quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

PINTURAS DE NEANDERTHAL E A MAQUIAGEM CRIACIONISTA














Mais uma descoberta foi feita em relação aos neanderthais, demonstrando que, a cada descoberta sua capacidade se aproxima mais da do homo sapiens.

Vejamos o artigo abaixo:

Extraído daqui.

Uma equipe de pesquisadores disse que encontrou as primeiras evidências convincentes de que o homem de Neandertal pintava o corpo e usava bijuteria há 50 mil anos [sic].

Bem, não entendo por que há um (SIC) na frase, uma vez que as datações das ossadas e dos objetos foram feitas por métodos confiáveis. Para as ossadas, certamente, utilizou-se o método do C-14, sendo que os objetos, muitas vezes, são datados via datação relativa (aquela realizada em extratos sedimentares).

Provavelmente o autor como acha que a Terra e todo o universo têm 6 mil anos pois foram criados por deus, em um momento de inspiração deste magnânimo ser [SIC] e assim, acredite serm estes métodos e seus resultados um completo absurdo...

Conchas contendo resíduos de pigmentos usados para este fim foram encontradas em dois sítios arqueológicos em Múrcia, no sul da Espanha. O arqueólogo português, João Zilhão, que lidera a equipe a partir da Universidade de Bristol, na Inglaterra, disse que foram examinadas conchas que eram usadas como utensílios para a mistura e armazenamento de pigmentos.

Bastões pretos com um pigmento à base de manganês podem ter sido usados como tinta para o corpo. Artefatos semelhantes foram encontrados na África no passado. "(Mas) esta é a primeira evidência segura do uso de cosméticos", disse o arqueólogo à BBC. "A utilização dessas receitas complexas é novidade. É mais do que tinta para o corpo.

Os cientistas encontraram fragmentos de um pigmento amarelo que, segundo eles, pode ter sido usado como base para maquiagem. Eles também descobriram um pó vermelho junto com manchas de um mineral negro brilhante.

Algumas das conchas, entalhadas e pintadas com cores fortes, também podem ter sido usadas como bijuteria.
Até agora, muitos especialistas acreditavam que só os seres humanos modernos usavam maquiagem como adorno ou para rituais.
Durante um período na pré-história Neandertais e humanos podem ter compartilhado a Terra, mas Zilhão disse que a descoberta de sua equipe data de 10 mil anos antes do contato entre ambos e, portanto, ela não indicaria uma influência humana. Zilhão vê na prática do uso de pintura corporal e bijuteria um certo grau de sofisticação.

"As pessoas têm que acabar com essa idéia de que os Neandertais eram débeis mentais", afirmou.O estudo foi divulgado em Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). (BBC Brasil)

Nota: Quem tem que acabar com essa idéia de que nossos ancestrais eram "débeis mentais" são os evolucionistas.

Para variar, a nota, como sempre, apresenta um teor extremamente infeliz e recheado de falta de conhecimento.

Em primeiro lugar: foi-se a época em que pouco se conhecia dos neanderthais. Creio que o autor ainda esteja parado um pouco após ao importante ano de 1856...

Em l856, no vale do Rio Neander, na Alemanha, foi descoberto o fóssil de um indivíduo que viveu nessa região há 70 mil anos. Depois dele, vários fósseis do mesmo tipo foram encontrados em outros lugares da Europa. Bastante semelhantes ao ser humano moderno, foram batizados de Homens de Neandertal.

Classicamente, o Homem de Neandertal foi considerado da mesma espécie que a nossa, porém de uma variedade diferente. Enquanto somos chamados de Homo sapiens sapiens, eles ganharam o nome de Homo sapiens neandertalensis.

O neanderthal era, de fato, de uma maior robustez física e o seu cérebro era, em média, ligeiramente mais volumoso. Progressos relativos à arqueologia pré-histórica e da paleoantropologia após a década de 1960, têm revelado o homem de neanderthal como um ser de uma grande riqueza cultural, ainda que seja, provavelmente, sobre estimada por alguns autores. Muitas questões, contudo, permanecem sem resposta, principalmente as relacionadas com a sua extinção.

Os neandertais estavam adaptados ao clima frio, como se infere do seu grande cérebro e nariz curto, mais largo e volumoso. Estas características são postas em destaque pela seleção natural nos climas frios, sendo também observadas nas modernas populações sub-árticas. Seus cérebros eram aproximadamente 10% maiores em volume que os dos humanos modernos. Em média, os neandertais tinham cerca de 1,65 m de altura e eram muito musculosos.

Ao se comparar os neanderthais com os humanos modernos, eles eram maiores em tamanho (musculatura bem desenvolvida) e possuíam feições morfológicas distintas, especialmente do crânio, que gradualmente acumulou aspectos distintos, particularmente devido ao relativo isolamento geográfico. A sua estatura atarracada pode ter sido uma adaptação ao clima frio da Europa durante o Pleistoceno.

A seguir está uma lista de traços físicos que distinguem os neandertais dos humanos modernos; de certa forma, nem todos eles podem ser usados para distinguir populações de neandertais específicas, de diversas áreas geográficas ou períodos de evolução, de outros humanos extintos.

Crânio:
- Fossa suprainíaca, um canal sobre a protuberância occipital externa do crânio
- Protuberância ocipital
- Meio da face projetado para frente
- Crânio alongado para trás
- Toro supraorbital proeminente, formando um arco sobre as orbitas oculares
- Capacidade encefálica entre 1200 e 1700 cm³ (levemente maior que a dos humanos modernos)
- Ausência de queixo
- Testa baixa, quase ausente
- Espaço atrás dos molares
- Abertura nasal ampla
- Protuberâncias ósseas nos lados da abertura nasal
- Forma diferente dos ossos do labirinto no ouvido















Pós-Crânio:
- Consideravelmente mais musculosos
- Dedos grandes e robustos
- Caixa torácica bastante arredondada
- Forma diferente da pélvis
- Rótulas grandes
- Clávícula alongada
- Omoplatas curtos e arqueados
- Ossos da coxa robustos e arqueados
- Tíbias e fíbulas muito curtas

Também, muitos desses traços se manifestam ocasionalmente nos modernos humanos, particularmente em determinados grupos étnicos. Nada se conhece sobre a forma dos olhos, orelhas e lábios dos neandertais. Por analogia, deveriam ter pele muito branca, para um melhor aproveitamento do calor nas frias latitudes da Europa pleistocênica. Estudos recentes revelam que, alguns indivíduos, teriam pele branca e cabelos ruivos.

Em artigo na revista científica Science, uma equipe de pesquisadores disse que extraiu DNA de ossos de dois neandertais e conseguiu resgatar um gene conhecido como MC1R.

No homem moderno, uma mutação nesse gene produz cabelos ruivos, mas, até agora, ninguém sabia qual era a cor do cabelo de nossos parentes extintos.

"Nós encontramos uma variante do MC1R nos neandertais, que não está presente nos seres humanos modernos, mas que causa um efeito no cabelo semelhante ao visto nos ruivos modernos", disse o chefe da pesquisa, Carles Lalueza-Fox, da Universidade de Barcelona.

O Homo Sapiens teria evoluído na África e tomado o lugar dos neandertais depois de entrar na Europa há cerca de 40 mil anos.

Análise de genes pode esclarecer alguns aspectos da biologia dos neandertais que não podem ser preservados em fósseis. Entre essas características estão:

Aparência - cabelo, pele e cor dos olhos -, bioquímica de suas células e até sua habilidade para desenvolver linguagem.

Ao que parece, os neanderthais tinham capacidade para a fala. Essa conclusão surgiu a partir da descoberta de um osso hióide pertencente a um neanderthal encontrado em Kebara (Israel). Este osso segura a raiz da língua no lugar e é um requisito para a fala humana. O osso encontrado é praticamente idêntico ao dos humanos modernos.

Quanto à cultura neanderthal, esta se denomina cultura
Musteriense englobada dentro do Paleolítico Médio, com datas compreendidas entre 300.000 e 40.000 a.C..

As ferramentas musterienses eram feitas pelos neanderthais em datas compreendidas entre 300.000 a.C. e 40.000 a.C., antes dos humanos modernos chegarem à Europa entre 70.000 a.C. e 32.000 a.C. Ferramentas de pedra similares tem sido encontradas em toda a Europa sub-ártica, Oriente Médio e norte da África.

É neste período que aparecem os primeiros rituais funerários, o canibalismo ritual e o culto ao urso das cavernas. Ou seja, os neanderthais já conheciam uma forma de ligação com o sobrenatural.

Os últimos vestígios da existência dos neandertais foram encontrados em Gibraltar, e datam do período entre 28 mil e 24 mil anos atrás.

Segundo lugar: O homem de neanderthal não é ancestral de humanos modernos.

A idéia de que o Homem de Neandertal foi um ancestral nosso, e que pertenceu à espécie Homo sapiens sofreu, em 1997, um abalo. Quatro pesquisadores, dois alemães e dois americanos, conseguiram recuperar uma pequena quantidade do DNA do osso de um Neandertal. Em outras palavras, recuperaram um trecho de seu material genético, e passaram a análisá-lo cuidadosamente, fazendo o seqüenciamento de suas bases nitrogenadas.

Os cientistas estudaram um trecho do DNA mitocondrial, uma ferramenta preciosa no estudo do parentesco evolutivo entre espécies. Veja o porquê. Qualquer tipo de DNA se degrada muito facilmente após a morte de um organismo, seja pela ação do oxigênio, da água ou dos microrganismos.

Como o DNA mitocondrial é mais abundante, ele tem maiores probabilidades de se conservar em órgãos fósseis. De fato, há centenas de mitocôndrias em cada célula, porém apenas um par de cromossomos de cada tipo. Em cada célula, teoricamente, encontram-se entre 500 e 1000 cópias de trechos de DNA mitocondrial, mas somente duas cópias do DNA nuclear.

Por outro lado, herdamos nossas mitocôndrias exclusivamente de nossa mãe; por isso, seu DNA não está sujeito a mudanças introduzidas pela recombinação genética, e é transmitido sem modificações de geração em geração – a não ser, é claro, pelas mutações que nele acontecem.

Dessa forma, a comparação entre dois trechos de DNA mitocondriais de origens diferentes poderá revelar diferenças devidas apenas às mutações. Quanto maior o número de diferenças, maior terá sido o tempo em que as espécies divergiram evolutivamente. Essa análise, assim, revela o maior ou menor parentesco evolutivo entre os indivíduos comparados. O DNA mitocondrial funciona, assim, como um verdadeiro relógio biológico.

O trecho de DNA recuperado foi comparado com o trecho correspondente de 986 outros tipos, provenientes de seres humanos atuais. O resultado foi claro: O DNA dos Neandertais é muito diferente.

Quando se compara o DNA do Neandertal com uma amostra de um ser humano atual, encontra-se pelo menos o triplo de divergências do que quando se comparam duas amostras de DNA atuais. Esses resultados fizeram então surgir a hipótese de que os Neandertais pertencem a uma espécie diferente da nossa e não a uma variedade da nossa espécie.

Os cientistas também acreditam que eles não se cruzaram com os ancestrais dos seres humanos atuais, não contribuindo, portanto, com seus genes para o "estoque" genético da espécie humana.

Os próprios pesquisadores reconhecem que a análise de um pequeno pedaço de um DNA de Neandertal não é conclusiva e não pode provar que ele pertencesse, de fato, a outra espécie. Assim mesmo, os resultados não deixam de representar uma forte evidência.

Os criacionistas sabem que eles eram superiores em inteligência, longevidade e força (lembre-se de que a ilustração acima é uma concepção abestalhada imaginada a partir de ossos por algum artista darwinista).

Sim, lógico... depois que cientistas sérios se empenham em trabalhar e descobrir como era o mundo destes seres humanos, ai os “criacionistas já sabiam”.

Mais uma vez. Tais ilustrações foram feitas numa época em que pouco se sabia destes seres humanos. Era uma época em que se compreendeu mal a teoria formulada por Darwin (o darwinismo social de Herbert Spencer).

Também, seria muito estranho para a igreja explicar quem seriam estes humanos diferentes, uma vez que somos a imagem e semelhança de um criador, tema este, muitas vezes usado para justificar a escravidão e a inferioridade de outros povos.

Um pouco sobre o que se conhece acerca da evolução humana
aqui e aqui.

Segundo Robert Foley – Os Humanos Antes da Humanidade – Uma perspectiva evolucionista Ed. UNESP (livro recomendado a quem queira entender um pouco sobre evolução humana), ao que se sabe, o homo erectus foi o primeiro hominídeo a emigrar a partir do Continente Africano e a povoar a Europa, a China e a Ilha de Java, além de alguns terem se mantido na África.

Ao que parece, era capaz de articular a fala, devido à forma de sua laringe, capacidade esta que talvez seria dominada pelo homo habilis.

Há duas interpretações para a filogenia hominídea:

A primeira considera o homo erectus um ramo amplo em evolução gradual de todos os hominídeos pertencentes ao período que vai de 1,5 a 0,5 milhão de anos atrás. Esta linhagem teria originado o homo sapiens igualmente amplo e variado.

Todavia, o mais adequado e considerar o homo erectus como uma forma asiática de hominídeo, sendo que a forma africana receberia o nome de homo ergaster.

Este ser se diversificou na áfrica e originou o homo erectus o qual emigrou a partir do Continente Africano atingindo a Ásia e continuando a habitar a África. Assim, o homo erectus se trata de um colateral em relação aos humanos modernos.

O homo ergaster e seus descendentes africanos originaram duas outras linhagens:

Uma delas foi a que, na Europa começa com uma forma de hominídeos bastante generalizada, mas com cérebros grandes que evolui no homo heildebergensis e estes nos neanderthais.

A outra linhagem representa a evolução na África até o homo sapiens moderno, o qual se dispersou pelo mundo, substituindo as formas mais arcaicas de hominídeos.

A evolução dos hominídeos pode ser vista como uma forma de irradiação adaptativa ocorridas nos últimos 5 milhões de anos.

Radiação adaptativa ou irradiação adaptativa é a denominação dada ao fenômeno evolutivo, pelo qual se formam, num curto espaço de tempo, várias espécies a partir de uma mesma espécie ancestral no qual diversos grupos se separaram, ocupando simultaneamente vários nichos ecológicos livres, eventualmente dando origem a várias espécies diferentes.

A primeira delas se refere aos macacos bípedes básicos, confinados ás partes mais secas da África. Esta radiação adaptativa deu origem a outras duas; Homo e Australopitecíneos Robustos, cada qual com seu próprio tema adaptativo (cérebro, dentes, ossos).

O gênero homo foi o que se irradiou menos em termos morfológicos e mais em termos ecológicos, pois foi o que mais se dispersou ao partir da África e deu origem a populações geográficas distintas.

Outro teor infeliz das notas e classificar a morfologia dos diversos hominídeos como anomalias ou doenças degenerativas.

Não se trata disso.

Como no caso do Hobbit:

No passado, foi descoberto que o neandertal sofria de raquitismo. Agora este, o "hobbit", sofre de cretinismo. Interessante é que montes de teorias acabam sendo formuladas levando em consideração o tamanho do esqueleto, o tamanho da caixa craniana e outros fatores passíveis de inúmeras interpretações. O que impede que os ditos "hominídeos" não passem de seres humanos com doenças degenerativas que causam deformação? Isso quando não são apenas fósseis de macacos...[MB]

A nota é completamente errônea, ou seja, para sermos diretos, está pautada na MENTIRA. Seria muita sorte que uma ossada de um doente, num universo populacional se preservasse.

O que sobra para paleontólogos analisarem, em termos de
evolução humana, ou de qualquer coisa, não é nada mais que ossos e o estrato geológico onde foi encontrado.

Quanto às teorias formuladas, elas não surgem porque alguém achou que determinada interpretação era a mais legal e, portanto, a melhor para explicar. Elas surgem da observação e interpretação de fatos que estão ali na mesa do estudioso.

É estranho que tantas doenças [SIC] não ocorram hoje, deixando um sujeito com um corpo de australopitecus, ou com a ossada de um hobbit, ou com a cabeça e o físico de um neanderthal
. Aliás, muitos fósseis devem ter sido criaturas "doentes".

Fósseis de macacos diferem muito daqueles do gênero homo. Exemplo disso (Roger Lewin – Evolução Humana - Ed. Atheneu) é a relação entre o sivapitecus e o ramapitecus (hoje denominado sivapitecus) que se pensava ser um hominídeo.

O sivapitecus relacionava-se ao orangotango e possuía forte laço morfológico com o ramapitecus. O sivapitecus possui semelhança morfológica do da face e do palato como orangotango.

Análises do pós-crânio (tronco e membros) demonstram que o sivapitecus possuía um tronco arcaico, estreito como o dos macacos.

Orangotangos e símios africanos compartilham muitas similaridades em sua anatomia do tronco. Dessa forma, em sendo o sivapitecus ancestral do orangotango, tais similaridades devem ter surgido independentemente (homoplasia), pois o símio fóssil da Ásia já teria divergido do estoque comum dos hominóides (símios antropóides).

Outra coisa: Como esse pigmento pôde ser preservado por tantos milhares de anos? Ou os neandertais conheciam técnicas de pintura superavançadas ou esse pigmento não é assim tão antigo...[MB]

Quem lê esta nota (técnicas de pintura superavançadas) pensa que os neanderthais e o homo sapiens, seu contemporâneo de época, eram cosmetologistas. Ou então que eles andavam se pintando há uns 5 mil anos e foram mortos pelo dilúvio, pois não tiveram seu lugarzinho na arca de Noé [SIC].

Vejamos o que diz um
artigo da FAPESP:

Um grupo liderado pelo português João Zilhão, do Departamento de Arqueologia e Antropologia da Universidade de Bristol, no Reino Unido, analisou conchas coloridas e perfuradas que teriam sido penduradas no pescoço como adereços pelos neandertais há cerca de 50 mil anos.

Os ornamentos foram encontrados nos sítios de Cueva de los Aviones e Cueva Antón, na província de Múrcia, no sudeste da Espanha. O estudo será publicado esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Os pesquisadores também encontraram amostras de pigmentos amarelo e vermelho que teriam sido usados como cosméticos. A prática da ornamentação corporal é amplamente aceita pelos cientistas como evidência conclusiva de comportamento moderno e de pensamento simbólico entre humanos modernos, mas até agora não havia sido identificada em neandertais.

“Esta é a primeira evidência segura de que o comportamento dos neandertais foi organizado simbolicamente, isso cerca de dez mil anos antes dos primeiros registros de humanos modernos na Europa”, disse Zilhão.

Uma concha (Spondylus gaederopus) encontrada pelo grupo contém resíduos de uma massa pigmentosa avermelhada feita de lepidocrocita misturada com pedaços de hematita e de pirita (que tem aparência brilhante), indicando um tipo de uso que se esperaria em uma preparação cosmética.

Segundo os pesquisadores, a escolha desse tipo de concha como recipiente para uma mistura consideravelmente complexa pode estar relacionada à forma exuberante e às tonalidades chamativas originais, como carmim e violeta, o que levou ao seu uso em uma variedade de contextos arqueológicos em diversas regiões do mundo.

Os autores do estudo identificaram o pigmento amarelo, que deve ter sido armazenado em uma bolsa feita de pele ou de outro material perecível e não encontrado, como natrojarosita, um minério de ferro usado como cosmético no Antigo Egito.

Há tempos têm se discutido se ossos decorados e dentes perfurados e moldados, encontrados em Châtelperron, na França, pertencentes à denominada cultura chatelperroniana, teriam sido ou não feitos pelos neandertais. Para Zilhão, o novo estudo indica que sim.

“As evidências encontradas nos sítios em Múrcia removem as últimas nuvens de incerteza com relação à modernidade do comportamento e da cognição dos últimos neandertais e, por consequência, mostram que não há mais motivos para continuar a questionar a autoria neanderthal dos artefatos simbólicos da cultura chatelperroniana”, afirmou Zilhão.

O artigo Symbolic use of marine shells and mineral pigments by Iberian Neandertals, de João Zilhão e outros, poderá ser lido em breve por assinantes da PNAS em
www.pnas.org/cgi/doi/10.1073/pnas.0914088107.

Na verdade o que foram identificados traços destes pigmentos, não um estojo de maquiagem completo, como aqueles comprados em perfumarias que as mulheres adoram.

Certamente os pigmentos encontrados não eram feitos de óleos vegetais, animais, parafinas e outras substâncias orgânicas que se degradariam. Sua origem era mineral, provavelmente misturada com alguma substância que lhe conferisse certa fluidez, como gordura animal.

Assim, conclui-se que, mais uma vez, o desserviço criacionista colabora com a ignorância da terra das bananas e dos papagaios, por meio de notas cujo conhecimento de paleontologia e evolução humana são tendentes a zero.

Seria interessante que antes de dizerem tantas impropriedades estudassem um pouco e considerassem que não é dizer “foi deus” é a solução para todos os problemas.

É sempre a mesma coisa: a mentira, a má fé, o erro, ludibriar os menos preparados como adolescentes e crianças, a fim de sustentar uma crença fundamentalista sem o menor sentido.

É pena ainda saber que o lixo criacionista esteja invadindo as escolas travestindo a religião de ciência, como fazem as esdrúxulas teorias do Design inteligente e da ciência da criação.

Estamos chegando a um ponto em que retornaremos ao obscurantismo religioso, onde a igreja irá dizer o que e como devemos estudar a fim de respaldar as crenças religiosas e assim manter os fiéis presos aos templos engordando a conta de religiosos sem o mínimo de senso ético.

Mentir, mascarar a realidade, criar falsas realidades e omitir, para sustentar o ideário do deus da mentira, fazem parte do “NÃO DIRÁS FALSO TESTEMUNHO”. Senhores criacionistas; pensem nisso...