quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

David N. Menton: "O criacionista comediante"




INTRODUÇÃO:

O artigo abaixo apresentado é um dos piores no que concerne ao acervo criacionista, uma vez que encerra falácias aliadas à falta de conhecimento nas áreas de física, biologia evolutiva, genética e geologia.

O intuito parece ser desmerecer todo o trabalho que até então tem sido feito na área de datação radiométrica e métodos de datação em geral.

O articulista, David N. Menton, PhD em biologia celular, criacionista de plantão e de carteirinha, não sei se por má fé ou falta de conhecimento aventa muitas hipóteses inconsistentes a respeito dos métodos de datação radiométrica, confundindo-os com métodos relativos de datação e seleção natural.

Vejamos o que Menton nos apresenta, suas evidências e a sua argumerntação, em preto. Meus comentários em vermelho.


A Comédia da Datação na Teoria da Evolução

Muito da controvérsia entre evolucionistas e criacionistas diz respeito à idade da Terra e de seus fósseis. A Teoria da Evolução, dependente que é de pura chance, requer uma quantidade enorme de tempo a fim de poder apresentar uma explicação, quem nem remotamente chega a ser plausível, para a complexidade que vemos nas mais simples das criaturas vivas.

O artigo já inicia com o Sr. Menton dizendo bobagens. A teoria da Evolução apenas depende do que ocorrerá com o ambiente e se a espécie possui genes capazes de desenvolver uma característica que responda favoravelmente às hostilidades do meio, de modo que os indivíduos que possuam esta característica venham a se reproduzir com maior freqüência que aqueles que não a possuem.

Os indivíduos cujas características não correspondam às exigências do meio estarão fadados a se extinguirem. Milhares ou milhões de anos de adaptação aos meios certamente levarão a diferenças tão grandes que poderemos considerar novas espécies oriundas de um ancestral comum.

Pequenas mudanças em genotípicas podem levar a fenótipos muito diferentes, uma vez que são poucos os genes realmente ativos dentro dos organismos, aqueles que codificam proteínas envolvidas nas diversas funções e características do organismo.

Nem todo DNA se traduz em genes, as unidades do código nas quais o organismo vai buscar especificações para a fabricação de proteínas. No ser humano, menos de 2% do DNA do genoma especifica genes. A maior parte do restante é chamado de "DNA-lixo", seqüências que se acumularam por milhões de anos sem utilidade aparente. A nova hipótese ajuda a explicar essa enorme quantidade de DNA-lixo nos organismos mais complexos, os eucariotos. Eles têm seu material genético num núcleo envolto por uma membrana, e não disperso pela célula, como nos mais simples procariotas, cujo exemplo típico são as bactérias.

A hipótese foi divulgada em um artigo na revista científica norte-americana "Science" (www.sciencemag.org) por Michael Lynch, da Universidade de Indiana em Bloomington, e John Conery, da Universidade de Oregon, em Eugene (ambas nos EUA). Os pesquisadores compararam os cerca de cem genomas já sequenciados de bactérias e similares com os de organismos multicelulares como plantas e animais. Incluíram também na comparação o tamanho das populações.

Todavia, descobriu-se que regiões que não são responsáveis pela codificação no genoma, que a princípio foram chamadas de “DNA lixo”, na realidade continham milhares de elementos reguladores que atuavam como “chaves” para ligar ou desligar genes. Uma indicação da importância biológica do “DNA lixo” é que muitas dessas seqüências se mantiveram semelhantes (ou “conservadas”) mesmo em espécies distantes de vertebrados, como entre o homem e o frango.

Estudos funcionais recentes indicaram ainda mais: que algumas dessas seqüências controlam os genes responsáveis pelo desenvolvimento humano. Os autores do estudo vasculharam as extensas regiões não codificantes do genoma humano para identificar as seqüências reguladoras cujas funções podem ter mudado durante a evolução do homem.

James Noonan, da Escola de Medicina da Universidade Yale, um dos autores do estudo publicado na edição de (5/9) da revista Science e colegas procuraram por seqüências com mais pares de base em humanos do que em outros primatas.

Eles verificaram que a seqüência que se desenvolveu mais rapidamente dentre as identificadas, denominada HACNS1, mostrou-se altamente conservada entre espécies de vertebrados, mas tinha variações acumuladas em 16 pares de base desde a divergência do homem e do chimpanzé, estimada em 6 milhões de anos atrás.

A descoberta foi considerada uma grande surpresa, uma vez que os genomas do homem e do chimpanzé são muito semelhantes. Segundo os autores do estudo, os resultados fornecem forte evidência, ainda que preliminar, de que mudanças funcionais no HACNS1 podem ter contribuído para adaptações no polegar, pulso, pé e tornozelo humanos, que representam vantagens críticas para o sucesso evolucionário da espécie.

Entretanto, os cientistas destacam que ainda desconhecem se o HACNS1 causa mudanças na expressão genética no desenvolvimento de membros no homem ou se essa seqüência seria capaz de induzir o desenvolvimento de membros similares ao ser introduzida no genoma de outros vertebrados, como no camundongo.

Desse modo, de acordo com o estudo acima, podemos considerar que pequenas mudanças no genoma podem trazer mudanças gritantes em fenótipos, o que poderia resultar em espécies distintas como no caso dos primatas (macacos, pongídeos e hominídeos).

Desse modo, a alegação do artigo não passa de pura retórica e falta de conhecimento na área de genética evolutiva.

Por mais de 100 anos, geólogos tentaram inventar métodos para determinar a idade da Terra a fim de que sua suposta idade pudesse ser consistente com o dogma evolucionista.

No tempo da publicação de A Origem das Espécies de Charles Darwin, a idade da Terra era “cientificamente” determinada em 100 milhões de anos. Em 1932, “descobriram” que a Terra tinha 1.6 bilhões de anos. Em 1947, geologistas “firmemente” estabeleceram a idade da Terra em 3.4 bilhões de anos. Finalmente, em 1976, eles descobriram que a terra tinha “realmente” 4.6 bilhões de anos.

A tentativa a respeito da primeira medida de idade da Terra foi feita por Lord Kelvin. A sua época, a radioatividade era desconhecida. Desse modo Kelvin como especialista em termodinâmica se valeu de seus conhecimentos na área e determinou a idade de resfriamento da Terra em 100 mil anos.

A partir do conhecimento da radioatividade, à medida que se descobriam rochas mais antigas, esta idade foi sendo corrigida. Veja como se fazem as medidas aqui A HISTÓRIA DO PLANETA TERRA, no item "AS FASES DO CÁLCULO DA IDADE DA TERRA".

Todavia a crosta do planeta foi muitas vezes renovada o que pode ter gerado divergências no cálculo das idades.

A idade entre 4,5 e 4,6 bilhões de anos não se alterou desde 1976, uma vez que tanto as pedras oriúndas da Lua quanto de meteoros, quando examinados, dataram desta idade. Parte-se do pré-suposto que todos os corpos do Sistema Solar foram simultaneamente formados, daí a idade de 4,6 bilhões de anos ser a aceita.

Essas datas indicam que por cerca de 100 anos a idade da terra dobrou a cada 20 anos. Se esse ritmo continuasse, a Terra teria 700 mil trilhões-trilhões-trilhões de anos pelo ano 4000 DC. Essa “predição”, todavia, é baseada em “dados” e em certas suposições.

Este raciocínio se trata de uma falácia, mais especificamente da derrapagem. Uma vez feito os testes de datação, se estes não revelarem fatos novos encerrados nas amostras, a idade do objeto examinado se manterá conforme o calculado.

Como veremos a seguir, esses dados e suposições completamente improváveis são um problema freqüente com todos os métodos para tentar determinar a idade da Terra, bem como para datar fósseis e rochas.

Essa coisa toda acabou por se transformar em um “jogo de datação” onde apenas os “evolucionistamente-corretos” podem participar.

Não se tratam de dados ou suposições improváveis, uma vez que a própria natureza é quem nos revela o que se passa com os elementos e seus isótopos.

Desde Marie Curie, os estudos relacionados à radioatividade avançaram muito. Entendemos que isótopos radioativos possuem meia vida, quantidade de tempo característica de um decaimento exponencial. Se a quantidade que decai possui um valor no início do processo, na meia-vida a quantidade terá metade deste valor e assim por diante.

Isso é visível na natureza e demonstrável em ambiente controlado de laboratório. Assim, não se trata de "invenção de evolucionistas", mas de fato natural.

Todavia, é certo que métodos de datação radioativa não diretamente úteis para se datarem rochas metamórficas e sedimentares.

No caso das rochas metamórficas, que resultam de modificações, devidas a pressão e temperatura, sofridas por outras rochas, o metamorfismo que as afetou não elimina os átomos-filho que elas possam conter no momento de sua síntese e, dessa forma, obtém-se uma idade superior à que deveria corresponder à última fase de metamorfismo.

Para as rochas sedimentares, um dos seus principais grupos (rochas detríticas) resulta de processos de meteorização de rochas pré-existentes, pelo que a sua datação radiométrica também apresenta evidentes limitações.

Logo, em locais onde ocorram afloramentos com mais do que um tipo de rocha, podem-se datar as rochas magmáticas por datação absoluta e, em seguida, estabelecer uma equivalência com os restantes fenômenos geológicos que se encontrem representados na área em estudo.

Desse modo o raciocínio empregado pelo articulista não passa de mera retórica vazia.

O mais usado método de todos para determinar a idade dos fósseis data-os baseado na “conhecida idade” dos estratos de rocha em que os fósseis foram encontrados. Por outro lado, o mais usado método para determinar a idade dos estratos rochosos consiste em datá-los em função da “conhecida idade” dos fósseis que eles contêm. Isto é um autêntico e ultrajante caso de raciocínio em círculos e os geólogos estão bem cientes do problema.

J.E. O'Rourke, admite:

“O leigo inteligente já, há muito, suspeitou do raciocínio em círculos no uso de rochas para datar fósseis e de fósseis para datar rochas. O geologista nunca se importou em pensar em uma boa resposta, considerando que as explicações não compensam o esforço uma vez que o trabalho traga resultados."

(American Journal of Science, 1976, 276:51)

Nesse método de “datação circular”, todas as idades são baseadas em suposições evolucionistas sobre a data e a ordem na qual plantas e animais fossilizados teriam, como alguns acreditam, evoluído.

O uso de fósseis, quando se conhece sua idade é usado para se determinar a idade de um estrato rochoso. Todavia não há circularidade, pois mede-se, de início, a idade da rocha magmática em que a rocha do fóssil se encontra assentada. Geralmente, estratos sedimentares se assentam em rochas ígneas ou mesmo há esse tipo de rocha entre as camadas sedimentares, o que possibilita maior precisão no cálculo da idade destes estratos.

Os métodos utilizados são:

- método do potássio-argônio;

Método utilizado na datação das rochas basálticas oceânicas - rochas recém formadas não apresentam qualquer teor de argônio, que começa a se formar com o decaimento do potássio.

O gás se aloja na estrutura cristalina dos cristais, sendo expulso por aquecimento em laboratório. A datação neste caso se baseia não no decaimento radioativo do 40K mas no aumento da quantidade do produto parente 40Ar.

O 40K possui meia-vida de 1,4 bilhão de anos, o que torna o método capaz de medir idades de dezenas de milhões até bilhões de anos.

O potássio ocorre na forma de três isótopos:

- 39K, 41K - estáveis
- 40K - instável

Isótopos de 40K corresponde a 0,012% de todos os átomos de potássio;

Produtos do decaimento – 40Ar e 40Ca - maior ocorrência nas rochas

- método do urânio-tório-chumbo;

O método é utilizado na datação de amostras com idades superiores a 30 milhões de anos – até 3.8 bilhões de anos.
Produtos intermediários do decaimento são também utilizados em datações:

230Th e 234U - datação de amostras entre 10.000 e 350.000 anos
231Pa e 238U - datação de amostras entre 5.000 e 150.000 anos
234U e 235U - em depósitos carbonáticos (conchas e corais) emersos - datação de amostras entre 40.000 e 1.000.000 anos
210Pb e 206Pb - medição de taxas de deposição em sedimentos recentes (100 anos)

- método dos traços de fissão;

Esta técnica de datação mede a distribuição espacial de traços (em escala microscópica) que a desintegração de átomos de 238U sobre a superfície de minerais como apatita, e zircão, causados pela fissão do átomo. Literalmente, imprime um sulco na superfície do mineral.

Determinando-se o número de traços presentes sobre uma superfície mineral polida, bem como a quantidade de urânio ainda existente (através da indução de traços de fissão), é possível calcular a idade da amostra.

É necessário que o mineral, após depositado ou formado, não tenha sidosubmetido a temperaturas superiores a 120°C.

Data amostras entre 20 M e 1 B de anos

- método da termoluminescência;

Cristais de quartzo, feldspato e calcita, após soterrados, ficam sujeitos a um fluxo de radiação natural provocada pelo decaimento de átomos de potássio, urânio, rubídio e tório existentes no depósito sedimentar.

Uma das conseqüências deste fluxo é ejetar elétrons da sua órbita estável (ionização), que eventualmente ficam presos em imperfeições da estrutura cristalina. Raios cósmicos também contribuem com o processo.

Quanto maior o tempo de soterramento maior a radiação absorvida.

Amostras de sedimento (principalmente com tamanho ente 4 e 11μm) quando aquecidas (500 °C) emitem fótons associados ao retorno do elétron à sua órbita original. Quanto mais intensa a luz emitida, mais velha será a amostra.

Capacidade de datação de amostras entre 1.000 e 500.000 anos.

Muitas vezes, se faz uma combinação destes métodos, dependendo da adequação de cada um à idade do material sob exame. Obviamente, não suporemos uma múmia com 1 milhão de anos e nem uma rocha com 10 mil anos.

Quando da análise, caso os dados convirjam para determinado valor, fazem-se cálculos estatísticos a fim de se determinar as variâncias e os desvios das amostras e a possível idade do material, a qual será dada por um valor médio, situado entre um desvio para mais e um para menos, estando seu erro dentro de um intervalo de confiança determinado pelo estatísticos.

Assim, o articulista falta com a verdade e omite dados da prática científica ao afirmar circularidade na metodologia de cálculo das datações radiométricas.

Também vale citar que a frase atribuída a J.E. O'Rourke somente foi encontrada em sites com cunho criacionista e em um trabalho cuja bibliografia citada é inascessível.

Mas segundo o site aqui apresentado, o raciocínio de J.E. O'Rourke- American Journal of Science, 1976, 276:51 foi distorcido por completo:

Here is what O'Rourke had to say in American Journal of Science, Vol. 276, January 1976, p. 47-55 in the article "Pragmatism versus Materialism in Stratigraphy"

"These principles have been applied in Feinstratigraphie, which starts from a chronology of index fossils, abstracts time units from it, and imposes them on the rocks (Schindewolf, 1960, p. 7). Each taxon represents a difinite time unit and so provides an accurate, even 'infallible' date. If you doubt it, bring in a suite of good index fossils, and the specialist, without asking where or in what order they were collected, will lay them out on the table in chronological order, (Jeletsky, 1956, p. 692)."

O'Rourke p 51-52.

Schindewolf, O. H., 1960, Stratigraphische Methodik und Terminologie: Geol. Rundschau v. 49, p. 1-35.

Jeletsky, J. A., 1956, Paleontology, basis of practical geochronology: Am. Assoc. Petroleum Geologists Bull., v. 40, p. 679-706.

O'Rourke p. 55.

Assim, podemos notar claramente a mentira criacionista ao atribuir a um sujeito sério o que ele jamais disse. Isso eu conheço por MENTIRA DESLAVADA.

A maioria das pessoas fica surpresa em aprender que não existe, de fato, nenhuma maneira para se determinar diretamente a idade de qualquer fóssil ou de qualquer rocha. Os assim chamados métodos “absolutos” de datação (métodos radiométricos) na realidade só medem a proporção de isótopos radioativos no presente e seus produtos de declínio em amostras adequadas e não a sua idade. Essas medições das proporções de declínio dos isótopos radioativos são então extrapoladas para a determinação de uma “idade”. Essa extrapolação é baseada no fato de um elemento químico instável (radioativo) chamado de isótopo pai declina à uma razão presentemente conhecida para formar um isótopo mais estável chamado de isótopo filha.

No caso da datação do Radiocarbono, um isótopo instável de Carbono (C14) decai em Nitrogênio (N14). Isto freqüentemente ocorre à uma taxa de declínio radioativo através da qual se espera que haja redução da quantidade de C14 (isótopo pai) pela metade a cada 5,730 anos (a meia vida radioativa).

Em outras palavras, quanto menos houver do isótopo pai (e quanto mais houver do isótopo filha), na medição, mais velha será a amostra analisada.

O raciocínio a respeito do cálculo da datação é apresentado de forma correta, porém simplória. As considerações devem ser bem acuradas.

No método Urânio-Tório-Chumbo, ocorre a formação de radônio, o qual é gasoso e pode escapar para o ambiente. Mas sua meia vida é curta. No caso de ser utilizado o método do 235U, o 222Rn tem meia vida de 3,83 dias, e ocorre quando a rocha já se encontra resfriada.

Sendo assim pode-se considerar que não há trocas gasosas com o meio, exceto se no caso de sua formação e durante seu curto prazo de existência tenha ocorrido o aquecimento da rocha acima da temperatura de fechamento do Rn. Mas as probabilidades para que tal evento tenha ocorrido são ínfimas. Daí podermos considerar as rochas datadas por este método como sistemas isolados quanto ao seu interior.

Para o caso de se utilizar o 238U, este não pruduz radônio em sua seqüência de decaimento. daí o método apresentar maior exatidão que o do 235U e em relação aos demais métodos utilizados, anteriormente explicados.

No método do Potássio-Argônio ocorre a formação de argônio que também é gás. Ambos podem escapara para o ambiente. O resultado é que a idade medida será menor que a idade real da rocha.

Isso ocorre devido ao fato de que as rochas a altas temperaturas possuírem mobilidade de seus íons internos. Sendo o Ar um gás inerte não forma qualquer ligação com estes íons, daí escapar para o meio. Mas de acordo com cada rocha, há uma temperatura denominada temperatura de fechamento, que é aquela em que o gás passa a ficar retido na estrutura do mineral.

Desse modo temos a temperatura de fechamento do Ar, que ocorre quando o mineral interrompe sua troca destes gases com o meio ambiente e passa a acumular no mineral os gases oriundos apenas do decaimento radioativo.

Portanto, o que encontramos por estes métodos é a idade de resfriamento do mineral, após a temperatura de fechamento do respectivo gás resultante de decaimento. é aqui que inicia o relógio radiométrico pelo método do Potássio-Argônio.

Dessa forma, os físicos e geólogos podem se valer da combinação de métodos, desde que adequados aos estudos em questão, a fim de determinarem a idade dos materiais sob análise e desde que feitas as devidas correções conforme apontadas na leitura indicada A HISTÓRIA DO PLANETA TERRA, no item "AS FASES DO CÁLCULO DA IDADE DA TERRA", bem como no trabalho aqui apresentado.

Assim, o Sr. Menton omite estudos e faz uma abordagem simplória do que é o método de datação radiométrica, classificando problemas que são freqüentemente solucionados por físicos e geólogos como insolúveis, de forma a desmerecer a metodologia.

Patentemente, Menton falta com a verdade e cria problemas onde eles não existem ao induzir o leitor mal informado à idéia de serem irremediavelmente falhos os métodos de datação e, assim serem incapazes de cumprir com sua função.

A datação pelo método do Radiocarbono é, de fato, de pouca utilidade para os evolucionistas, e isto por diversas razões:

Primeiro: Nenhuma rocha e muitos poucos fósseis contém quantidades mensuráveis de Carbono de qualquer tipo.

Segundo: Por causa da curta meia vida do C14, o método de datação do Radiocarbono só pode ser usado para datar amostras que tenham até 40.000 anos de idade. Essencialmente, nada de significativo na “evolução” poderia ter ocorrido em um espaço tão “curto” de tempo.

Isso é óbvio. A datação por 14C é apenas para materiais que possuem resíduos orgânicos. Não é para o caso de rochas as quais não possuem material orgânico em sua composição.

Fósseis não são ossos de verdade, mas ossos cujo conteúdo orgânico foi substituído por rocha, mais especificamente sílica. Daí o método do 14C não se prestar para tal análise.

Os métodos radiométricos mais comumente usados para “datar” amostras geológicas são: Potássio-Argônio, Urânio-Tório-Chumbo e Estrôncio-Rubídio. Todos esses três processos de declínio radioativo têm meias vidas medidas em bilhões de anos (!)

Um dos métodos aqui discutidos e não comentado anteriormente é o do Rubídio-Estrôncio.

O isótopo Rb-87, que tem uma meia-vida 4,75 bilhões anos, se tem usado muito para a datação radiométrica de rochas. O Rb-87 decai a SR-87 (estável). Este processo ocorre devido a um nêutron do Rb -87 emitir uma partícula beta (semelhante a um elétron - carga negativa) e um antineutrino (carga neutra), o que transforma este nêutron em um próton (carga positiva).

Este decaimento ocorre conforme a equação:

87Rb --> 87Sr + beta + neutrino + 87Sr + energia

O Rb radioativo possui 37 prótons e 50 nêutrons e O Sr estável possui 38 prótons e 49 nêutrons, ambos sendo isóbaros (mesmo númerto de massa).

Durante a cristalização fracionada, o Sr (estrôncio) tende a concentrar-se na plagioclase (mineral da família dos feldispatos) permanecendo o Rb na fase líquida, de modo que a razão Rb/Sr no magma residual se incrementa ao longo do tempo.

As maiores razões - de 10 ou mais - estão nas pegmatitas (rocha ígnea composta por feldispatos). Se a quantidade inicial de estrôncio é conhecida ou pode extrapolar-se, medindo as concentrações de Rb e Sr e o quociente Sr-87/Sr-86 pode determinar-se a idade da rocha, caso esta não tenha sofrido alterações após sua formação.

Este método é utilizado para a medida da idade absoluta de processos geológicos, uma vez que não ocorre emissão de gases em seu processo de decaimento.


Outro método utilizado na datação de rochas é o do samário-neódmio ou dos terras raras.

Neste método o 143Sm (62 prótons e 85 nêutrons) decai em 143 Nd (60 prótons e 83 nêutrons), pela emissão de uma partícula alfa (2 prótons e 2 nêutrons), conforme a equação:

143Sm --> 134Nd + alfa + energia

A meia vida do 143Sm é de 106 bilhões de anos, o que o torna um método seguro na datação de rochas, pois uma pequena parte do 143 Sm decaiu em 134Nd. Mas há a limitação de que temos de encontrar traços de 134 Nd nas rochas a fim de que este método seja efetivo.

Estes metodos estão discutidos
aqui.

Desse modo a admiração que Menton expressa quanto a bilhões de anos não se trata de uma impossibilidade marcante dos métodos ora citados não cumprirem com os objetovos de datarem os materiais sob análise.

Nenhum desses métodos pode ser usado em fósseis ou nos sedimentos de rocha onde os fósseis foram encontrados. Toda a datação radiométrica (com exceção da datação com Carbono) deve ser realizada em rochas ígneas (rochas solidificadas a partir de um estado derretido como a lava, por exemplo). Esses “relógios” radiométricos começam a “reter tempo” quando a rocha derretida se solidifica. Uma vez que fósseis nunca são encontrados em rochas ígneas, apenas fluxos de lava (ocasionalmente encontrados entre camadas de sedimentos de rochas) podem ser datados.

Iniciou o festival de desconhecimento e má retórica. Fósseis são encontrados em camadas sedimentares. Rochas sedimentares são formadas pela decomposição e agregação de outras rochas. Aqui exite um estudo sobre o tema.

O método que Menton questiona denomina-se MÉTODO DE DATAÇÃO RELATIVA (mais um estudo, aqui).

Este método foi o primeiro a ser desenvolvido, uma vez que não necessitava da tecnologia hoje empregada na datação de rochas.

Existem três princípios fundamentais, conhecidos como princípios de Steno – em homenagem ao naturalista dinamarquês Nicolaus Steno (1638-1686), que ajudam na organização das camadas sedimentares.



- O princípio da horizontalidade original estabelece que os sedimentos são depositados em camadas geralmente horizontais.

- O princípio da continuidade lateral determina que as camadas são contínuas, tendendo a se estender até as margens da bacia onde são formadas, ou se afinam lateralmente.

- O princípio da superposição determina que uma camada é mais velha do que a camada imediatamente acima e mais nova do que a camada imediatamente abaixo dela. Assim, o conjunto vertical de estratos forma uma seqüência estratigráfica, a qual representa um registro cronológico da história geológica da região. O princípio da superposição das camadas é válido para as rochas sedimentares e vulcânicas (basalto) que se formam por agradação vertical de material, mas não pode ser aplicado a rochas intrusivas e deve ser aplicado com cautela às rochas metamórficas.

Discordâncias (Hutton 1792):

São estudadas no que se refere á temática do contato geológico.

Quando as rochas violam tais princípios, é certo que a crosta onde os sedimentos se depositaram se moveu por tectonia, deformando-se ou ocorreu a erosão da camada superior, o que se denomina discordância estratigráfica ou lacuna. As discordâncias são superfícies de erosão ou não deposição, abaixo das quais pode existir qualquer tipo de rocha, mas acima das quais só podem existir rochas sedimentares. Estas últimas são sempre mais jovens que as rochas abaixo da discordância.

Além de permitir a datação relativa de rochas em um afloramento, a presença de uma discordância indica que houve erosão de parte do registro geológico naquele local.

Assim, as discordâncias constituem uma prova indiscutível de que o registro geológico não é completo.

Dependendo do tipo de rocha, da posição das estruturas sedimentares abaixo da discordância e da geometria da superfície de discordância estas podem ser classificadas em:

(i) discordância paralela (paraconformidade) -->(separa duas seqüências sedimentares com camadas paralelas entre si, mas de idades diferentes, havendo entre ambas uma superfície plana que representa o hiato ocorrido no processo de deposição. Uma discordância paralela é reconhecida pelos dintintos conteúdos fossilíferos entre as duas seqüências);

(ii) discordância angular --> (separa duas seqüências em que a inferior está inclinida ou dobrada, de forma que a seqüência superior trunca as camadas da seqüência inferior. Há uma clara diferença de direção e ângulos de mergulhos entre as duas seqüências);

(iii) inconformidade (“litológica”) --> (uma seqüência de rochas sedimentares ou vulcano-sedimentares, repousa sobre rochas antigas ígneas e/ou metamórficas. A superfície de discordância é uma superfície de erosão, mas o que caracteriza esta discordância é grande diferença genética entre as duas sequencias);

(iv) discordância erosiva --> (separa duas seqüência sedimentares com camadas paralelas entre si, havendo entre ambas uma superfície de erosão).

Um trabalho da UFRGS (aqui) traz uma boa explicação de como se pode chegar à idade de determinadas camadas de rocha sobrepostas. Deste trabalho, o qual vale ser lido por completo, extraímos alguns pontos:

Quanto ao princípio da correlação estratigráfica ou da identidade paleontológica, este princípio admite que os grupos de fóseis aparecem em uma ordem definida e que se pode reconhecer determinado período de tempo geológico pela características dos fósseis. Tal princípio foi formulado por William Smith.

Antes de Charles Darwin começar sua viagem histórica com o Beagle (1832), quando coletaria o material para escrever seu famoso livro “Origem das Espécies”, a existência de antigos sinais de vida nas rochas já era conhecida.

Embora os fósseis fossem reconhecidos desde a Grécia Antiga, por muito tempo foram interpretados como “brincadeiras da natureza” até o Resnacimento, quando Leonardo da Vinci as interpretou como formas de vidas passadas.

Willian Smith, um engenheiro britânico, foi o primeiro a reconhecer que o conteúdo fossilífero de camadas, por vezes de mesmo tipo de rocha, variava sistematicamente das mais antigas para as mais jovens. O mesmo fato foi logo verificado em outras partes do mundo, e o Princípo da Sucessão Faunística passou a ser aplicado à datação relativa e correlação estratigráfica (ver abaixo) de rochas sedimentares.

O Princípio da Sucessão Faunística diz que os grupos de fósseis (animal ou vegetal) ocorrem no registro geológico segundo uma ordem determinada e invariável, de modo que, se esta ordem é conhecida, é possível determinar a idade relativa entre camadas a partir de seu conteúdo fossilífero.

Ou seja, pode-se dizer que fóssil = tempo. Esse princípio, inicialmente utilizado como um instrumento prático, foi posteriormente explicado pela Teoria da Evolução de Darwin: uma vez que existe uma evolução biológica irreversível através dos tempos geológicos, os fósseis devem se ordenar no tempo segundo uma escala evolucionária. Diversos períodos marcados por extinção de grande parte do conteúdo fossilífero são conhecidos na história da Terra e levaram ao desevolvimento da Teoria do Catastrofismo (Cuvier 1796).

Em cada afloramento encontra-se apenas uma parte da história geológica de uma região. Para se determinar a história completa de toda a região e até do continente e da Terra é necessário “somar” os fragmentos da história geológica de vários locais. Uma vez determinadas as idades relativas entre as rochas de um afloramento, construindo assim uma coluna estratigráfica local, tenta-se correlacionar essa coluna à de outros pontos de modo a abranger um intervalo de tempo maior “empilhando” o registro geológico de todos os afloramentos.

Correlacionar, no sentido estratigráfico da palavra é reconhecer igualdade entre pacotes de rochas separados no espaço, tanto quanto ao aspecto litológico quanto ao aspecto temporal. A correlação estratigráfica, portanto, pode basear-se em características litológicas ou em relações temporais das rochas. O objetivo da correlação é reconhecer pacotes de rochas, pertencentes a um só corpo e desenvolvidas em um mesmo intervalo de tempo, em condições similares, e que partilharam de uma história comum.

Os principais métodos de correlação estratigráfica são: o da continuidade física, o das caracteríticas distintivas, o da posição estratigráfica e os biológicos. Esses métodos são empregados principalmente no estudo de unidades litoestratigráficas. Embora os três primeiros métodos também sejam aplicáveis, de certa forma, às rochas intrusivas e metamórficas, o principal método de correlação neste caso envolve datação radiométrica, que será visto mais adiante.

Continuidade física:

É o método de correlação que se baseia na existência de camadas cuja continuidade pode ser observada. Este método, embora muito seguro é limitado espacialmente e por condições ideais de afloramento (e.g. Grand Canyon) tais como: vegetação esparsa, solos pouco desenvolvidos terreno com ausência de pertubação estrutural.

Características litológicas distintivas:

Considera semelhanças litológicas entre corpos isolados tais como: composição minera, textura, estruturas primárias, espessura, etc., sendo que dois problemas devem ser considerados nessa metodologia:

a possibilidade de convergência litológica através dos tempos. Isto porque os processos formadores de rochas repetem-se no tempo, podendo gerar rochas semelhantes com idades muito distintas;

a existência de variação espacial nos ambientes sedimentares, originando diferentes tipos de rochas no mesmo intervalo de tempo. Neste caso, o trabalho de correlação requer o reconhecimento das variações laterais existentes no campo para que a correlação possa ser corretamente estabelecida.

Posição estratigráfica:

É comum reconhecer-se em um afloramento mais de uma camada de uma mesma rocha. Como correlacionar estas camadas a uma única camada, da mesma litologia (ex. calcário) observada em outra região? Uma característica importante a ser considerada é a posição relativa dessas camadas em relação a outras rochas associadas espacialmente. Estão elas no topo da unidade litoestratigráfica, ou na porção basal? Estão abaixo ou acima de uma determinada camada facilmente reconhecida e correlacionável nos dois locais? Neste caso o conceito de camada-guia é fundamental.

Métodos Biológicos:

Esses métodos baseiam-se essencialmente no Princípio da Sucessão Faunística, descrito acima, que permite que camadas que afloram a longa distância sejam correlacionadas por seu conteúdo fossilífero.

O maior problema na utilização de fósseis na correlação estratigráfica está na possibilidade desses fósseis trascenderem, ainda que localizadamente, o intervalo de tempo a que são normalmente atribuídos. Além disso, existe um forte controle ecológico sobre o desenvolvimento das espécies animais e vegetais (ex. ambiente lacustre x ambiente marinho), além do controle da seleção natural. Assim, rochas de mesma idade podem apresentar associações fossilíferas bem distintas.

Essencialmente a correlação estratigráfica com este método baseia-se na presença de fósseis-índice (correponde a um organismo que viveu por um período de tempo geologicamente curto, mas que ocupou um grande espaço geográfico. Normalmente são animais marinhos, e.g. Grupo das Trilobitas, típico do Perído Cambriano- 570-505 Ma) e de associações fossilíferas (um conjunto de fósseis, que embora isoladamente não tão restritos a um intervalo de tempo, em conjunto caracterizam um intervalo de tempo específico).

Método das varvas --> seqüências de lâminas sedimentares muito finas, depositadas anualmente, que seguem o ritmo das estações climáticas (lagos e lagoas de águas tranqüilas).


Método dos ritmitos --> camadas sedimentares com cor e textura diferentes que se alternam (observados em golfos e bacias).

Problemas que podem dificultar a datação relativa :
Refossilização --> Ocorrência de um fóssil de tempos mais antigos em rochas mais modernas (fósseis que foram expostos graças a processos erosivos e que são novamente sepultados em sedimento depositado posteriormente).

Fósseis Entremetidos --> Ocorrência de organismos mais modernos em sedimentos mais antigos (freqüente fósseis de animais escavadores).

Dessa forma, o método relativo não é algo a ser descartado, uma vez que até o momento, tem cumprido com sua função em criar um "calendário" dos eventos geológicos da Terra, o que nos possibilita ter uma idéia do horizonte de eventos de determinados fatos e momentos históricos de nosso planeta.

Logo Menton é leviano ao afirmar a impossibilidade de qualquer datação de camadas sedimentares. Pois, como apresentado, há formas de se chegar a valores de idade relativa dessas camadas o que é melhor que sequer conhecer nada a respeito delas.

O problema com todos os “relógios” radiométricos é que sua precisão, criticamente, depende de muitas suposições iniciais as quais são impossíveis de ser confirmadas.

Para datar uma amostra por um método radiométrico, é necessário que se conheça o montante inicial do isótopo pai no começo da existência da amostra em questão.

Isso é fácil de ser feito. As metodologias de cálculo apresentam a solução para este problema.

Segundo, é necessário que se tenha a certeza de que não havia isótopos filha no começo.

Os isótopos filhos são oriundos do decaimento radioativo. É difícil que magma contenha alto percentual de isótopos filhos.

Todavia, estamos lidando com dados estatísticos, uma vez que o produto da análise provém de amostras.

Desejar certeza absoluta em tudo é no mínimo incoerência e falta de conhecimento. Se assim fosse, não necessitaríamos da estatistica. É claro que tais idades não são absolutamente corretas. Elas operam em intervalos de confiança com erros para mais e para menos.

Terceiro, é necessário que se tenha igualmente certeza de que nem isótopos pai e nem isótopos filha jamais tenham sido adicionados ou removidos da amostra em estudo.

Quando uma rocha se forma, desde que ígnea ela se trata de um sistema isolado do meio no que se refere ao seu interior após resfriar. Caso ocorram novos derramamento de lava sobre ela, serão visíveis e datáveis. Assim, este questionamento é infundado, buscando apenas confundir o leitor leigo.

E quarto, é necessário que se tenha a certeza de que a taxa de declínio do isótopo pai em isótopo filha tenha sido sempre a mesma. Que uma ou mais de qualquer uma destas postulações é freqüentemente inválida é óbvio pelas “datas” publicadas (isto sem mencionar o que não foi publicado) na literatura.

A taxa de decaimento de isótopos sempre ocorre de acordo com a meia vida seguindo a equação:

T = (t log 2) x log (1 + N2/N1)

Até então nada diferiu disso. Portanto o questionamento é infiundado.


Os questionamentos e a metodologia utilizada a fim de solucionar os problemas aventados estão esclarecidos nas literaturas indicadas, bem como acima, daí omitirmos a explicação de como se fazem essas correções.

Esclarecendo ao leitor, em qualquer campo científico são feitas suposições se quisermos chegar a algum lugar.

Quando realizamos medidas, nos deparamos com amostras. Há muitos tratamentos estatísticos que são feitos a fim de se chegar a um dado, dentro de um determinado intervalo de confiança, considerado razoável por aquele que realiza o trabalho.

Em suma, Menton mais uma vez coroa a sua análise com falta de conhecimento e afirmações levianas acerca da metodologia de datação radiométrica.

Um dos problemas mais óbvios é que muitas amostras provenientes de uma mesma localidade freqüentemente dão resultados de datação e, conseqüentemente, de “idade” espetacularmente diferentes. Amostras da lua do Projeto Apollo, por exemplo, foram datadas tanto com o método do Urânio-Tório-Chumbo como Potássio-Argônio dando resultados os quais variaram de 2 milhões a 28 bilhões de anos (!).

Amostras de lava proveniente de vulcões da margem norte do Grand Canyon, nos EUA, e datadas pelo método do Potássio-Argônio, mostram idades um bilhão de anos “mais velhas” do que as rochas mais antigas da base do canyon (!).

Lava proveniente de vulcões subaquáticos perto da Hawaii (que se sabe entraram em erupção em 1801 DC) foram “datadas” pelo método do Potássio-Argônio cujos resultados variaram de 160 milhões a aproximadamente 3 bilhões de anos (!).

Qual a fonte em que o autor encontrou estes dados em relação às amostras que questiona?

Menton não indica estudo ou bibliografia a respeito da temática abordada, o que torna o teor de suas afirmações no mínimo duvidoso quanto à credibilidade.

Também, não é o que estudos indicam, embora haja limitações para os métodos de datação. Basta que o leitor interessado consulte a bibliografia a respeito do assunto, principalmente em A HISTÓRIA DO PLANETA TERRA, no item "AS FASES DO CÁLCULO DA IDADE DA TERRA".

Desse modo, as afirmações de Menton são no mínimo duvidosas, além de contrariarem o que estudos na área apresentam.

Não é, portanto, de se admirar que os laboratórios que “datam” rochas insistam em “conhecer de antemão” a “era geológica” do estrato dos quais a amostra foi retirada (desta forma eles sabem quais datas aceitar como “razoáveis” e quais datas a serem ignoradas).

De uma coisa, porém, podemos estar certos: Todas as vezes em que datas radiométricas “absolutas” estão em substancial desacordo com postulados evolucionistas a respeito da idade de fósseis relacionados, os fósseis sempre prevalecem.

Aqui Menton confunde "alhos com bugalhos". A datação radiométrica absoluta somente é feita em róchas ígneas. Quanto às rochas sedimentares, e metamórficas utilizam-se os métodos de datação relativos.

O método relativo de datação apenas possibilita ao geólogo dizer que a camada superior é mais nova que a inferior, mas não em quantos anos.

Caso as datas radiométricas apresentem-se discordantes entre as diversas amostras, repete-se o experimento e aumenta-se o número de amostras, estudando-se melhor as particularidades de cada uma delas, no que concerne a composição de minerais e elementos químicos presentes.



Não se faz datação radiométrica em fósseis, como exaustivamente foi anteriormente explicado. Assim, Menton por falta de conhecimento ou má fé (espero que este e não aquele) faz uma afirmação leviana ao declarar "Todas as vezes em que datas radiométricas “absolutas” estão em substancial desacordo com postulados evolucionistas a respeito da idade de fósseis relacionados, os fósseis sempre prevalecem."

Acredito que Menton tenha se valido da clássica má retórica criacionista tentando confundir o leigo a fim de desacreditar a metodologia científica a fim de sustentar suas crenças pessoais.

No que diz respeito à plausibilidade da evolução, de fato não faz a menor diferença se a Terra tem 10 bilhões de anos ou se tem 10 mil anos. O fator tempo não pode colaborar em nada a fim de suportar as suposições evolucionistas.

O tempo e as condições que o planeta apresentaram ao longo de sua história fazem muita diferença no que concerne ao processo evolutivo das espécies. Tanto que, em cada evento geológico existe um tipo de depósito fóssil distinto do anterior e do superior e passível de se obter uma idade estimada destes depósitos.

Menton, como todo bom criacionista, é um grande produtor de falácias, a afirmação acima é um equívoco, como pode ser demonstrado ao longo do que até então foi desenvolvido nesta exposição, que tenta desfazer o mal entendido criado por este sujeito.

Na realidade, se toda a panacéia da evolução se limitasse a nada mais do que a simples chance para se produzir uma única cópia de qualquer proteína biológica útil, não haveria nem tempo e nem matéria suficiente em todo o universo conhecido a fim de tornar isto remotamente provável.

Estudos realizados demonstram exatamente o contrário do que Menton afirma. Principalmente aqueles ligados à genética e bioquímica conforme descritos aqui e conforme descrevemos na primeira parte deste trabalho.

Isto porque, pelo mecanismo de chances do evolucionismo, ainda que todo o tempo disponível fosse utilizado a fim de que se pusesse em ação o “trabalho do acaso” e ainda que, igualmente, toda a matéria do universo pudesse ser disponibilizada para esse fim, nada, absolutamente, seria jamais produzido pela evolução (e, na verdade, nunca foi). Muito menos uma única simples proteína com função.

Mais uma vez Menton fala besteira ao mencionar "o acaso". O acaso que existe em seleção natural é o que acontece com as feições e com o clima do planeta. O resto é com as espécies buscando como sobreviver às adversidades que lhes são impostas.

É estranho e mesmo engraçado como Menton afirma sua certeza de que jamais tenha ocorrido o processo evolutivo, sem ao menos apontar uma única evidência que respalde suas afirmações, indo de encontro às diversas evidências que atestam o fato da evolução das espécies.

Talvez Menton se baseie em sua fé nas escrituras a fim de tentar desclassificar o trabalho científico.

O tempo, por si só, simplesmente não torna o desesperançado cenário evolucionista de chances e de seleção natural mais razoável.

Pelo menos uma bola dentro, sr. Menton e adeptos. O tempo é a chave para que nosso planeta se transforme e com ele a vida que aqui habita. Isso é a seleção natural, mudar e se adaptar á nova realidade para sobreviver. Por essa razão estamos aqui e estaremos por mais um bom tempo (espero).

Imagine se uma criança afirmasse poder ela sozinha construir um avião Boeing 747 a partir de material cru, em apenas 10 segundos e em seguida outra criança afirmasse que poderia fazê-lo em dez dias. Consideraríamos a afirmação da segunda criança menos absurda do que a da primeira simplesmente porque esta se propôs gastar aproximadamente um milhão de vezes mais tempo na tarefa? Por isso diz Deus:

“Diz o insensato no seu coração: Não há Deus.” Salmos 14:1

O que tem a ver a frase bíblica de efeito com a viagem de Menton em relação às crianças e o boeing? Seria o fato de que na mitologia abordada por Gênesis, Deus disse "Faça-se tudo" e... pufff?

Bem, Sr, Menton, prefiro explicações logico-científicas a devaneios mítico-sobrenaturais, no que se refere a explicar fenômenos puramente naturais como por exemplo a idade do planeta e a dartação das rochas.

Só algumas perguntas, Sr. Menton, por que as formas de vida que consideramos mais antigas se encontram mais perto de rochas magmáticas mais antigas e vice-versa e por que as formas de vida mais modernas se encontram em estratos sedimentares mais superiores e por que há uma ordem de apresentação nos fósseis de modo a não encontrarmos um dinossauro, um anomalocaris, um mico leão dourado e uma preguiça gigante no mesmo estrato?

Se tudo fosse conforme Gênesis, encontrariamos o fóssil de um tatu com o de um trilobita ou o de um salmão com um anomalicaris. Isso, até então, jamais ocorreu.

Em contraponto à sua frase eu coloco: "Diz o cego: a ciência e o trabalho científico não servem e nem conseguem fazer nada; daí agarremo-nos aos mitos, pois dele sairão todas as respostas, até onde somos permitidos saber. Além disso, estamos proíbidos de ir, pois se trata em sabermos os desígnios dos deuses,".

Traduzido e adaptado por Dr Leadnet, a partir de: The Dating Game (O Jogo da Datação), por David N. Menton, Phd. (Originally published in St. Louis MetroVoice, August 1994, Vol. 4, No. 8/ Missouri Association for Creation, Inc.)


CONCLUSÃO:

Este artigo se trata de mais uma obra prima do acervo criacionista. Em seu teor estão envolvidas falácias, mentiras, omissões, falta de conhecimento e leviandade no que concerne ao trabalho sério de cientistas.

Como um PhD Menton deveria se envergonhar da má retórica que usa e da total falta de transparência que apresentou em seu artigo "pró-escrituras" o qual classifico como LIXO criacionista, na acepção da palavra, pois em nada contribui para ciência, além de informar mal ao leitor.

Em resumo, além de comediantes, criacionistas são mentirosos sem escrúpulos, pois em prol de seus interesses, colocam palavras na boca de cientistas, inventam dados e distorcem afirmações.

Mais uma vez senhores criacionistas, que credibilidade vocês esperam atingir com esse tipo de atitude? Saibam que se continuarem assim, permanecerão sempre à margem da verdadeira ciência e continuarão a ser ridicularizados.

Não é com mentiras e má retórica que asseguramos nosso econhecimento no mundo científico, mas com trabalhos sérios e evidências plausíveis.