O LEITE DA TSÉ-TSÉ: E MAIS ALGUMAS EXPLICAÇÕES CIENTÍFICAS A UM CRIACIONISTA - parte 3
POR QUE NA NATUREZA PODEM ACONTECER COISAS BIZARRAS COMO
O CASO AQUI ESTUDADO?
Como exemplo, não para o caso em tela ha
situações semelhantes que podem ser causadas por algo chamado sequencias
homólogas em genes ortólogos.
Homologia se
refere à situação em que as sequências de duas ou mais proteínas ou ácidos nucleicos são semelhantes
uma à outra, devid a uma mesma origem evolutiva.
Sequências ou genes ortólogos são sequências homólogas
separadas por eventos de especiação. Ou seja, quando uma espécie diverge em
duas espécies separadas, as cópias divergentes do mesmo gene em espécies resultantes
são consideradas ortólogas.
Em outras palavras, as sequências são sequências
de ortólogos encontrados em diferentes espécies, sendo muito semelhante, por
terem origem em um ancestral comum.
A prova mais concludente de que os dois genes similares são ortólogos é o resultado da análise
filogenética da linhagem de determinado gene. Os genes que estão dentro do mesmo
clado são ortólogos e descendentes do mesmo ancestral.
Genes ortólogos geralmente, mas nem sempre, têm
a mesma função. Seqüências ortólogos fornecem informações úteis sobre taxonomia
e estudos filogenéticos. O padrão de divergência genética pode ser usado para
inferir as relações entre espécies.
Duas espécies que estão intimamente relacionados
terão sequêncas de genes ortólogos altamente similares. Em contraste, duas
espécies filogeneticamente distantes apresentam uma grande divergência na
sequência de genes ou nas sequencoas ortólogas em estudo.
Seqüências homólogas são parálogas se eles estão
separadas por um evento de duplicação. Em outras palavras, se determinado gene
de um organismo é duplicado para ocupar duas posições diferentes no mesmo
genoma, em seguida, as duas cópias são parálogas.
As sequencas ou genes parálogos tipicamente têm a mesma função ou semelhante,
no entanto, muitas vezes não é esse o caso, porque não existe a mesma força seletiva
original na cópia duplicada do gene, que pode adquirir novas funções, por
mutação e seleção.
O gene que possibilita essa lactação na tsé-tsé
e em mamíferos pode ser um gene ancestral para a viviparidade, encontrada em
tubarões e em répteis pré-históricos (aqui),
sendo um gene para a reprodução que possivelmente codifica proteínas para tal,
sendo genes ortólogos ancestrais que divergiram porque as
populações ancestrais se dispersaram em linhagens diferentes, cada qual
acumulando mutações distintas.
Para
os genes parálogos, estes são diferentes porque sua duplicação formou várias
linhagens de descendentes do mesmo gene ancestral que persistiram na mesma linhagem
de organismos.
Assim, no nível
molecular, há duas árvores de evolução entrelaçadas pelas duplicações de
centenas de milhares de genes e pela dispersão de milhões de populações.
A teoria da evolução é
a única explicação que temos para este entrelaçado. Nenhuma outra hipótese
consegue explicar em tal detalhe as intrincadas relações entre os genes que
observamos nos organismos de hoje.
Seria interessante
estudar a sequencia genética da tsé-tsé e dos mamíferos para assim descobrir
sua relação de semelhança, ao menos reprodutiva.
Ainda o caso dessa codificação de proteínas para a viviparidade e a lactação
da TSE-tsé pode estar dentro do junk DNA.
Há uma
riqueza milionária de sequências chamadas reguladoras dentro desse material,
que não codificam proteínas diretamente, mas interagem de alguma forma com o
funcionamento dos genes.
Algumas funcionam como interruptores, ligando-os ou
desligando-os s genes presentes nos cormossomos. Outras como um botão de
volume, aumentando ou diminuindo a intensidade com que determinados genes se
expressam em determinadas células, em determinadas situações.
Uma indicação da importância biológica do DNA
lixo é que muitas das suas sequências de nucletídeos se mantiveram "conservadas"
mesmo em diferentes espécies de vertebrados, como o homem ou o frango, o que
vem reforçar a teoria da evolução a partir de um ancestral comum.
Bejerano
e seus colegas identificaram os fragmentos de transposon procurando
seqüências de “DNA lixo” quase idênticas em seis espécies de mamíferos –
humanos, chimpanzés, macacos rhesus, cachorros, camundongos e ratos. Os
pesquisadores consideram essas similaridades um sinal de que a evolução guardou
o DNA para alguma função. Caso contrário, erros pequenos se acumulariam.
É esse maquinário regulatório que permite ao ser
humano ser uma espécie biologicamente tão complexa com "apenas" 20
mil genes - bem menos do que uma espiga de milho ou um grão de arroz. "O
genoma humano é muito mais complexo do que imaginávamos", diz Mayana.
Para o Dr.
Noonan, o DNA Lixo funciona como retrotransposons, ou seja, parte dele é
movido de um lugar para outro, afetando a ação dos outros genes, implicando em
novas codificações de proteínas, com a ajuda de um retrovírus. É uma forma de
explicar o PORQUE do DNA Lixo ser responsável pela especiação e separação de
duas populações, onde cada uma seguiu caminhos evolutivos diferentes,
tornando-se espécies distintas.
Há grande importância
do junk
DNA para resultados em estudos clínicos que tentam relacionar mutações e
outras formas de alterações genéticas à saúde. Milhares de alterações já foram
identificadas que afetam a ocorrência ou a manifestação de doenças, mas a
grande maioria não está nos genes (nos 2% do genoma que codificam proteínas), o
que já era um forte indício de que o "DNA lixo" tinha alguma função
relevante dentro das células - caso contrário, as mutações seriam inócuas.
Assim, existem muitas
coisas escondidas no DNA – lixo que podem responder situações como sistemas de
reprodução, elaboração de determinadas proteínas semelhantes em criaturas
extremamente distintas, por que insetos e elefantes têm cérebros, etc.
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