, 37, 44, 48 e 5. Aparentemente a primeira sequência aos nossos olhos parece a mais improvável, mas não é. Ambas possuem a chance de ocorrer dada por ( p = 1/C60,6). Assim, o argumento de John Leslie não faz sentido.
Mas, há uma diferença: Quanto a questão da mega-sena, as probabilidades são conhecidas, uma vez que conheço o fenômeno que as rege (o sorteio). Mas e para o Universo? Como tratar a questão probabilística se não conhecemos (pelo menos ainda) o fenômeno ou os fenômenos que o originaram? Não seriam os 6 números acima propriedades para que o Universo ou Universos se formem? E caso estes dados se alterem e provoquem uma nova "afinação"; não poderia haver um Universo igual ou ligeiramente diferente deste?
A resposta é: NÃO SABEMOS. Ainda estamos engatinhando no que se refere a muitas formas de conhecimento, os quais são frequentemente contestados pelso fundamentalistas como se a causa para tudo fosse deus, designer dentre outros nomes para seres supremos.
Mas, há uma diferença: Quanto a questão da mega-sena, as probabilidades são conhecidas, uma vez que conheço o fenômeno que as rege (o sorteio). Mas e para o Universo? Como tratar a questão probabilística se não conhecemos (pelo menos ainda) o fenômeno ou os fenômenos que o originaram? Não seriam os 6 números acima propriedades para que o Universo ou Universos se formem? E caso estes dados se alterem e provoquem uma nova "afinação"; não poderia haver um Universo igual ou ligeiramente diferente deste?
A resposta é: NÃO SABEMOS. Ainda estamos engatinhando no que se refere a muitas formas de conhecimento, os quais são frequentemente contestados pelso fundamentalistas como se a causa para tudo fosse deus, designer dentre outros nomes para seres supremos.
Logo, o argumento de Leslie se esteia naquele proferido por Paley de que há um criador que formulou o universo com a intensão de nos criar, o que se trata do princípio antrópico fraco. O princípio antrópico forte afirma, em geral, que o Universo comportou-se de forma a adaptar-se ao Homem. O fraco diz que o Universo comportou-se de forma a surgir o homem, sem esse pleito pré-definido.
John Polknghorne defende uma variante do argumento de Paley, defendendo que o Universo é um lugar especial e precisamente afinado para a vida, porque é a criação de um "criador" que deseja que ele seja assim (!?).
Mas deixando de lado as perspectivas providenciais, resta-nos aquela em que nosso big bang pode não ter sido o único e que universos distintos podem ter surgido ou surgem, sob o domínio de leis distintas e definidos por números diferentes dos do nosso Universo.
Isso não parece ser uma hipótese econômica que passasse pela "navalha de Ockham" (a ser analisada mais adiante), mas deduz-se a partir de teorias que sugerem nosso universo como apenas um átomo selecionado a partir de um multiverso infinito.
Para estes multiversos, suas leis básicas são mais tolerantes, pois propiciam que eles evoluam de formas diferentes, sob números diferentes daqueles cruciais para a formação do nosso Universo. Estes universos podem mesmo apresentar números de dimensões diferentes do nosso (quantas das 9 dimensões iniciais se tornaram compactas e quantas se desenrolaram).
Pode haver uma microfísica distinta em espaçõs tridimensionais com "L" representado por diferentes valoresque dependerá do espaço hexadimensional no qual as demais dimensões se enrolam. pode haver valores diferentes para "o" e "Q" oque afetaria seu ciclo de duração e que tipo de estrutura se formaria nele.
Pode ser que "L" e "e" estivessem fora de seus intervalos e assim a química e a formação de galáxias, estrelas e planetas não ocorresse. Pode ainda ser que N seja ou maior ou menor que 10^36 e influa no tempo de duração das estrelas ou mesmo em sua formação.
Portanto, para que haja um "Universo interessante", tem de haver um grande número de átomos, uma longa extensão temporral, ter ocorrido uma inflação com "L" da ordem de 120 vezes ao que é hoje, o que dá três soluções para o enigma do decaimento de "L":
1 - a microestrutura do espaço, que talvez envolva um conjunto de minúsculos buracos negros interligados, como uma espuma, se ajuste para que este decaimento ocorra;
2 - o decaimento seria graduale rastreia a densidade da amtéria comum, o que não seria coincidência o vácuo ter agora o mesmo "peso" que a matéria comum na formação de "o", de modo que este seja da ordem de 0,3, mas o vácuo ainda tenha energia para produzir os 0,7 restantes para levar a densidade geral até o valor crítico requerido para um universo chato;
3 - pode-se imaginar que "L" neutralize a gravidade em uma densidade particular, conforme o universo estático de Einstein. assim, à medida que o Universo se expande, o material comum fica mais difuso e a densidade cai para valores abaixo de certo limite. Portanto, a repulsão passa a ganhar da gravidade. Para o multiverso, "L" varia entre muitos valores possíveis, sendo determinado por como as dimensões se enrolam. Nos demais universos "L" apresenta um valor maior que o do nosso Universo. Entretanto podemos fazer parte do subconjunto de universos propícios a formar galáxias e que possibilite a vida complexa.
Assim, se as leis básicas determinassem de maneira única que nenhum outro tipo de Universo fosse matematicamente consistente com estas leis, teríamos de aceitar a "afinação" como fato puro e simples ou como obra divina. Por outro lado, as teorias apontam para um multiverso cuja evolução é marcada por repetidos big bangs, o que permite a diversidade nos universos individuais.
Portanto, seja filosófica como cientificamente, o argumento do designer não é adequado a qualquer especulação acerca do universo.
Primeiro pelas premissas com as quais o raciocínio é apresentado serem falaciosas, pois a resposta da conclusão já se encontra implícita nas premissas.
Segundo porque o designer simplesmente não explica nada acerca da formação do universo nem de qualquer coisa.
Terceiro porque sua presença exige um propósito, uma vez que todos os fenômenos naturais passam a ser fenômenos, conscientes conforme os desígnios de uma inteligência superior.
Quarto, porque fugir da explicação sobre a pessoa do designer em si, é o mesmo que fugir da pergunta "quem" fez os artefatos encontrados pelos nossos astronautas, "de onde" este ser veio, "o que" veio fazer aqui, "por que" veio aqui, "como" veio até aqui, conforme dado pela analogia feita pelo texto, ou seja, dizer "foi o designer" não responde nada. Trata-se de um argumento da ignorância do tipo: "É porque é e ponto."
Quinto, porque a idéia que o Universo é desenhado é algo subjetivo, sendo que as diferentes observações no mundo natural podem produzir diversas teorias sobre sua existência e desenvolvimento. As evidências para o designer são calcadas em analogias com os propósitos humanos. Todavia estes requerem ordem, o que não ocorre no universo, o qual é governado pelo caos. Desse modo, a ideia do designer se esvai, também por analogia.
Sexto, porque a ideia de um designer não dispensa explicações naturais acerca de um processo natural. Simplesmente acrescenta mais uma hipótese à explicação, sendo tal hipótese plenamente dispensável.
Sétimo porque a hipótese de um designer elimina o caráter zetético da ciência e lhe confere um aspecto dogmático em que se parte de uma petição de princípio ( foi o designer) para se traçar uma explanação acerca de um fenômeno natural qualquer.
Oitavo: abandonando-se a ideia de multiverso como propõe o texto, como poderia existir um designer antes da formação do universo? Então este designer seria nada mais que um deus ou algo parecido, uma vez que seria atemporal, adimensional e não estaria em lugar algum, portanto não existiria.
Assim, podemos claramente perceber que o designer, projetista cósmico, arquiteto do mundo, demiurgo, etc, nada mais é que um eufemismo para a palavrinha deus. Ou seja, o DI nada mais é que um criacionismo requentado, em que o designer é assim chamado a fim de dar uma maqueada em seu conteúdo religioso e assim seus proponentes terem a pretensão de elevá-lo ao caráter de ciência.