domingo, 7 de dezembro de 2008

Site criacionista prega peça em leitor curioso














Introdução:

Alguém (gostaria de conhecer este ilustre misterioso) perguntou a respeito do dilúvio e as respostas, para variar, foram lamentáveis.

Todavia as respostas tenderam ao absurdo, uma vez que não há respostas plausíveis sobre nada acerca de um dilúvio universal, conforme, acreditam os criacionistas.

O dilúvio não deve ser entendido como um evento universal, mas localizado à região do oriente médio propriamente dito, embora diversas culturas façam mensão a este acontecimento, como será esclarecido ao longo deste trabalho.

O teor das respostas dadas às perguntas no site criacionista é um assinte à inteligência de um ser humano que tenha o mínimo de estudo.

Vejamos as perguntas, as respostas e as análises delas (em preto as perguntas, em verde os comentários dos artigos e em vermelho o esclarecimento dos mal entendidos):


1. Como animais específicos de cada região chegaram até a arca?
A configuração da Terra era bem diferente. Não havia tanta água (mares) como hoje (lembra da Pangea?), o que facilitaria a migração dos animais. Não podemos pensar em animais "específicos de cada região", já que essas regiões e muitas dessas especificidades surgiram após o dilúvio.

Francamente..... Pangea na época do suposto Noé (há 4 mil anos)!!!! Essa é demais!!!! Chega a ser ridículo para nao dizer triste. Isso é forçar a barra demais!!!!!!!!

Deve ser algum "hoax" do autor do texto.






Este continente (Pangea) se formou há 200 milhões de anos e, como todo mundo sabe exceto alguns criacionistas, não existiam humanos, nem qualquer mamífero de grande porte (os mamíferos começaram a aparecer no Triássico, mas eram animais de pequeno porte e ovíparos) .

Assim, o suposto Noé, bem como o projeto da arca e a idéia de deus, sequer poderiam existir, exceto no mundo da fantasia dos criacionistas.

Aqui um pouco do que é deriva continental.

Daí esta hipotese, por ser completamente absurda e sem nexo estar afastada, sem maiores comentários...


2. Como as milhões de espécies de vegetais de cada região do mundo sobreviveram ao dilúvio? Havia na arca de Noé exemplares de vegetais de todas as partes do planeta?

Muitas sementes de plantas terrestres conseguem sobreviver por longos períodos, imersas em várias concentrações de água salgada (Howe, G. F., 1968. "Seed germination, sea water, and plant survival in the Great Flood." Creation Research Quartely.

Ironicamente, Charles Darwin igualmente provou que sementes conseguiriam sobreviver durante meses imersas na água do mar). De fato, a água salgada impede a germinação de algumas espécies, de modo que as sementes duram mais quando em água salgada do que em água doce. Outras plantas poderiam ter sobrevivido em massas flutuantes de vegetação, ou nas pedras-pomes oriundas de atividades vulcânicas. Partes de muitas plantas são capazes de germinação assexuada.

Muitas plantas poderiam ter sobrevivido como provisões planejadas de alimentos na arca, ou pela inclusão acidental em tais provisões de alimentos. Muitas sementes têm dispositivos para se prenderem em animais, e algumas poderiam ter sobrevivido ao Dilúvio dessa maneira. Outras poderiam ter sobrevivido nos estômagos das carcaças de herbívoros mortos que flutuavam.

A folha de oliveira trazida de volta para Noé pela pomba (Gn 8:11) mostra que as plantas estavam se regenerando bem antes de Noé e seus familiares terem deixado a Arca.

Sim, plantas e sementes podem sobreviver submersas ou sob seca intensa, no sistema digestivo ou presas a animais não há qualquer entrave contra isso.

Mas certamente um evento nas proporções diluvianas simplesmente teria acabado com a vida no planeta, aliás ela jamais teria existido, uma vez que a pressão atmosférica antes do evento estaria em torno de 350 a 400 atmosferas, o que impediria a vida como a conhecemos de sobreviver, fosse antes ou após o dilúvio, o que rechaça a hipótese de sua existência.
Imaginem as florestas tropicais destruídas com seus animais, a vida marinha destruída, uma vez que plantas marinhas morreriam por ausência de luz solar na profundidade das águas.
Quanto ao fitoplancton também morreria devido à baixa salinidade que o mar atingiria. Isso, sem dúvida, quebraria a cadeia alimentar oceânica, restando apenas saprófitas para digerirem o material em decomposição.
Destruição em massa já aconteceu algumas vezes em nosso planeta e a mais recente foi o asteróide assassino que extinguiu os dinossauros. Apesar de ter sido um evento catastrófico, algumas espécies ainda sobreviveram (fossem animais ou vegetais).
Todavia, um evento como o dilúvio mataria mesmo estes sobreviventes, sem considerar que apenas um casal por espécie resultaria em fraqueza genética de descendentes e levaria ao colapso de boa parte da vida animal, inclusive humana.
Assim, pela carência de evidências de um dilúvio como pela incoerência do raciocínio ora apresentado, não há que se considerarem as hipóteses levantadas pelo artigo.

Leia também esta postagem.

A reportagem acima é aquela das sequoias gigantes. Resumindo o artigo pergunta por que até então não se descobriu uma sequoia com mais de 3200 anos e, a conclusão é óbvia: porque houve o dilúvio.... Brilhante dedução.


Todavia, há uma explicação científica a respeito da descontinuidade na vida das sequóias:







O horizonte questionado (4.000 a 3.000 anos atrás) pertence ao período Holoceno (ainda estamos nele), iniciado há uns 12 mil anos. Assim, falar em florestas do mioceno, conforme cita o artigo é dar um salto de 23 a 16 milhões de anos atrás.

Coníferas são uma transição entre as pteridospermas, plantas baixas, que dominaram o planeta durante os períodos permiano (286 a 250 milhões de anos atrás) e o triássico (250 a 209 milhões de anos), e as atuais coníferas, que incluem, além de sequóias e pinheiros, cedros e ciprestes.

Estas plantas se beneficiaram pelo aparecimento de montanhas, causado pela separação dos continentes e pelo clima mais ameno, a partir do final do Triássico (aqui).

Um dos fatos das sequoias terem parado de crescer poderia estar correlacionado às eras glaciais o que limitaria a luz e o calor, bem como o enriquecimento do solo para que essas plantas pudesem manter seu ciclo de vida.

Quanto à idade mais avançada (3.200 anos conforme citado) talvez haja uma idade limite para a planta, embora o artigo diga o contrário, sendo que há estudiosos que reivindiquem árvores de sequoias com cerca de 6.000 anos.

O início do Período Holoceno foi o fim da última era glacial e assim pode ter dado as condições para que a planta voltasse a se reproduzir e ter a durabilidade que possui, pois muitas dessas árvores não vingam facilmente na natureza.

Para este estudo, há o problema de que para se determinar a idade das árvores faz-se necessário cortá-las para contar os anéis de crescimento do tronco.

Para evitar o corte, os pesquisadores utilizam um aparelho denominado verruma de Pressler, uma espécie de saca-rolha oco que faz um furo no tronco e recolhe material, permitindo contar os anéis sem cortar a árvore. Mas o equipamento tem alcance limitado, além da dificuldade de furar madeiras duras.

A datação por radiocarbono é, atualmente, a maneira mais precisa de saber a idade das árvores (o cerne é tecido morto, logo pode ser feita análise nas árvores por este método - veja sobre árvores aqui).

Também é uma técnica lesiva porque, extrai-se um pedaço da madeira central da base do tronco, que é a mais antiga, desde o início do crescimento da árvore.

Desse modo, é difícil estabelecer até que ponto pode existir coerência no estudo citado pelo artigo, uma vez que não há acesso à bibliografia de Asa Gray e dos demais estudiosos citados, sendo que tais trabalhos possuem idade avançada datados entre 1912 a 1930, período em que sequer conhecíamos datação por isótopos radioativos.



Quanto ao fim dos dinossauros leia aqui e aqui a respeito do limite KT que demonstra a possibilidade da queda de um asteroide assassino no planeta Terra.

Desse modo, relacionar sequoias com dilúvio é no mínimo uma tolice, uma vez que o fato de Asa Gray ter estipulado a data de 3200 anos para a mais velha árvore , certamente não possui como causa o diluvio.

Sem se falar nas relações absurdas realizadas ao final do artigo, principalmente as que seguem abaixo:

Por algum motivo desconhecido, as sequóias gigantes só podem ser encontradas há 3.200 anos, com espécimes em registros recentes. Mas essa espécie é encontrada abundantemente nos registros fósseis, numa grande extensão da superfície terrestre.

Do explicado acima, a idade de 3200 anos para sequóias, se baseada nos trabalhos de Asa Gray, é duvidosa, por conta dos métodos por ele utilizados. É natural que fósseis de coníferas existam espalhados pelo planeta, uma vez que coníferas gigantes surgiram por volta do triássico (que durou de 248.2 a 205.7 milhões de anos atrás).

Todavia, os fósseis de coníferas encontrados não se tratam de sequóias como as que existem hoje, eram outras espécies.

Destaque se faz ao ginkgo biloba, que é uma das árvores mais antigas que se tem notícia, com registros fósseis datando de mais de 250 milhões de anos atrás. Charles Darwin se referiu à ginko biloba como "fóssil vivo".






Seu desaparecimento não é provavelmente devido a enfermidades, infestação de insetos ou fogo, uma vez que são muito resistentes a eles. (Observação: um incêndio suficientemente grande para destruir todas as árvores, também deveria ter sido suficientemente grande para destruir suas sementes; é o que parece!) Outra catástrofe que poderia explicar a súbita descontinuidade das árvores e dos dinossauros, e dos pterodátilos, e dos homens, é uma enchente poderosa.
Errado!!! enchentes poderosas e locais acontecem por todo o planeta devido a terremotos, chuvas pesadas, derrames de lava, deslizamentos de terras, derretimento de neve no cume de vulcões, furacões e maremotos.

Quanto a incêndios, geralmente são benéficos a determinados tipos de coníferas, pois fazem com que suas sementes sofram eclosão (veja a importância dos incêndios em florestas boreais
aqui).
Quanto à descontinuidade de homens e pterodactilos... estes nunca se encontraram. O registro fóssil atesta isso. Pterodactilis estão abaixo do limite KT e hominídeos em geral bem acima.
Assim, de acordo com o apresentado o raciocínio elaborado pelo articulista é falho, sem o mínimo de coerência temporal entre os eventos e as eras geológicas de nosso planeta.
A história da semente de uma sequóia gigante do cone, até a mudinha indica que:
Os cones poderiam sobreviver ao dilúvio por 21 anos. O dilúvio de Noé durou apenas 371 a 376 dias.

Muito precisa, não a duração do dilúvio no que se refere à recuperação do planeta?! De onde veio e para onde foi toda a água?
Catástrofes como enchentes violentas, fazem com que demorem meses para que ocorra a recuperação da flora e da fauna locais. Na hipótese deste evento ter ocorrido há uns 3 ou 4 mil anos, o planeta aínda estaria se recuperando do desastre.

Outra pergunta, como sabem que cones de coníferas poderiam sobreviver por 21 anos? Quem foi que enfiou uma sequóia num aquário gigante e fez esse estudo?

Enchentes têm sido comprovadamente instrumentais na disseminação de sementes. O dilúvio mundial de Noé finalmente recuou, aproximando-se então das condições de uma enchente local.
Sem sombra de dúvidas que na natureza tudo tem seu lado positivo e negativo. A desgraça de um e a sobrevivência do outro. Agora o que tem a ver o dilúvio com enchentes locais e disseminação de sementes?

No mínimo há muita incoerência nesse raciocínio, pois se essa história fosse real, não teriamos uma flora e fauna bem definida, não entre 3 e 4 mil anos se tivesse havido uma disseminação tão grande de sementes.

Certamente a costa do Brasil, da África, Índia, Indochina, litoral Australiano, entre outras regiões tropicais banhadas pelo mar apresentariam ecossistemas quase idênticos, o que não ocorre.

Existiriam sequóias nos Alpes Suíços, nos Andes, em Campos do Jordão e na Sibéria. Nesses locais as coníferas são bem diferentes das americanas.

Ou seja, o raciocínio apresentado pelo artigo é incoerente.

O desenvolvimento das arvorezinhas utiliza aluviões pouco profundos para germinar, soltando uma raiz temporária até desenvolver um sistema de raiz pouco profundo, mas amplo. Isso tornaria o desenvolvimento da árvore adulta mais fácil nas condições após o dilúvio.
• Embora capaz de viver indefinidamente, a idade mais avançada da sequóia gigante é cerca de 4 mil anos, indicado seu reaparecimento na Terra cerca de 2.000 anos a.C., exatamente na época em que a maior autoridade histórica, a Bíblia, o coloca.

Errado!!! pela própria insegurança e procedimentos duvidosos dos trabalhos de Asa Gray.
Outro ponto, bíblia não é autoridade histórica de nada que se refira a dilúvio, uma vez que é patente que este não existiu, por impossibilidade fática de que a quantidade de água existente no planeta não seria suficiente para cobrir o mais alto ponto, o Monte Everest, o qual há 4 mil anos já existia.
Caso fizessemos a brincadeira de achatar as terras do planeta ao nível do mar, drenar toda a água das profundezas, derreter as calotas polares e condensar toda a água da atmosfera, teriamos cerca de 10 cm de altura de água sobre o solo, o que não seria suficiente para haver um dilúvio nas proporções bíblicas (aqui).

Assim, o ora apresentado no artigo, sob a ótica científica não faz qualquer sentido.

Concluíndo, parece que a história e os hábitos de desenvolvimento da sequóia gigante se encaixam bem na história do dilúvio, assim:

DILÚVIO
• Destruiu todas as coisas vivas [terrestres];
• Durou aproximadamente um ano;
• Recuou deixando aluvião e outras condições para a germinação;
• Houve, sem dúvida, fissuras e encostas de montanhas com depósitos pouco profundos;
• Quando as águas do Dilúvio recuaram, talvez semeassem a sequóia exatamente como em 1880;
• Ocorreu cerca de 2 mil anos a.C.
SEQUÓIA GIGANTE
• Descoberta extensa de fósseis anteriores a 2 mil anos a.C.;
• Os cones podem permanecer na árvore por cerca de 21 anos;
• As sementes precisavam exatamente o tipo de solo que o Dilúvio deixou;
• Sequóias crescem principalmente sobre solo com resíduo de granito aluviões, sobre basalto metamorfoseado, sobre solo derivado de rocha xistosa;
• Na região do Rio Kaweah e ao longo do seu afluente Rattlesnake Creek encontramos restos do que foi espalhado pela enchente;
• Começou a crescer há mais ou menos 4 mil anos.

A análise acima soa infantil. É a falácia da invenção de fatos, combinada com a da distorção de fatos e da superficialidade.
primeiro lugar: dilúvio não existiu em nível mundial, por impossibilidade fática. Logo as hipóteses que nele se assentam são falsas.

segundo lugar: é obvio que com o degelo ao término das eras glaciáis certamente tenham ocorrido enchentes violentas, pois temos indícios de que assim se formaram os Grandes Lagos e o Estreito de Bósforo bem como o Mar Negro.

terceiro lugar: uma parede de gelo se movendo sobre rocha deixará fissuras, uma vez que sua massa é enorme. Isso aconteceu ao início e ao fim das eras glaciáis.

Dessa forma, a hipótese apresentada por este artigo em nada revela que houve um dilúvio universal.
Será que Deus nos deu na sequóia gigante um cronômetro pelo qual podemos calcular quando ocorreu o Dilúvio? O que poderíamos descobrir por meio de uma investigação mais minuciosa na história da sequóia gigante de Sierra Nevada? Falando de outra espécie de árvore, nosso Deus disse uma vez: "Acaso não ouviste que já há muito dispus Eu estas cousas, já desde os dias remotos o tinha planejado?" (2 Reis 19:25).
Ironias à parte, acho que nosso articulista precisa de um outro cronômetro para datar o dilúvio, pois o das sequóias encrencou e sua imaginação voou além da própria imaginação.

Uma investigação minuciosa dessas plantas pode revelar que elas possuem mais idade do que dizem ter ou menos. Mas acho que não seria conveniente matar dúzias de árvores como estas a fim de saber sua idade real, ou quando, como e porque morreram, cresceram ou pararam de crescer.
O mais conveniente e apanhar os fósseis e analisá-los, de modo a entender o que houve. Pode ter ocorrido inundação pelo degelo, terremoto, queda de corpo celeste ou deslizamento de terra, mas jamais um dilúvio universal.
No mais a conclusão é simples: deixa perguntas de modo a restarem dúvidas ao leitor incauto além de colocar frases bíblicas de efeito. Em suma, o artigo em nada colaborou para o enriquecimento científico no que se refere ao direcionamento das conclusões.
Não passa de pura pseudociências, onde apenas o jargão e científico e o conteúdo não passa de piada, além de deturpar o trabalho de pesquisadores como Asa Gray.


3. Como as milhões de espécies de artrópodos sobreviveram ao dilúvio? Havia na arca uma seção com milhões de compartimentos para "casais" de insetos, aracnídeos, crustáceos e similares? Será que antes do dilúvio havia milhões de espécies de artrópodos?

Lembre-se de que os criacionistas não são fixistas e aceitam a variação (biodiversidade) dentro de tipos básicos e até o surgimento de seres vivos diferentes, em níveis taxonômicos limitados. Além do mais, é bom lembrar que esse tipo de criatura (insetos, aracnídeos, etc.) é muito pequeno, podendo ter sido "facilmente" acomodado na arca.
Essa é boa.... imaginem só a biodiversidade de artrópodes em apenas 4 mil anos ou menos (diria uns mil anos)!!! Isso me lebra o filme Evolution, no qual cai um meteoro na Terra e em alguns dias havia até primatas, pois os seres apresentavam 10 bases em seu DNA.
Atualmente, estão catalogadas cerca de 890.000 espécies, o que não deveria ser diferente de há 4 mil anos, representando 4/5 das espécies do planeta, o que sugere mais ou menos 225.000 outras espécies.

Certamente, tudo isso não caberia na arca, uma grande barcaça construída de madeira e impermeabilizada com betume e encaixes tipo macho e fêmea.

As dimensões de acordo com a Bíblia, eram aproximadamente 157 m de comprimento, 26,2 m de largura e 15,7 m de altura , com três andares interiores, o que daria aproximadamente 64.580.38 metros cúbicos de volume interno.

Aparentemente, uma "janela" foi construída ao seu teto. (Gênesis 6:14-16). As dimensões da Arca tornam-a a maior embarcação marítima conhecida existente antes do século XX e suas proporções são surpreendemente semelhantes às encontradas nos grandes transatlânticos atuais.

Todavia há um problema no que se refere à sustentação desta barcaça e os perigos de ruptura de seu casco, pois como é sabido, de acordo com a resistência dos materiais, quanto maior um corpo, maior os momentos fletores o que fatalmente romperia um casco de madeira.

Este tema é abordado segundo a teoria da fraqueza relativa dos gigantes aqui e aqui, em relação à qual Lobo Carneiro observou, segundo o ensaio de Galileu o qual demonstra que quando se faz um modelo reduzido e se passa a um protótipo maior, o peso cresce com o cubo da escala, enquanto a resistência cresce com o quadrado.
Assim, o modelo menor é mais forte que o maior -- o que significa que o homem normal é mais forte que o gigante.
Imaginemos a arca lotada sob uma tormenta.... Certamente Noé e familia ,com sua respectiva coleção de animais pereceria nas águas do dilúvio.

Quanto às ligações entre dilúvio e os povos do planeta, há duas versões:de acordo com datações por meio de carbono e evidências arqueológicas, uma equipe de cientistas britânicos afirma que há ligação entre derretimento de uma lâmina de gelo que cobria a America do Norte, o que elevou o nível dos mares em cerca de 1,4 metro e fez com que milhares de pessoas que viviam no sudeste da Europa se dispersassem (aqui).

Perto de Madagascar, na África, a cientista Dallas Abbott acredita ter encontrado indícios de uma catástrofe bíblica. Há 4,8 mil anos um objeto de mais de três quilômetros de diâmetro teria gerado uma tsunami de quase 200 metros de altura (aqui e aqui).
Agora imaginemos o deslocamento de uma tsunami e a quantidade de água evaporada pela queda deste corpo celeste. É certo que causaria um desequilíbrio no regime de chuvas no planeta.

Assim, de acordo com o número de espécies existentes, pela fragilidade da arca, quanto a sua resistência, pela impossibilidade de haver água para cobrir até o ponto mais alto do planeta (o qual sem dúvidas deveria ser o Everest), pela impossibilidade de recolher todos os animais existentes no planeta (exceto se considerada a "Pangea") e pelos dois fatos acima apresentados, há que se concluir que a história do dilúvio é apenas uma alegoria bíblica aumentada para além do que de fato possa ter ocorrido.


4. Como os animais aquáticos de água doce sobreviveram?
Leia a resposta aqui.

Este é aquele artigo que diz como os animais de agua não salgada sobreviveram ao dilúvio. O artigo já começa dizendo bobagens, como:

Não sabemos quão salgado era o mar antes do Dilúvio. O Dilúvio foi iniciado pelo rompimento das "fontes do grande abismo" (Gênesis 7:11). Quaisquer que fossem essas "fontes do grande abismo", o Dilúvio deve ter estado associado com enormes movimentos da crosta terrestre, causados também pelo peso da água, que teriam resultado em grande atividade vulcânica.

O mar há 4 mil anos era tão salgado quanto o atual, pois se fosse mais salgado, poderia não dar a chance de termos a vida como ela é e, nem tão pouco, haver vida, exatamente como ocorre no Mar Morto.

"Peso de água" pode causar vulcanismo como ocorre em determinadas ilhas havaianas (há ciclos em que os vulcões entram em atividade ou a cessam devido ao aumento de densidade da água por variação na temperatura). Atividade vulcânica quando bem fraca irrompe em geisers ou gases. Se for intensa, do "grande abismo" irromperá lava, ou seja, rocha derretida.

Os vulcões expelem enormes quantidades de vapor d'água, e a lava submarina dá origem à água quente e ao vapor d'água que dissolve minerais, acrescentando sal à água. Além disso, a erosão que acompanhou o escoamento da água para fora dos continentes após o Dilúvio teria acrescentado mais sal aos oceanos. Em outras palavras, esperaríamos que as águas do oceano pré-Diluviano fossem menos salgadas do que após o Dilúvio.

A questão acerca do sal marinho não é tão simples assim. Sais e outros minerais foram transportados para o mar pelos rios, tendo sido sugado da terra por queda da chuva, lavando as rochas. Ao alcançar os oceanos estes sais seriam retidos e concentrados pelo processo de evaporação conforme o Ciclo hidrológico, que removem a água.




Halley notou que do pequeno número de lagos no mundo que não têm saídas para o oceano tais como o Mar Morto e o Mar Cáspio, a maioria tem alto teor de sais. Halley denominou este processo de "intemperismo continental".

A teoria de Halley estava correta em parte. Ou seja, o sódio foi sugado do fundo do oceano quando os oceanos se formaram.

A presença dos outros elementos dominantes como cloreto, resultaram do escape de gases do interior da terra na forma de ácido clorídrico, por vulcões e fontes hidrotermais. O sódio e o cloreto então se combinaram para formar o constituinte mais abundante da água do mar, o cloreto de sódio.

A salinidade do oceano tem-se mantido estável por milhões de anos, provavelmente como uma conseqüência de um sistema tectônico/químico que recicla o sal. Desde o surgimento do oceano, o sódio não é mais libertado pelo fundo do oceano, mas é capturado de camadas sedimentares que cobrem o leito do oceano.

Uma teoria diz que a tectônica de placas faz com que o sal seja forçado para baixo das massas continentais, onde é lentamente trazido de volta à superfície.

Outra fonte importante é o que chamamos de Água Juvenil, este material é proveniente do interior da Terra e sai por meio de fenômenos como o vulcanismo. Esta água nunca esteve na superfície da Terra, por isso leva o nome de água juvenil.

Portanto, os argumentos acima apresentados a favor do dílúvio não possuem consistência com a realidade do que ocorre com a salinidade dos oceânos.

O artigo também apresenta possibilidades de seres marinhos viverem em zonas cujo teor de sal está abaixo daqueles registrados nos oceanos, conforme segue:

Muitos dos organismos marinhos de hoje, especialmente espécies que vivem em estuários e locais onde ocorrem marés, são capazes de sobreviver a grandes mudanças na salinidade.
Por exemplo, a estrela-do-mar tolerará indefinidamente uma concentração cerca de 16,18% abaixo da concentração normal da água salgada. As cracas conseguem suportar exposição a menos de um décimo da concentração de sal usual da água do mar.

Errado!!! animais marinhos podem não suportar indefinidamente baixa salinidade. Corais são destruídos por stress físico quando ocorre baixa salinidade, que pode ocasionada por ciclones acompanhados de fortes chuvas (imagine o dilúvio o estrago que faria...).







Veja aqui. Das aproximadamente 48 000 espécies reconhecidas de vertebrados, mais de metade (24 600) são peixes.


Destes, mais de 60% vivem exclusivamente em ambientes marinhos. Apesar dos recifes de coral serem menos de 1% da área total de oceanos do mundo, aproximadamente metade de todas as espécies conhecidas de peixes marinhos encontram-se concentrados nestas águas tropicais.


Os recifes de coral crescem na região fótica de mares tropicais, de forte ação de ondas, forte o suficiente para manter disponível na coluna d´água alimento e oxigêncio dissolvido. Também dependem de águas rasas, limpas, mornas e pobres em nutrientes para crescer. Os corais são organismos coloniais que em sua maioria constróem esqueletos calcários.

Tais esqueletos são responsáveis pela estrutura rochosa chamada recifes de coral. Assim, o autor pinça espertamente exceções de animais afim de respaldar a hipótese de um dilúvio.

Considerando-se que a maioria das espécies marinhas dependem dos recifes, estas pereceriam com um evento da magnitude do dilúvio, pelo simples fato de que corais morreriam por falta de luz e por redução da salinidade das águas, sem considerar o movimento terrível que uma simples tempestade causa nas águas e que provoca a destruição destes recifes.

Assim, a hipótese aventada pelo artigo em nada se relaciona ao dilúvio, exceto à seleção natural que provocou adaptações em animais conforme o meio lhes solicita para que sobrevivam suas espécies.

Existem espécies de peixes migratórios que viajam da água salgada para a doce e vice-versa. Por exemplo, o salmão, a perca listrada e o esturjão do Atlântico desovam em água doce e crescem até a maturidade em água salgada. As enguias se reproduzem na água salgada e crescem até a maturidade em lagos e correntes de água doce.

Portanto, atualmente muitas das espécies de peixes são capazes de se adaptar tanto à água doce quanto à água salgada. Também existem evidências de especialização pós-diluviana dentro da mesma espécie (bíblica) de peixe. Por exemplo, o esturjão do Atlântico migra entre a água doce e a salgada, mas o esturjão siberiano vive apenas em água doce. Muitas famílias(1) de peixes contêm tanto espécies de água doce quanto de água salgada.

Dentre elas incluem-se as famílias de peixe-sapo ou diabo-marinho, lúcio, âmia (Amia calva), esturjão, arenque/anchova, salmão/truta/lúcio, peixe-gato, rêmora, peixe-espinho, peixe-escorpião, e linguados. De fato, a maioria das famílias vivas hoje tem representantes tanto de água doce quanto de água salgada. Isto sugere que a capacidade de tolerar grandes mudanças na salinidade estava presente na maioria dos peixes na época do Dilúvio.

A especialização, através de seleção natural, pode ter resultado na perda dessa capacidade em muitas espécies desde então. Híbridos de truta selvagem (de água doce) e salmão cultivado (espécie migratória) foram descobertos na Escócia, sugerindo que as diferenças entre tipos marinhos e de água doce podem ser muito menores.

De fato, as diferenças na fisiologia parecem ser grandemente diferenças de grau, e não de tipo. Os rins de peixes de espécies de água doce excretam o excesso de água (a urina tem baixa concentração de sal) e os rins de espécies marinhas excretam o excesso de sal (a urina tem alta concentração de sal).

Os tubarões de água salgada têm altas concentrações de uréia no sangue para reter água no ambiente de água salgada, e os tubarões de água doce têm baixas concentrações de uréia para evitar a acumulação de água. Quando os peixes-serra mudam da água salgada para a água doce, eles aumentam a excreção de urina vinte vezes, e a sua concentração de uréia no sangue diminui para menos de um terço.

Os principais aquários públicos aproveitam a capacidade dos peixes de se adaptarem em águas com salinidade diferente daquelas que são os seus habitats normais, para exibir espécies de água doce e salgada juntas.

O peixe pode se adaptar se a salinidade for mudada de maneira suficientemente lenta. Portanto, atualmente muitas espécies de peixes têm capacidade de adaptação tanto à água doce quanto à salgada, dentro do seu próprio intervalo de vida. Mamíferos aquáticos que respiram ar, tais como as baleias e os golfinhos, estariam mais bem capacitados para sobreviver ao Dilúvio do que muitos peixes, pois não são dependentes da água para conseguir oxigênio.

É certo que esses fenômenos com determinadas espécies ocorre. Todavia, vale analisar o que se passa com mares e oceanos, bem como com rios e lagos:

Mares e Oceanos A salinidade média do Oceano é de 36%°, o que significa que em cada de litro de água do mar existem 36 gr de sais dissolvidos, dos quais a maior parte é o sal comum (cloreto de sódio).


No entanto, a salinidade varia desde as zonas mais salgadas do Mar Vermelho, rodeado por desertos onde a evaporação é intensa e o afluo de água doce reduzido, até às zonas menos salgadas como o Mar Báltico, com grande afluxo de água doce proveniente dos rios, ou a bacia do Amazonas com grande quantidade de precipitação.

Apesar destas variações, compensadas por ventos e correntes oceânicas, a água salgada é relativamente estável numa dada área do oceano. Cerca de 58% do total de espécies de peixes atualmente existentes vivem em água salgada.

Rios e Lagos:

Por oposição à estabilidade dos oceanos, a composição da água doce é muito variável, em virtude da quantidade e qualidade de sais minerais ou substâncias orgânicas ou químicas que vai dissolvendo à medida que corre sobre a superfície, debaixo da terra ou mesmo na atmosfera.

Cerca de 41 % das espécies de peixes vivem em água doce, percentagem bastante elevada se considerarmos que a água doce dos rios e lagos representa apenas uma minúscula porção (0,01%) da água existente na Terra.

As espécies de água doce dão assim um contributo extremamente elevado, comparativamente às marinhas, para a biodiversidade do Planeta. Quanto aos animais migrarem do mar para os rios e vice-versa, e ser possível sobreviverem, voltamos a velha seleção natural das espécies.
Muitas espécies de peixes (principalmente os pelágicos) realizam migrações regularmente, desde migrações diárias (normalmente verticais, entre a superfície e águas mais profundas), até anuais, percorrendo distâncias que podem variar de apenas alguns metros até várias centenas de quilometros e mesmo pluri-anuais, como as migrações das enguias.

Na maior parte das vezes, estas migrações estão relacionadas ou com a reprodução ou com a alimentação (procura de locais com mais alimento). Algumas espécies de atuns migram anualmente entre o norte e o sul do oceano, seguindo massas de água com a temperatura ideal para eles.

Os peixes migratórios classificam-se da seguinte forma:diádromos – peixes que migram entre os rios e o mar:




anádromos – peixes que vivem geralmente no mar, mas se reproduzem em água doce;

catádromos – peixes que vivem nos rios, mas se reproduzem no mar; anfídromos – peixes que mudam o seu habitat de água doce para salgada durante a vida, mas não para se reproduzirem (normalmente por relações fisiológicas, ligadas à sua ontogenia);

potamódromos – peixes que realizam as suas migrações sempre em água doce, dentro dum rio ou dum rio para um lago;

oceanódromos – peixes que realizam as suas migrações sempre em águas marinhas.
Os peixes anádromos mais estudados são os salmões (ordem Salmoniformes), que desovam nas partes altas dos rios, se desenvolvem no curso do rio e, a certa altura migram para o oceano onde se desenvolvem e depois voltam ao mesmo rio onde nasceram para se reproduzirem.
O exemplo mais bem estudado de catadromia é o caso da enguia européia que migra cerca de 6000 km até ao Mar dos Sargaços (na parte central e ocidental do Oceano Atlântico) para desovar, sofrendo grandes metamorfoses durante a viagem; as larvas, por seu lado, migram no sentido inverso, para se desenvolverem nos rios da Europa. Todavia estes animais não representam o todo do que ocorre em mares e rios.

Novamente, o autor pinça algumas espécies e tenta torná-las como se fossem o todo (falácia da parte pelo todo). Isso não se dá com a maioria das espécies de peixes marinhos nem de água doce.Tubarões, por exemplo, resistem bons períodos em rios, mas tem de voltar ao oceâno, pois do contrário morrem.

Quanto a botos, baleias e golfinhos, um evento como o dilúvio os mataria sem sombra de dúvidas, pois impediria que repousassem. Em terra, os seres humanos e outros mamíferos respiram involuntariamente.

Se decidirmos respirar ou não, nosso corpo captará o ar automaticamente. Como vivem em um ambiente submarino, baleias e golfinhos precisam ser respiradores conscientes: Têm de decidir quando respirar.

Conseqüentemente, para respirar precisam ser conscientes. O problema está aí, já que cérebros de mamíferos precisam entrar em um estado inconsciente de tempos em tempos para funcionar corretamente (veja Como funciona o sono para descobrir o porquê).

Os golfinhos têm muito tempo para tirar uma soneca entre suas viagens à superfície do oceano, claro, mas não é uma opção viável.

Quando se é um respirador consciente, é impossível ficar completamente inconsciente - e se você não acorda a tempo?

A solução para baleias e golfinhos é deixar metade do cérebro dormir enquanto a outra permanece acordada. Assim, o animal nunca está completamente inconsciente, mas ainda assim tem o repouso necessário.

Cientistas estudaram este fenômeno em golfinhos, usando a eletroencefalografia. Neste processo, eletrodos presos à cabeça medem os níveis de eletricidade no cérebro.

Os eletroencefalogramas (EEGs) dos cérebros dos golfinhos mostram que no ciclo do sono, metade do cérebro do golfinho de fato "desliga" enquanto a outra metade ainda está ativa. Os pesquisadores observaram que os golfinhos ficam neste estado por aproximadamente oito horas por dia.

Não sabemos como eles se sentem neste estado de repouso, mas podemos adivinhar. É provavelmente algo como o estado de semiconsciência que experimentamos quando começamos a dormir.

Ficamos muito próximo da falta de consciência, mas ainda estamos cientes o bastante do que acontece à nossa volta para acordarmos por completo se precisarmos.
E onde as baleias e os golfinhos dormem?

Eles provavelmente poderiam dormir em qualquer lugar, mas faz mais sentido se eles dormirem próximos à superfície do oceano para que possam subir para respirar com mais facilidade.

É comum ver os golfinhos nadando devagar na superfície, com muito pouco movimento. Aparentemente, estes golfinhos estão em repouso.


Assim para poderem repousar e viver, cetáceos precisam de tranqüilidade, o que certamente não existe em tempestades. Sem contar as vagas poderosas que ocorreriam se o mar atingisse um nível acima de 8 mil metros.






Resta uma explicação: se baleias e golfinhos, pela thipótese do dilúvio sobreviveram e dinossauros eram contemporâneos desses animais, por que elasmossasuros, ictiossauros, arquelônios, plesiossauros, basilossauros (baleia pré-histórica) não sobreviveram?

Muitas criaturas marinhas teriam sido mortas durante o Dilúvio por causa da turbidez da água, mudanças de temperatura, etc. O registro fóssil testifica a enorme destruição da vida marinha, pois as criaturas marinhas correspondem a 95% do registro fóssil. Algumas, como os trilobitas e os ichthyossauros, provavelmente foram extintas nessa época. Isso é consistente com o relato bíblico do Dilúvio começando com a ruptura das "fontes do grande abismo" (isso é, começando no mar – "o grande abismo" significa os oceanos).

Quanta bobagem!!! É obvio que 95% dos registros fósseis são de espécies marinhas, pois até antes do Cambriano, era apenas a vida marinha que existia. Trilobitás sequer foram contemporâneos de ictiossauros.







Estes viveram no triássico (entre 251 milhões e 199 milhões e 600 mil anos atrás), se extinguindo no inícoo do cretáceo superor (entre 145 milhões e 500 mil e 65 milhões e 500 mil anos atrás), pouco antes da extinção dos dinossauros. Aqueles na era paleozóica (entre 542 milhões e 251 milhões de anos atrás).



O dilúvio apenas é consistente para aqueles que desconhecem o básico da paleontologia. Assim, o aventado pelo artigo não possui nada de coerente do ponto de vista científico.

Também existe a possibilidade de que camadas estáveis de água doce e salgada tenham se desenvolvido e permanecido em algumas partes do oceano. A água doce pode ficar sobre a água salgada por longos períodos de tempo. A turbulência pode ter sido suficientemente fraca em altas latitudes para que tal estratificação pudesse durar e permitir a sobrevivência de espécies tanto de água doce quanto de água salgada nessas áreas.

Essa realmente foi a pior!!!! Agua do mar e de rio possuem a tendência de se misturarem, uma vez que sais marinhos são altamente solúveis em água. Os principais íons salinos da água do mar são:

Cloreto (Cl-): 55,04 %m (%m significa porcentagem em massa)Sódio (Na+): 30,61 %mSulfato (SO42-): 7,68 %mMagnésio (Mg2+): 3,69 %mCálcio (Ca2+): 1,16 %mPotássio (K+): 1,10 %m

Temos quatro tipos de ânions e dois tipos de cátion, que poderia resultar em oito tipos de sais. O produto de solubilidade (Kps) é o produto das concentrações em mol/L dos íons existentes em uma solução saturada, estando cada concentração elevada ao coeficiente do íon na equação de dissociação iônica. Dessa forma acrescentando-se água ao mar, aumentamos a massa de sais dissolvidos na solução de acordo com o Kps de cada sal.

Turbulência forte ou fraca, agitaria a água e assim diluiria os sais mais ainda.

A água seja ela salgada ou não continua sendo molécula polar e assim ambas se diluem. Sem considerar os íons que procuram o meio menos concentrado a fim de se dissolverem e estabilizar a solução.

Pode até haver uma estratificação de águas em zonas costeiras, (aqui) ou em aqüíferos. Mas, em mar aberto, bem como nos estuários, os ventos e a circulação da maré rompem tal estratificação. Mas em mares agitados sob tempestade, isso seria impossível. Deve ser mais um "hoax" do autor do texto.

Quanto a depósitos de sal existentes pelo planeta, estes resultaram do confinamento de água salgada em mares interiores devido à tectonia de placas e não ao dilúvio. É sabido que os continentes, principalmente o Americano como o Africano mudaram em muito sua aparência ao longo das eras geológicas, daí nada impede que se formassem depósitos de sais onde mares foram confinados e por fim secaram.

Tal fenomeno está ocorrendo tanto no Mar Morto, no Mar Cáspio e no Mar de Aral (devido aà influência humana) e, caso Gibraltar se fechasse, isso aconteceria com o Mediterrâneo e com o Mar Negro.

Todavia, os depósitos de sal existentes em terra (muito inferiores ao que existe dissolvido de sal nos oceanos) não seriam suficientes para manter a solução de
36%°(em cada de litro de água do mar existem 36 gr de sais dissolvidos) caso ocorresse o dilúvio, os mares passariam a ter em torno de 9 a 10 gramas de sal dissolvidos por litro de água, o que poderia comprometer boa parte da vida marinha existente, principalmente o fitoplancton, a base da cadeia alimetar.

Assim, a tese aprsentada nas linhas acima pelo articulistas são falhas por impossibilidade de ocorrência no que se refere à água não se nisturar e tão puoco sobre o comprometimento da vida marinha.

Portanto, existem muitas explicações simples e plausíveis de como peixes de água doce e salgada poderiam ter sobrevivido ao Dilúvio. Não existe motivo para duvidar da realidade do Dilúvio como descrito na Bíblia.

Bem, simples as explicações são, mas quanto a plausíveis.... Assim, há muitos motivos para se duvidar do dilúvio, principalmente se forem estas as explicações que o respaldam.
5. Como as diversas etnias humanas se desenvolveram em tão "pouco" tempo?
Sugiro-lhe a leitura do capítulo "A origem das etnias", do meu livro Por Que Creio (aliás, sugiro-lhe a leitura de todo o livro).

Não perca seu tempo, leitor e não desaprenda o pouco que sabe, pois suas perguntas são inteligentes e, infelizmente as respostas deixam a desejar.

A espécie humana saiu da África a cerca de 60 ou 80 mil anos atrás, de modo a povoar a Europa, Asia e Oceania.

Eram descendentes do Homo Erectus, segundo estudos atuais, havendo evidências que direcionam tal origem ao Homo Ergaster ou ao Hildebergensis. Porém as evidências de que o Neanderthal se originou do Hildeberguensis, este do Ergaster são fortes.

O Homo Ergaster possui inferências que o relacionam ao Homo Erectus, parecendo este ser seu descendente. Há inferências que correlacionam o Homo Ergaster ao Homo Habilis, parecendo que ambos surgiram de um mesmo ancestral comum.
Veja a figura abaixo:







As diversidades étinicas ocorreram por adaptação de nossa espécie ao clima em que os primeiros humanos passaram a viver.

Uma região onde a insolação é menor, negros tendem a fabricar menos vitamina D que brancos, uma vez que a melanina é um forte protetor solar. O cabelo enrolado é excelente para circular o ar e resfriar a nossa cabeça, diferentemente do cabelo liso que é um isolante térmico.
Sendo assim, é muito provável que aqueles humanos de pele escura tenham perecido por deficiências vitamínicas, sendo que sobreviveram em regiões menos frias como Oriente Médio Ásia (região da Índia, África, Indochina e Oceania).

Segundo alguns estudiosos, há evidências de que o continente americano começou a ser povoado há 30.000, 50.000 ou até 60.000 anos atrás. Dos povos mais antigos, os arqueólogos encontraram restos de carvão, objetos de pedra, desenhos e pinturas em cavernas e partes de esqueletos.
Dos povos mais recentes encontramos grandes obras como: pirâmides, templos e cidades. Alguns, como os Astecas e os Maias, conheceram a escrita e deixaram documentos que continuam sendo estudados.
Hoje, os pesquisadores admitem que os primeiros habitantes americanos vieram da Ásia, devido à grande semelhança física entre índios e mongóis.

A teoria mais aceita é de que os primitivos vieram a pé, pelo estreito de Behring, na glaciação de 62.000 anos atrás. Outros afirmam que vieram pelas ilhas da Polinésia, em pequenos barcos, tendo desembarcado em diversos pontos e daí se espalhado.

Os vestígios mais antigos da presença do homem no continente foram encontrados em São Raimundo Nonato,PI, Brasil, com idade de 48.000 anos, permitindo a conclusão de que eram caçadores e usavam o fogo para cozinhar, atacar e defender-se dos inimigos, pelos utensílios encontrados.

Todavia, ainda não se chegou a um consenso acerca do período em que teria havido a primeira leva migratória para o Continente Americano.

A espécie humana é ubíqua, existindo em todos os climas mas é um conjunto biológico homogéneo no que se refere ás suas características. Apesar desse fato, alguns autores consideram-na acentuadamente polimórfica, em relação a características de segundo plano, dando origem ao conceito de raça humana.

Existem várias classificações de raças humanas mas geralmente existem 4 grupos básicos:
Caucasianos:
Europeus, norte-americanos e árabes, até á Índia. Estas populações apresentam, caracteristicamente pele e olhos claros, com excepção dos mediterrânicos, nariz estreito, lábios delgados e cabelo liso ou ondulado;
Australóides:
Aborígenes e povos com eles relacionados, que apresentam pele escura, variando do tom azeitona até ao quase negro, cabelo encaracolado, olhos escuros e nariz largo;

Mongolóides:
Pele amarelada, cabelos lisos, nariz de forma variada, rosto largo e achatado, olhos com prega epicântica na pálpebra superior (cuja função é proteger do clarão ofuscante da neve). Deste grupo terão derivado os índios americanos e os esquimós, através de populações que teriam migrado através do estreito de Behring;
Negros:
Pele escura, variando do tom acastanhado ao quase negro, nariz achatado, olhos escuros e cabelos crespos.

Qual a origem destas raças ?
Existem duas teorias que tentam explicar estas diferenças morfológicas entre as populações humanas:

Hipótese policêntrica:
A formação da actual população humana efectuou-se em vários territórios relativamente independentes, onde vários tipos de H. erectus teriam dado origem aos principais tipos atuais;

Hipótese monocêntrica:
O Homem atual teria surgido num território único, numa região algures entre a Ásia central e o nordeste africano, onde teria ocorrido o cruzamento de numerosos hominídeos, entre eles o H. erectus e H. sapiens, o que teria enriquecido o seu património genético. Só posteriormente se teriam formado as várias populações geográficas, que originaram as raças.
Atualmente sabe-se que a cor da pele, por exemplo, um dos critérios mais importantes na classificação das raças humanas, resulta apenas da quantidade variável de melanina na pele.

Verifica-se, portanto, uma variação quantitativa e não qualitativa, para não falar do espectro de variação dentro da mesma raça, que é muito maior que a variação entre raças.
É sabido que uma boa classificação se deve basear num conjunto de caracteres representativos mas no caso humano, os caracteres utilizados não variam dentro das raças de modo correlacionado.

Outro aspecto a salientar é a utilização do termo subespécie á população humana, pois este termo só pode ser aplicado a populações que mostrem uma concordância acentuada dum numeroso conjunto de caracteres distintivos, o que não é o caso do Homem.
De todos estes argumentos pode concluir-se que as raças humanas não têm qualquer significado biológico.
Análises genéticas recentes permitem que a evolução e as migrações humanas sejam representadas e forma cladística.

Estes estudos indicam que, como já era conhecido, a África foi o “berço” da humanidade.

Verificou-se que os aborígenes australianos foram originados num grupo que se isolou dos restantes há muito tempo e que todos os outros grupos, incluindo “europeus”, “asiáticos” e “nativos americanos” perfazem um único grupo monofilético, resultante das migrações para fora do continente africano e que poderia dividir-se no equivalente aos oeste e leste “euro-asiáticos”, reconhecendo sempre haver muitos grupos intermédiários.

Cultura como principal fator de diferenciação entre humanos:


Os etnólogos estimam que, postas de lado as supostas diferenças genéticas e fenotípicas, as populações humanas são principalmente diferenciadas pelos seus usos e costumes, que são transmitidos de geração em geração. A espécie humana se caracteriza então por uma forte dimensão cultural.




É por isso que o conceito de etnia é hoje em dia preferido ao conceito de raça em etnologia. As diferenças culturais permitem definir um grande número de etnias. As noções de nação assim como de comunidade religiosa se abstraem da noção de raça e de etnia: o que conta para defini-las é muito menos o que seus membros são, e muito mais o que eles desejam em comum.

Para R. Barbaud, a "diversidade cultural pode então ser tomada como um componente natural da biodiversidade, como o resultado final de nossa própria evolução.

Ela tem, por este ponto de vista, a mesma função da biodiversidade para as outras espécies". A diversidade humana é portanto genética, com suas conseqüências fenotípicas, mas também culturais. E faz-se importante distinguir bem os dois domínios para não recriar, mesmo involuntariamente, os discursos racistas e não científicos.

Nessa ótica, as diferenças culturais aparecem como mais importantes, já que elas podem até mesmo modificar os traços físicos (os pés pequenos das chinesas ou as mulheres girafa da África são exemplos de modificações culturais dos traços físicos) e participam na dinâmica do grupo.

Um dos elementos da questão é saber se um isolamento geográfico ou cultural pode levar à seleção de genes específicos, e assim saber se um povo ou etnia pode constituir uma raça.

Ao longo de sua história, sem o saber, o homem praticou uma espécie de seleção natural para aperfeiçoar as raças de animais (criação) e as espécies de plantas (agricultura).

Assim, ele não parou de realizar operações de seleção genética e de fixação de raças para as espécies animais e vegetais, algo que não tem nada a ver com a idéia de transpor tais práticas para o gênero humano. Ainda assim, isto foi tentado (para sua própria espécie) em certos momentos, sob o Terceiro Reich.

Cumpre assinalar, como assinala o biólogo Stephen Jay Gould, que fatores culturais que favorecem ou, ao contrário, dissuadem certas uniões conjugais, são, por sua própria natureza, circunstâncias que levam ao desenvolvimento, a longo prazo, de um processo de "raciação".

Por outro lado, segundo Jacques Ruffié, do Collège de France, os grupos humanos vêm convergindo nos últimos seis milhões de anos.
O homem moderno (homo sapiens) conheceu curtos períodos de isolamento de grupos étnicos, mas também um sem número de mesclas.

Somente grupos isolados e numericamente muito pequenos (bascos e nepaleses, por exemplo) conseguiram diferenciar-se suficientemente em relação a outros grupos e manifestar populações estáveis desde um ponto de vista taxonômico, ou seja, apresentar diferenças genéticas significativas e hereditárias.

O processo de globalização e mestiçagem das culturas e dos indivíduos reduziu fortemente a possibilidade de tais modos de vida isolados e autônomos.

Na prática, a duração de uma sociedade (e consequentemente de uma cultura) humana parece, com efeito, bastante curto em relação ao tempo que seria necessário à separação de características físicas. No ser humano, o impacto da cultura não parece assim ser suficientemente grande para explicar uma diferenciação entre raças.

Assim, uma etnia ou um grupo étnico é, no sentido mais amplo, uma comunidade humana definida por afinidadeslinguísticas e culturais e semelhanças genéticas.


Conclusão:

O besteirol criacionista é vasto e desfazer os mal entendidos é trabalhoso. Ao responderem-se questões devemos ser criteriosos e não nos basearmos no mundo da fantasia.

A bíblia não se trata de um compêndio científico e também não tem todas as respostas para entendermos o evento da vida e o que se passou ao longo de 4,5 bilhões de anos de planeta Terra e nem de 13,5 bilhões de anos de universo. As escrituras, sejam quais forem, mesclam mito com realidade.

Muito das histórias bíblicas, como de outros livros sagrados são reais, mas outras, por limitação de visão de mundo e por falta de conhecimento á época em que tais lendas se desenvolveram são mitos.

Quando se fazem leituras de lendas e mitos antigos, bem como histórias sagradas, temos de ter filtros para separarmos o que é real e o que não é. É esse o filtro que os fundamentalistas e os fanáticos não possuem. Essa postura leva a mal entendidos, principalmente no que se refere à questão científica e a tolerância com outros povos de outras crenças.

Infelizmente, a intensão de religiosos quererem justificar a bíblia e o cristianismo como verdades acima de tudo me dá a entender que o cristianismo é uma religião fraca, em que os fiéis necessitam de justificativas a fim de crer em seus ensinamentos.

Como crentes não admitiriam que eu fosse a um culto e falasse a eles sobre teoria da evolução e teoria do big bang, também não penso ser sadio que venham falar tolices a respeito de disciplinas que desconhecem como as acima citadas. Seria interessante que antes de escreverem tantos absurdos se ativessem a leituras científicas e caso não entendessem fossem procurar alguém da área para esclarecê-los.

Conforme os itens aqui expostos, o criacionismo é sinônimo de desserviço à educação e à ciência uma vez que deturpa o conhecimento científico e leva informação errada à população, além de manipular dados e deturpar trabalhos científicos.

E depois de toda essa palhaçada, ainda criacionistas exigem ser tratados com seriedade, que o criacionismo faça parte do currículo escolar e que seus trabalhos recebam estatus de científicos... Fala sério!!!