segunda-feira, 10 de março de 2008

Moisés Psicodélico e o Êxodo

Professor israelense afirma que Moisés agiu sob efeito de alucinógenos

Maior profeta da religião judaica teria compartilhado vegetais psicotrópicos com seu povo.

Experiências sensoriais relatadas na Bíblia poderiam ser explicadas por esse consumo.

O profeta Moisés estava sob efeito de poderosos alucinógenos quando desceu o monte Sinai e apresentou ao povo judeu os Dez Mandamentos, afirma Benny Shanon, professor do Departamento de Psicologia Cognitiva da Universidade Hebraica de Jerusalém.

Em um artigo provocador publicado nesta semana no "Time and Mind", uma revista científica dedicada à filosofia, Shanon considera que o consumo de psicotrópicos fazia parte dos rituais religiosos dos judeus mencionados pelo livro do Êxodo na Bíblia.

"Em relação a Moisés no monte Sinai, trata-se de um acontecimento cósmico sobrenatural no qual não acredito, ou de uma lenda na qual também não creio, ou, e isso é muito provável, de um acontecimento que uniu Moisés e o povo de Israel sob o efeito de alucinógenos", afirmou o professor à rádio pública israelense.
Sinestesia
"A Bíblia afirma nesse sentido que 'o povo vê sons' e esse é um fenômeno muito clássico, por exemplo na tradição da América Latina, onde se pode 'ver' a música", acrescentou. Ele também mencionou os exemplos da sarça ardente e da Árvore do Conhecimento no Jardim do Éden, indicando que, nos desertos do Sinai egípcio e do Neguev israelense, há ervas e plantas alucinógenas que os beduínos ainda utilizam.

De acordo com o professor Shanon, as sociedades tradicionais xamânicas utilizam alucinógenos em seus ritos religiosos. "Mas essa utilização está submetida a regras muito estritas", explica. "Fui convidado em 1991 para uma cerimônia religiosa no norte da Amazônia, no Brasil, durante a qual provei um preparado feito com uma planta, a ayahuasca, e tive visões de conotação espiritual e religiosa", acrescentou.

Segundo o pesquisador, os efeitos psicodélicos das bebidas preparadas com a ayahuasca são comparáveis aos produzidos pelas bebidas fabricadas com o córtex da acácia. A Bíblia menciona essa árvore freqüentemente, e sua madeira é parecida com a que foi utilizada para talhar a Arca da Aliança.
Comentários:

Bem, no judaísmo não há nada que remeta ao uso de psicotrópicos em cultos ou como uma forma de se ligar ao divino. Pelo menos, não há indicações escritas em nenhum dos livros, Torah, Neviim, Ketuvim - que formam o Tanak. Nem há nada na Mishná, Talmude, Zohar, Sefer Yetzirah) nem nos costumes, até onde sei (caso encontre algo que fuja disso os informarei).
Entretanto, na cultura egípcia e do oriente médio isso era freqüente.

Por incrível que pareça fazia-se uso da Canabis (maconha). Se tiverem curiosidade procurem pela deusa Seshat (da sabedoria!?) ela tem uma coroa que aparenta ser uma folha da canabis (de origem asiática).




Deusa Seshat à direita

A semelhança é bem grande. Talvez, seja mera coincidência.



folhas de Canabis Sativa




Há também o Khat que possui um tipo de anfetamina (catinona) que causa excitação e euforia. Esta planta parece ter suas origens ou na Etiópia ou no Yemen. Os egípcios a usavam como uma forma de se ligar aos deuses, pois a planta, de acordo com seus efeitos era considerada divina.








Há também uma bebida que se faz com a acácia a qual é abundante em zonas semi-áridas da África e Oriente Médio, que se parece muito com a jurema usada pelos índios sul-americanos.





Lembram da historinha do bezerro de ouro que todo mundo estava alegre e feliz?





Os xamãs usavam e usam psicotrópicos como uma forma de auxiliar em seu transe e assim fazer o seu espírito chegar próximo aos deuses, mas isso é estritamente regrado.
Até hoje vemos isso em centros de umbanda onde o tabaco, o alcool e certos cipós têm essa função.
Os índios sul-americanos se valem do epadu (pasta de coca) como forma de se unir aos deuses. Os norte americanos se valem de certos cogumelos ricos em ácido lisérgico (LSD) e aqui no Brasil temos quem tome santo daime e aiahuasca.

Voltando ao Moisés, por terem os hebreus sofrido forte influência egípcia, é plausível que nos primórdios tenham usado psicotrópicos, fosse para a guerra, fosse na hora de se conectar ao divino e depois tenham desistido dessa prática.
Pessoalmente não acredito nisso (concepção pessoal), embora o conhecimento de ervas até hoje seja uma característica marcante da farmacopéia judaica e os indícios criem suspeitas.


QUANTO AO ÊXODO:

O êxodo foi um mito no que concerne ao apresentado na versão bíblica, embora fato em si tenha ocorrido.





Porém antes de se tecer qualquer comentário acerca do êxodo convém que se trate um pouco a respeito de quem eram os hicsos e como e por que eles chegaram ao Egito.


Os Hicsos:

Os Hicsos foram um povo asiático, provavelmente semita ou indo-árico que invadiu o Delta do Nilo, iniciando o segundo período intermediário do Antigo Egito.
O termo grego Hicsos deriva do egípcio Hik-khoswet, e significa "governantes de países estrangeiros".

Flávio Josefo, historiador judeu do Século I a.C., preferiu verter por "pastores cativos", em vez de "reis pastores".
O único relato pormenorizado sobre os Hicsos em qualquer antigo escritor é uma passagem não fidedigna duma obra perdida de Maneton (sacerdote egípcio e historiador do Século III a.C.), citada por Flávio Josefo em sua réplica a Apião.
É interessante que Josefo, afirmando citar Máneto palavra por palavra, apresenta o relato de Máneto como associando os Hicsos directamente com os israelitas.
O "Período dos Hicsos" ainda obscuro da história do Egito, é entendida muito imperfeitamente. É consensual que os Hicsos foram uma vaga de povos asiáticos do corredor sírio-palestino e dos desertos limítrofes que ocupou gradualmente o Delta do Nilo, em busca de alimentos. O periodo consistiu essencialmente na mudança de governantes e na forma de administração.
Felizmente que a morte do Faraó Sebekneferu (aprox. 1780 a.C.) e a tomada de poder por Amósis I (aprox. 1570 a.C.), podem ser determinadas com uma certa segurança. Tendo a data da morte de Sebekneferu ocorrido aproximadamente em 1780 a.C., e tendo Amósis tornado Faraó por volta de 1570 a.C., o Segundo Periodo Intermédio teve uma duração não superior a cerca de 220 anos.
Os historiadores modernos acreditam que as citações de Antonio não são exatas ao associarem o termo Hicsos exclusivamente ao povo israelita. Mas, eles aceitam a ideia de uma conquista pelos Hicsos.
Isto se deve principalmente a que podem achar pouca ou nenhuma informação nas antigas fontes egípcias para encher os registros do Segundo Período Intermédio que supostamente abrange da 14.ª Dinastia a 17.ª Dinastia.
Por este motivo, os eruditos presumem que houve uma desintegração de poder egípcio. Os vestigios arquelógicos actualmente disponíveis conhecidos não confirmam e nem negam a ideia que os Hicsos tenham conquistado militarmente o Delta do Nilo.
Muitos comentadores bíblicos situam a entrada de José no Egito, a sua ascenção a segundo governante do Egito ou Vizir, a entrada de Jacó e sua família, no "Período dos Hicsos", no Segundo Período Intermediário.
O livro bíblico de Génesis mostra que o Egipto era bem receptivo aos estrangeiros desde do tempo do nómada Abraão. Mas é bem possível que o relato de Máneto sobre os Hicsos, seja a versão egípcia oficial dos sacerdotes no esforço de justificar a permanência do povo israelita no Egipto durante 215 anos e no destaque que José e Moisés obtiveram (José, como Vizir, e Moisés, como um principe da Casa Real).
Maneton, segundo Flávio Josefo, apresenta os Hicsos como conquistando o Egipto sem batalha, destruindo cidades e "os templos dos deuses", e provocando matança e devastação. São apresentados como se fixando na região do Delta.
Por fim, diz-se que os egípcios se sublevaram, travaram uma longa e terrível guerra, com 480 mil homens, cercaram os Hicsos na sua cidade principal, Aváris, e então, de modo estranho, chegaram a um acordo que permitiu que os Hicsos deixassem o país sem sofrer danos, junto com suas famílias e seus bens, e daí, esses foram para a Judéia e construíram Jerusalém. (Contra Apião, Vol. I, pág. 73-105 § 14-6; pág. 223-232 § 25-6).
Numa referência adicional, Máneto supostamente aumenta a narrativa com uma história que Josefo chama de história fictícia. Menciona um grande grupo de 80 mil leprosos e doentes receber permissão para se estabelecer em Aváris, depois da partida dos pastores. Esses mais tarde se rebelaram, chamaram de volta os "pastores" [os Hicsos], destruíram cidades e aldeias, e cometeram sacrilégio contra os deuses egípcios. Por fim, foram derrotados e expulsos do país. (Contra Apião, Livro I, Cap. 26, 28)

Por volta de 1800 a.C., iniciou-se uma onda migratória pacífica para o Egito, oriunda da Ásia Ocidental; as regiões do Oriente passavam por um período de seca e fome.
Os povos nómades asiáticos não eram pessoas bem-vindas ao Egito, pois os egípcios desprezavam os asiáticos até então, referiam-se a estes como "vagabundos das areias".
Todos os povos oriundos da Ásia eram instalados na região do Delta do Nilo, para evitar o acesso dos estrangeiros à parte mais civilizada e rica do país, e também evitar a miscigenação com a população natural. Nessas vagas de povos semitas ao Egito, estariam os filhos de Jacó - os israelitas.
No final do reinado do Faraó Amenemhet III (1843 a 1797 a.C.), iniciou-se uma lenta e constante decadência do poderio do Império Egípcio. Eles derrotaram a fraca 13.ª Dinastia, cuja capital se situava perto de Mênfis, e governaram o médio e baixo Egipto por volta de 1700 AC por um período de cerca de 100 anos.
A invasão iniciou com um banho de sangue na região do Delta, seguido pelos saques às cidades: "Havia então um rei nosso chamado Timaios. Foi no seu reinado que isso aconteceu.
Não sei por que os deuses estavam descontentes conosco. Surgiram de improviso, homens de nascimento ignorado, vindos das terras do Oriente. Tiveram a audácia de empreender uma campanha contra nossa terra e a subalugaram facilmente sem uma única batalha.
Depois de haver submetido nossos soberanos ao seu poder, incendiaram barbaramente nossas cidades, destruíram os templos, os deuses, e todos os habitantes foram tratados barbaramente; mataram uma parte e levaram os filhos e as mulheres de outros como escravos.
Por fim, elegeram rei um dos seus; o nome dele era Salatis; vivia em Mênfis e cobrava tributo ao Alto e Baixo Egito; instalou guarnições em lugares convenientes...
Escolheram no Distrito de Saís (no Baixo Egito) uma cidade adequada para seus fins, que ficava à leste dos braços do Rio Nilo, junto a Bubaste, e chamaram-na de Aváris" - segundo o relato de Méneto.
Esse sacertode e historiador foi exilado em sua época por registrar essa história em uma estela de pedra. Após a ocupação, coexistiram com a 13.ª Dinastia Tebana. Nesse tempo, a Síria e Canaã (a terra de Retenu) estavam sob domínio do Egito. Era o início do período histórico conhecido como Segundo Período Intermediário.
Em 1704 a.C., tem início do reino do Faraó Aya (Merneferre). Desse ano até o ano de 1640 a.C., sucederam-se outros 43 Faraós no trono, mas, não sem oposição.
Os vizires do Alto Egito e Baixo Egito adquiriram forças política cada qual em suas regiões administrativas e iniciaram a descentralização do país aproveitando a desordem que começou gradativamente com a chegada dos imigrantes asiáticos; o aumento das riquezas nivelou as famílias mais importantes, fragmentando em diversos nomos as 4 divisões em que Sesóstris III (1879 a 1843 a.C.) havia estabelecido no ano de 1878, agindo de forma independente.
Os asiáticos se agrupavam cada vez mais no delta do Rio Nilo, chegaram a superar a população egípcia, muitos deles foram absorvidos pelas camadas mais pobres da sociedade, alguns alcançaram elevados postos na administração local; um dele, cujo nome era Khendjer (do semita hanzir que significa "javali") chegou a ser Faraó por 1 ano.
Os Hicsos permitiram a princípio que a 13.ª e 14.ª Dinastia (que foram faraós remanescentes da 13.ª Dinastia, sem importância) se mantier no Alto Egito, desde que pagassem o tributo anual.
Em 1640 a.C., no Baixo Egito, teve início a 15.ª Dinastia Hicsa com Salitis (Swoserenre), o 1.º Faraó não-egípcio. Seus domínios se estendiam do Delta do Nilo (Baixo Egito) até a cidade de Meir (Alto Egito).

Dessa cidade até à 1.ª catarata, estavam os egípcios divididos em diversas unidades políticas tributárias dos governantes hicsos; da 1.ª até a 4.ª catarata estava o Reino da Núbia (Sudão), sediado na cidade de Kerma, aliados dos Hicsos.
Entre os anos de 1640 e 1585 a.C., sucederam-se 3 governantes hicsos no trono de Aváris: Salatis, Sheshi e Khian. Em 1585 a.C., passou a reinar Apófis (Awoserre).
Apóphis provocava os egípcios com os motivos mais banais, tentando-os à guerra. Em xxxx AC, deu-se a primeira guerra entre o hicso Apófis e o Faraó Seqenenré Tao II (de cogonome "o Bravo") da 17.ª Dinastia.
Exame da sua múmia mostrou que ele morrera violentamente, seu crânio apresenta uma perfuração, talvez tenha tombado em combate.
Em 1573 a.C., o sucessor do Faraó Seqenenré Tao II foi o Kamósis (Wadjkheperre). Diz-nos um Papiro, que Apófis terá mandado um mensageiro à Nô-Amom (Tebas), ordenando-lhe que matassem os hipopótamos que viviam no Rio Nilo próximo à Nô-Amom, pois o barulho feito por eles impedia o seu descanso; caso não fossem tomadas as devidas providências, ele mesmo invadiria o Alto Egito para dar cumprimento às suas ordens.
Kamósis I conclamou o Alto Egito em levante contra o governante hicso; este se aliou com os Núbios no Sul, para conter a revolta.
Os egípcios lutaram em duas frentes de batalhas, ao norte contra os hicsos e no sul contra os núbios e venceram ambas, levando a luta até as proximidades de Aváris no Norte, e Buhen no Sul.
Mas, nada se sabe sobre ele depois dos 3 anos que durou o levante contra os invasores.

Não sabemos como morreu e quandos anos reinou. A sua múmia, em mau estado de conservação, ficou reduzida a pó antes de poder ser examinada. Foi sepultado num sarcófago dos mais simples, o que parece indicar morte permatura e falta de tempo de realizar um funeral solene.
Em 1570 a.C., o Faraó Amósis I (Nebpehtire), filho de Kamósis, inaugura a 18.ª Dinastia. No Sul do Egito, Amósis I derrotou os núbios, levando a fronteira até a 3.ª catarata, voltando à mesma posição da época da 13.ª Dinastia. Khamudi assume o trono de Aváris, e dá continuade à guerra contra os egípcios.
Em 1532 a.C., sucede Amósis I. Este continuou a guerra de expulsão dos Hicsos, iniciada por seu pai conseguindo seu objectivo após 10 anos de guerra contra Khamudi. Termina os combates com vitória de Amósis I.
Ele expulsou os Hicsos do Egito, perseguindo-os pela Canaã, Fenícia e Síria, até a cidade de Carquemis (Karkemish) junto do Rio Eufrates, onde se deteve militarmente perante os hurritas do Reino de Mitanni.

As principais razões que atraíram os Hicsos foram:
1- Escassez de alimentos na Ásia Ocidental, enquanto no Egipto abundava alimentos;
2- A desordem resultante da presença de estrangeiros e a falta de coesão;
3- O atraso técnico e militar do Egito em comparação com alguns povos asiáticos; os exércitos egípcios eram formados essencialmente pela infantaria a pé. Como não dispunham de cavalos e não usavam carros de combate puxados a cavalo (pois, a roda não era "muito útil" no deserto), seriam um presa fácil para qualquer exército que tivesse cavalaria.

As conseqüências para o Egito
O período da ocupação Hicso trouxe algumas vantagens para o Egipto:
  1. Vulgarizaram o uso do bronze até então raramente empregado no país;
  2. Substituíram da liga de bronze importada, pela de cobre-arsênico;
  3. Introduziram a roda de oleiro aperfeiçoada;
  4. O tear vertical;
  5. O boi indiano (Zebu), mais resistente que o boi egípcio;
  6. Novas culturas de hortaliças e frutas até então desconhecidas no Egipto;
  7. Uso do cavalo e o carro de guerra;
  8. A roda mais leve de arcos composto;
  9. Novas formas de cimitarras - sabre oriental de lâmina curva;
  10. Novas armas e táticas militares;
  11. Forma de dançar mudou em relação aos períodos anteriores;
Outras contribuições dos Hicsos:
  1. Abalo ao complexo de superioridade dos Egipcios.
  2. Com a insegurança provocada, os egipcios voltam-se mais a religião. solicitando as divinidades, que nao houvessem mais ameaças de fora, no caso os próprios Hicsos.
As invasões dos hicsos também são aceitas como uma prova de que os hebreus não foram levados ao Egito como escravos, e, sim, invadiram-no e, depois, tendo sido derrotados, foram escravizados.
Da análise do texto acima, percebe-se que o período em que tais povos estiveram no Egito a situação se verificou extremamente conturbada.

Assim, a questão do êxodo pode não ter sido apenas uma fuga com todas as forças do faraó mobilizadas contra milhares de hebreus. A saída desses povos parece ter sido paulatina, além de, mais tarde, com a vitoria das forças egípcias, ter havido expulsão definitiva dos estrangeiros.
Caso a versão bíblica fosse real e o faraó quisesse ter matado todos os hebreus, ele o teria feito, pois o Sinai era zona fronteiriça, bem como o território de Canaã, ao menos, boa parte dele, também era território egípcio e, fortemente guarnecido contra os inimigos do norte.
Quanto às datas, realmente são confusas e as fontes históricas vacilam ao tentar precisá-las, conforme o texto abaixo:
Há fontes que atribuem Neferhotep I ter sido o faraó à época do êxodo, que governou o Egito entre 1696 e 1686 A.C.
A data e a rota do Êxodo tem sido tópico também de consideráveis debates.
A cronologia bíblica deste acontecimento, realizado há 480 anos antes do reinado de Salomão, I Reis 6.1. Isto o coloca próximo 1440 a.C.
Tal datação é coerente com Juizes 11.26, onde se declara haverem decorridos 300 anos, desde a entrada de Israel, em Canaã.

Segundo alguns autores, o faraó do Êxodo seria Tutmés III, ou Amenhotep II. Outros já aceitam Ramsés II, o terceiro faraó da XIX dinastia egipcia, uma das dinastias que compõem o Império Novo. Reinou entre aproximadamente 1279 a.C. e 1213 a.C. .

As questões apresentam-se difíceis, em relação a datas, uma vez que, os calendários, nem sempre, eram adequados uns aos outros, e, algumas sociedades, adotavam calendário lunar, os hebreus, e outros calendário solar, como os egípcios.

A data do evento, apoiada por descobertas mais recentes, na Transjordânia e uma nova avaliação da destruição de Jericó, têm enfraquecido esta alternativa, em favor de data mais tardia.
Assim, há uma confusão bíblica no que concerne a quem era o faraó do êxodo, embora seja citado Ramsés II. Ao que parece, pode-se situar tal péríodo entre 1573 a 1532 a.C., início e fim da guerra contra os hicsos.

O período também foi assolado por catástrofes naturais, ou seja, a explosão do vulcão da Ilha de Santorini há mais ou menos 3.500 anos. Tal tata nos remete a mais ou menos 1500 a.C, que, considerando as margens de erros, pode-se chegar ao período entre 1573 a 1532 a.C..
 
Traçando-se um paralelo entre o evento de Santorini e o êxodo, as datas parece convergirem para um período em comum.



Sobre o desastre natural de Santorini, a época, era difícil uma economia se reerguer após uma catástrofe daquela magnitude. Imagine o Nilo intoxicado por algas (a água vermelha e com gosto ruim). Como dizia Heródoto “O Egito é uma dádiva do Nilo.” Tal fato era o início do fim.
Caso sigamos as pragas do Egito, parece que tudo se desencadeia com as águas do Nilo contaminadas.



AS DEZ PRAGAS EXPLICADAS:

A região do Nilo está entre três placas geológicas (Placa Arábica, Placa Africana e Placa Européia), conforme os mapas abaixo:












Pela Península do Sinai corre uma falha pelo atual Canal de Suez e outra que corre o Nilo rio a dentro até onde se situava Aváris.
Não e de se admirar que o Egito tenha sofrido com a erupção de Santorini ou que mesmo tenha tido os efeitos in loco.
Vejamos as pragas:
 
1 As águas do Nilo se Tingem de Sangue
Uma mudança climática repentina esquenta a água do Nilo e provoca a reprodução descontrolada de Pfiesteria, uma alga que provoca hemorragias nos peixes, matando-os e intoxicando as águas com sangue.
Outro possível evento seria a liberação de gás carbonico, devido a tremores de terra ocasionados pela erupção de Santorini, o que teria trazido à tona ferro, rico em águas profundas, o qual se oxidou na superfície, dando o tom de vermelho às águas do Nilo.
Tal evento teria matado peixes devido à desoxigenação das àguas e feito com que as pragas de 2 a 6 se desencadeassem.
2 Rãs Cobrem a Terra

A intoxicação das águas faz rãs e sapos fugirem, espalhando-se por toda a região.
3 Mosquitos Atormentam Homens e Animais
A morte dos peixes e anfíbios produz uma superpopulação de insetos, inclusive do terrível maruim, um pequeno mosquito de picada dolorida.
4 Moscas Escurecem o Ar e Atacam Homens e Animais
Outro tipo de inseto, a mosca dos estábulos, transforma-se em praga, atacando todo tipo de mamífero que encontra.



5 Uma Peste Atinge os Animais
A peste eqüina africana e a peste língua-azul são doenças transmitidas pelo maruim e que atingem mamíferos.
6 Pústulas Cobrem Homens e Animais
O mormo, uma doença eqüina que também ataca o homem, é transmitida pela mosca dos estábulos. Ela produz úlceras na pele.
Ambas as pestes 5 e 6 também podem ser causadas pela liberação de gás carbônico, o qual torna a circulação deficiente e pode causar pústulas e feridas.
7 Chuva de Granizo Destrói Plantações

O granizo pode cair nas regiões desérticas do Mediterrâneo, embora seja um fenômeno relativamente raro. Nuvens vulcânicas podem causar fenômenos relacionados à tempestades e mesmo granizo.
Quanto ao evento do granizo com fogo, cinza quente dos vulcões podem ser lançadas na estratosfera e formarem um revestimento de gelo em torno delas. Todavia, a rocha aquecida se mantém a altas temperaturas em seu centro e o granizo cai congelado em sua periferia e extremamente quente onde há rocha.
8 Nuvem de Gafanhotos Ataca Plantações
Os gafanhotos também são uma praga conhecida na região. Mudanças de clima podem fazê-los atacar.
A erupção de Santorini pode ter resfriado a região o que deteve o avanço dos gafanhotos especificamente nas terras do Egito.
O Granizo pode ter causado uma repentina mudança no clima que de quente e seco passou a ficar mais ameno e úmido, porém abafado o que provocou a eclosão excessiva dos ovos de gafanhotos do deserto.
Após o aquecimento, estes se retiraram, conforme diz a bíblia.
9 Escuridão Encobre o Sol por Três Dias
Uma tempestade de areia pode durar dias e é capaz de encobrir completamente a luz do Sol.
Ou mesmo pode-se considerar a hipótese de partículas vulcânicas a muitos quilômetros acima na atmosfera. Santorini lançou material a 40 Km de altura por 200 Km o que fatalmente atingira o Egito.
10 Os Primogênitos de Homens e Animais Morrem
Cereais guardados em celeiros ou em covas ainda úmidos podem desenvolver um bolor altamente tóxico (micotoxinas - mesmo poucas doses são fatais).
Como no Egito antigo os primogênitos (tanto humanos quanto dos animais) tinham a preferência na alimentação, em tempos de escassez eles foram os primeiros a comer e ser fatalmente intoxicados pelo bolor.
Talvez o cereal estocado tenha desenvolvido a micotoxina apenas na parte superior, a qual alimentara os primogênitos, daí ter ocorrido apenas a morte deste grupo.
Outro fato era o de que primogênitos ocupavam posição privilegiada. Assim, dormiam no piso térreo da casa. Com isso, uma nuvem de gás carbonico (mais denso que o ar), liberada por tremores de terra ocasionados por Santorini, pode tê-los matado durante a noite.
Como se pode notar, essas pragas apresentam sintomas típicos de algo errado na atmosfera, bem próximo de um desastre causado por erupções vulcânicas. Como exemplo, tem-se o caso do Lago Nyos em Camarões, cujos fenômenos se assemelham ao descrito no Êxodo.

Segundo pesquisadores, o evento parece ter sido umas 10 vezes mais forte que Krakatoa e pôs em xeque a civilização minóica, parceiros comerciais do Egito, mais tarde destruídos pelos dórios, os quais parece também terem ameaçado o Egito.

Uma catástrofe como a do Krakatoa baixou a temperatura da Terra em torno de 5 graus. Imagine o que fez Santorini. Parece que hoje está quase no ponto para explodir novamente. A história registra que após essas guerras e período difícil o Egito custou muito a se reerguer e se reafirmar como potencia militar.

Quanto à travessia para a Península do Sinai, esta não ocorreu propriamente no Mar Vermelho, mas no Marde Juncos.

Com os movimentos da Placa Africana contra a Européia, pode ter havido deslizamentos de terra no Mediterrâneo, acompanhado de súbito levantamento de terra na região onde se deu a travessia, proporcionando uma passagem segura aos israelitas.

Ao momento em que os soldados do faraó estavam atravessando esta passagem, um tsunami pode tê-los atingido. Isso é corroborado pois na região onde era o suposto local da travessia há sal o que pode se traduzir em uma mistura de água do mar e do lago.

Tal descrição encontra-se no Papiro de Ipuwer.

OS ESCRITOS BÍBLICOS E OS COSTUMES EGÍPCIOS:
Os escritos bíblicos (entre 500 a 530 A.C.), vieram bem depois da época de Moisés (entre 1600 a 1300 A.C).
A lei hebraica em si somente foi compilada durante e após o cativeiro da babilônia. Antes havia apenas o costume e ao que parece não havia nada escrito.
(Consultem: WOLKMER, Antonio Carlos. Fundamentos de História do Direito. Ed. Del Rey)
Não se sabe se realmente Moisés existiu de fato (há até analogias e paralelos entre ele e Amenófis IV - Akenaton) ou se escreveu algo, embora a escrita hebraica antiga já existisse.



Também não se sabe o paradeiro da Arca nem das Tábuas da Lei, nem ao menos se estas existiram de fato ou se foram compiladas após a reconquista.
Há indícios de que a Arca da Aliança tenha existido e que fora confeccionada por ourives minóicos, uma vez que a cidade de Aváris (a capital dos hícsos) era um entreposto comercial onde havia transações comerciais entre ambos os povos, além da concentração de israelitas ser alta neste local.
Uma demonstração disso são os "grifos" leões alados presentes nas cortinas do tabernáculo, que sugerem um contato com cultura aparentemente grega.
Todavia se assemelha às histórias dos mórmons com as placas do Livro de Mórmon, que apareceram e... desapareceram sem ninguém ver, exceto o John Smith, que as devolveu a Moroni (bela saída para justificar o sumiço das placas...).
Pelo menos, durante o período de guerras contra os cananeus, não creio que os hebreus tenham tido tempo de se dedicar à literatura ou a codificação de leis, embora já houvesse um alfabeto primitivo e inscrições de escravos hebreus em minas de Turquesa. Todavia, à época de Moisés e dos patriarcas vigorava o costume.
Também creio que os costumes e a crença egípcia, em parte, foram banidos da sociedade, uma vez que induziam ao politeísmo o qual feria a crença hebraica. Sobrou toda aquela história de ir para o paraíso ou para o inferno após a morte, bem como as prestações positivas e negativas encontradas no Levítico que em muito se assemelham àquelas dispostas no Papiro de Any ou Livro dos Mortos do Egito (aqui e aqui)



Os egípcios não tinham uma alimentação ruim. Seus pratos consistiam em carnes de boi, cabra carneiro e aves como o pato, além de frutas, grãos, verduras, pão e cerveja. Os hebreus aprenderam muito com os egípcios, no que concerne à dieta.
Sociedades após se firmarem, não mais necessitam do esforço físico de todos. Assim se desenvolve a elite pensante e com ela a literatura, a música, as ciências, a filosofia, a história, etc. esse era o perfil egípcio quando da chegada dos hicsos (semitas, entre eles hebreus - a época ainda cananeus, indo-arianos, indo-iranianos e indo-europeus - hititas) após uma seca terrível no crescente fértil.
Ao que parece, durante o cativeiro da Babilônia houve o contato dos hebreus com povos mais desenvolvidos e, por conseguinte, a assimilação de crenças e costumes como Éden, dilúvio, restrições com carne de porco (no deserto não tem porco, pois este é asiático; o animal referido nos textos é o javali), gigantes, demônios, babel, Jericó, monstros marinhos, etc.
Os escritos hebraicos foram feitos com base em memória de costumes e de supostas revelações, tal como o Corão. Nenhum desses escritores estava sob efeito de narcóticos, isso é óbvio. Somente registraram as memórias de seu povo e de sua crença, mitos, folclore, etc.
No passado, para as leis se imporem, os deuses é quem as enviavam aos homens por meio do soberano, fosse por revelação (caso hebreu, zoroastrista cristão e islâmico) fosse pelo soberano ser também um deus vivo (Egito, Roma, Grécia, China, Japão, Índia, Suméria, Acádia, Babilônia, Pérsia). Isso assegurava o poder do governante e a ordem como um todo.
Sem leis não há ordem e sem ordem não há governo. Ainda hoje é assim.


ADMINISTRAÇÃO DE PSICOTRÓPICOS E ESTADOS DE CONSCIÊNCIA NAS CRENÇAS:

Quanto a psicotrópicos, há um ponto da bíblia no que se refere ao Apocalipse que tenho cá minhas dúvidas entre uma ingestão acidental ou aspiração de toxinas. 
As visões de João em muito se assemelham aos efeitos causados pela ingestão de ácido lisérgico, ou por aspiração de determinados fungos alucinógenos semelhantes àqueles encontrados em tumbas e cavernas (a maldição do faraó).
Há psicotrópicos produzidos por nós mesmos, como aqueles resultados de estados de transe ou dor profunda, que se denomina endorfina (a droga do prazer – totalmente natural). Basta ver que em certos templos religiosos (cristãos, judeus islâmicos, budistas, espíritas, etc.) a pessoa parece estar sob forte efeito hipnótico.
Isso é fácil de perceber se acompanharem o ritmo das palavras durante os cultos. Se colocá-las num medidor de ondas sonoras perceberão uma uniformidade nesse ritmo (constância, altos e baixos, picos e vales, senóides e oscilações mistas), que, paulatinamente, funciona como um poderoso agente hipnótico.

Basta vermos os cultos neopentecostais, Padre Marcelo, atabaques da umbanda e orações em geral. Criam uma atmosfera propícia a lançar o fiel fora da realidade, uma vez que seu cérebro está inundado por endorfina.
Estas práticas também funcionam como psicotrópicos, pois agem no nosso sistema nervoso e assim somos capazes de ver anjos, demônios, espíritos, falar com os deuses, etc.
Quanto ao conceito de revelação... este é subjetivo e varia conforme cada povo e cada crença.
Entretanto, em se tratando de revelações, minha opinião é de que tudo é fruto de nossa cabeça e, às vezes, de uma ajuda externa.
Não vejo os santos, profetas e escritores das três religiões do livro bem como do budismo como malucos psicodélicos, mas como pessoas fortemente influenciadas pela crença que misturam o real com o imaginário.


CRÍTICAS SOBRE MEU RACIOCÍNIO:
Sobre esta análise recebi duras criticas as quais aponho abaixo. Infelizmente não me fora dado o direito de resposta e aqui o reproduzo.

(respondo em verde):


Michelson disse:
Elyson, às vezes fico impressionado com comentários vindos de alguém com raízes judaicas, como você. Como pode comparar os resultados da produção profética dos judeus - como Moisés e João - às psicodelices e insanidades dos cultos pentecostais, fortemente emocionais e envolvidos em transe místico? Os escritores judeus tinham um forte componente racional em suas produções e mesmo em suas experiências místicas (note que o apóstolo Paulo se refere ao "culto racional"). As profecias de Daniel são um bom exemplo dessa revelação lógica e racional.
Embora tenha raízes judaicas, também tenho bom senso e não me deixo levar pela crença.
Vocês também são enfáticos e incisivos ao atestarem a bíblia como uma verdade absoluta e incontestável acima de tudo, inclusive da própria razão. Caso algo a contrarie, simplesmente detonam a teoria sem construir nada que apóie a versão que pensam ser correta.
Simplesmente, faço pesquisas em fontes tais como livros e trabalhos de historiadores, pesquisadores e cientistas. Vivi isso por uns 18 anos de minha vida e sei identificar uma pesquisa quando ela é tendenciosa (infelizmente é pratica corriqueira entre religiosos).
Desculpe se trato sua crença como mito envolvido com realidade, mas é assim que vejo. Não me pauto pela minha cabeça, mas pelo que a história e as ciências apontam. Minha forma de pensar é científica e não religiosa.
Certamente, caso um dia se confirmarem, como algo plausível, pesquisas de que o mundo tem 6 mil anos e de que Deus fez o homem do barro entre outros épicos bíblicos e de outras crenças, de que o DI e o desenhista inteligente tenham uma ponta de verdade que big bang teoria da origem da vida e teoria da evolução não passam de um furo e de que há uma inteligência superior orquestrando o universo, eu darei crédito a isso tudo. Mas até o momento...nada.
Nós temos mecanismos em nossos corpos que nos fazem produzir drogas naturais e estas dependendo do contexto em que estamos agem em nosso sistema nervoso. Ainda estão sob estudo. São elas: Serotonina, endorfinas e certos hormônios. Isso é assunto para médicos explicarem com maiores detalhes.
Quanto a "culto racional", é como também expliquei: os neopentecostais não fazem uso de drogas extraídas diretamente de plantas ou sintetizadas (aliás, isso é proibido entre evangélicos, pois muitos sequer tomam cerveja, dirá usar coisas mais pesadas. O mesmo vale para muçulmanos.
O que ocorre é hipnotismo após longo período de doutrinação e assim induzem o fiel a ter visões de anjos, demônios e a pensar como um autômato. Muitas vezes, ocorre o transe e histeria coletiva (visões de Fátima, aliás, como a IASD vê este evento?), mas isso é assunto para psicólogos e psiquiatras.

É estranho como analisa o que os pentecostais tratam como revelações. Porém concordo plenamente contigo.
Também considero um tanto arrogante da sua parte afirmar coisas como "o Êxodo foi um mito", desprezando muitos outros autores, teólogos, arqueólogos e pesquisadores que pensam de forma diferente de você. Aliás, você tem sido assim enfático em outros temas abertos à discussão. Isso não ajuda em nada, embora eu respeite sua OPINIÃO.
Já respondido.

Quem disse que Ramsés II foi o faraó do Êxodo? Essa é uma grande confusão histórica.
Já respondido.

E para finalizar, é bom analisar os encontros dos profetas bíblicos com Deus (teofanias) para perceber a imensa diferença entre essas experiências e as daqueles que se valem de alucinógenos para suas "viagens". Jesus Se manifestou a Paulo enquanto ele se dirigia a cavalo para Damasco. Isaías, Jeremias, Ezequiel, etc., também estavam bem lúcidos quando tiveram suas visões.
A respeito das "teofanias" há que se ter uma certa dose de cuidado ao analisá-las, uma vez que estas podem indicar estados de consciência alterados.
Afinal quem estaria certo: neopentecostais, pentecostais, adventistas, católicos, batistas, judeus, budistas islâmicos, etc. todos ou nenhuns?
Até que ponto haveria lucidez entre os profetas?
Não entenda eles estarem se valendo de psicotrópicos, mas de tudo ser apenas fruto da imaginação deles pela ligação forte que mantinham com a crença, aqui podemos citar Isaias, Ezequiel, Daniel, Maomé, Francisco de Assis e outros santas católicos.
Neopentecostais e outros crentes de diversas religiões também pensam estarem lúcidos em seus cultos e nas supostas revelações que dizem ter. Será que de fato estariam?



Sobre Paulo, parecia estar sob efeito de forte insolação no momento em que Jesus se revela a ele.
Bem, uma insolação deixa a gente meio descompensado, pode causar cegueira de alguns dias, nos faz ouvir e ver coisas e obscurece nossa forma de pensar.

Bem, basta analisarmos e cada um tirar suas próprias conclusões do que pode ser um encontro com Deus.

Outra crítica: (resposta em marrom)


Luiz disse
não sabia das raízes judaicas de vc Elyson...mas concordo com o Michelson ao ler vc escrever que o Êxodo seria um "delírio", oq achei um absurdo. Acompanho seus mais variados comentários por aqui já faz algum tempo e vejo que és bem instruído em vários assuntos. Mas lamento a sua visão unilateral, ou seja, você só consegue ver e descrever as coisas de um olhar científico. Muitas vezes você descreve tudo certinho, nas minúscias e detalhes mas me parece que lhe falta...coração talvez. Por exemplo. Se alguém te cortar com uma faca e te pedisse pra você explicar a dor você iria detalhar a dor como um sinal elétrico transmitido pelos nervos periféricos, etc, etc até chegar no cérebro, etc. Mas uma coisa vc não seria capaz de dizer (aliás, ninguém): se te pedissem as medidas da dor. Quanto? Quantos centímetros, metros...qto? Eu como adventista aprecio muitos textos jucaicos e algumas tradições também. Acho fantástico. Temos íntimas relações com os judeus (quem é adventista sabe do q estou falando). Acredito que a melhor visão nunca será unilateral mas sim holística, global. Tente enxergar do maior número de pontos de vista que vc conseguir, aí sim creio que terás uma compreensão maior e mais concisa.
 
Luiz:

Sobre o êxodo: já explicado.
O cristianismo e o judaísmo se aproximam enquanto mantidos os preceitos oriundos do judaísmo (a ética, aderência a parte da lei e dos costumes, a crença em um único Deus todo poderoso). Porém não há uma ligação íntima, mesmo se considerados os adventistas, pois muito do que é sagrado para o judaísmo e o era para Jesus, fora deixado de lado (Yom Kipur, Rosh Hashaná, Shavuot, Purim, Pessach, Chanucá etc. e seus significados, a comida Kosher, a circuncisão o bar mitzvá, o baat mitzvá).
Vocês podem até respeitar alguns preceitos do Levítico e da lei, mas será que sabem por que fazem isso (ou ficam no “é porque Deus disse que é”)? Faltam-lhes complementos e interpretações à parte para entender o que se encerra nas palavras da Lei. A visão cristã não pôde supri-los dessa fonte de conhecimento, pois à época os cristãos eram pregadores leigos e o judaísmo passou a ser algo marginalizado tratado como heresia e bruxaria.
Com o tempo, cristãos parecem ter construído um arremedo com o caráter de nova doutrina em que se incorporaram novos valores e novas formas de se interpretar a visão bíblica (ex. a carne de porco que era javali - não o porco propriamente dito, dieta quase básica para europeus antigos – bárbaros e romanos; foi liberada).
A questão do Levítico abriga profundidade muito maior que simplesmente fazer ou não fazer determinada conduta. Tem um fundo político, econômico, social e também relacionado a questões de saúde pública (comuns para o Oriente Médio a época).
Nesse ponto, adventistas me lembram a história dos macacos e da banana (experimento real).
" Colocaram-se 5 macacos numa jaula e um cacho de bananas no topo de uma escada. Cada vez que um macaco ia pegar uma banana os outros sofriam com um jato de água gelada. Com o tempo, aquele que tentasse subir e apanhar a banana era espancado pelos outros. E assim foi até que não mais se jogava neles o jato de água.
Trocou-se um dos macacos. Este novo elemento foi apanhar uma banana e apanhou dos outros, antes que recebesem o jato de água. Trocou-se um outro elemento e este outro também foi espancado, inclusive pelo novo.
Assim sucessivamente, trocaram-se todos os macacos e, quem tentasse apanhar a banana era espancado, mesmo sem receberem o jato de água.
Ou seja, eles espancavam os novatos sem mesmo saberem por que o faziam. "

Dessa forma vocês seguem coisas que sequer têm noção do que seja e do que está envolvido na questão. Simplesmente seguem um comando sem contestar e entender por que deve ser seguido e se o comando está de acordo com a atual realidade que vivemos.
Às vezes chegam a agir por reflexo condicionado conforme as experiências de Pavlov.


Sobre as dores, elas não se medem se sentem e o sentir é algo subjetivo a cada pessoa.
Enxergo os pontos de vista seja na questão da fé, seja na questão da razão. Porém prefiro analisar sob a ótica da razão.
O problema é que a crença religiosa atribui a tudo uma causa que tem sua origem no além (a religião cristã pensa aristotelicamente, pois o pensamento cristão é fundado na fusão do judaísmo com o helenismo) e sabemos que não é por ai.
Sabemos que milagres são coisas subjetivas.
Para vc os casos de Fátima, de Lanciano e de Nossa Sra de Aparecida são milagres? E o caso de alguém se livrar de um demônio na Igreja Universal é milagre? E o caso de Maomé ter visto o anjo Gabriel mandá-lo recitar o Corão é milagre? E o caso de Buda ter andado após o nascer e sua iluminação são milagres?



Como vê, essa carga de subjetivismo é grande.
Certamente temos de ter várias visões, mas também temos de descartar aquelas que destoam do senso de realidade que é o que a religião não faz, pelo contrário as alimenta.

Exemplos claros disso são os sufis e derviches do islã, os carismáticos católicos, os cultos onde se falam as línguas dos





anjos nas congregações cristãs, certos pontos onde a mítica judaica atinge níveis elevados de concentração, os rimpoches tibetanos, os zen-budistas japoneses, a concentração existente nas artes marciais, prática a qual me dediquei por 30 anos



de minha vida e lhe asseguro que o poder de concentração aqui envolvido o faz ver movimentos do adversário antes mesmo dele pensar em executá-los.





Enfim, todas essas coisas não se tratam do uso de drogas, nem de milagres, mas de estados de consciência alterados sob forte influência da atmosfera local, por concentração ou forte influência hipnótica.







CONCLUSÃO:
A respeito de que a crença hebraica no passado tenha se valido de psicotrópicos em seus rituais, de acordo com as fontes bíblicas e também com base em outros livros referentes ao judaísmo, não parece ter ocorrido, embora os indícios sejam fortes. Não há nada escrito nas fontes que ateste tal prática. O mesmo vale para o cristianismo e para o islamismo.

Porém, como é patente nas antigas religiões dos xamãs, egípcios, sacerdotes babilônios, gregos, persas, ritos da América pré-colombiana, da Sibéria e da Ásia se valiam de tais práticas.

Assim, resta aberta a hipótese de que os antigos hebreus, uma vez que partiram do Egito e, entre eles havia outros povos, poderem ter feito uso de psicotrópicos.

Entretanto, a administração de psicotrópicos em cultos antigos dos hebreus, parece terem sido banida da crença após a revisão da lei feita pelos sacerdotes (supostamente por Moisés), o qual buscou uma unificação do povo hebreu por meio da religião (um povo, um Deus), como era de costume em povos antigos.

Sobre o êxodo, a questão resta aberta a pesquisa, a fim de que se possam precisar datas e eventos contemporâneos. Até o momento, que eu tenha conhecimento, não se chegou a uma conclusão definitiva sobre o que ocorreu, quando e como.

A teoria mais plausível, com base em fatos históricos é a de uma saída paulatina do Egito, rumo a Canaã.

A respeito de milagres, o subjetivismo é grande.... Se agem no mundo natural, podem ser explicados sem o apelo ao divino.

Sobre os psicotrópicos nas religiões do livro, bem como no budismo, isso se trata, provavelmente, de estados mentais alterados, e às vezes, mesmo hipinotismo induzido pela atmosfera local.

O assunto está aberto a opiniões e a estudos na área.

Recomendação bobliográfica

The Exodus decoded by Simcha Jacobovici

parte 1




parte 2




parte 3







parte 4






parte 5



parte 6




parte 7







MISTÉRIOS DA BÍBLIA - ÊXODO

parte1




parte 2





parte 3




parte 4