1- INTRODUÇÃO
Geralmente, as crenças religiosas possuem a característica de se atribuírem como verdades incontestáveis, além de compararem seus valores com as demais.
Tal problemática é patente, principalmente no que se refere ao tronco judaico-cristão-islâmico, o qual se põe, de acordo com suas nuances, como crenças cujos valores estão acima de quaisquer outras e não admitem qualquer forma de contestação em suas bases.
Dessa forma, há que se tecer uma breve discussão a respeirto do que vem a ser a verdade e qual a sua carácterística de acordo com o tema abordado.
2- CONCEPÇÕES A RESPEITO DA VERDADE:
Há concepções diferentes do que é verdade. Na construção do pensamento ocidental, ela está no ver, perceber, dizer e crer. Desse modo, ela se desdobre em duas atitudes:
1- Dogmática: o verdadeiro é o que funciona e não surpreende. Verdade e realidade são entendidas como unas. Entretanto, quando a identidade verdade/realidade se desfaz, se dá a incerteza, a qual busca readquirir as certezas.
2- Crítico-filosófica: a verdade nasce da decisão deliberada de encontrá-la, da consciência, do espanto, da ignorância e do desejo de saber. Isto leva a três concepções da verdade:
a) do ver – perceber: é a concepção grega; verdade é a manifestação do que é realmente ou do que existe realmente, tal como se manifesta ou se mostra. Refere-se ao que as coisas foram, são e serão. Nesse critério, a evidência é a marca do conhecimento.
b) do falar-dizer: é a concepção latina; o verdadeiro se refere à linguagem, ou seja, a narrativa fiel de fatos acontecidos. Refere-se aos fatos que foram. Nesse critério, a linguagem em seu rigor é quem exprime idéias e acontecimentos. Assim, o conhecimento se dá pela validade lógica dos argumentos.
c) do crer-confiar: é a visão hebraica; a verdade se relaciona com a presença de alguém (Deus ou humano), com a espera que o pactuado será cumprido. Aqui, a verdade é uma crença fundada na esperança e na confiança numa promessa referida ao futuro. Expressa-se na revelação divina e nas profecias, no que tange a sua fonte mais elevada. Refere-se às ações que serão. O conhecimento se dá pelo consenso e confiança recíproca entre todos.
Observa-se que as três formas dessa teoria dizem respeito a campos distintos do conhecimento.
No primeiro caso, é o conhecimento das ciências naturais, no segundo, se trata da lógica e o terceiro envolve o campo dos valores.
Há também a Teoria Pragmática: um conhecimento é verdadeiro por seus resultados e suas aplicações práticas, sendo verificado pela experimentação e pela experiência. Assim a verificabilidade dos resultados e a eficácia de sua aplicação são a marca do verdadeiro. É o acordo entre pensamento e realidade.
Desse modo, a fim de se formular um juízo verdadeiro, faz-se necessário conhecer a essência, por meio da intuição, dedução ou indução. A verdade exige a libertação das aparências das coisas, de modo a ver intelectualmente suas essências. Exige que nos libertemos de opiniões estabelecidas e ilusões de nossos sentidos.
A verdade por ser o conhecimento da essência real e profunda dos seres é sempre universal e necessária, enquanto opiniões variam de acordo com lugares, épocas, sociedades e pessoas.
Opiniões impedem o conhecimento da essência dos seres. Daí não é por meio delas que se atinge a verdade. O mesmo vale para as sensações, que variam conforme o nosso estado e conforme as condições externas em que se dão.
Sendo assim, estabelecer o tronco judaico-cristão-islâmico, a divindade adorada por esses três ramos, bem como seus livros sagrados, suas filosofias e doutrinas como uma verdade, se trata de uma mera questão de opinião criada no seio de uma determinada sociedade. dessa forma, os valores de outros povos que não conhecem ou não aceitam os valores ora expostos seriam vistos como um erro, o que é equivicado.
Exemplificando essas três concepções de verdade tem-se:
1 - Para se contestar ou se exaltar os fundamentos capitalistas, a linha a ser usada para tal será uma abordagem histórico-filosófico-sociolígico-econômica do tema e, a partir destas, será dada na conclusão a opinião do autor, ou seja, como ele pensa, quais são suas convicções, de acordo com os fatos observados, as respeito do tema sob discussão. Nessa temática não há o certo nem o errado. Há linhas de pensamento distintas e, muitas vezes, antagônicas ao extremo. Aqui se encontram as ciências humanas com os estudos filosóficos, sociológicos, de pensamento econômico, de pensamento jurídico, de administração de empresas.
2 - A fim de criar uma planta para a produção de 1,2 dicloroetano, há que se estudar o mecanismo de reação para a formação de 1,2 dicloroetano no que se refere ao rendimento de reações químicas, há que se buscar subsídios também em cinética química, termoquímica, química quantitativa e qualitativa, eletroquímica, efeitos coligativos, reações orgânicas, isomeria de hidrocarbonetos, efeitos de catalisadores e venenos, engenharia de equipamentos, operações unitárias, transporte de calor e massa, resistência dos materiais, custos, análise de investimentos, pesquisas de mercado, movimentação e armazenagem, controle de processos, transporte, processos de fabricação, controle ambiental, legislação, contabilidade, em fim, há muitas disciplinas envolvidas, sendo que não há lugar para convicções.
Os relatórios devem ser isentos de qualquer elemento pessoal. Assim, suas bases serão fundadas em análises e fatos relacionados à planta de 1,2 dicloroetano.
Aqui não há linhas de pensamento, há a presença da evidência respaldando ou rechaçando o estudo. Logo, temos as ciências naturais como matemática, medicina, engenharia, contabilidade, biologia, física, química, respaldando porque devemos ou não fazer tal planta, além de normas a serem cumpridas (a legislação).
3 - Quanto à questão religiosa e a crença em divindades, nos deparamos com os dogmas, que impedem qualquer forma de contestação no que se refere à veracidade ou não de uma crença religiosa.
Não há evidências concretas de que divindades não existam ou de que elas existam (nesse caso, há alegações referentes a experiências transcendentais, porém fogem ao escopo científico). Como dizer se o cristianismo é verdadeiro ou falso? Não há como dizer isso, uma vez que a forma para corroborar sua veracidade seria o uso de fundamentos cristãos a fim de validá-lo, o que nos faria cair na falácia da circularidade.
Desse modo, cada crença religiosa possui a sua teologia específica, o que torna essa temática singular a cada uma delas, devendo estas estarem completamente alijadas no que se refere a comparações sobre seus valores, ritos, dogmas ou poder de suas divindades.
Portanto, não há propriedade em se estabelecer paralelos entre crenças distintas a fim de suscitar uma como verdadeira em detrimento de outra. O mesmo se dá para valores sociais.
Sendo assim, a verdade de crenças e valores é algo relativo a cada povo, cultura, momento histórico-social e político, o que nos remeteria à forma 1 de pensamento, com a ressalva de que na forma 1, a contestação pode ocorrer por meio da dialética da argumentação, e na 3, esta se faz impossível.
Quanto à forma 2 de pensar, pouco se coaduna à forma 1 (algum cientista social pode vir a questionar os benefícios e malefícios para as comunidades do local da planta de 1,2 dicloroetano).
A forma 3 se coaduna a forma 1 caso se faça um estudo sobre valores das religiões e, no caso 2, em se tratando de um estudo científico sobre as religiões, sua história, seu contexto sócio-político.
Mas, buscar a explicação das formas 1 e 2, por meio da forma 3, tal tentativa em nada se coaduna estudos que possam ser caracterizados como científicos.
Desse modo, assim apresentam-se os três discursos sobre a verdade:
caso 1→ véritas;
caso 2 → alethea (onde há elementos da teoria pragmática inseridos);
caso 3 → emunah.
Como conclusão, é patente que cada uma dessas verdades é aplicada a campos distintos do conhecimento, não se confundindo um com o outro, exceto se as abordagens dos respectivos temas enveredarem pelo caminho que solicite abordagens diferentes daquela ora realizada.
3- OS MÉTODOS:
Há uma grande tendência por parte de religiosos em tentar traçar um paralelo entre a crença e os métodos científicos.
Tal paralelo não procede, uma vez que um método, conforme o estabelecido pela seara científica, não se trata de uma verdade, uma vez que a qualquer momento ele pode ser desmantelado, caso surja outro melhor. Nem tão pouco é uma questão de valores a ser considerada no seio de uma sociedade.
Trata-se apenas de uma forma por meio da qual se estabelece um critério de trabalho, passível de ser convencionado, a fim de uniformizar procedimentos.
Não se classifica como uma crença, uma vez que o indivíduo não pautará sua vida por tal método, nem tão pouco, o tem como uma verdade incontestável.
Um método é apenas uma disciplina de trabalho, mais nada. Como se pode perceber, é algo bem diferente de valores sociais, os quais são o modo como levamos nossa vida em todas as esferas.
Basta apurarmos, ao longo do tempo, quantos métodos foram criados e esquecidos (um bom exemplo é a própria teoria da Administração).
3.1 René Descartes (31/03/1596 a 11/02/1650)
3.1.1 A Cultura é inimiga da Razão
O pensamento de Descartes é revolucionário para uma sociedade feudalista em que ele nasceu, onde a influência da Igreja ainda era muito forte e quando ainda não existia uma tradição de "produção de conhecimento". Para a sociedade feudal, o conhecimento estava nas mãos da Igreja. Aristóteles tinha deixado um legado intelectual que o clero se encarregava de disseminar. Descartes viveu numa época marcada pelas guerras religiosas entre Protestantes e Católicos na Europa. Ele viajou muito e viu que sociedades diferentes têm crenças diferentes, mesmo contraditórias. Aquilo que numa região é tido por verdadeiro, é achado como ridículo, disparatado, mentira, nos outros lugares. Descartes viu que os "costumes", a história de um povo, sua tradição "cultural" influenciam a forma como as pessoas pensam, aquilo em que acreditam.
3.1.2 O primeiro pensador "moderno"
Descartes é considerado o primeiro filósofo "moderno". Sua contribuição à epistemologia é essencial, assim como às ciências naturais por ter estabelecido um método que ajudou o seu desenvolvimento. Descartes criou, em suas obras Discurso sobre o método e Meditações - ambas escritas no vernáculo, ao invés do latim tradicional dos trabalhos de filosofia - as bases da ciência contemporânea. O método cartesiano consiste no Ceticismo Metodológico - duvida-se de cada idéia que pode ser duvidada. Ao contrário dos gregos antigos e dos escolásticos, que acreditavam que as coisas existem simplesmente porque precisam existir, ou porque assim deve ser, etc, Descartes institui a dúvida: só se pode dizer que existe aquilo que possa ser provado, sendo o ato de duvidar indubitável. Baseado nisso, Descartes busca provar a existência do próprio eu (que duvida, portanto, é sujeito de algo - cogito ergo sum, penso logo existo) e de Deus. Também consiste o método na realização de quatro tarefas básicas: verificar se existem evidências reais e indubitáveis acerca do fenômeno ou coisa estudada; analisar, ou seja, dividir ao máximo as coisas, em suas unidades de composição, fundamentais, e estudar essas coisas mais simples que aparecem; sintetizar, ou seja, agrupar novamente as unidades estudadas em um todo verdadeiro; e enumerar todas as conclusões e princípios utilizados, a fim de manter a ordem do pensamento.
Em relação a Ciência, Descartes desenvolveu uma filosofia que influenciou muitos, até ser passada pela metodologia de Newton. Ele mantinha, por exemplo, que o universo era pleno e não poderia haver vácuo. Descartes acreditava que a matéria não possuía qualidades inerentes, mas era simplesmente o material bruto que ocupava o espaço. Ele dividia a realidade em res cogitans (consciência, mente) e res extensa (matéria). Acreditava também que Deus criou o universo como um perfeito mecanismo de moção vertical e que funcionava deterministicamente sem intervenção desde então. Matemáticos consideram Descartes muito importante por sua descoberta da geometria analítica. Até Descartes, a geometria e a álgebra apareciam como ramos completamente separados da Matemática. Descartes mostrou como traduzir problemas de geometria para a álgebra, abordando esses problemas através de um sistema de coordenadas. A Teoria de Descartes providenciou a base para o Cálculo de Newton e Leibniz, e então, para muito da matemática moderna. Isso parece ainda mais incrível tendo em mente que esse trabalho foi intencionado apenas como um exemplo no seu Discurso Sobre o Método.
3.2 O método segundo Francis Bacon (22/01/1561 a 09/04/1626)
O pensamento filosófico de Bacon representa a tentativa de realizar aquilo que ele mesmo chamou de Instauratio magna (Grande restauração). A realização desse plano compreendia uma série de tratados que, partindo do estado em que se encontrava a ciência da época, acabaria por apresentar um novo método que deveria superar e substituir o de Aristóteles. Esses tratados deveriam apresentar um modo específico de investigação dos fatos, passando, a seguir, para a investigação das leis e retornavam para o mundo dos fatos para nele promover as ações que se revelassem possíveis. Bacon desejava uma reforma completa do conhecimento. A tarefa era, obviamente, gigantesca e o filósofo produziu apenas certo número de tratados. Não obstante, a primeira parte da Instauratio foi concluída.
A reforma do conhecimento é justificada em uma crítica à filosofia anterior (especialmente a Escolástica), considerada estéril por não apresentar nenhum resultado prático para a vida do homem. O conhecimento científico, para Bacon, tem por finalidade servir o homem e dar-lhe poder sobre a natureza. A ciência antiga, de origem aristotélica, também é criticada. Demócrito, contudo, era tido em alta conta por Bacon, que o considerava mais importante que Platão e Aristóteles. A ciência deve restabelecer o imperium hominis (império do homem) sobre as coisas. A filosofia verdadeira não é apenas a ciência das coisas divinas e humanas. É também algo prático. Saber é poder. A mentalidade científica somente será alcançada através do expurgo de uma série de preconceitos por Bacon chamados ídolos. O conhecimento, o saber, é apenas um meio vigoroso e seguro de conquistar poder sobre a natureza.
O objetivo do método baconiano é constituir uma nova maneira de estudar os fenômenos naturais. Para Bacon, a descoberta de fatos verdadeiros não depende do raciocínio silogísticoraciocínio indutivo. O conhecimento verdadeiro é resultado da concordância e da variação dos fenômenos que, se devidamente observados, apresentam a causa real dos fenômenos. aristotélico mas sim da observação e da experimentação regulada pelo Para isso, no entanto, deve-se descrever de modo pormenorizado os fatos observados para, em seguida, confrontá-los com três tábuas que disciplinarão o método indutivo: a tábua da presençatábua de ausênciatábua da comparação responsável pelo registro das variações que as referidas formas manifestam). Com isso, seria possível eliminar causas que não se relacionam com o efeito ou com o fenômeno analisado e, pelo registro da presença e variações seria possível chegar à verdadeira causa de um fenômeno. Estas tábuas não apenas dão suporte ao método indutivo mas fazem uma distinção entre a experiência vaga (noções recolhidas ao acaso) e a experiência escriturada (observação metódica e passível de verificações empíricas). Mesmo que a indução fosse conhecida dos antigos, é com Bacon que ela ganha amplitude e eficácia. (responsável pelo registro de presenças das formas que se investigam), a (responsável pelo controle de situações nas quais as formas pesquisadas se revelam ausentes) e a
O método, no entanto, possui pelo menos duas falhas importantes. Em primeiro lugar, Bacon não dá muito valor à hipótese. De acordo com seu método, a simples disposição ordenada dos dados nas três tábuas acabaria por levar à hipótese correta. Isso, contudo, raramente ocorre. Em segundo lugar, Bacon não imaginou a importância da dedução matemática para o avanço das ciências. A origem para isso, talvez, foi o fato de ter estudado em Cambridge, reduto platônico que costumava ligar a matemática ao uso que dela fizera Platão.
O discurso de Descartes tinha a pretensão de que por meio do "método" se alcançaria a verdade absoluta. Seu raciocínio se equivocou, contudo, não há desconsiderar os méritos dele oriundos, uma vez que Descartes foi o precursor do que hoje é o método científico, cujos aprimoramentos seguem o modelo de Popper.
3.3 A filosofia de Karl Popper (28/07/1902 a 17/09/1994)
Popper cunhou o termo "Racionalismo Crítico" para descrever a sua filosofia. Esta designação é significante e é um indício da sua rejeição do empirismo clássico e do observacionalismo-inductivista da ciência, que disso resulta. Apesar disso, alguns académicos, incluindo Ernest Gellner, defendem que Popper, não obstante não se ter visto como um positivista, se encontra claramente mais próximo desta via do que da tradição metafísica ou dedutiva. Popper argumentou que a teoria científica será sempre conjectural e provisória. Não é possível confirmar a veracidade de uma teoria pela simples constatação de que os resultados de uma previsão efectuada com base naquela teoria se verificaram. Essa teoria deverá gozar apenas do estatuto de uma teoria não (ou ainda não) contrariada pelos factos.
O que a experiência e as observações do mundo real podem e devem tentar fazer é encontrar provas da falsidade daquela teoria. Este processo de confronto da teoria com as observações poderá provar a falsidade (falsify) da teoria em análise. Nesse caso há que eliminar essa teoria que se provou falsa e procurar uma outra teoria para explicar o fenómeno em análise. (Ver Falseabilidade). Alguns consideram este aspecto fulcral para a definição da ciência. Chegando a afirmar que "científico" é apenas aquilo que se sujeita a este confronto com os factos. Ou seja: afirmam que só é científica aquela teoria que possa ser falseável (refutável). Existem críticas contundentes quanto a esse aspecto. Essas remanescem no bojo da própria Filosofia que Popper propõe. E por que? Ao afirmar que toda e qualquer teoria deve ser falseável, isso se aplica à própria teoria da falseabilidade popperiana. Portanto, a falseabilidade deve ser falseável em si mesma. Diante dessa evidente necessidade - sob a pena de sua teoria ser não-universal e portanto derrogada pela sua imprecisão - poderá existir proposições, em que a falseabilidade não é aplicável (vide teorema da incompletude de Kurt Gödel). Nos dias de hoje, verifica-se que a falseabilidade popperiana não é princípio de exclusão, mas tão somente de atribuição de graus de confiança ao objeto passível do crivo científico.
Para Popper a verdade é inalcançável, todavia devemos nos aproximar dela por tentativas. O estado actual da ciência é sempre provisório. Ao encontrarmos uma teoria ainda não refutada pelos factos e pelas observações, devemos nos perguntar, será que é mesmo assim ? Ou será que posso demonstrar que ela é falsa ? Einstein é o melhor exemplo de um cientista que rompeu com as teorias da física estabelecidas. Popper debruçou-se intensamente com a teoria Marxista e com a filosofia que lhe é subjacente, de Hegel, retirando-lhes qualquer estatuto científico. O mesmo em relação à psicanálise, cujas teorias subjacentes não são falseáveis (refutáveis). O seu trabalho científico foi influenciado pelo seu estudo da teoria da relatividade de Albert Einstein.
3.3.1 Popper X Bacon
Comparando o método científico de Karl Popper com a visão baconiana da ciência, Ernest Gellner afirma em "Relativism and the social sciences" ("Relativismo e as ciências sociais"): - "a definição do método científico de Popper difere da versão baconiana de empirismo por sua ênfase na eliminação em vez da ênfase na verificação. No entanto eles têm em comum um determinado ponto: quer nós verifiquêmos ou refutemos, de qualquer forma fazêmo-lo com a ajuda de duas ferramentas e apenas duas: a lógica e a confrontação com os factos. As teorias são julgadas por dois juízes: consistência lógica e conformidade com os factos. A diferença entre os dois modelos situa-se apenas em saber se os factos condenam os pecadores ou canonizam os santos. Para o jovem Popper havia alguns pecadores apropriadamente certificados, mas nunca santos definitivamente canonizados".
Logo, a argumentação religiosa de que ciência é crença, não possui qualquer fundamento concreto, nem mesmo apoiado por questões filosóficas.
4- CONCEITOS:
Geralmente, no universo leigo, há grande confusão conceitual no que se refere à metodologia científica. Tais confusões geram dificuldades imensas na compreensão da metodologia em tela, o que leva a equívocos. Disso se aproveitam os pseudocientistas, com suas teorias sem sentido, cuja carga de falácias e sofismas é imensa. Tal fato se verifica uma poderosa arma a fim de convencer os leigos a respeito da certeza das mal formuladas teses pseudocientíficas.
Sendo assim, há que se esclarecer alguns conceitos a fim de elucidar o raciocínio científico e propiciar um bom entendimento do que vem a ser a metodologia científica.
- Postulados: existem na matemática. Estes não são evidentes e não se provam. Apenas dão base à demonstração dos teoremas e deduções lógicas da matemática.
- Axioma: premissa imediatamente evidente admitida como universalmente verdadeira sem exigência de demonstração. Da proposição axiomática podem-se deduzir as proposições de uma teoria ou sistema lógico ou matemático.
- Sistema: Conjunto de elementos, materiais ou ideais entre os quais se possa definir alguma relação.
- Princípio: é o ponto de partida de um processo qualquer. Ele é observável, porém não é demonstrável. É freqüente o seu uso em ciências naturais e humanas, a fim de construir o raciocínio de uma teoria. Porém estão abertos à contestação.
- Dogma: se trata de um ponto fundamental indiscutível de uma doutrina, ou seja, é uma verdade certa e incontestável.
-Hipótese: é uma suposição ou conjectura. Isto é, uma tese cuja verdade ainda não foi demonstrada, o que quer duizer que nem todos os seus dados foram confirmados pela evidência. Ex. as suposições de haver vida em Europa.
-Premissa: fato ou princípio que serve de base para um raciocínio.
-Evidência: qualidade daquilo que não oferece dúvida, que se compreende prontamente dispensando demonstração; claro, manifesto, patente.
-Fato: coisa ou ação feita, acontecimento, coisa que realmente existe, o que é real.
-Tese: proposição que se expõe a fim de ser defendida; é o inicio do processo dialético.
-Teoria: conjunto de princípios fundamentais e sistematizados acerca de determinados assuntos. As teorias fundamentam uma arte ou ciência cujo conhecimento apresenta sistematização e credibilidade que se propõe a explicar fenômenos observáveis na prática, direta ou indiretamente. Ex. Teoria da relatividade, teoria da evolução, teoria atômica, teoria da gravitação, teoria genética.
As leis científicas integram as teorias sem defini-las, sendo que a teoria é algo bem mais abrangente que uma lei natural ou cinetífica.
Disso se pode concluir que a a teoria é um grau de conhecimento muito mais avançado e melhor explicado que uma lei.
- Lei natural ou científica: é o enunciado que descreve uma relação necessária e constante entre determinados fatos e fenômenos que ocorrem com regularidade. Ou seja, decorre a lei da natureza interna dos coisas (sua essência). Tem abrangência geral que, sendo exaustivamente confrontada, testada e validada frente a um espectro de fatos, lhes confere sentido cronológico, lógico e causal. Ex. as leis da gravitação, do eletromagnetismo e da conservação da energia.
Dessa forma, há que se considerar que estes conceitos não se confundem, pois tratam de pontos distintos na seara das ciências.
Geralmente a confusão parte dos círculos religiosos os quais tentam confundir o leigo valendo-se erroneamente dos conceitos ora apresentados e assim lançar na incredulidade o conhecimento científico.
5- Alegações cristãs padrão e respostas adequadas:
Geralmente, as afirmações abaixo se fazem muito freqüentes no discurso religioso, em especial no fundamentalista cristão de linha protestante e em alguns císculos católicos;
A argumnetação que se segue, não passa de falácias e sofismas, a fim de causar impacto e iludir o leitor leigo.
Vejamos:
1- Um evento XYZ no futuro provará que o cristianismo é verdadeiro.
Evidências anunciadas para o futuro não servem como evidência no presente.
2- A ciência se baseia em fé.
A ciência assume que as leis da natureza são constantes. A ciência se baseia em observações e experiências. Fé é crença sem evidência. A ciência trabalha com evidências.
3- A ciência está cheia de lacunas.
Qualquer ciência tem lacunas, que vão sendo preenchidas por novas descobertas e teorias melhores. À medida em que a ciência faz novas descobertas, aparecem novas lacunas e mistérios, a serem resolvidos pela ciência do futuro. Todas as teorias científicas são provisórias e incompletas. Se você quer verdades absolutas, fique com a filosofia e a teologia.
4- A evolução tem muitas lacunas.
Apenas uma porcentagem mínima dos seres vivos se fossiliza. Olhe em volta enquanto anda e repare nos seres vivos. Quantos deles vão se fossilizar e ser um dia descobertos por cientistas? Tente achar um fóssil de uma espécie moderna. A falta de fósseis não significa falta de formas de vida. Quanto mais fósseis são achados, mais lacunas são criadas.
5- A ciência não sabe tudo. Ainda não descobriu XYZ.
A ciência sabe mais a cada ano, corrigindo teorias anteriores. Todas as teorias científicas são aproximações experimentais. Os cristãos vivem tentando destruir o ensino da ciência mas depois se queixam de que a ciência é lenta demais em seu avanço para satisfazê-los. Pense nos problemas difíceis que a ciência resolveu no passado, tudo sem recorrer a atos de deuses ou milagres.
6- A Segunda Lei da Termodinâmica impede a evolução, já que diz que tudo se torna cada vez mais desorganizado com o tempo.
A versão científica (ao contrário da versão dos fundamentalistas), diz que a Segunda Lei descreve as condições num sistema fechado. Em tal sistema, a energia se dissipa com o tempo. Não diz nada que impeça que a evolução ocorra. A Terra não é um sistema fechado, já que a energia solar está sempre entrando.
7- A ciência tem fraudes e erros, como os Homens de Piltdown e Nebraska.
A ciência tem métodos para detectar e corrigir fraudes e erros. A longa história de previsões acertadas da ciência valida suas teorias e métodos.
8- A ciência não sabe qual a origem do Big Bang.
A ciência observou os resultados do Big Bang no universo em expansão, os 2,7 graus de radiação de microondas e a proporção de isótopos leves. A origem do Big Bang ainda é um mistério científico. A expressão “antes do Big Bang” não tem significado científico já que o tempo é um resultado do Big Bang. “Causa” não se aplica ao Big Bang em si, já que causa pressupõe leis e passagem de tempo. Ambos são produtos do Big Bang, há 13,7 bilhões de anos.
9- A ciência não conhece a origem das primeiras células.
Há mistérios na ciência. Um dia, eles são desvendados pelos avanços da ciência. Químicos e biólogos estão trabalhando neste problema. A superfície original da Terra foi intensamente bombardeada durante a fase da evolução química. Isto destruiu evidências de traços biológicos, deixando apenas carbono. A proporção entre carbono 13 e carbono 12 nos diz que ele já foi um dia parte de um sistema vivo. As células das plantas têm preferência pelo carbono 12 quando absorvem dióxido de carbono. Leia a edição de março de 1998 da National Geographic Magazine para mais detalhes sobre a origem da vida.
10- A evolução não é válida como ciência.
A comunidade científica e a Suprema Corte americana decidiram que a evolução é válida como ciência e que o criacionismo é religião. Nenhuma publicação científica profissional contesta que a evolução é fato. Nenhuma evidência física contradiz a realidade da evolução. A continuidade genética é uma lei da biologia. Ancestrais comuns são um fato na biologia. Cada período geológico teve espécies diferentes, todas derivadas de espécies de períodos anteriores. A evolução não foi provada, foi confirmada.
11- A ciência encontrou a Arca de Noé.
Nenhuma arca foi encontrada. Não há menção a nenhuma montanha da região do Ararat.
12- A ciência descobriu provas do dilúvio de Noé.
A ciência não faz nenhuma referência ao dilúvio de Noé. Não há vestígios desta inundação em nenhum lugar. Nem a história nem a ciência falam do dilúvio mundial de Noé.
13- É preciso muito mais fé para se acreditar na evolução que em Deus.
A evolução é a variação genética ao longo das gerações de num determinado grupo. Isto foi observado. Não se observou nenhum deus.
14- Muitos cientistas, agora e no passado, acreditavam em Deus e tinham uma religião.
As escolhas religiosas dos cientistas não têm nenhuma validade científica. O valor da opinião de um cientista é proporcional às evidências que ele apresenta. Cientistas também se deixam iludir por religiões.
15- A ciência confirma o Gênesis.
A única semelhança entre os fatos científicos e o Gênesis é que ambos têm um começo. O Gênesis fala em plantas na Terra antes da criação do Sol, da Lua e das estrelas. No Gênesis há uma cobra que anda e fala, gente e bichos sem pais. Não houve chuva até que o homem apareceu e então houve um dilúvio universal. Diz que os pássaros foram os primeiros animais terrestres. Tudo isto foi refutado pelas observações científicas.
16- Foi tudo um milagre de Deus.
Qualquer história, por mais maluca que seja, pode ser explicada como milagre de Deus.
17- Quando você nega a Bíblia, você está chamando Deus de mentiroso.
Humanos falíveis escreveram, editaram e selecionaram os textos da Bíblia, não Deus. A Bíblia tem alguns fatos históricos mas também tem muitos erros.
18- A evolução e o Big Bang são apenas teorias que não foram provadas.
As teorias científicas são explicações aceitas para fatos observados. Todas as teorias científicas são tentativas de explicar as coisas, e são aproximações. Teorias científicas nunca são provadas; provas só existem em matemática. Mostre-nos evidências físicas para as teorias do criacionismo.
19- A ciência não pode lhe dar vida eterna no céu ou evitar a vida eterna no inferno.
Não há evidências de céu, inferno e vida eterna. O que a ciência pode fazer é dar uma vida mais longa e saudável na terra.
20- Não há evidências da evolução.
Cada era geológica tem espécies diferentes, começando pelas bactérias procariotes do Pré-Cambriano, há 3,5 bilhões de anos, no Apex Chert, Austrália. A continuidade genética é uma lei, que diz que animais e plantas SEMPRE descendem de organismos mais antigos, a partir do momento em que se formaram as primeiras células. A similaridade de estrutura física, genética e proteínas das formas de vida mostra que elas têm ancestrais comuns. A comunidade científica aceita a evolução como ciência válida.
21- Deus criou as pessoas.
Os humanos evoluíram durante milhões de anos. Deixaram fósseis e ferramentas das etapas intermediárias. As pessoas sempre descendem de um pai e uma mãe. Misturar Deus com ciência nunca melhora a ciência e só serve para aumentar a complexidade.
22- Deus inventou a ciência.
A ciência é um processo para solucionar mistérios. Deus supostamente já conhece tudo e não teria nenhuma aplicação para a ciência. Foram pessoas curiosas que desenvolveram a ciência ao longo dos séculos.
23- Tudo pode ser explicado pelo Projeto Inteligente.
Não há sinais de projeto na natureza. Histórias sobre projeto pressupõem um Projetista. Projeto Inteligente é apenas outro modo de dizer “Deus criou”.
24- É lógico acreditar em Deus. Você não pode provar que ele não existe.
Provas só existem em matemática. Todos os deuses se baseiam igualmente na fé. Todos os deuses se mantêm em silêncio e invisíveis, a menos que você considere que coisas físicas como planetas e vulcões são deuses. A Bíblia e outros Livros Sagrados divergem bastante sobre a natureza e a vontade de seus deuses. As pessoas inventam os deuses e eles são tão variados quanto a imaginação humana. Processos lógicos seguem o princípio de que “se entra lixo, sai lixo”, Falei com muitos especialistas em Deus. Eles divergem entre si. O ateísmo, se considerado como ausência de crença em deuses, é racional, já que não se vêem deuses. Não é possível provar que deuses não existem. Mas podemos deixar de acreditar neles. Qualquer deus pode ser apoiado pela fé, popularidade e emoções.
25- As leis da probabilidade indicam que a vida não poderia ter surgido por si só, sem Deus.
Já que o processo químico que levou à vida é desconhecido, a matemática não pode ser aplicada de forma útil. O melhor que os cientistas podem dizer, com um mínimo de certeza científica, é que eles ainda não conhecem o processo.
26- Tudo tem uma causa, portanto o Big Bang foi causado. Por Deus.
A ciência ainda não tem explicações para o Big Bang. Está além da ciência atual. O que causa o decaimento atômico e as partículas virtuais? Incluir Deus na ciência nunca melhora uma teoria científica e só serve para aumentar a complexidade. O que causou Deus?
27- Pasteur provou que a vida não pode surgir da ausência de vida.
Pasteur mostrou apenas que um caldo de cultura mantido em ambiente esterilizado permanecia estéril. Sua experiência não se aplica à origem da vida no ambiente do Pré-Cambriano, num período de milhões de anos.
28- Foram encontrados fósseis no topo de montanhas, provando que o dilúvio de Noé ocorreu.
As montanhas foram no passado o fundo do mar, com fósseis marinhos, empurradas para cima pelas colisões das placas continentais, como o Himalaia e os Andes. Fósseis são formas de vida extintas. As enchentes modernas não depositam resíduos marinhos com fósseis de espécies extintas.
29- As camadas geológicas não existem em lugar nenhum da Terra. São ficção.
Cada lugar na Terra tem uma história única, com formações diferentes, com diferentes períodos, profundidades e composições. Há em torno de 25 locais onde amostras de todos os períodos são encontradas. O sistema de colunas foi desenvolvido muito antes de Darwin escrever seu livro.
30- Os cientistas já pensaram que a Terra era plana.
Aristóteles e outros gregos antigos viram que a Terra era esférica, ao observar a sombra dela na Lua. Você conhece algum cientista que defenda que a Terra é plana?
31- A ciência afirma que tudo aconteceu por acaso.
A ciência explica as coisas pela ação das leis naturais. “Acaso” é uma medida da ignorância humana, não a falta de leis físicas agindo.
Estes fui eu que acrescentei com base em sofismas religiosos:
32 - "Todos temos o direito do livre pensar. Ou será que vamos produzir uma ditadura do conhecimento dos especialistas. Se assim fosse os evolucionistas deveriam aceitar o ensino dos Teólogos, pois eles é que são especialistas em religião".
O ensino teológico nada tem a ver com o científico, são dois mundos completamente distintos, embora suas raízes estejam fundadas na filosofia a qual se desenvolveu a partir de questionamentos sobre os mitos e crenças religiosas.
Existe uma grande diferença entre o acreditar científico e o filosófico-teológico. Neste, valemo-nos de nossas convicções; naquele, das evidências que apresentam.
Desse modo, tentar estabelecer semelhanças entre teologia e ciência é equivocado.
O aprendizado na área cientifica não se aceita; aprende-se, contesta-se e modifica-se.
Quanto ao ensinamento teológico se aceita, uma vez que não possui bases científicas que atestem ou não sua certeza, bem como possui a característica dogmática que o fecha a qualquer contestação, além de ser singular a cada crença.
Pensar é uma coisa, discorrer sobre temas científicos e contestar métodos também científicos é outra bem diferente. Há que se trazer evidências concretas para se corroborar ou rechaçar algo. Nesse ponto, convicções pessoais em nada colaboram para o desenvolvimento científico. Sendo assim a critica corre o risco de se perder e tornar-se infundada.
33 - "O evolucionismo, como sistema da linha filosófico racionalista, não tem resposta para as grandes questões da vida, indagações às quais todo ser humano, mais dia ou menos dia, irá se deparar com elas, tais como: de onde vim? Para onde vou, depois da morte? O que vim fazer neste planeta? Porque o homem entre todos os animais é o único dotado de razão? Será que um universo altamente complexo e organizado do nada? O nada ou o acaso podem criar alguma coisa? Porque tantas pessoas inocentes morrem?"
Tais questões são fáceis de serem respondidas se encaradas sob a ótica do naturalismo filosófico.
Entretanto, há que se elucidar mais dois pontos:
Evolucionismo é uma filosofia de vida (“ismo”). Não se trata de teoria da evolução a qual é uma teoria científica ( “logia”). Como se pode perceber, há dois sufixos gregos distintos para ambas as questões :
"ismo" --->seita, crença, partido;
"logia" ---> ciência.
Vamos à elucidação dos conceitos:
Evolucionismo social:
"Evolucionismo Social refere-se às teorias antropológicas de desenvolvimento social segundo as quais acredita-se que as sociedades têm início num estado primitivo e gradualmente tornam-se mais civilizadas com o passar do tempo. Nesse contexto, o primitivo é associado com comportamento animalístico; enquanto civilização é associada com a cultura européia do século XIX. O Evolucionismo Social tem relação com o Social-Darwinismo e representa a primeira teoria de Evolução Cultural.
O Evolucionismo Social era a teoria social prevalecente no início da Antropologia Socio-Cultural e explicação social, e é associada a acadêmicos como Tylor, Lewis Henry Morgan e Herbert Spencer. O Evolucionismo Social representou uma tentativa de formalizar o pensamento social com linhas científicas modeladas conforme a teoria biológica da evolução. Se organismos podem se desenvolver com o passar do tempo de acordo com leis compreensíveis e deterministas, parece então razoável que sociedades também o podem. Isso marca o início da Antropologia como disciplina científica e uma despedida das tradicionais visões religiosas de culturas "primitivas"
Além de influenciado pela biologia, o Evolucionismo Social tinha raízes na filosofia iluminista e pós-iluminista. Hegel, por exemplo, argumentou que o desenvolvimento social era um processo inevitável e determinado, similar a uma bolota que não tem escolha a não ser tornar-se um carvalho. Da mesma forma, assumia-se que as sociedades começavam primitivas, talvez num estado Hobbesiano de natureza, e naturalmente progredindo a algo parecido com a Europa industrial.
Embora a idéia de que as sociedades desenvolvem-se com o passar do tempo não tenha desaparecido, outras teorias modernas são muito mais sensíveis culturalmente, e geralmente incorporadas a entendimentos mais progressivos de teoria evolucionária.
Teoria da Evolução:
A teoria da evolução se refere à adaptação biológica — não implica em alguma forma de melhoria "absoluta", rumo a uma perfeição ideal, mas é meramente o resultado do acúmulo de características hereditárias que ao longo do tempo, em dado momento da história das linhagens, foram relativamente vantajosas aos seus portadores em seus respectivos ambientes. Também, lhe asseguro que as questões que levantou não são relevantes para cientistas, uma vez que não são objetos de seus estudos, mas do estudo de teólogos e filósofos.
Assim, é patente a diferença entre ambos os conceitos.
Autor: Graham Kendall
Como se pode perceber, todos os argumentos aqui apresentados pelo autor são falaciosos, conforme provam as contestações por ele elaboradas.
Geralmente, esse rol de falácias traz mais dúvidas que elucidações às pessoas não familiarizadas com a ciência.
CONCLUSÃO:
A fim de poder-se tecer uma argumentação, principalmente no campo científico, é necessário o conhecimento relativo a conceitos, bem como uma base científica sob o assunto em tela, além de um bom conhecimento de lógica, no que se refere a evitar e encontrar a argumentação falaciosa e sofismática e, conhecimento filosófico de modo a discorrer com propriedade sobre as implicações da teoria científica nesse campo.
Porém há que se lembrar que filosofia e ciência não mais caminham juntas, uma vez que suas linhas de raciocínio em nada se coadunam, conforme apurado no decorrer deste trabalho.
Fontes Bibliográficas:
Standard Christian Claims and Suitable Answers
http://ateusdobrasil.com.br/artigos/contradicoes/alegacoes_cristas_padrao
BAZARIAN, Jacob. O Problema da Verdade. Teoria do Conhecimento. Ed. Alfa- Omega.
CHAUÍ. Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo, Ed. Ática.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ren%C3%A9_Descartes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Popper
http://pt.wikipedia.org/wiki/Francis_Bacon_%28fil%C3%B3sofo%29
MARCONDES. Danilo. Iniciação à História da Filosofia, São Paulo, Ed. Zahar