sábado, 26 de julho de 2008

não é retorno às origens. É seleção natural.



Desmestificar as bobagens criacionistas anti-evolução é uma empreitada difícil. Quanto mais se tenta, mais elas aparecem.

Ora há sujeitos que não possuem qualquer conhecimento aparecem discutindo temas que fogem até mesmo à compreensão científica, ora há indivíduos que detêm credenciais científicas e, por serem cristãos fundamentalistas, a fim de darem suporte às escrituras, se valem da retórica ruim.

Encontrei mais um desses casos aqui ao tratar da adaptabilidade da podarsis sicula no que se refere à alimentação onívora.

Quanto ao artigo, mais uma vez, nada de anormal e deveras cuioso. Mostra efetivamente como funciona a teoria da evolução, no que se refere à seleção natural, ao adaptar os seres ao meio em que vivem.

Mas a falta de conhecimento e a má fé religiosa (numa tentativa sem nexo de atestar como verdade o que dizem as escrituras) deturpam, novamente, o que essa teoria nos trás como explicações para entendermos o segredo da vida e da origem das espécies.

Segue abaixo o artigo e sua desmestificação sob a ótica científica. Meus comentários em azul.

Para alguns darwinistas, modificações sofridas pela lagartixa italiana Podarcis sicula nos últimos 37 anos são exemplo de “evolução”.

Tudo começou em 1971, quando um grupo de pesquisadores transportou cinco fêmeas e cinco machos da espécie Podarcis de uma ilha do Mar Adriático para outra ilha do mesmo mar. Trinta e seis anos depois, Anthony Herrel e outros biólogos voltaram às ilhas para ver as lagartixas.

Numa das ilhas, as lagartixas eram como sempre foram: pequenas, rápidas, comiam insetos e os machos lutavam para controlar o território. Mas, na outra ilha, uma surpresa esperava os pesquisadores.


Lá, além dos insetos, as lagartixas comiam folhas, principalmente na Primavera e no Verão. Essa foi considerada uma mudança muito brusca em apenas 30 gerações, levando-os a analisar o DNA para ter certeza de que se tratava da mesma espécie em ambas as ilhas. E eram, apesar de não mais lutarem por seus territórios.

Obviamente que em 36 anos, não haveria mudanças significativas na estrutura do DNA de qualquer espécie (aqui).

Todavia, se um ambiente se mostrar adequado a espécie, suprindo-a de recursos como alimentos e espaço, ela se adaptará muito bem.





Mas se este ambiente se mostrar adverso a ela, ou terá de se adaptar ou morrerá.
No caso, esta espécie pode ter encontrado espaço, o que pôs termo à necessidade de machos disputá-lo.

Quanto às refeições vegetarianas, pode ter ocorrido carência de seu alimento principal (os mosquitos) ou mesmo pode ter encontrado vegetais que a espécie pudesse digerir e, assim, utilizá-los como uma nova fonte de alimentos.


Essa mudança de comportamento foi acompanhada por mudanças físicas. O crânio dessas "novas" lagartixas é maior e mais largo, o que faz com que as mordidas sejam mais fortes – o que se torna útil quando se tem que comer folhas duras em lugar de mosquitos.

Mas a mudança mais surpreendente estava no intestino das “novas” lagartixas. Elas se tornaram capazes de acumular a celulose das plantas por tempo suficiente para ser digerida pelas bactérias intestinais (algo semelhante ao que fazem os herbívoros).


As lagartixas com crânios maiores, bem como aquelas que possuem intestinos capazes de digerir celulose se tratam de adaptações ao meio em que o ser vive.

Genes como já exaustivamente explicamos, se tratam realmente de uma loteria. De acordo com o meio, são selecionados ou eliminados.

Lagartixas se reproduzem rápido e, assim, suas mudanças se acumulam mais rapidamente que em espécies cujo ciclo reprodutivo seja mais longo.

Um intestino capaz de digerir celulose não é útil a um animal meramente carnívoro; aliás lhe seria prejudicial. Mas o que garante que entre carnívoros de determinada espécie não possa haver elementos capazes de digerir celulose?

É claro que a tendência desse gene é ir desaparecendo, à medida que a espécie se reproduz e se adapta, ao longo das gerações ao meio em que ela vive.

Talvez, tais lagartixas onívoras possam ter encontrado carência dos mosquitos que eram seu cardápio principal. De início muitas podem ter morrido de inanição enquanto aquelas cuja diferença permitia triturar folhas e digerí-las tenham triunfado.

Há que se ter uma noção mais profunda no que se refere ao acompanhamento dessa experiência, se é que houve algum, ao longo desses 36 anos para se ter uma melhor avaliação sobre o que se passou com essas criaturas em seu novo ambiente.


O que ocorreu com o Podarcis sicula é bastante semelhante à “evolução” dos tentilhões observados por Darwin nas ilhas Galápagos (na verdade, quem estudou mesmo os tentilhões foi o ornitólogo John Gould).

O que muitos livros-textos procuram é tentam induzir os alunos a crer que a variação dos tentilhões de Darwin explica a origem das espécies por meio da seleção natural.

Mas o fato é que não ocorreu nenhuma megaevolução. Os tentilhões, apesar da variedade de bicos e costumes alimentares, continuam sendo tentilhões; assim como as lagartixas do Mar Adrático, apesar das modificações que sofreram, continuam sendo lagartixas.


Aqui ja começamos com as clássicas deturpações da teoria da evolução. É claro que tentilhões seguem como tentilhões e lagartixas, rãs, ratos, etc. seguem como tal.






Curtos períodos de isolamento não levam a variações gritantes. Teoria da evolução, no que se refere à macroevolução, envolve de centenas de milhares a milhões de anos a fim de melhor adaptar as espécies e levá-las a variações que as tornem distintas de seus ancestrais.

Caso tais tentilhões se isolassem por algumas centenas de milhares de anos e o meio solicitasse deles situações adversas muito diferentes do de seus ancestrais, ter-se-íam espécies diferentes ou a extinção.

O isolamento sofrido tanto pelos tentilhões, como pelas lagartixas, apenas os transformou em sub-espécies, sendo provavelmente possível o acasalamento entre elas e a geração de híbridos férteis ou estéreis.

Um exemplo típico dessas adaptações é a espécie "rana pipiens" (aqui) que é descrita no tópico caso real.







abaixo reproduzimos um texto sobre o que vem ocorrendo a esta espécie.

Isolamento Geográfico e Reprodutivo

Quando Darwin visitou as ilhas Galápagos, impressionou-o encontrar ali inúmeras espécies que não existiam em nenhum outro lugar. Certos pássaros da subfamília dos geospigíneos, por exemplo, diferenciaram-se, em Galápagos, em 14 espécies, pertencentes a quatro gêneros, não representadas em nenhum outro lugar. A principal diferença entre as espécies está no bico, que vai desde um tipo curvo e robusto, como o dos periquitos, até um tipo fino e delgado, que corresponde, em cada espécie, ao tipo de alimento usado (frutos, grãos, insetos) e tem, portanto, evidente função adaptativa.

É provável que o arquipélago tenha sido ocupado por aves vindas do continente, que ocuparam as diferentes ilhas e constituíram populações relativamente isoladas, que puderam evoluir independentemente, até virem a formar espécies distintas. Numa ilha onde abundavam insetos pequenos as mutações que tornavam o bico delicado foram fixadas pela seleção natural, enquanto em outra ilha, rica em sementes duras, o bico forte tinha maior valor adaptativo e por isso se diferenciou.


Isolamento Reprodutivo

A distribuição da espécie Rana pipiens por toda a área dos Estados Unidos determinou um isolamento geográfico entre as populações mais distintas. Assim, exemplares do extremo norte podem cruzar-se, no laboratório, com exemplares do extremo sul, mas os embriões morrem antes da eclosão, o que demonstra que, mesmo que as duas raças vivessem lado a lado, não poderiam trocar genes, pois os híbridos são inviáveis.

Entretanto, cada população da Rana pipiens dá prole fértil, ao cruzar-se com outra população contígua, e isso desde o norte até o sul dos Estados Unidos. Assim, um gene surgido por mutação no extremo norte teria a possibilidade de ser introduzido na população da Flórida, migrando por meio das outras.


Todavia, se as populações intermediárias desaparecessem, em conseqüência de modificações geológicas, e as duas populações extremas passassem a conviver no mesmo ambiente, a troca de genes entre elas seria impossível: elas constituíram duas espécies distintas.



Provavelmente, a distribuição da espécie pela enorme área que ocupa determinou um isolamento geográfico entre as populações mais distantes; ao mesmo tempo, tais populações encontraram ambientes diferentes, que fizeram com que seu patrimônio hereditário evoluísse em direções diversas, sob a influência das mutações e da seleção natural.


Nas populações mais extremas, essa diferenciação atingiu um ponto tal que a produção de híbridos viáveis tornou-se impossível. Surgiu, então, em conseqüência do isolamento geográfico, um isolamento reprodutivo total entre elas.

Desse modo, é patente que o isolamento pode gerar espécies distintas ou seja, a partir do momento que não mais há reprodução viável podemos falar em espécies distintas.

Portanto a tese acima apresentada no tocante a que o isolamento não possa gerar novas espécies é falha.

Embora as rãs continuem sendo rãs, são rãs de uma espécie distinta. Acrescente a isso milhões de anos, mutações genéticas causadas por agentes físicos, químicos e biológicos e teremos espécies diversas, com diferenças gritantes entre sí, como é o caso dos mamíferos e mesmo da diversidade que existe entre os anfíbios, répteis, aves, artrópodes, etc.


Falando em tentilhões, note o que William Brookfield escreveu: “A ‘macroevolução’ é uma extrapolação da ‘microevolução’. A ‘microevolução’, por sua vez, é dependente da flexibilidade de cada espécie. Essa flexibilidade/adaptabilidade é em si um atributo de design positivo que exige uma explicação.

Os tentilhões de Galápagos que sufocariam imediatamente e morreriam com as primeiras sementes endurecidas pela seca, são fáceis de ser planejados comparados com os tentilhões de Galápagos que podem adaptar e sobreviver diante de incontáveis ataques ambientais.

Na natureza as coisas parecem ser planejadas por alguma outra coisa; mas apenas parecem.

É muito provável que muitos tentilhões ao trocarem de habtat tenham perecido, mas alguns poucos tenham conseguido vencer as dificuldades e se adaptado ao novo meio.

Macroevolução (aqui, em linguagem simples) não é extrapolação de micro evolução, uma vez que os registros fósseis são evidentes no que se refere a "animais de transição".

Aqui, um pouco sobre evolução de mamíferos. E aqui um pouco sobre a evolução das aves.


São alguns milhões de anos a fim de que espécies se adaptem a novos meios e quantos meios diferentes já ocorreram no planeta Terra.

A cada terremoto, explosão vulcânica, queda de corpo celeste, ou a cada acidente natural, os meios podem sofrer mudanças drásticas. Caso as espécies respondam a tais mudanças sobreviverão a elas se adaptando. Do contrário perecerão, como bem demonstram os registros fósseis.

Um programa de computador que mal pode rodar num único ambiente de computador é muito mais fácil de planejar do que um programa que pode se adaptar, autocorrigir-se, e prosperar em incontáveis ambientes de computadores (PC, Mac, Unix, Atari, etc.). Se as espécies vivas fossem mais pobremente planejadas, elas morreriam imediatamente em resposta a mais insignificante mudança ambiental – e não haveria ‘evolução’ darwiniana.

Errado!!!! pois muitas espécies foram extintas após a explosão cambriana,após o cretáceo e antes e após às eras glaciais.

Ocorreram ao meio mudanças drásticas e poucas espécies sobreviveram (cerca de 15% após a explosão cambriana), principalmente após o cretáceo, quando quase todas as espécies foram riscadas da face do planeta, o que abriu caminho para a evolução dos mamíferos.

Caso a visão do autor fosse correta, o planeta seria um deserto, principalmente após as mega-catástrofes ocorridas nas épocas acima citadas.

A evolução se dá em razão dessas mudanças, pois se o mundo fosse estático em seus ambientes, não haveria necessidade de se adaptar e, portanto as espécies permaneceriam fixas. Certamente, é provável que no máximo o planeta estivesse na época cambriana.



Um exemplo são os tubarões. Ao serem comparados os atuais com os de há 450 milhões de anos, pouca coisa mudaram (veja aqui).


A informação genética correspondente a cada mudança ambiental tem que estar no lugar antes que qualquer organismo possa ‘evoluir’ em resposta à pressão seletiva. Portanto, a teoria darwinista não tem validade em si mesma e é totalmente parasítica no design requintadamente competente.


Errado!!! Genes são uma loteria. Caso a condição favorável exista, a espécie, juntamente com suas alterações adaptativas, poderá continuar a existir e mesmo vir a divorciar-se de seus ancestrais, dependendo das pressões do meio em que vive.









Um exemplo claro disso são os fósseis de braquiossauros que existem na África, América e India, cuja razão é dessas três porções de terra estarem unidas no passado.









A partir do momento em que se separaram, passaram a haver dinossauros distintos nesses três meios.

O mesmo se deu com a África, uma vez que África do Norte e África do Sul já estiveram separadas e sua fauna mezozóica diferia muito uma da outra.






Desse modo, tecer argumentos em torno de hipóteses de DI é totalmente infundado, uma vez que evolução darwiniana possui evidências e DI não.



O fator mais importante é que as espécies adaptáveis são exponencialmente mais ricas em informação do que as espécies que não são adaptáveis. Assim, toda a ‘evidência da evolução’ (as mariposas de Manchester, resistência antibiótica pelas bactérias, etc.) é, na verdade, [evidência] a favor do design.”

A argumentação é falaciosa. O primeiro ponto é óbvio, pois as espécies que se adaptam aos meios em que vivem, logo, os que se adaptam possuem chances de reproduzirem mais e, portanto, adquirirem um pool genético bem mais diversificado.

Todavia, a segunda afirmação não se trata de uma conseqüência da primeira (falácia non sequitur a conclusão não se sustenta nas premissas), uma vez que a adaptabilidade ao meio não é conseqüência de design algum , mas de seleção natural.

Como o termo “evolução” é de uma plasticidade semântica incrível, “evoluiu”, tanto no caso da lagartixa quanto no dos tentilhões, significa que houve algumas alterações limitadas. E só.

Errado!!! Evoluir é adaptar-se ao meio em que vive, seja grande ou pequena a alteração.

O que se observou em 33 anos de pesquisas com os tentilhões? Uma espécie se transmutando noutra espécie? Não, apenas a redução do tamanho médio de bicos em uma população de tentilhões-da-terra-médios (Geospiza fortis) que já tinham já tinham bicos pequenos.

Isso é chamado de "deslocamento de caráter" (character displacement), quando uma espécie adquire características diferentes em razão da competição com outra.

Em 1982, uma população de tentilhões-da-terra-grandes (G. magnirostris) invadiu a ilha de Daphne Maior, competindo por comida com a população dominadora de tentilhões-da-terra-médios (G. fortis). Confira esse estudo na Science.

Para complicar mais ainda, diversas espécies de tentilhões parecem estar se misturando por hibridização, em vez da diversificação através da seleção natural, como exige a teoria neodarwinista. (Peter R. Grant e B. Rosemary Grant, "Hybridization of Bird Species", Science 256 [1992], p. 193-197)

O período de 33 anos é demasiado curto para que se tenham espécies transmutando-se em outras. Mas, as pequenas variabilidade demonstram a seleção natural.

Essas pequenas variabilidades faz de uma espécie surgirem subespécies, como é o caso das rana pipiens e dos tentilhões, bem como das lagartixas aqui analisadas.

A competição poderá levar à extinção de uma das espécies, à convivencia mútua entre ambas as espécies bem como sua possível hibridização, extinguindo ambas as espécies e vir a favorecer a existência de híbridos.




Isso ocorre em razão de ambas as subespécies ainda se reconhecerem como parceiros sexuais e serem seu genomas próximos o suficiente de modo a não causar problemas durante as fases de desenvolvimento da reprodução.

É o mesmo que ocorre com cães, gatos, humanos, bois, periquitos , galináceos, rana pipiens em ecossistemas próximos e ... com tentilhões.

Para finalizar, é curioso notar a facilidade com que a Podarcis sicula se tornou herbívora. Seria isso o "eco" de um passado distante, quando todos os seres vivos se alimentavam de vegetais? Portanto, trata-se de "evolução" ou uma espécie de "retorno às origens"? Dá o que pensar...[MB]

Sim se trata de uma possível reminiscência passada de um provável ancestral herbívoro, como pode se tratar de mera questão de facilidade adaptativa.

Todavia, estender tal raciocínio para um passado dominado por animais herbívoros é uma grande bobagem.

Há fósseis denominados coprólitos, os quais se tratam de fezes fossilizadas e, por meio deles pode-se estudar a dieta dos animais.

Dinossauros e mamíferos apresentam coprólitos (aqui) cujas dietas por eles apresentadas são carnívoras, herbívoras ou onívoras, o que revela os hábitos de animais já extintos. Assim, a afirmação de um passado vegetariano a todos os animais não se sustenta.






CONCLUSÃO:

Mais uma vez, a má retórica se faz presente nos argumentos criacionistas. As análises são extremamente pobres em conteúdo científico e em nada colaboram para divulgar o conhecimento.

O cunho é sempre o mesmo: criticar a TE que contrará as escrituras e tentar com essa manobra trazer respaldo à teoria do DI, a qual é criacionismo travestido de ciência.

No campo da argumentação até há plausibilidade, tanto para o DI como para o criacionismo. Todavia, no que concerne à seara científica, ambas carecem de evidências e de razoabilidade que as tornem plausíveis.

É uma tarefa difícil desmestificar superstições, principalmente aquelas pertencentes à literatura bíblica, pois há muito estão arraigadas na maioria das pessoas. Essa tarefa exige trabalho e conhecimento que somente os estudos e o espírito contestador proporcionam.




Quanto à mistificação, esta é tarefa fácil, uma vez que não demanda qualquer conhecimento. Basta ter-se uma linguagem ardilosa e agradável aos ouvidos da população.



Desde a mais tenra infância, crianças são doutrinadas a acreditarem em seu conteúdo, e a serem culpadas por pecarem caso não creiam ou resolvam contradizer o que dizem as escrituras.

Soma-se a isso o fato das unidades de ensino possuírem professores despreparadaos e mal remunerados, os quais com sua omissão, indiretamente colaboram para que a ignorância se propague e ganhe permanência no seio de nosso povo.

Desse modo, o mito, a ignorância, a má compreensão e a superstição continuarão a ter estatus de ciência, principalmente nos meios dominados por evangélicos fundamentalistas.


quinta-feira, 24 de julho de 2008

Mais retórica religiosa. Agora ao estilo Loma Linda...









Mais uma vez, os círculos criacionistas propagam a desinformação em suas publicações cujo intuito é propagar a fé cristã desacreditando o estudo científico em torno das teorias referentes à origem da vida.

A Sociedade criacionista Brasileira, o bastião do criacionismo e de seu correlato, o DI, lançou uma publicação (aqui) baseada apenas em retírica e críticas, sem nada construir a fim de que respalde sua teoria.

Até o momento, ainda não aprenderam que toda e qualquer teoria científica possui controvérsias e que tão pouco, criticar tais controvérsias, não rende sustentação a marolas metafísicas como o criacionismo e o DI.

Analisemos a publicação da SCB por George T. Javor (Ph.D. pela Columbia University) leciona bioquímica na Loma Linda University, Loma Linda, Califórnia, EUA.


O mistério da vida

George T. Javor

O estudo da matéria viva está no centro de todos os esforços científicos atuais. As recentes vitórias da ciência incluem a clonagem de Dolly, a ovelha, e a obtenção da se qüência dos três bilhões de nucleotídeos dos cromossomos humanos. Mas, estranhamente, a própria vida não é o objeto de maior estudo. Os cientistas parecem pensar casualmente na existência da vida. É difícil achar qualquer discussão sobre a essência da vida em monografias ou compêndios correntes. Essas publicações explicam muito bem a composição da matéria viva e como seus elementos funcionam. Mas tal informação não é suficiente para explicar a vida e por que os constituintes da matéria viva são, em si mesmos, sem vida.

A explicação da vida ainda se encontra sob estudos. A partir do momento que algo se replica de per si, passando adiante suas características e adaptando-se ao meio, pode ser considerado como vivo.

Quanto a Origem da vida, eu diria que isso ainda não é uma teoria (exceto a experiência de Urey - Miller, realizada em 1953).

Ainda seus estudos estão no nível das hipóteses, e já há teorias se desenhando (modelo das argilas, modelo hidrotermal, modelo dos hiperciclos, modelo dos tioésteres, ecopoese – ciclos geoquímicos, panspermia e RNA primordial).

Sim, panspermia é uma forte candidata a ser uma das teorias da origem da vida. Moléculas orgânicas existem em cometas e, mesmo que estes detonem com a violência de um arsenal nuclear, podem manter preservados determinados componentes orgânicos (cadeias carbônicas, álcoois, ésteres, tioésteres, aminas, amidas, tioaminas, tioamidas, tioálcoois, haletos, éteres, ácidos carboxílicos, aldeídos, cetonas, fenóis).

Estes podem ter se formado nos primórdios do sistema solar, com a radiação e pressão na formação dos cometas (água, poeira, gás carbônico e baixo percentual de organo-compostos).

É sabido que nosso planeta em seus primórdios foi bombardeado por estes corpos, sendo que uns 70% da nossa água se originou dos cometas.

Isso é um estudo que ocupará cientistas nas próximas décadas ou séculos.

Desse modo, exigir-se uma explicação a respeito de como a vida se dá, no atual nível das pesquisas seria no mínimo exigir demais a respeito de um estudo recente, embora este tenha tido alguns avanços.

Decomponhamos, a título de exemplo, a matéria viva e então recombinemos seus componentes isolados. Essa pesquisa irá fornecer uma coleção impressionante de substâncias inertes, mas não com vida. Até aqui a ciência não pôde criar a matéria viva em laboratório. Será isso por que a matéria viva contém um ou mais componentes que não podem ser supridos pelo químico? A resposta, como desenvolvida neste artigo, apresentará um ponto importante quanto à origem da vida.

Pode não haver ainda matéria viva, mas la se encontram seus elementos formadores. Esse fato elucida parte do quebra-cabeças, pois considerando-se a hipotética atmosfera da Terra (hipotese esta com base em padrões planetários do Sistema Solar), estes elementos poderiam ser formados.

Qual é a origem da vida?

Há mais de cem anos, Louis Pasteur e outros demonstraram a tolice da abiogênese — a transformação espontânea de matéria sem vida em organismos vivos. Os biólogos agora dizem simplesmente: “Vida só pode provir de vida”. Não obstante, os cientistas geralmente aceitam o conceito de que a vida se desenvolveu abiologicamente numa Terra primitiva. Assim fazendo, para sua própria conveniência, eles afirmam que as condições do “mundo primitivo” eram apropriadas à geração espontânea da vida.

Errado. Pasteur negou a teoria da geração espontânea, a qual é muito diferente de abiogênese, origem química da vida a partir de reações em compostos orgânicos originados abioticamente.




Idéias antigas de abiogênese também recebem o nome de geração espontânea, e essas foram há muito descartadas pela ciência; consistiam basicamente na suposição de que organismos mais complexos, dos que se observa diariamente, não se originassem apenas de seus progenitores, mas de "matéria bruta".

De acordo com o que o Sr. George T. Javor escreveu, não seria possível um Ph.D. pela Columbia University que leciona bioquímica na Loma Linda University, Loma Linda, Califórnia, EUA cometer um erro primário destes. Acho melhor Loma Linda contratar um outro professor para seus alunos....

Outros teorizam sobre a possibilidade de a vida ter sido importada do espaço exterior para a Terra. Embora a Terra esteja populada por milhões de diferentes espécies de organismos, não há evidência de vida em qualquer parte no sistema solar. E, além disso, há três e meio anos-luz de espaço vazio até a estrela mais próxima, a Alfa do Centauro.

Realmente, evidências de vida fora da Terra ainda não se teve notícias. Todavia é sabido que em cometas existem organocompostos, conforme citados anteriormente.

A última opção lógica para a origem da vida é a criação realizada por um Criador sobrenatural. Mas a ciência, em sua tentativa de explicar tudo por leis naturais, rejeita essa opção como estando fora dos limites científicos.

Estava demorando para começar com o proselitismo religioso e descer a lenha nas ciências naturais... Um criador nao se trata de uma opção lógica. Aliás é a mais ilógica de todas. Para alguem que questiona com tanta avidez a necessidade de evidências, o Sr. Javor se contradiz demais. Onde está a evidência do criador a fim de considerá-lo como uma hipótese plausível e lógica?

O objeto da ciência não é criar pontos estanques, mas ir em busca de respostas, mesmo que estas estejam no infinito.

A vida não é uma entidade tangível

A vida não é uma entidade tangível. Não pode ser posta num recipiente e manuseada. Somente vemos “vida” em associação com espécies únicas de matéria, as quais têm capacidade de crescer, dividir-se em réplicas e também de responder a vários estímulos externos, utilizando luz ou energia química para efetuar todas essas coisas.

O termo vida tem diferentes sentidos, podendo referir-se a um organismo, um órgão ou uma célula. Órgãos humanos podem continuar a viver depois da morte da pessoa se, dentro de certo tempo, forem transplantados para um indivíduo vivo. A sobrevivência de um fígado, rim ou coração transplantado, significa algo bem diferente da “vida” humana. Ademais, a vida de cada órgão depende da vitalidade de suas células.

Todas as manifestações de vida dependem de células vivas, as unidades mais fundamentais da matéria viva. Quando uma célula viva se divide, remanesce uma coleção muito complexa de estruturas subcelulares, mas sem vida: membranas, núcleos, mitocôndrias, ribossomos, etc.

Há uma seqüência ininterrupta entre matéria viva e não-viva, como alguns afirmam? Se houver, a questão da origem da vida torna-se discutível. Evoluir de um estado para outro seria semelhante a outras transformações químicas. Exemplos de organismos que supostamente transponham o abismo entre o vivo e o não-vivo incluem vírus, príons, microplasmas, rickéttsias e clamídias.

Com efeito, vírus e príons são biologicamente ativos, mas entidades não vivas. O termo “vírus vivo” é inapropriado, embora os vírus sejam agentes biologicamente ativos e infectem células vivas. Os príons são proteínas singulares que têm a capacidade de alterar as estruturas de outras proteínas.

As proteínas recém-transformadas, por sua vez, exercem atividade priônica, criando um efeito-dominó de alteração protéica. A propriedade priônica faz com que eles se tornem infecciosos. Para sua reprodução os príons, como os vírus, precisam de células vivas.

Rickéttsias, clamídias e microplasmas, por outro lado, acham-se entre os menores organismos vivos. Os primeiros dois têm sérias deficiências metabólicas e só podem existir como parasitas intracelulares. Há um vasto abismo entre matéria viva e a não-viva. Isso reflete melhor nossa incompetência de extrair vida de matéria anorgânica em laboratório.

Ainda não há uma tecnologia capaz de se realizar experimentos conforme a teoria da abiogênese. Não se sabe o que houve a 4 bilhões de anos nem como era o cenário no nosso planeta a fim de que prporcionasse a vida.

Tudo o que sabemos é com base em recursos escassos deixados nas rochas. Reescrever a história de nosso mundo é dificílimo, além de necessitar de muitos recursos para pesquisas. Talvez jamais consigamos tal façanha.

Todavia, isso não é motivos para que empurremos o problema para as divindades. Foi Deus e pronto.... problema resolvido!!!! O que isso teria de científico? Até uma criança, sem qualquer curso de PHd, daria essa brilhante resposta.



A composição da matéria viva








Estruturalmente a matéria viva é composta de uma combinação de água e de moléculas grandes, frágeis e sem vida, de proteínas, polissacarídeos, ácidos nucléicos, e lipídios. A Tabela 1 fornece a composição química de uma célula bacteriana típica, a Escherichia coli.

A água serve de meio em que as mudanças químicas ocorrem. Proteínas e lipídios são os principais componentes estruturais das células. As proteínas também controlam todas as mudanças químicas. Sem mudanças químicas a vida não pode existir. Saber como as proteínas interajem com as transformações químicas é indispensável à compreensão da base química da vida.

A estrutura das proteínas: uma analogia idiomática

As proteínas existem em milhares de formas diferentes, cada qual com propriedades químicas e físicas únicas. Essa diversidade se deve a seu tamanho.

Cada proteína pode conter centenas de aminoácidos, e há vinte aminoácidos diferentes. O que cada proteína é capaz de fazer depende da ordem em que seus aminoácidos estão ligados. Para compreendermos esse aspecto biológico, consideremos a analogia da linguagem escrita.

Em qualquer língua, o significado das palavras depende da seqüência das letras. No alfabeto inglês, por exemplo, temos vinte e seis letras. Com elas formamos as palavras. Umas 500 mil diferentes combinações de letras são reconhecidas como palavras significativas.

Com algum esforço poderíamos produzir outras 500 mil, ou mais, combinações sem sentido. Semelhantemente, os milhões de diferentes proteínas representam uma fração minúscula de todas as combinações possíveis de aminoácidos.

Quando as palavras são escritas erradamente, seu sentido fica adulterado ou perdido. De igual modo, para que as proteínas funcionem adequadamente, seus aminoácidos precisam estar na seqüência de outros em ordem correta.

Os resultados de alterações na seqüência de aminoácidos podem ser drásticos. A proteína transportadora de oxigênio no sangue, a hemoglobina, é constituída de quatro cadeias de mais de 140 aminoácidos cada uma.

Na anemia falciforme, uma doença hereditária, apresenta-se um aminoácido alterado na sexta posição de uma seqüência específica de 146. Essa mudança causa distorção nos glóbulos vermelhos, o que resulta em anemia e muitos outros problemas.

Dependendo de cada DNA, será dada a seqüência de proteinas do indivíduo e portanto suas características. Existem muitas anomalias genéticas, uma vez que, durante a replicação ou a transcrição, podem ocorrer erros.

Informação genética e seqüências de aminoácidos

Como o sistema produtor de proteínas conhece as seqüências corretas de aminoácidos para cada uma das milhares de proteínas?

Os cromossomos de cada célula são bibliotecas repletas de tais informações. Cada volume dessa biblioteca é um gene.

Quando a célula necessita de certa proteína, ela ativa o gene dessa substância e a síntese tem início. Os detalhes desse processo podem ser vistos em qualquer compêndio atual de biologia ou bioquímica. Basta lembrar que mais de cem eventos químicos distintos têm de ocorrer para que a síntese da proteína aconteça.

Todas as manifestações da vida dependem de transformações químicas. Essas modificações sucedem quando grupos de átomos (moléculas) ganham, perdem ou re-arranjam seus elementos. Uma classe de proteínas, as enzimas, unem moléculas específicas e facilitam suas transformações químicas. Na Escherichia coli, ou bacilo coliforme, há cerca de 3.000 diferentes tipos de enzimas, os quais facilitam 3.000 mudanças químicas diferentes.

As enzimas aceleram intensamente as reações. Isso poderia ser um problema grave porque, quando uma reação é completada, seu ponto final, conhecido como equilíbrio, é alcançado, e não ocorrem outras mudanças químicas posteriores. Uma vez que a vida depende de mudanças químicas, quando todas as reações atingem seus pontos finais, a célula morre.





É impressionante que na matéria viva nenhuma das reações jamais atinge o equilíbrio.

O equilíbrio não é atingido pois seres vivos são sistemas abertos dr. Javor!!! Freqüentemente seres vivos comem, bebem, recebem energia do Sol.

Se o sistema continua sendo alimentado o equilíbrio não é atingido. Basta se observar uma planta industrial de produção de polímeros. Enquanto são adicionadas as matérias primas e os catalisadores a reação prossegue indefinidamente.

Essa foi demais... prefiro entender isso como retórica de má fé proselitista cristã em vez de incapacidade do autor do artigo, no que concerne a discorrer sobre equilíbrio químico.

A razão é que as mudanças químicas estão interligadas, de modo que o produto de uma modificação química forma a substância básica para a seguinte. Se as moléculas biológicas fossem representadas pelas letras maiúsculas do alfabeto, uma seqüência típica de conversões químicas apareceria como a Figura 1 ilustra.

Tal seguimento, ou “trilha bioquímica”, parece-se como uma linha de montagem industrial. O produto final deste traçado particular, a substância F, é utilizado pela célula e, portanto, não se acumula. Na matéria viva ou orgânica, cada um dos milhões de moléculas (Tabela 1) é mantido em seu rumo. Qualquer deficiência ou excesso resulta imediatamente em ajustes nas taxas de transformações químicas.

A Figura 2 mostra que numa célula viva a matéria é organizada em hierarquias sucessivamente mais complexas. As flechas representam traçados bioquímicos que vão desde substâncias simples até as complexas. A dependência recíproca entre os componentes celulares na direção vertical, é comparada às relações lógicas entre letras, palavras e sentenças da linguagem escrita, até o nível de um livro.

Contudo, o grau de tolerância a erros é muito menor em biologia. Palavras mal soletradas, sentenças confusas ou parágrafos faltantes podem inutilizar um documento. Mas por causa da estreita interdependência funcional de seus componentes, as células estariam em grande dificuldade se suas partes não fossem completadas integralmente.

Há também uma complementação horizontal entre os componentes celulares. Por exemplo, as proteínas não podem ser manufaturadas sem a assistência dos ácidos nucléicos; e ácidos nucléicos não podem ser sintetizados sem as proteínas. De uma perspectiva química evolucionista, esse problema se parece com o enigma clássico da “galinha e do ovo”. (Ver a Figura 2.)

Errado!!! aqui esta explicado (item 9 e 14) no que concerne às ribozimas.

Toda senda biossintética conduz a níveis sucessivamente mais complexos de organização da matéria. Toda vereda é regulada de modo que seu produto seja apropriado para as necessidades da célula.

A vida da célula depende da operação harmoniosa e quase simultânea de seus vários componentes. Durante um crescimento equilibrado existe um estado constante; isto é, há apenas perturbações mínimas no fluxo de matéria através de suas trilhas. Como não é permitido a nenhuma das reações atingir seu ponto final, cada uma das milhares de reações químicas interligadas se encontra num estado de desequilíbrio constante.

Tentativas químicas evolucionistas

Se há forças naturais que produzem vida, devíamos buscar diligentemente descobri-las e usá-las. Se a abiogênese fosse possível, poderia ser aproveitada para restaurar a vida das células, órgãos e mesmo organismos mortos. Quem argumentaria que a criação de matéria viva, ou a reversão da morte, não seria a descoberta mais significativa para a humanidade?

Errado!!! Uma vez que o organismo não mais possa exercer suas funções estaria morto e, em tese, não mais poderia ser trazido a vida.

O envelhecimento do organismo como um todo está relacionado com o fato das células somáticas do corpo irem morrendo uma após outra e não serem substituidas por novas como acontece na juventude.

O motivo é que para a substituição poder acontecer as células somática têm de se dividir para criarem cópias que vão ocupar o lugar deixado vago pelas que morrem.

Em virtude das multiplas divisões celulares que a célula individual regista ao longo do tempo, para esse efeito, o telomero (extensão de DNA que serve para a sua proteção ) vai diminuindo até que chega a um limite crítico de comprimento, ponto em que a célula deixa de se dividir envelhece e morre com a conseqüente diminuição do número de células do organismo, das funções dos tecidos, orgãos, do próprio organismo e o aparecimento das chamadas doenças da velhice e não só. Existe uma enzima natural (telomerase) em todos os organismos vivos que está encarregada de proceder à manutenção dos telómeros.

Por cada divisão da célula acrescenta a parte do telomero que se perde em virtude da mesma, de modo que o telómero não diminui e a célula pode-se dividir sempre que precisa.

O que acontece é que ela faz essa função unicamente nas células germinativas fazendo com que estas sejam permanentemente jovens independentemente do organismo ser já velho. Devia fazer o mesmo nas células somáticas do organismo, mas, isso não acontece.

As células somáticas têm o gene da telomerase mas não a produzem pois, este não está activado. Actualmente a ciência já consegue activar a telomerase e criar células saudáveis imortais. Revistas cientificas como a Science (1998) já trouxeram artigos sobre este assunto. FIM 12/07 Jov

No caso dos seres vivos relaciona-se com a diminuição da reserva funcional, com a diminuição da resistência às agressões e com o aumento do risco de morte.

Assim, tal pretensão de vida eterna, somente poderia ser atingida no caso de nanomáquinas repararem nossas células a fim de que elas continuem se dividindo.

Mas isso ainda está longe de acontecer.

Contudo, a história de bioquímica sugere que isso é improvável. Na década de 1920, quando Oparim e Haldane primeiramente propuseram que a vida se originou espontaneamente numa Terra primitiva, a bioquímica estava em sua infância. Mesmo esse conceito era uma elaboração da idéia de Darwin, de que a vida surgiu num lago morno.

O primeiro curso metabólico só foi descrito na década de 1930. A estrutura e a função do material genético começaram a ser compreendidas na década de 1950. A primeira seqüência dos aminoácidos de uma proteína, a insulina, foi traçada em 1955, e a primeira seqüência de nucleotídeos do cromossomo de um organismo vivo foi publicada em 1995.

À medida que a base química da vida começou a ser mais bem compreendida, ela se mostrou mais complexa do que originalmente imaginada, e as primeiras sugestões abiogenéticas deveriam ter sido reconsideradas. Em vez disso, a ciência embarcou numa longa viagem de meio século para demonstrar experimentalmente a plausibilidade da abiogênese.

Os primeiros experimentos sugerindo a razoabilidade da evolução química foram feitos por Stanley Miller, que em 1953 publicou a síntese de aminoácidos e de outras substâncias orgânicas sob condições primitivas simuladas.

Subseqüentemente, surgiu uma subdisciplina que fornecia evidências laboratoriais da produção de 19 dos 20 aminoácidos, e de quatro ou cinco bases nitrogenadas necessárias para síntese de ácido nucléico, de monossacarídeos e ácidos graxos, tudo sob hipotéticas condições primitivas variáveis.

Todas essas substâncias são componentes dos quais os grandes biopolímeros são feitos, projetando a possibilidade da produção primária de biopolímeros.

Contudo, a demonstração da ligação de blocos de células em cadeias de polímeros não pôde ser realizada. Todo o elo entre os blocos de substâncias típicas requer a remoção da água.

Isso é praticamente impossível no ambiente hídrico dos pressupostos oceanos primitivos.

Hoje, de acordo com o modelo dos os hiperciclos, propostos por Manfred Eigen como protótipos dos ciclos metabólicos primitivos. Outras propostas que fogem às especificidades da postulação de uma bioquímica primitiva são a proposta do "Garbage Bag World" ("Mundo Saco de Lixo"), do físico Freeman Dyson, endossada por Robert Shapiro e o modelo de complexidade de Stuart Kauffman.

A primeira propõe que vesículas contendo coleções de compostos químicos formadas ao acaso competissem em viabilidade até que uma delas apresentasse todas as características de um sistema vivo primitivo.

Sugere ainda que o metabolismo e a reprodução tivessem surgido independentemente e que os organismos atuais descenderiam de uma célula onde tivesse ocorrido a simbiose dos dois processos. Kauffmann defende, com base em modelos puramente matemáticos, que coleções suficientemente complexas de compostos químicos podem vir a "cristalizar" ciclos metabólicos.

Tais ciclos demandariam pequenas quantidades de água confinadas em fendas de modo a propiciar reações químicas, competirem entre si, evoluirem e se reproduzirem.

No entanto não há rastros destes ciclos, uma vez que foram substituídos por formas mais eficientes como possivelmente um RNA primordial.

Ademais, as seqüências nas quais os aminoácidos se unem para transformar as proteínas ou nucleotídeos em ácidos nucléicos, são as que determinam a função desses biopolímeros. Além da matéria viva, não há mecanismos conhecidos que garantam se qüências significativas e reproduzíveis em proteínas ou ácidos nucléicos.

Sob condições primitivas simuladas, material semelhante à proteína tem sido produzido com o aquecimento de amostras de aminoácidos a altas temperaturas. Contudo, esses “proteinóides” eram aminoácidos ligados aleatoriamente por elos não naturais, os quais apresentam pouca semelhança com as proteínas reais.

Os nucleotídeos, blocos formadores dos ácidos nucléicos, ainda não foram sintetizados sob condições primitivas simuladas. Essa é uma tarefa formidável e que requer a ligação de uma base de purina ou pirimidina a um açúcar, e desse a um fosfato.

O desafio aqui não é somente a remoção da água, mas o fato de que esses três componentes podem ser ligados por dezenas de modos diferentes. Todas as combinações, exceto uma, não têm valor biológico. É desnecessário dizer que os ácidos nucléicos ainda não foram sintetizados.

O doutor Javor se esquece de que reações com isómeros possuem rendimentos distintos e, assim, uns se produzem mais que outros. Tudo isso sofre grande influência da pressão, da temperatura, das quantidades e concentrações de reagentes, dos espaços para propiciar as ligações químicas e de catalisadores naturais.

Mas isso não impediu que muitos cientistas postulassem que as células vivas mais primitivas continham inicialmente ácidos ribonucléicos. Essa hipótese de um “Mundo ARN” ganhou popularidade depois que se descobriu que certas moléculas de ARN tinham atividades catalíticas. Até então, acreditavase que a catálise fosse área exclusiva de proteínas.

Como bem diz implicitamente o Dr. Javor as ciências não são dogmáticas. Elas mudam conforme surgem novas evidências que apontem para outros caminhos.

A proposição do "mundo do RNA" feita por Walter Gilbert, em 1986, é baseada na descoberta do fato que estas moléculas são capazes tanto de armazenar informação (como o DNA na maior parte dos organismos vivos atuais), quanto de promover reações metabólicas (como atualmente as enzimas, de natureza protéica).

Além das evidências experimentais, que apontam para um rico repertório de atividades catalíticas e para a capacidade de replicação e evolução deste material, há, nos organismos vivos, inúmeros indícios deste "mundo do RNA".

Citam-se, entre outros, a natureza química dos co-fatores enzimáticos, estruturalmente relacionados com os monômeros do RNA e os processos de reprodução de vários tipos de vírus, tidos como remanescentes de formas primitivas de vida.

A etapa mais recente da origem da vida, tratada pela hipótese do mundo do RNA, é considerada pela maioria dos cientistas a mais bem conhecida, e talvez a única em que se tenha claramente ultrapassado o domínio da especulação.

Embora não seja possível fabricar biopolímeros biologicamente úteis sob condições primitivas simuladas, podemos obtê-los a partir de células anteriormente vivas.

Misturando esses biopolímeros isolados, é possível abreviar a evolução química tornando possível verificar se a vida se originará em tal mistura.

Mas em tal experimento, tudo está em equilíbrio. Uma vez que a vida ocorre somente quando todos os eventos químicos dentro da célula se acham em estado de desequilíbrio, o máximo que se pode conseguir através desse método é uma coleção de células mortas.

Caso estes biopolímeros reajam entre si, não haverá mais equilíbrio. O experimento proposto é inviável, pois fatalmente não acontecerá nada.


Como produzir matéria viva

Sabemos exatamente como produzir matéria viva: Primeiro, projete e sintetize alguns milhares de diferentes aparelhos moleculares capazes de converter substâncias simples, comumente disponíveis no meio ambiente, em biopolímeros complexos.

Segundo, certifiquese de que tais dispositivos sejam capazes de auto-reprodução precisa.

Terceiro, certifique-se de que essas unidades possam sentir seu meio ambiente e se ajustar a quaisquer mudanças que nele ocorram.

Então, é simplesmente uma questão de dar início simultâneo a centenas de rotas bioquímicas, mantendo o estado de desequilíbrio de cada conversão química, garantindo a disponibilidade de contínuo suprimento de matéria- prima, e provendo a remoção eficiente de refugos.

Uma exigência mínima para se criar tais mecanismos biológicos complexos é a familiaridade absoluta com a matéria em nível atômico e molecular.

Você também precisará de grandes idéias quanto ao uso dessas complexas maquinarias vivas, alimentando uma esperança proporcional ao esforço despendido em criá-las.

Fabricar células vivas requer controle absoluto de cada molécula grande ou pequena. Essa é uma capacidade que a ciência não possui.

Os químicos podem transformar grandes números de moléculas de uma forma em outra, mas não podem transportar moléculas selecionadas através de membranas para inverter as condições de equilíbrio. É por isso que não podemos reverter a morte.

Caso o transporte seja feito com o uso de energia, ele ocorrerá do meio menos para o mais concentrado de derterminada molécula. É o que ocorre dentro da célula.

Como se originou a vida na Terra? Este artigo mostrou a grande discrepância entre a bioquímica da matéria viva e as pretensões daqueles que gostariam de poder explicar sua origem por abiogênese.

Cinqüenta anos de pesquisa bioquímica demonstraram inequivocamente que, a despeito de quais sejam as condições, a abiogênese é uma impossibilidade. É apenas uma questão de tempo antes que o edifício chamado “evolução química” imploda sob o peso dos fatos.

Não demonstraram nada. Apenas demonstraram que há dificuldade de compreensão de como pôde ter ocorrido o evento da vida. Se a abiogenese fosse uma impossibilidade tão grande, seus estudiosos já a teriam descartado. Por que não o fizeram?

A que fatos o dr. Javor se refere? Ao de que Deus é o responsável por tudo? Esta hipótese é mais remota ainda que a teoria da abiogênese, que, ao menos, possui alguma coisa que, embora não a confirme, lhe dá subsídios de plausibilidade.

Em alguns pontos a bioquímica nos fez entender a estrutura celular e seus componentes de forma mais clara. Por outro lado mostrou que a vida é extremamente complexa e seu surgimento mais ainda.

A vida não deve ter surgido com a complexidade que conhecemos, seja a respeito do mecanismo de uma célula seja aquele referente à própria replicação de um simples vírus de RNA.

Ao nos referirmos a células, muitas estruturas podem ter existido, formado o sistema e terem sido descartadas com a evolução.

Assim, o argumento de Behe a respeito da ratoeira que é o do relógio de William Paley são pura bobagem. Analogamente, tais dispositivos usam maquinário e dispositivos acessórios para construí-los e seguidamente são descartados, exatamente como andaimes em prédios. Leia aqui.

Especulando-se sob este aspecto, a vida poderia ter se valido dessa mesma artimanha, o que não é problema algum.

A bioquímica também trouxe teorias diferentes da abiogênese clássica, porém sem fugir a sua característica.

Certamente, tal temática (origem da vida) nos ocupará por mais algum tempo.

Para o crente no relato bíblico da Criação, a asserção de que somente o Criador pode criar a vida não é um argumento para o “Deus das lacunas”.

Temos uma boa idéia do que seja necessário para criar a vida, somente não podemos fazê-lo. Essa é uma afirmação de que a vida não pode existir sem Deus.

Com efeito, a vida torna-se uma evidência a favor de um Criador todo-sapiente, que decidiu criar a vida e partilhá-la conosco.

Demorou mas apareceu. Como toda a publicação da SCB, surge mais uma deixa para o proselitismo cristão entrar em cena.

A solução do ilustre PHd até mesmo uma criança que saiba falar é capaz de propor. Empurrar o problema para Deus é cômodo, fácil e não gera mais dúvidas (pelo menos para os crentes).

Todavia, em matéria científica, não traz qualquer solução, mas cria um problema, pois como Deus fez isso, por que Deus quis fazer isso e quem fez Deus?


CONCLUSÃO:

A publicação em tela mescla linguagem científica e temática correta com erros (espero que causados por má fé) e pseudociência baseada em proselitismo religioso.

Dessa forma se trata de mais uma temática calcada em retórica ruim, sem nada acrescentar em matéria científica, uma vez que é a tática clássica usada pelos criacionistas, ou seja malhar uma teoria científica para brilhantemente concluir que foi Deus.

O cunho é sempre o mesmo: propagar a desinformação, a fim de convencer que a bíblia é a verdade absoluta e assim levar a mensagem do cristianismo.

É mais do que óbvio que se teorias como o big bang, origens da vida e evolução, à medida que ganhem terreno deixam para trás o relato bíblico, o qual tem por conseguinte sua verdade posta à prova e derrubada.

Isso se dá em razão de que o tronco judaico-cristão-islâmico é tido pelos seus seguidores como uma verdade revelada por Deus e, tal verdade não pode jamais ser contestada, uma vez que poria essas crenças sob a dúvida.

Quanto ao cristianismo é pior, uma vez que ao longo de seu desenvolvimento, a fim de "sua verdade" fosse aceita por gregos e romanos, construiu-se todo um corpo lógico-filosófico de modo a provar sua verdade.

Todavia, os saltos lógicos são imensos, sem respeitar o rigorismo que é demandado na análise lógica, conforme assevera o matemático John Allen Paullos (entrevista aqui), o que gera grandes abismos na seqüência analítica.

Dessa forma, o literalismo bíblico por parte de dos cristãos, judeus e islâmicos fundamentalistas é que se pode traduzir num grave problema para a compreensão das ciências e em relação ao entendimento de que toda a literatura bíblica não se trata de um compêndio científico, mas de mera alegoria mítica.






quinta-feira, 10 de julho de 2008

DILÚVIO E DINOSSAUROS. MAIS UMA....



Mais uma vez, surge uma analogia completamente equivocada a respeito de morte dos dinossauros tendo como causa o dilúvio (aquele da Arca de Noé).

Alerto aos leitores que tal analogia é completamete errada. Há diversas hipóteses sobre a morte dos dinossauros e o dilúvio não se encontra neste rol.

Todavia, os círculos criacionistas afirmam serem as pegadas fossilizadas dos dinossauros evidências de uma catástrofe hídrica, conforme a nota do comentarista encontrada aqui e, por nós reproduzida em sua íntegra.

Quanto a notícia, é deveras interessante o seu conteúdo. Nada de anormal. Mas, quanto as especulações do autor da nota, bem como as da senhora Ellen White soam lamentáveis.

Quanto a Sra. Ellen, tudo bem, pois se trata de uma pessoa que viveu de 1827 a 1915 .

Ao que parece, segundo consta em sua biografia (aqui) não foi uma pessoa que primou pelos estudos. Logo, é natural que a religião fosse sua fonte de conhecimento mais fidedigna.




Entretanto, tomar seus escritos como base para uma resposta a pesquisas científicas se trata de um grande equívoco, além de uma tolice desmedida, como será analisado mais adiante.

Vejamos o artigo:

Pegadas de dinossauros no Iêmen

Cientistas dizem ter descoberto, no Iêmen, pegadas de dinossauros datadas de 150 milhões de anos [sic]. Os rastros encontrados teriam sido feitos por um rebanho de 11 saurópodos e por uma outra espécie de dinossauro de duas patas que pertencia à família dos ornitópodes e comia plantas.

Segundo a descoberta, publicada na edição desta semana da revista científica Public Library of Sciences One, as pegadas não teriam sido identificadas antes pois estavam cobertas por escombros e entulhos.
As pegadas foram observadas pela primeira vez na região de Madar, ao norte da capital, Sanaa, por uma jornalista iemenita.

Posteriormente, foram classificadas como pertencentes a um ornitópode – um dinossauro grande que existiu durante o final do Período Triássico até o fim do Cretáceo.

Em 2006, uma geóloga da Universidade de Sanaa descobriu que as pegadas mais redondas, similares a dos elefantes, pertenciam a uma outra família de dinossauros – a dos gigantes saurópodos. Segundo Anne Schulp, do Museu de História Natural de Maastricht, na Holanda, que ajuda na investigação, “as pegadas estão muito bem preservadas”.

"O mais impressionante é que temos várias pegadas dos saurópodos, 11 dinossauros caminhando na mesma direção”, afirmou Schulp à BBC News.

"Trata-se de um grupo de animais de tamanhos diferentes, portanto, temos dinossauros de todas as idades vivendo juntos nesta localidade", disse.

Até então, apenas alguns fósseis de dinossauros haviam sido encontrados na Península Arábica, incluindo alguns ossos no Omã e possíveis fragmentos de um dinossauro de pescoço comprido no Iêmen. "É a primeira vez que encontramos pegadas de dinossauros na Península, portanto trata-se mesmo de uma primeira descoberta", afirmou Schulp. (BBC Brasil)

Quanto ao artigo, nada de anormal com ele. É até bem interessante e instrutivo.



Segue abaixo a nota comentando o artigo acima.

Nota: Não sou especialista no assunto, mas a disposição das pegadas me sugere um tipo de migração ou fuga. Isso parece ser reforçado pelo fato de haver duas espécies caminhando juntas. Para que pegadas fósseis sejam preservadas, os animais têm que imprimi-las na lama e, depois, essas mesmas pegadas têm que ser cobertas por outra camada de lama, a fim de que sejam protegidas da ação das intempéries e a lama possa petrificar. Fósseis de dinossauros e de suas pegadas são encontrados em várias partes do mundo e sugerem que houve uma catástrofre hídrica responsável por esses vestígios. Leia mais sobre isso clicando no marcador "dilúvio", logo abaixo.[MB]

Bem, a nota é muito sugestiva, porém equivocada. No mundo, há muito tempo caem chuvas, há inundações ou deslizamento de terras, como há rios e lagos os quais, em épocas de cheias cobrem a várzea e depositam lama.

Também, podem haver variações climáticas que secam rios e lagos, ou mesmo sismos, maremotos, furacões, erupções ou queda de corpos celestes que alteram qualquer paisagem.

Espécies animais migram juntas, como ocorre com os gnus, búfalos africanos e antílopes e, atrás destes, leões, guepardos, hienas e leopardos.

Os fósseis não sugerem qualquer catástrofe hidrica, exceto que tais animais existiram e muito pouco de seu registro se conservou.




Tão pouco, se uma catástrofe nas dimensões do dilúvio tivesse ocorrido, o planeta estaria morto, seja antes, seja depois, uma vez que a pressão atmosférica, supondo a água em estado gasoso, seria em torno de 350, a 400 atmosferas, sem considerar o efeito estufa, o que seria impossível para a vida como a conhecemos.

No máximo, poderia haver formas de vida tal como aquelas das fossas abissais.

Assim, tal nota é mais um dos devaneios do criacionismo, sem qualquer fiundamento científico.

Segue abaixo a nota da senhora White:

Ellen White escreveu há um século: "É verdade que vestígios encontrados na terra testificam da existência do homem, animais e plantas muito maiores do que os que hoje se conhecem. Tais são considerados como a prova da existência da vida vegetal e animal anterior ao tempo referido no relato mosaico.

Isto é óbvio, antes de Moisés, o planeta já possuia vida há uns 3,5 bilhões de anos. Veja aqui.

O que causou o gigantismo na Pré-história?

Como se explica a diferença de tamanho dos animais atuais em comparação com os grandes dinossauros da Pré-história?

Se algo surpreende um ocasional visitante de um museu de paleontologia, é sem dúvida o tamanho que possuíam alguns dos animais mais famosos da história: os dinossauros.


Seus ossos, fósseis ou reproduções, organizados para refletir fielmente o aspecto de seu esqueleto, mostram as dimensões destas gigantescas criaturas que evoluíram durante milhões de anos, para depois se extinguirem misteriosamente. Os mamíferos, por outro lado, quase sempre mantiveram um tamanho discreto.

As razões para esta diferença ainda estão sendo estudadas, mas uma das teorias sobre o assunto baseia-se principalmente na diferente constituição de seus corpos.

Mamíferos

Os mamíferos, que são animais endotérmicos, não respondem bem ao clima quente e tropical, já que têm dificuldades na hora de liberar o calor que produzem. Este calor é maior, quanto maior eles forem, por isto eles precisam ter um corpo reduzido para manter sob controle esta importante função biológica.




Nos trópicos, os poucos mamíferos que podem ser classificados como realmente grandes preferem sair à noite.

Os elefantes, por sua parte, usam suas grandes orelhas para liberar mais calor ao exterior. No mar existem alguns animais gigantes, como a baleia, mas se tratam de exceções fomentadas pela alta oferta de alimentos.

Além disto, a água lhes permite dissipar bem as cargas térmicas geradas por seus corpos, assim como sustentar sua enorme massa. Mesmo baleias e elefantes, alguns dos maiores mamíferos, só apareceriam no final da era Cenozóica, quando o clima se esfriou.

Os dinossauros, em contrapartida, viveram em uma época na qual os ambientes quentes eram habituais. Sem necessidade de ter um metabolismo muito ativo, seu corpo não teve dificuldades em seguir a tendência natural do gigantismo (seres vivos cada vez maiores e complexos).

Uma das hipóteses para o gigantismo pré histórico é a de que no início da era Mesozóica, um aumento na quantidade do dióxido de carbono na atmosfera provocou o aquecimento global, criando um ambiente perfeito para os animais exotérmicos. Além disto, a abundância de CO2 fomentou um maior crescimento das plantas, que também aumentaram seu tamanho. A disponibilidade de uma maior quantidade de alimentos e o aumento das temperaturas ajudou os dinossauros a ficarem gigantes.

Apesar de todas estas informações ainda não está claro se os dinossauros eram endotérmicos, como os mamíferos, ou exotérmicos. O que se sabe é que a rápida evolução dos primeiros arcossauros até os grandes répteis atuou como uma força seletiva poderosa na qual foram favorecidos os corações adaptados para responder bem às demandas exigidas pelo gigantismo.

Era necessário enviar às células quantidades suficientes de nutrientes e oxigênio. A solução do coração dotado de quatro câmaras seria ideal para a posterior aparição das aves, mas nos dinossauros não fez senão continuar favorecendo o gigantismo.

Mas com referência a estas coisas a história bíblica fornece ampla explicação. Antes do dilúvio o desenvolvimento da vida vegetal e animal era superior ao que desde então se conhece.

Por ocasião do dilúvio fragmentou-se a superfície da Terra, notáveis mudanças ocorreram, e na remodelação da crosta terrestre foram preservadas muitas evidências da vida previamente existente.

As vastas florestas sepultadas na terra no tempo do dilúvio, e desde então transformadas em carvão, formam os extensos territórios carboníferos, e fazem o suprimento de óleos que servem ao nosso conforto e comodidade hoje. Estas coisas, ao serem trazidas à luz, são testemunhas a testificarem silenciosamente da verdade da Palavra de Deus" (Educação, p. 129).



Bem, o planeta já passou por muitas mudanças e continuará passando por elas. Todavia não há qualquer evidência de dilúvio, seja por ter deixado marcas no planeta, seja por ser algo impossível de ter ocorrido, conforme anteriormente analisado.

Se realmente tivesse ocorrido um dilúvio, não haveria petróleo ou carvão no planeta, uma vez que o risco de toda a matéria orgânica ter apodrecido seria grande.







Florestas, animais terrestres e aquáticos estariam mortos e, tanto a água quanto a atmosfera estariam envenenadas, somente propiciando o desenvolvimento de saprófitas.

Não daria tempo do planeta se recuperar de tal catástrofe e reorganizar a vida como ela é hoje.

Tão pouco, não é coerente a afirmação de que todas as espécies mesozóicas eram gigantes. Havia dinossaurios do tamanho de galinhas e de pardais. Por que Deus não ordenou que eles entrassem na arca?

Certamente, um anurognathus (veja aqui os pterossauros), que era um pequeno carnívoro devorador de insetos seria bem mais útil a nós que um pardal que é um devorador de sementes.









Sendo assim, o texto da senhora Ellen White não possui nada de científico ou de lógico, não devendo ser um parâmetro para tratar de temas relacionados ao desenvolvimento de animais ou plantas, suas características ou evolução.