sexta-feira, 30 de maio de 2008

UMA VELA NA ESCURIDÃO









Após a apreensão desde março de 2008, quanto à discussão referente às células tronco, finalmente demos um passo para o primeiro mundo e para o respeito à vida e à dignidade humana.

Aqui

A pesquisa com células tronco finalmente foi liberada após o embate obscurantismo católico X iluminismo científico.

Seguem abaixo os votos dos ministros do STF:


Quinta-feira, 29 de Maio de 2008
STF libera pesquisas com células-tronco embrionárias

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (29) que as pesquisas com células-tronco embrionárias não violam o direito à vida, tampouco a dignidade da pessoa humana. Esses argumentos foram utilizados pelo ex-procurador-geral da República Claudio Fonteles em Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 3510) ajuizada com o propósito de impedir essa linha de estudo científico.

Para seis ministros, portanto a maioria da Corte, o artigo 5º da Lei de Biossegurança não merece reparo. Votaram nesse sentido os ministros Carlos Ayres Britto, relator da matéria, Ellen Gracie, Cármen Lúcia Antunes Rocha, Joaquim Barbosa, Marco Aurélio e Celso de Mello.

Os ministros Cezar Peluso e Gilmar Mendes também disseram que a lei é constitucional, mas pretendiam que o Tribunal declarasse, em sua decisão, a necessidade de que as pesquisas fossem rigorosamente fiscalizadas do ponto de vista ético por um órgão central, no caso, a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). Essa questão foi alvo de um caloroso debate ao final do julgamento e não foi acolhida pela Corte.

Outros três ministros disseram que as pesquisas podem ser feitas, mas somente se os embriões ainda viáveis não forem destruídos para a retirada das células-tronco. Esse foi o entendimento dos ministros Carlos Alberto Menezes Direito, Ricardo Lewandowski e Eros Grau. Esses três ministros fizeram ainda, em seus votos, várias outras ressalvas para a liberação das pesquisas com células-tronco embrionárias no país.

Veja abaixo os argumentos de cada ministro, na ordem de votação da matéria.

Carlos Ayres Britto (relator)

Relator da ADI 3510, o ministro Carlos Ayres Britto votou pela total improcedência da ação. Fundamentou seu voto em dispositivos da Constituição Federal que garantem o direito à vida, à saúde, ao planejamento familiar e à pesquisa científica. Destacou, também, o espírito de sociedade fraternal preconizado pela Constituição Federal, ao defender a utilização de células-tronco embrionárias na pesquisa para curar doenças.

Carlos Britto qualificou a Lei de Biossegurança como um “perfeito” e “bem concatenado bloco normativo”. Sustentou a tese de que, para existir vida humana, é preciso que o embrião tenha sido implantado no útero humano. Segundo ele, tem que haver a participação ativa da futura mãe. No seu entender, o zigoto (embrião em estágio inicial) é a primeira fase do embrião humano, a célula-ovo ou célula-mãe, mas representa uma realidade distinta da pessoa natural, porque ainda não tem cérebro formado.

Ele se reportou, também, a diversos artigos da Constituição que tratam do direito à saúde (artigos 196 a 200) e à obrigatoriedade do Estado de garanti-la, para defender a utilização de células-tronco embrionárias para o tratamento de doenças.

Ellen Gracie

A ministra acompanhou integralmente o voto do relator. Para ela, não há constatação de vício de inconstitucionalidade na Lei de Biossegurança. “Nem se lhe pode opor a garantia da dignidade da pessoa humana, nem a garantia da inviolabilidade da vida, pois, segundo acredito, o pré-embrião não acolhido no seu ninho natural de desenvolvimento, o útero, não se classifica como pessoa.”

Ela assinalou que a ordem jurídica nacional atribui a qualificação de pessoa ao nascido com vida. “Por outro lado, o pré-embrião também não se enquadra na condição de nascituro, pois a este, a própria denominação o esclarece bem, se pressupõe a possibilidade, a probabilidade de vir a nascer, o que não acontece com esses embriões inviáveis ou destinados ao descarte”.

Carlos Alberto Menezes Direito

De forma diversa do relator, o ministro Menezes Direito julgou a ação parcialmente procedente, no sentido de dar interpretação conforme ao texto constitucional do artigo questionado sem, entretanto, retirar qualquer parte do texto da lei atacada. Segundo Menezes Direito, as pesquisas com as células-tronco podem ser mantidas, mas sem prejuízo para os embriões humanos viáveis, ou seja, sem que sejam destruídos.

Em seis pontos salientados, o ministro propõe ainda mais restrições ao uso das células embrionárias, embora não o proíba. Contudo, prevê maior rigor na fiscalização dos procedimentos de fertilização in vitro, para os embriões congelados há três anos ou mais, no trato dos embriões considerados "inviáveis", na autorização expressa dos genitores dos embriões e na proibição de destruição dos embriões utilizados , exceto os inviáveis. Para o ministro Menezes Direito, “as células-tronco embrionárias são vida humana e qualquer destinação delas à finalidade diversa que a reprodução humana viola o direito à vida”.

Cármen Lúcia

A ministra acompanhou integralmente o voto do relator. Para ela, as pesquisas com células-tronco embrionárias não violam o direito à vida, muito pelo contrário, contribuem para dignificar a vida humana. ”A utilização de células-tronco embrionárias para pesquisa e, após o seu resultado consolidado, o seu aproveitamento em tratamentos voltados à recuperação da saúde, não agridem a dignidade humana constitucionalmente assegurada.”

Ela citou que estudos científicos indicam que as pesquisas com células-tronco embrionárias, que podem gerar qualquer tecido humano, não podem ser substituídas por outras linhas de pesquisas, como as realizadas com células-tronco adultas, e que o descarte dessas células não implantadas no útero somente gera "lixo genético".

Ricardo Lewandowski

O ministro julgou a ação parcialmente procedente, votando de forma favorável às pesquisas com as células-tronco. No entanto, restringiu a realização das pesquisas a diversas condicionantes, conferindo aos dispositivos questionados na lei interpretação conforme a Constituição Federal.

Eros Grau

Na linha dos ministros Menezes Direito e Ricardo Lewandowski, o ministro Eros Grau votou pela constitucionalidade do artigo 5º da Lei de Biossegurança, com três ressalvas. Primeiro, que se crie um comitê central no Ministério da Saúde para controlar as pesquisas. Segundo, que sejam fertilizados apenas quatro óvulos por ciclo e, finalmente, que a obtenção de células-tronco embrionárias seja realizada a partir de óvulos fecundados inviáveis, ou sem danificar os viáveis.

Joaquim Barbosa

Ao acompanhar integralmente o voto do relator pela improcedência da ação, o ministro Joaquim Barbosa ressaltou que a permissão para a pesquisa com células embrionárias prevista na Lei de Biossegurança não recai em inconstitucionalidade. Ele exemplificou que, em países como Espanha, Bélgica e Suíça, esse tipo de pesquisa é permitida com restrições semelhantes às já previstas na lei brasileira, como a obrigatoriedade de que os estudos atendam ao bem comum, que os embriões utilizados sejam inviáveis à vida e provenientes de processos de fertilização in vitro e que haja um consentimento expresso dos genitores para o uso dos embriões nas pesquisas. Para Joaquim Barbosa, a proibição das pesquisas com células embrionárias, nos termos da lei, “significa fechar os olhos para o desenvolvimento científico e os benefícios que dele podem advir”.

Cezar Peluso

O ministro Cezar Peluso proferiu voto favorável às pesquisas com células-tronco embrionárias. Para ele, essas pesquisas não ofendem o direito à vida, porque os embriões congelados não equivalem a pessoas. Ele chamou atenção para a importância de que essas pesquisas sejam rigorosamente fiscalizadas e ressaltou a necessidade de o Congresso Nacional aprovar instrumentos legais para tanto.

Marco Aurélio

Ele acompanhou integralmente o voto do relator. Considerou que o artigo 5º da Lei de Biossegurança, impugnado na ADI, “está em harmonia com a Constituição Federal, notadamente com os artigos 1º e 5º e com o princípio da razoabilidade”. O artigo 1º estabelece, em seu inciso III, o direito fundamental da dignidade da pessoa humana e o artigo 5º, caput, prevê a inviolabilidade do direito à vida. Ele também advertiu para o risco de o STF assumir o papel de legislador, ao propor restrições a uma lei que, segundo ele, foi aprovada com apoio de 96% dos senadores e 85% dos deputados federais, o que sinaliza a sua “razoabilidade”.

O ministro observou que não há, quanto ao início da vida, baliza que não seja simplesmente opinativa, historiando conceitos, sempre discordantes, desde a Antiguidade até os dias de hoje. Para ele, “o início da vida não pressupõe só a fecundação, mas a viabilidade da gravidez, da gestação humana”. Chegou a observar que, “dizer que a Constituição protege a vida uterina, já é discutível, quando se considera o aborto terapêutico ou o aborto de filho gerado com violência”. E concluiu que “a possibilidade jurídica depende do nascimento com vida”. Por fim, disse que jogar no lixo embriões descartados para a reprodução humana seria um gesto de egoísmo e uma grande cegueira, quando eles podem ser usados para curar doenças.

Celso de Mello

O ministro acompanhou o relator pela improcedência da ação. De acordo com ele, o Estado não pode ser influenciado pela religião. “O luminoso voto proferido pelo eminente ministro Carlos Britto permitirá a esses milhões de brasileiros, que hoje sofrem e que hoje se acham postos à margem da vida, o exercício concreto de um direito básico e inalienável que é o direito à busca da felicidade e também o direito de viver com dignidade, direito de que ninguém, absolutamente ninguém, pode ser privado”.

Gilmar Mendes

Para o ministro, o artigo 5º da Lei de Biossegurança é constitucional, mas ele defendeu que a Corte deixasse expresso em sua decisão a ressalva da necessidade de controle das pesquisas por um Comitê Central de Ética e Pesquisa vinculado ao Ministério da Saúde. Gilmar Mendes também disse que o Decreto 5.591/2005, que regulamenta a Lei de Biossegurança, não supre essa lacuna, ao não criar de forma expressa as atribuições de um legítimo comitê central de ética para controlar as pesquisas com células de embriões humanos.

Espero que os carolas de plantão, a partir de agora, parem de se intrometer onde não são chamados e tenham consciência de que vida é aquilo que devemos respeitar e fazer de tudo para que ela seja melhor e feliz, seja para esta, como para as gerações futuras.






Espero também que entendam que no Brasil nem todos são católicos e, assim, não devem se submeter aos preceitos dessa crença e esta nem tão pouco é dona das decisões a respeito de políticas de saúde, segurança e educação. No mínimo deve ser uma auxiliar, devendo ajudar e não atrapalhar, como tem feito, na maioria das vezes.




quinta-feira, 29 de maio de 2008

O obscurantismo católico - palpites sem fundamento



Aqui encontrei uma argumentação que busca esclarecer porque a Igreja Católica se posiciona contra o desenvolvimento de estudos com células tronco.





Ao longo do artigo tecerei os respectivos comentários a respeito desta argumentação.


Se as pesquisas com células-tronco são tão boas, por quê a Igreja é contra?


Antes de mais nada a Igreja não é contra a pesquisa com células-tronco, pelo contrário, a Academia Pontifícia para as Ciências considera essas pesquisas benéficas à humanidade e certamente as estimula. Entretanto há de se considerar que há duas modalidades de pesquisa com células-tronco atualmente: pesquisas com células-tronco adultas e com células-tronco embrionárias. A Igreja é frontalmente contrária a pesquisa com células-tronco embrionárias, vamos entender porque:

Mas antes, afinal o que são células-tronco?

Resposta: “É um tipo de célula que pode se diferenciar (modificar-se, transformar-se) e constituir diferentes tecidos no organismo. Esta é uma capacidade especial, porque as demais células geralmente só podem fazer parte de um tecido específico (por exemplo: células da pele só podem constituir a pele). Outra capacidade especial das células-tronco é a auto-replicação, ou seja, elas podem gerar cópias idênticas de si mesmas.

Por causa destas duas capacidades, as células-tronco são objeto de intensas pesquisas hoje, pois poderiam no futuro funcionar como células substitutas em tecidos lesionados ou doentes, como nos casos de Alzheimer, Parkinson e doenças neuromusculares em geral, ou ainda no lugar de células que o organismo deixa de produzir por alguma deficiência, como no caso de diabetes.” - Mayana Zatz, professora titular de Genética, coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano.

A doutora Mayana Zatz tem empreendido grande esforço a fim de elucidar aos carolas de plantão que as pesquisas não se direcionam à clonagem de seres humanos, mas à terapia de doenças conforme citado acima.

Células embrionárias segundo afirmações dela, são as melhores a fim de se proceder às pesquisas com cunho terapeutico.

Embora os processos de clonagem terapêutica possam até ser idênticos ao de clonagem de seres, o objetivo é muito diferente. Estamos falando de uma tentativa de curar males que nos aterrorizam, como degenerações, deficiências físicas, Alzheimer, Parkinson, entre ourtras.

Carolas, não se esqueçam que vocês também são humanos e como tais poderão um dia serem vítimas de seu próprio veneno.





As células-tronco adultas estão presentes na medula óssea, sangue, fígado, cordão umbilical e etc., mas até o momento as pesquisas não avançaram o suficiente para que já se saiba em quais tipos de células as células-tronco adultas podem se transformar. Sabe-se da sua capacidade de replicação, mas desconhece-se quais são suas limitações quanto a transplantes e quanto a doenças genéticas. Ou seja, serão necessários esforços de pesquisa mais prolongados e investimentos de longo prazo até que uma terapia eficaz com essas células apresente resultados. Mas em se tratando de pesquisa científica, qualquer fato novo, qualquer nova descoberta pode modificar completamente o quadro atual, e muitas etapas poderão ser superadas num curto espaço de tempo.

Já as células-tronco embrionárias podem transformar-se em qualquer tecido humano, e as pesquisas por enquanto acontecem apenas em países que permitem esse tipo de estudo, principalmente na Coréia, mas permanece proibida em maior parte do mundo. A razão é clara: células-tronco embrionárias só podem ser obtidas com a utilização de embriões humanos.

Quanto mais rápido se atinge um resultado, mais rápida é a solução do problema. Embriões humanos somente se tornam vida após 14 dias dentro de um útero. Quanto àqueles que aguardam nas clínicas, nem seres humanos em potencial não podem ser considerados. São apenas um amontoado de células que, cedo ou tarde irão para o lixo.



Entre o lixo e pesquisas científicas, é melhor que a elas se encaminhem os embriões, uma vez que poderão trazer resultados positivos àqueles que padecem de doenças hoje todas como incuráveis.

Países com EUA, Inglaterra, Alemanha vivem hoje sob acaloradas discussões em torno da liberação das pesquisas com células-tronco embrionárias. A utilização de embriões humanos em pesquisas vai além de uma questão ética e abarca questões jurídicas e sociais.

Vários governos se vêem pressionados por organismos científicos e grandes corporações farmacêuticas a modificar suas leis no sentido de permitir a pesquisa, utilização e comercialização das terapias utilizando células-tronco embrionárias. Além do obvio avanço científico e da cura de várias doenças, estamos falando de um mercado de bilhões de Dólares, onde, há muitos interesses econômicos envolvidos.

Nosso articulista se esquece que toda a pesquisa custa dinheiro. Laboratórios não se tratam de entidades ligadas a projetos financiadores de obras de caridade. Precisam de dinheiro para produzirem, remunerarem seus colaboradores e sócios.

Aliás, as próprias seitas religiosas necessitam de dinheiro, pois creio que templos não seriam capazes de tocar suas obras sem o vil metal.

Basta vermos o conflito de nichos de mercado de fiéis que existe aqui no Brasil entre a Igreja Católica e os Pentecostais. Há uma disputa acirradíssima de mercado, sendo que os católicos estão sendo passados para trás.

Muito por preconceito contra as posições corajosas assumidas pela Igreja em defesa da vida, a imprensa mundial alardeou a falsa versão de que “mais uma vez “ a Igreja estaria sendo contrária ao desenvolvimento científico ao “tentar atravancar uma das maiores descobertas da ciência de nosso tempo”.

Não a posição da igreja não é corajosa. É estúpida. Não há defesa nenhuma de vida, pois embriões não são vida, conforme dito anteriormente.

Sim, mais uma vez vocês se metem onde não sabem nada e onde não são chamados, com palpites no mínimo sem qualquer sentido, apenas com o fito de deixar as pessoas sofrendo.

O que esperam com isso? Que aqueles que são doentes se agarrem nas esperanças divinas e se tornem mais um de seus fornecedores?

Sofrimento não leva a nada, além de mais sofrimento. Enfiem isso em suas cabeças.

É uma versão que se revela no mínimo falsa quando desconsidera integralmente as razões que motivam a Igreja a assumir essa posição, e pior, colocam que a Igreja é contrária a pesquisa como um todo, o que não é um fato, haja vista a Igreja é contrária tão somente à destruição de embriões humanos para a pesquisa. Vejamos abaixo as razões da Igreja em seu comunicado à ONU pedindo que a pesquisa com embriões seja proibida em todo o mundo:

Cedo ou tarde, os embriões irão para o lixo, será que não entendem isso? Antes serem utilizados em pesquisas, que podem trazer algum fruto que ir para o lixo.

Das duas formas serão destruídos, so que de uma poderá trazer a alegria de viver a muitas pessoas e de outra será um desperdício.

Se prezam tanto a vida, deveriam lutar para que muitas pessoas pudessem ter a chance de novamente viver e ter sua dignidade de volta.



1. A Santa Sé está convencida de que é necessário apoiar e promover as pesquisas científicas em benefício da humanidade. Por isso, a Santa Sé encoraja as pesquisas que estão sendo realizadas nos campos da medicina e da biologia com o objetivo de curar doenças e melhorar a qualidade de vida de todos, contanto que sejam respeitosas para com a dignidade do ser humano. Esse respeito exige que toda pesquisa que for incompatível com a dignidade do ser humano seja excluída por razões morais.

Pesquisas com célula tronco em nada atentam contra a dignidade humana ou a moral, afinal embriões in vitro não são nada além de células.

Essa é uma falácia do falso dilema.

Além do mais a Santa Sé deveria cuidar de seus assuntos, ou seja, evangelizar seus fiéis, dar assistência aos necessitados, promover o aprendizado, combater a ignorância, os preconceitos a intolerância e parar de dar palpites em questões científicas e em política quando esta em nada atentar contra os direitos do homem e do cidadão.

2. Há duas possíveis fontes de células-tronco para a pesquisa humana; em primeiro lugar, as células-tronco “adultas”, que são obtidas a partir do sangue do cordão umbilical, a partir da medula óssea e a partir de outros tecidos, e, em segundo lugar, as células-tronco “embrionárias”, que são obtidas pela destruição de embriões humanos.

A Santa Sé opõe-se à clonagem de embriões humanos com o propósito de destruí-los para coletar suas células-tronco, ainda que por um objetivo nobre, pois isso é incompatível com o fundamento e os motivos da investigação biomédica humana, ou seja, o respeito da dignidade do ser humano. Por outro lado, a Santa Sé aplaude e encoraja a pesquisa com células-tronco adultas, pois é completamente compatível com o respeito pela dignidade dos seres humanos. A plasticidade inesperada das células-tronco adultas possibilitou o uso bem-sucedido desse tipo de células indiferenciadas e que se auto-renovam para curar vários tecidos e órgãos humanos (1), especialmente as lesões cardíacas depois de um enfarto do miocárdio (2). Os múltiplos avanços terapêuticos demonstrados utilizando células-tronco adultas e a promessa que contêm para outras enfermidades, como desordens neurodegenerativas e diabetes, fazem as iniciativas de apoio a esta frutífera linha de pesquisa adquirirem um caráter urgente (3). Acima de tudo, é consenso universal que o uso de células-tronco adultas não acarreta nenhum problema ético.

Qual o problema ético que uma célula embrionária (ao lado) enfrenta? Não se está destruíndo um indivíduo, mas apenas um amontoado de células, sem tecidos, orgãos ou qualquer coisa que a tornem um ser vivo.

Clonagem de seres humanos para servirem de doadores, isso sim seria anti-ético. E, não é esse o objetivo da pesquisa.

Caso a clonagem com células tronco adultas apresentasse a viabilidade aqui citada, os pesquisadores há muito as estariam utilizando em suas pesquisas.



Estariam livre de se submeterem a toda essa via crucis que a Igreja Católica está promovendo.

O articulista ainda demonstra ser leigo no assunto ao comentar a "versatilidade" de células tronco adultas. Estas são especializadas e se transformam apenas em alguns tecidos dos corpo.

Já as células-tronco embrionárias cada vez se mostram mais eficazes para formar qualquer tecido do corpo. Esta é a razão pela qual os cientistas desejam tanto pesquisar estas células para possíveis tratamentos. O problema é que, para extrair a célula-tronco, o embrião é destruído.

Segundo os cientistas, seriam usados apenas embriões descartados pelas clínicas de fertilização e que, mesmo se implantados no útero de uma mulher, dificilmente resultariam em uma gravidez. Ou seja, embriões que provavelmente nunca se desenvolverão.

Veja AQUI.

3. Em contraste, a pesquisa com células-tronco embrionárias humanas tem sido atravancada por importantes dificuldades técnicas (4). Os experimentos com células-tronco embrionárias ainda não produziram nem um único êxito terapêutico indiscutível, nem sequer em modelos animais (5). Ademais, as células-tronco embrionárias causaram tumores em modelos animais (6) e podem provocar câncer se administradas em pacientes humanos (7). A menos que esses graves riscos sejam eliminados, os experimentos com células-tronco embrionárias não terão nenhuma aplicação clínica (8). Sem contar os problemas técnicos, a necessidade de extrair essas células de embriões humanos vivos levanta problemas éticos da mais alta ordem.

4. A chamada “clonagem terapêutica”, que na verdade deveria chamar-se “clonagem para fins de pesquisa” pois ainda está longe de ter aplicações terapêuticas, foi proposta para evitar a possível rejeição imunológica de células-tronco embrionárias obtidas de um doador que não seja o próprio receptor. Entretanto, o uso de células-tronco embrionárias clonadas envolve um alto risco de introduzir células de embriões anormais nos pacientes. Está bem estabelecido que a maioria dos embriões não-humanos produzidos mediante a clonagem por transferência nuclear são anormais, com deficiências em vários dos genes (marcados ou não marcados) necessários para o desenvolvimento das primeiras fases do embrião (9). As células-tronco embrionárias recolhidas de embriões anormais e inadequados manterão seus “defeitos epigenéticos” e transmitirão ao menos parte deles a suas células filhas. Portanto, a transferência dessas células-tronco de embriões clonados a um paciente seria extremamente perigosa; essas células poderiam provocar enfermidades genéticas, ou causar leucemia ou outros tipos de neoplasia. Além disso, ainda não foi elaborado um modelo de clonagem em primatas, que seria necessário para realizar experimentos a fim de garantir segurança antes de tentar experimentos terapêuticos em seres humanos (10).

É claro que não produziram, pois mal a pesquisa começou os carolas de plantão já entraram com Ações disso e daquilo.

Células-tronco são como curingas, ou seja, células neutras que ainda não possuem características que as diferenciem como uma célula da pele ou do músculo, por exemplo.

Essa capacidade em se diferenciar em outros tecidos têm chamado a atenção dos cientistas. Cada vez mais pesquisas mostram que as células-tronco podem recompor tecidos danificados e, assim, teoricamente, tratar um infindável número de problemas, como alguns tipos de câncer, o mal de Parkinson e de Alzheimer, doenças degenerativas e cardíacas ou até mesmo fazer com que pessoas que sofreram lesão na coluna voltem a andar.

Aqui segue a entrevista com a Dra. Mayana Zats, que desmistifica toda a polêmica criada pelo autor, além de esclarecer ao universo leigo sobre o que é celula tronco e o que são embriões.


5. Os benefícios para a saúde que a clonagem terapêutica traria são hipotéticos, uma vez que o próprio método continua sendo basicamente uma hipótese. Portanto, o crescendo de declarações hiperbólicas enaltecendo como esse tipo de pesquisa é promissor pode acabar minando a própria causa a que pretende servir (11). De fato, inclusive deixando de lado considerações éticas fundamentais para além das expectativas dos pacientes, o estado atual da “clonagem terapêutica” exclui, seja agora ou num futuro próximo, qualquer aplicação clínica.

Mais falácia religiosa... (parece que não se cansam de dizer besteiras). Éclaro que uma pesquisa em início, somente se podem tecer as hipóteses do que tal pesquisa trará.

Somente após pesquisas em animais e depois em seres humanos é que se pode dizer se seus resultados serão promissores ou não.

Aqui seguem alguns resultados de pesquisas com células tronco. abaixo seguem extraídos do artogo aqui citado alguns exemplos que derrubam a má informação e desserviço perestados pelo autor do Universo Católico:

O laboratório de Wu desenvolveu um procedimento in vitro que induz as células-tronco neurais humanas a iniciar sua diferenciação até um certo estágio. "Elas podem transformar-se em tipos específicos de neurônios, de acordo com o local onde são transplantadas", explica Wu. "Por exemplo, elas se tornam neurônios motores quando transplantadas para a medula espinhal", completa. Antes de iniciar os testes com humanos, os pesquisadores ainda estudam se os neurônios gerados são capazes de liberar neurotransmissores e se não há formação de tumor a partir das células-tronco embrionárias implantadas nas cobaias.

Outro estudo com células-tronco embrionárias que gerou resultados promissores em 2002 foi realizado pela equipe liderada por Clare Blackburn, da Universidade de Edimbugo, no Reino Unido. Os pesquisadores implantaram um tipo específico de célula-tronco epitelial em ratos com deficiência na produção de glóbulos brancos, o que resultou na recuperação dos níveis das células de defesa desses animais. Essa pesquisa gerou perspectivas para o desenvolvimento de novos tratamentos para problemas no sistema imunológico e melhora nos resultados de transplantes em pacientes com leucemia. Mas ainda é preciso estabelecer se essa célula específica pode ser encontrada em humanos e ser usada para regenerar a produção de glóbulos brancos.

Assim, mais uma vez podemos perceber a má retórica utilizada por círculos religiosos a fim de sustentarem seus paradigmas em detrimento do benefício que a sociedade poderá atingir com a pesquisa aqui estudada.

6. Os cientistas, filósofos, políticos e humanistas estão de acordo quanto à necessidade de uma proibição internacional da clonagem com fins reprodutivos. De um ponto de vista biológico, o nascimento de seres humanos a partir de embriões clonados seria perigoso para a espécie humana. Essa forma assexuada de reprodução não incluiria a “mescla” usual de genes, que faz com que cada indivíduo tenha um genoma único, e fixaria arbitrariamente o genótipo numa configuração determinada (12), com conseqüências genéticas negativas previsíveis para o conjunto dos genes da humanidade. Ademais, seria proibitivamente perigoso para o clone individual (13). De um ponto de vista antropológico, as pessoas em sua maioria reconhecem que a clonagem é ofensiva para a dignidade humana. A clonagem sem dúvida criaria uma pessoa, mas mediante uma manipulação de laboratório da ordem da pura zootecnologia. Essa pessoa chegaria ao mundo como uma “cópia” (ainda que seja uma cópia apenas biológica) de outro ser. Se bem que essa pessoa seria ontologicamente única e digna de respeito, o modo como um ser humano clonado chega ao mundo marcaria essa pessoa mais como um artefato que como um ser humano, como um substituto em vez de um indivíduo único, um instrumento da vontade de outro em vez de um fim em si mesmo, um bem de consumo substituível em vez de um evento irrepetível na história humana. Portanto, a falta de respeito à dignidade da pessoa humana é inerente à clonagem.

Falácia da falsa analogia. Nosso articulista confunde clones humanos com clonagem terapêutica de células.

Olhe as figurinas elas explicam o que é uma e o que é outra.



Clones humanos devem ser proibidos, pois cada ser humano é único. Tais clones se feitos, também teriam sua individualidade e também seria seres humanos como quaisquer outros.

Assim, estaríam igualmente protegidos pela lei; teriam seus direitos e deveres como qualquer pessoa.




7. Contudo, alguns desejariam que a proibição internacional proposta não incluísse a “clonagem terapêutica”, como se esta fosse um processo diferente do da clonagem com fins reprodutivos. A verdade é que a clonagem reprodutiva e a clonagem “terapêutica” ou “para pesquisa” não são dois tipos diferentes de clonagem: ambas envolvem o mesmo processo técnico de clonagem e se distinguem somente nos objetivos procurados. Na clonagem reprodutiva, o objetivo é implantar o embrião clonado no útero da mãe substituta a fim de “produzir” um filho; na clonagem “para pesquisa” o objetivo é utilizar imediatamente o embrião clonado, sem permitir que se desenvolva, eliminando-o, assim, durante o processo. Inclusive, pode-se afirmar que toda e qualquer modalidade de clonagem é “reprodutiva” em seu primeiro estágio, pois tem de produzir, mediante o processo de clonagem, um organismo novo autônomo e individual, dotado de uma identidade específica e única, antes que seja feita qualquer outra operação com o embrião.

A clonagem terapêutica não é clonagem de humanos, mas de células, logo devendo estar fora de qualquer proibição.

Um embrião clonado é muito menor que uma cabeça de agulha. anteriormente explicou-se que somente seriam utilizados embriões em vias de serem descartados. Portanto a afirmação do articulista e no mínimo recheada de má fé, pois informa mal o leitor leigo.

8. A “clonagem terapêutica” não é eticamente neutra. De fato, do ponto de vista ético, esta seria ainda pior que a “clonagem reprodutiva”. Na clonagem “reprodutiva”, ao menos é dada ao ser humano recém-produzido, inocente de sua origem, a oportunidade de desenvolver-se e nascer. Na clonagem “terapêutica”, o novo ser humano é utilizado como mero material de laboratório. Tal uso instrumental de um ser humano é uma ofensa grave à dignidade humana e à humanidade. O termo “dignidade”, utilizado nesta Declaração de Posição e na Carta das Nações Unidas, não se refere a um conceito de valor baseado nas habilidades e capacidades dos indivíduos e na avaliação que os outros possam fazer deles, avaliação esta que podemos chamar de “dignidade atribuída”. A noção de dignidade atribuída permite juízos hierárquicos, desiguais, arbitrários e mesmo discriminatórios. Aqui a dignidade significa o valor intrínseco que é compartilhado de maneira comum e igual por todos os seres humanos, não importa quais sejam suas condições sociais, intelectuais ou físicas. É essa dignidade que obriga a todos nós respeitar todos os seres humanos, independentemente de sua condição, sobretudo se necessitarem de proteção ou cuidados. A dignidade é a base de todos os direitos humanos. Somos obrigados a respeitar os direitos dos outros porque primeiro reconhecemos sua dignidade.

O articulista força em demasia a compreensão de que embriões são seres humanos. Creio que para ele resíduos de masturbação bem como menstruação também seriam humanos em potencial, logo detentores de dignidade e direitos.

Aplique essa dignidade àqueles que sofrem e não a amontoados de células.

Veja AQUI a esperança daqueles que sofrem.

9. A honestidade sugere que, se um rumo particular de pesquisa já demonstrou ter condições de sucesso e não suscita problemas éticos, deve ser seguido antes que seja começado outro rumo que demonstrou poucas perspectivas de êxito e que envolve preocupações éticas. Os recursos para pesquisas biológicas são limitados. A “clonagem terapêutica” é uma teoria não comprovada que pode muito bem acabar sendo uma enorme perda de tempo e dinheiro. O bom senso e a necessidade de realizar pesquisas fundamentais sérias e orientadas para objetivos determinados, portanto, convocam a comunidade biomédica mundial a dedicar os fundos necessários para a pesquisa utilizando células-tronco “adultas”.

Não houve qualquer sucesso ainda com células tronco, pois as pesquisas estão no início e graças a Igreja Católica, avançaram muito pouco.

Realmente, a clonagem terapeutica é uma teoria que está tentando ser comprovada, porem vem sendo ferozmente entravada.

Caso haja uma tentativa, é melhor que se empreguem recursos e tempo para se ver no que vai dar. Aliás, mais uma vez nosso autor mente e se vale da má retórica. Vejam exemplos em verde acima citados.

É engraçada sua postura: para as células tronco embrionárias tudo poderia ser perda de tempo e de dinheiro e para as adultas não, sendo que estas não são suscetíveis a se tornarem qualquer tecido.

Isso traduzo em duas vias:

1 - Falta de conhecimento sobre o assunto discorrido.

2 - Má fé em prol de sustentar uma postura paradigmática de sua crença, mascarada sob o manto da ética.

10. O mundo não pode tomar dois caminhos diferentes: o caminho daqueles que estão dispostos a sacrificar ou comercializar seres humanos em prol de uns poucos privilegiados, e o caminho daqueles que não podem aceitar esse abuso. Para o seu próprio bem, a humanidade precisa de uma base comum, uma compreensão comum da humanidade e das bases fundamentais das quais dependem todas as nossas idéias sobre os direitos humanos. Cabe às Nações Unidas exercer todos os esforços na procura dessa base, para que os seres humanos sejam respeitados tais como são. Fazer avançar o projeto de uma proibição mundial da clonagem humana é parte dessa missão e dever das Nações Unidas.

Mais bobagens e falácias. Mais uma vez, embriões não são humanos, são células. Caso estas pesquisas não se desenvolvam, realmente ai teremos poucos privilegiados tendo acesso a este tratamento em outros países, pois poderão pagar por isso.

Senhor Articulista, pense, caso tal pesquisa leve a resultados frutíferos, quanto se economizará em tempo, cirurgias, aposentadorias, gastos com saúde e quantas pessoas poderão ter sua dignidade devolvida.

Pense que saúde é um direito humano, o qual não atinge embriões em via de serem descartados. Pense que toda a pessoa tem direito a viver bem e feliz, a poder exercer seu trabalho, a ter seu laser e a ter sua felicidade.


A oportunidade está ai, bem a nossa porta. Não deixemos ela passar a fiim de defender uma postura, no mínimo idiota, por parte de uma crença que, pelo seu histórico, já deu mostras de sequer saber ou se importar com o que é moral e dignidade humana.





Veja mais Aqui e Aqui.

Esperamos que nossos nobres ministros do STF juguem com consciência e não com suas convicções pessoais e façam por aprovar as pesquisas com células tronco no Brasil, embora isso jamais devesse ser pauta para discussão judicial, pois é matéria de cunho científico e não de direito (aqui), exceto àquele relativo a vida e dignidade humana das pessoas que padecem com males até então tidos como incuráveis.


quarta-feira, 28 de maio de 2008

ALFINETADAS COM FALTA DE CONHECIMENTO

É algo impressionante a má fé de religiosos criacionistas ao tratar de assuntos que representam a pedra no sapato das escrituras: a origem do universo, a origem da vida e a teoria da evolução. Mais uma vez, encotrei aqui essa questão.





Aqui vai a reportagem:

Resenha publicada na Folha Online: "A origem da vida é um tema que atrai o interesse do homem.

A curiosidade em saber como a existência começou e como
os diferentes seres vivos se tornaram o que são hoje é uma das principais questões da biologia.

Para a maior parte dos cientistas a resposta está na evolução.
"No livro Evolução, da 'Série Mais Ciência', da Publifolha, o autor David Burnie discute o processo evolutivo, explica o desenvolvimento das espécies, oferece evidências e explicações sobre as causas da evolução e os mecanismos da seleção natural. Em linguagem simples e de fácil entendimento, o volume ilustrado apresenta conceitos científicos de maneira acessível e prática.

"'A evolução é um processo gradual de mudanças químicas e físicas que começaram antes mesmo do surgimento da vida propriamente dita, e continua até hoje', explica o autor.
"As adaptações dos animais, a evolução de parasitas e hospedeiros a extinção de espécies são outros assuntos abordados ao longo do livro. Sobre a origem da vida o volume traz um capítulo especial que discute os diferentes posicionamentos de especialistas.

'Uma possibilidade é que os primeiros seres vivos da Terra já tenham chegado do espaço formados, mas a maioria dos cientistas não está convencida disso e acredita que
a vida na Terra surgiu a partir de matéria não-viva.'"

Quanto ao conteúdo da reportagem sobre o livro, sem problemas.
Mas, para variar, segue a nota recheada de má fé e a clássica ausência de conhecimento ao se tratar da temática científica. Abaixo, seguem os comentários em verde.

Nota: Fiz questão de grifar dois trechos da resenha para chamar atenção para alguns detalhes curiosos:

(1) o autor do livro afirma que a evolução é um processo que começou "antes mesmo do surgimento da vida", ao passo que muitos darwinistas com quem dialoguei sustentam a tese de que a teoria da evolução só se preocupa com a evolução da vida propriamente dita.

A evolução tem início a partir do momento em que se dá não a primeira forma de vida especificamente, mas a partir do momento em que tenha surgido algo capaz de agir semelhantemente a um ser vivo, como a hipótese dos ciclos apresentados em breve resumo AQUI.
Virus, por exemplo, não são tratados como formas de vida, apesar de possuírem material genético. Todavia, não possuem capacidade de se reproduzir por si, pois necessitam de um hospedeiro, mas são capazes de evoluir e se adaptar a estes mesmos hospedeiros, ora matando-os (AIDS, ebola), ora vivendo com eles em harmonia, garantindo sua sobrevivência (herpes).



(2) O livro também diz que a maioria dos cientistas está convencida de que a vida na Terra surgiu a partir de matéria não-viva. Isso é abiogênese. Falar é fácil; provar é outra história -
clique aqui e saiba por quê.
O artigo apresentado, além de ser algo deveras antigo, possui diversos erros conceituais e contradições, que, por amor à brevidade, não comentarei. Caso o leitor se interesse basta seguir o caminho que deixei marcado no parágrafo abaixo.




Há que se ressaltar o toque de má fé na argumentação do autor em "
Falar é fácil; provar é outra história" Quanto à fonte dada em "saiba por quê" tenho a resposta AQUI e AQUI.

Aos interessados, o Talk Origins dá boas explicações sobre a mítica criacionista em torno a abiogênse.

Mais uma vez, ressalvo: em ciência nada se prova; ou se confirma ou não se confirma. É impressionante a dificuldade ou a má fé desse pessoal religioso ligado ao criacionismo em se recusar a entender e divulgar corretamente como se desenvolve um trabalho científico.

Impressionante é também a sua avidez por provas, vejam bem, provas, de tudo, além de suas exigências descabidas de que as teorias científicas devem explicar tudo sobre o tema que abordam.

Com essa postura, simplesmente mostram a má fé e a falta de conhecimentos na seara científica, o que os leva apenas a se expor ao ridículo, na tentativa de blindar as alegorias de seu livro sagrado, tratadas por eles com a verdade suprema acima mesmo de evidências que apontem para outros caminhos.

Àqueles que dizem possuir ou que possuem credenciais científicas, deveriam ser o exemplo da boa fé e explicar aos leigos como é um trabalho científico. Mas, contrariamente, são os primeiros a levar o equívoco àqueles que não possuem o mínimo ou pouquíssima base científica.

(3) O autor levanta a hipótese da panspermia cósmica, ou origem extraterrestre, que nada mais é que uma forma de jogar o problema para fora - é impossível explicar a origem da vida neste planeta a partir de matéria não-viva, assim, dizem que a vida surgiu em algum ponto do espaço (impossível de ser investigado, diga-se de passagem) e veio para cá a bordo de um meteorito.

Panspermia cósmica é uma outra teoria para explicar a vida na Terra, mas não explica como essa
"vida" teria surgido além daqui.

Não há qualquer impossibilidade de se explicar a vida por meio de seu surgimento pela abiogênese, como pode ser lido nos links deixados .



Note bem: essa tal forma de vida (talvez algum tipo de bactéria) teria sobrevivido aos rigores do espaço sideral (radiações cósmicas, vácuo e frio), resistido às altas temperaturas da fricção com o ar, causada pela entrada do meteorido na atmosfera, e, finalmente, saído ilesa do impacto contra o solo (ou a água). Essa "bactéria kriptoniana" teria originado todas as formas de vida de nosso planeta. E eu que sou crente![MB]




A provável forma de vida, no caso da panspermia cósmica, não necessita ser exclusivamente uma bactéria. Pode ser um DNA ou RNA primordial, mais primitivo que o de um vírus, ou um material genético qualquer, muito diferente do que conhecemos hoje.


É sabido que vírus, algumas bactérias e mesmo esporos de fungos e samambáias se mantêm em vida latente.esperando o momento propício para darem seqüência ao seu ciclo reprodutivo.





Acredito ser a hipótese da origem da vida via panspermia cósmica duvidosa, caso tais substâncias ou "sementes" se encontrassem na superfície de córpos celestes.

Todavia, caso estivessem tais substâncias dentro deles, em cavidades protegidas, ou em água congelada misturada à poeira formadoras de cometas, a história poderia ser bem diferente; existiria possibilidade desses "tijolos da vida" estarem preservados das adversidades do espaço sideral (concepções pessoais).
Contudo, prefiro adotar a teoria da abiogênese como sendo a mais plausível para explicar a origem da vida na Terra, embora se mostre com probabilidade reduzida, conforme apresentado em SCIENTIFIC AMERICAN - BRASIL N - 62 ANO 6 - UMA ORIGEM MAIS SIMPLES DA VIDA, onde é apresentado um excelente artigo sobre o tema origens da vida.



CONCLUSÃO:
Embora desta vez os comentários tenham evitado a pregação e os ataques, não deixaram de apresentar erros ao abordar a questão do trabalho científico, no que concerne a provas, evidências e confirmações.
Provas são usadas em teoremas matemáticos e em demonstrações de algumas fórmulas em matérias relacionadas a matemática, bem como a física, química, mecânica, termodinâmica e, mesmo assim, para estas, com ressalvas, uma vez que há deduções empíricas, via modelos que se adaptam à situação sob estudo.



Em biologia, geologia, história, o que usamos ao desenvolver um trabalhos são os indícios e as evidências que encontramos. Por meio delas é que podemos construir o raciocínio científico conforme apresento
AQUI, especificamente no item CONCEITOS.

Desse modo mais uma vez tento elucidar a displicência, o descaso e a banalização com a qual a tematíca científica vem sendo tratada, principalmente pelos círculos criacionistas e religiosos.

A mensagem é sempre maliciosa, encerrando em seu conteúdo a falácia e o sofisma, além de induzir o leitor leigo ao erro.
Com isso, estaremos combatendo o mito, a ignorância, a intolerância, a pseudociência, a superstição e os equívocos de lideres religiosos sem escrúpulos ao abordarem temas científicos.


Sabemos que o principal objetivo das seitas diversas que há por ai é angariar fiéis, via tentativa de justificar a veracidade dos dogmas que professam, em detrimento da verdadeira ciência.

Assim, apelo a todos aqueles que são cientistas e educadores de modo que passem a enfatizar, principalmente no ensino médio e fundamental, o que é a ciência e como se desenvolve o seu trabalho.









Essa é a única maneira de combatermos o obscurantismo que acena para nós por meio do criacionismo e de seu correlato, o DI.







quarta-feira, 21 de maio de 2008

CONTRADIÇÕES OU MERA RETÓRICA RELIGIOSA



Surfando pela rede, deparei-me com mais um propaganda religiosa anti-evolução, porém esta vem respaldada por meio de alguém que possui credenciais científicas.

Mais uma vez, para variar, registrei má fé, falácias e sofismas, além de erros crassos no que se referem à discussão do tema sob discussãoconforme explorarei mais adiante.

Também há que se salientar que as perguntas elaboradas pelo entrevistador possuem cunho altamente tendencioso, que levam ao leigo cometer erros de raciocínio com o fito de invalodar a teroria da evolução.


O tema segue abaixo e foi extraído daqui: meus comentários seguem em verde.



Contradições do Evolucionismo

Bióloga,
com doutorado pela USP (na área de Microbiologia).


A Dra. Márcia Oliveira de Paula é bióloga, formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde também concluiu seu mestrado em Ciências, com ênfase em Microbiologia. De 1989 a 1991, lecionou em várias universidades e faculdades particulares. Em 1998, concluiu seu doutorado na USP (também na área de Microbiologia).


Atualmente, além de professora e chefe do Departamento de Biologia Geral da Faculdade de Ciências do IAE – Campus I, também é secretária do Núcleo de Estudos das Origens (NEO) criado recentemente. O grupo desenvolve trabalho de divulgação de estudos criacionistas para a igreja, universidades, escolas, etc.


A Dra. Márcia nasceu no dia 23 de maio de 1960, em São Paulo. Porém, morou a maior parte de sua vida em Minas Gerais, principalmente em Juiz de Fora e Belo Horizonte. Só voltou para São Paulo em 1991, para fazer o doutorado.

No intervalo de uma de suas aulas, concedeu esta entrevista a Michelson Borges, em 1999:


RA: O caderno "Mais!" do jornal Folha de São Paulo (31/12/98), apresentou artigos sobre o evolucionismo, dizendo que essa teoria é um dos principais debates deste fim de século. Por que, depois de quase 140 anos de formulação da teoria de Darwin, os evolucionistas ainda não chegaram a um consenso?

Dra. Márcia: Nenhuma das teorias atuais explica todos os pontos da evolução. Embora muitos experimentos tenham sido feitos e muita coisa tenha sido discutida, não se tem uma teoria para explicar a origem da vida, de maneira clara. Temos que lembrar, também, que a Ciência não é algo estático. Ela está sempre mudando. À medida que se conhece mais, novas opiniões surgem. Além disso, grande parte dos cientistas considera a evolução um fato. Eles acreditam que são as teorias que mudam para explicar a evolução. E nós, criacionistas, contestamos isso porque evidências não são provas. E a evolução só dispõe de evidências.

Entrevistador e Doutora Márcia: apresentem-me uma ciência onde todos os seus estudiosos chegaram a um consenso.

É claro, doutora, que nenhuma teoria explica tudo sobre seu objeto de estudo. Acho que como uma doutora já era tempo da senhora estar bem ciente disso.

A senhora comete um erro terrível ao denominar origens da vida como se fosse matéria do campo de estudos da teoria da evolução. Esta teoria somente pode ser estudada a partir do momento que a vida surgiu. Logo, "origem da vida" não é objeto de estudo da teoria da evolução e sim da teoria da origem da vida, como o próprio nome ja diz.

Realmente, doutora; a ciência não é algo estático. À medida que os métodos de investigação científica evoluem, novas descobertas são realizadas e novas evidências são encontradas, rompendo com os velhos paradigmas, como era o criacionismo à época anterior a Darwin.

Como uma doutora, a senhora também deveria estar ciente que em ciência se usa o método da falseabilidade. Refrescando sua memória, a falseabilidade se apóia em evidências, aumentando a probabilidade de determinada teoria se tornar cada vez menos falsa, à medida que evidências a sustentem.

A senhora também parece ter se esquecido que em ciência nada se prova, tudo se confirma e tais confirmações, se pautam por evidências e dão sustentabilidade às teorias que possuimos hoje.

Até onde a teoria da evolução tem sido estudada, apesar de terem ocorrido diversas mudanças em seus paradigmas, seu pilar, a seleção natural, tem se sustentado e tem sido reforçado, principalmente pela genética pós DNA.





Realmente, doutora, a teoria da evolução como qualquer outra teoria, dispõe apenas de evidências e não de provas. Porém, repito que tais evidências a têm sustentado nos últimos 200 anos.

Quanto ao criacionismo, não pedirei provas, mas, resta-me a pergunta: quais são suas evidências?


RA: A idéia de um Criador não pode ser provada por experiências em laboratório. Mesmo assim, podemos considerar o criacionismo "científico"?
Dra. Márcia: A ciência atual não aceita a presença do sobrenatural e tenta explicar tudo pelos mecanismos naturais. Os cientistas procuram explicar o comportamento do universo físico, em termos de causas puramente físicas e materiais, sem invocar o sobrenatural. Mas por que não podemos invocar o sobrenatural? Alguns cientistas têm medo de que, se o sobrenatural for invocado, pare de se fazer ciência, atribuindo-se ao sobrenatural tudo o que a ciência não puder explicar. Só que invocar o sobrenatural para explicar, por exemplo, a origem da vida – que é algo que ninguém conseguiu explicar – não parece ser uma coisa tão ilógica.

Doutora, o sobrenatural não deve ser invocado por 6 razões que posso citar (deve haver mais razões por ai e, quem se habilitar, poderá citá-las à vontade):





1- não se trata sequer de uma evidência que possa ser submetida a estudos a fim de entender como os deuses (sua principal premissa) funcionam. Logo a alegação de ser o criacionismo uma ciência não se suatenta, pois sua principal premissa não possui bases científicas.

2- possui cunho altamente subjetivo, variando de cultura para cultura, o que o faz perder a objetividade ao se estabelecer quem seria o "criador" ou como queiram os adéptos do DI "o desenhista inteligente".

3- seres divinos são elementos que estancam qualquer tentativa de aprofundamento em relação a um objeto de estudo, pois tais seres representam o intangível, o inalcançável aos mortais e, querer entendê-los, é violar os dogmas religiosos.

4- o cunho do criacionismo, no que concerne ao bojo de seu ideário, é meramente proselitista, sendo sua mensagem puramente religiosa e pautada em falácias e sofismas, que em nada enriquecem a verdadeira ciência. Visa apenas disseminar a fé cristã nos meios acadêmicos e assim angariar fiéis com credenciais científicas a fim de sustentar teorias sem o mínimo senso lógico.

5- contrariamente às explicações meramente naturais, é impossível de se submeter o elemento divino e sua atuação aos critérios de falseabilidade, a fim de atestar sua existência ou inexistência. Todavia, não existe nada que indique qualquer evidência a respeito do divino ter atuado como variável a ser considerada como explicação para o fenômeno da vida ou da variação das espécies. Assim, as probabilidades de sua inexistência tornam-se cada vez maiores, porém sem jamais atingir os 100%. Isso de pronto invalida sua possibilidade de ser uma variável considerável a fim de explicar questões de cunho meramente natural.

6 - a hipótese do divino como algo que não foi criado, que sempre existiu, viola a primeira lei da termodinâmica (trato do tema aqui), pois não explica a origem de toda essa energia criadora. Todavia, um Universo em constante ciclo de nascimento e morte não viola esse princípio. No nosso atual estágio do Universo, temos massa se convertendo em energia, sendo sua forma mais degradada a energia térmica. Porém, nada impede que em um universo terminal suas propriedades possam propiciar a transformação de energia em massa, revertendo o funcionamento do sistema.

Mais uma vez, doutora, ao longo de sua explicação, a senhora coloca, propositadamente, origem da vida como objeto de estudo da teoria da evolução, insistindo no erro e, portanto, confundindo o leitor leigo.

Da próxima vez, não use mais de má fé e ardís; atenha-se ao assunto objeto da discussão.

Aliás, sobre origens da vida, há muita pesquisa em torno do assunto. Há estudos na área a respeito de ciclos auto-sustentáveis, os quais podem ser um pequeno passo para entender como se formou a vida a partir da matéria bruta (abiogênese).

Tal tema, trato aqui e aqui.

Para a origem da vida, há as teorias do modelo replicador primordial e do metabolismo primordial.

Ambos os modelos teóricos começam por moléculas formadas por processos químicos não biológicos.

Para o modelo replicador primordial, tais compostos se unem formando uma cadeia molecular, talvez algum tipo de RNA, capaz de se auto-reproduzir. A molécula ao se replicar, produz cópias de si mesma e algumas vezes resulta em mutantes, também replicáveis.

A partir desse momento, podemos falar em teoria da evolução, pois os mutantes que melhor se adaptarem ao meio sobreviverão e se reproduzirão com maior freqüência.

Tal processo evolutivo, pode levar ao desenvolvimento e à formação de compartimentos (pseudo-células) os quais possuem um metabolismo, nos quais moléculas menores usariam energias para realizar processos úteis.

Quanto ao metabolismo primordial, formam-se os compartimentos espontaneamente. Estes possuiriam misturas de compostos iniciais que passariam por ciclos de reações, tornando-se mais complexos ao longo do tempo.

Finalmente o sistema passaria a armazenar informações em polímeros (pseudo- RNA ou DNA).

É claro que esse é um campo onde ainda estamos engatinhando, seja pela dificuldade extrema em se realizarem experimentos, seja pelo nosso desconhecimento em relação à Terra pré - biótica.

Todavia, cientistas sugerem que uma molécula mais simples tenha surgido antes do RNA, com suas capacidades catalizadoras. Mas este catalizador hipotético até então não possui traços reconhecidos na biologia moderna. caso tenha existido, sua duração parece ter sidi efêmera, uma vez que o RNA assumiu sias funções.

Maiores detalhes ler SCIENTIFIC AMERICAN - BRASIL N - 62 ANO 6 - UMA ORIGEM MAIS SIMPLES DA VIDA.

Será tema de postagem futura uma resenha deste artigo.


RA: O criacionismo também tem evidências daquilo que defende?
Dra. Márcia: Temos muitas evidências do planejamento do Universo e da vida. Mas isso não prova a existência de Deus. Até que ponto se pode provar que Deus existe? Eu acredito que Deus não quer ser provado. As pessoas devem acreditar nEle pela fé. Os evolucionistas têm evidências que apóiam sua teoria, mas nós também temos evidências que apóiam o criacionismo.

Doutora, como todos os criacionistas, a senhora traz o mesmo discurso " nós criacionistas temos evidências que apóiam o criacionismo". Sinceramente, quais são essas evidências? Vivo questionando isso, porém, infrutiferamente.

Não se pode provar que Deus ou qualquer outro ser sobrrenatural exista ou não exista. O que podemos fazer é buscar evidências de sua existência. Todavia estas não existem na natureza.

Elas se fazem marcante na mente de cada indivíduo, das formas mais diversas possíveis, conforme o meio em que vive o indivíduo, ou seja, de acordo como foi aculturado ao longo de sua vida.

Assim, valer-se do elemento divino como fonte de resposta para questões naturais é meramente subjetivo, não podendo ser encarado como via alternativa à solução de problemas científicos meramente naturais.

RA: No campo das evidências nenhuma teoria leva vantagem sobre a outra?
Dra. Márcia: Alguns criacionistas mal-informados acham que não existe nenhuma base para se acreditar na evolução, mas essas pessoas realmente não conhecem a ciência. É lógico que a teoria da evolução faz algum sentido, porque, se ela fosse totalmente absurda, não haveria milhares de cientistas e uma boa parte da população que a aceitaria. O evolucionimo tem alguma lógica, mas também tem muitas incoerências.

Mais uma vez doutora a senhora se vale de ardís. A teoria da evolução não faz meramente "algum sentido" ela faz todo o sentido, uma vez que explica racionalmente a diversidade dos seres vivos.

Todavia o criacionismo não faz qualquer sentido. Não se trata de ciência, mas de pseudociência, pelos motivos já exaustivamente expostos.

RA: Quais são as maiores incoerências do evolucionismo?
Dra. Márcia: Não dá para explicar a origem dos sistemas vivos pela evolução. Isso não era um problema para os evolucionistas do século passado, como Darwin, que acreditavam que as células eram organismos muitos simples. Mas, hoje em dia, cada vez mais os estudos de biologia molecular e bioquímica estão mostrando que a célula e os sistemas celulares são altamente complexos e o surgimento desses sistemas não pode ser explicado através de etapas sucessivas. É o problema da "complexidade irredutível". Muitos sistemas biológicos são considerados irredutivelmente complexos, ou seja, eles dependem de várias partes que têm que interagir. E essas partes não poderiam ter surgido gradualmente simplesmente porque, se tirarmos uma delas, o todo não funciona mais.
Tomemos o exemplo da coagulação do sangue. A Hemofilia A é uma doença que impede a coagulação, devido à falta de uma substância chamada Fator VIII da Coagulação. Portanto, se faltar somente esta substância na circulação sangüínea, e a pessoa não se tratar, ela irá morrer. Então, como a coagulação, que é um processo em cascata, onde um componente ativa o outro, poderia ter se desenvolvido a partir do nada, se quando falta uma única proteína, ele não funciona? Outro exemplo de complexidade irredutível é o sistema imunológico. É algo tão intrincado que não se pode explicar seu surgimento de forma gradual.
Esses sistemas biológicos irredutivelmente complexos indicam planejamento. Só que a ciência, ao invés de estar comemorando a existência do Planejador, se calou diante dessas evidências. Por quê? Porque admitir Deus exige compromisso com Ele. E as pessoas querem fugir de um compromisso com o Criador. Se, pelo contrário, surgimos pela evolução, somos livres para fazer o que quisermos, sem dar satisfação a ninguém.

Chegamos ao senhor Behe e a "roupinha nova" do argumento do W. Paley, uma das maiores falácias criacionistas (a falsa analogia entre máquinas e seres vivos). Por que um sistema não pode ser construído com peças independentemente construídas? Por que um sistema não pode usar determinadas estruturas a fim de se construir e depois descartá-las, como os andaimes na construção de prédios prédios? O que garante que organismos primitivos possuiam estruturas como os atuais? O que garante que tais organismos não tenham descartado estruturas que antes lhes foram úteis e venham a ter se tornado um estorvo ao seu desenvolvimento?

A propria natureza mostra serem falsas as alegações da complexidade irredutível. Basta vermos os procariontes, que são os organismos celulares mais simples que conhecemos (não possuem núcleo celular organizado), bem como os vírus, os quais são um fio de DNA ou RNA coberto por uma capa de proteína.

Quantos organismos mais simples podem ter existido e estarem perdidos para sempre ou estarem registrados em algum fóssil ainda nao descoberto?

É óbvio que tanto os mecanismos de coagulação como o sistema imunológico, além do famoso olho, hoje se apresentam com alto grau de complexidade.

Afinal estamos falando de aproximadamente 3,5 bilhões de anos de vida na Terra.

Para esclarecer tais dúvidas, basta se estudar um pouco de fisiologia animal, a fim de entendermos como esses sistemas vão gradualmente se tornando mais compléxos, à medida que a vida também se torna mais complexa.

Basta compararmos aves e vermes. Suas diferenças são gritantes. Aves formam organismos muito mais complexos que vermes. Ora, na escalada da vida os vermes chegaram primeiro e, estão ai até hoje, claro que diferentes de seus ancestrais, mas ainda mantendo grau menor de complexidade que um inseto, um réptil, um peixe ou uma ave.




Assim, a existência de sistemas complexos não se tratam de evidências para sua irredutibilidade ou evidências de "planejadores", o novo nome para o deus cristão.

Nenhum cientista se calou diante da complexidade da vida ou dos sistemas que a senhora apresentou, porque tais fatos não significam atestar existência de nada além do natural.

Todavia na cabeça dos criacionistas, os quais se pautam em meras interpretações subjetivas, qualquer novidade cuja explicação se faz complexa e demande estudos, é uma evidência da atuação divina.

Ao final da resposta, a doutora começa com a pregação religiosa clássica dos círculos criacionistas. Revela a verdadeira face do suposto planejador: o deus bíblico, mostrando o verdadeiro caráter do criacionismo e do seu correlato o DI, que se trata do proselitismo cristão, patrocinado pelos protestantes.

RA: O que a coluna geológica diz ao criacionista?
Dra. Márcia: Há pelo menos dois problemas relacionados com esse assunto e que apóiam o criacionismo. No princípio do período Cambriano você tem praticamente todos os filos representados. Se todos os organismos aparecem no começo do Cambriano, de onde eles evoluíram? Onde estão os ancestrais deles? Alguns dizem: Ah, no Pré-Cambriano". Mas olhando para o Pré-Cambriano, não encontramos absolutamente nada, a não ser bactérias e algas azuis. E todo mundo sabe que, para uma bactéria dar origem a um trilobita, seria um salto absurdo, porque os trilobitas são seres altamente complexos. De onde evoluíram então? Alguns poderiam dizer: "Evoluíram de animais mais simples". Mas por que nenhum deles se fossilizou? Esse é o "grande salto" que a evolução não explica.
A falta de elos intermediários no registro paleontológico é outro grande problema para a evolução. Se o darwinismo é verdadeiro, onde estão os fósseis intermediários entre os grupos de organismos? Deveria haver, na coluna geológica, milhares de fósseis de organismos em transição, com características intermediárias, entre dois grupos, mas estes nunca foram encontrados.

Sim, no cambriano temos todos os filos, mas o mais importante de todos, os cordados, ainda eram organismos mais simples que os atuais, aparentando-se a moluscos.



A explosão cambriana pode ter ocorrido em razão de radiação solar como desencadeadora de mutações em organismos como certas bactérias, algas, espongiários e celenterados primitivos.

Certamente, os animais pré-cambrianos eram aquáticos e, dentro da água, estariam protegidos da radiação solar. Uma vez na superfície eram, ou exterminados por essa radiação, ou sofriam mutações.

Ainda não existia atmosfera com oxigênio e conseqüentemente não existia camada de ozônio como bloqueador das radiações ultra-violeta. Desse modo, as regiões que não eram coberta por mares, eram vastos desertos.

Algumas dessas mutações podem ter sido transmitidas aos descendentes dos primeiros animais e podem ter proporcionado uma boa adaptação ao mundo marinho, fazendo com que tais seres evoluissem.




A partir daqui, estamos lidando com o acaso, pois genes combinados a ações do meio ambiente se tratam de uma grande loteria. As mudanças morfológicas aqui ocorridas foram aleatórias, como qualquer mutação gênica ocorre.

Todavia, no que concerne a adaptação desses seres, entramos na seara da teoria da evolução que os adaptou ou eliminou conforme às solicitações do meio em que viviam.

Há que se considerar também o fato de haver plantas marinhas que realizavam fotossíntese (muito mais eficiente que processos quimiossintetisantes).

Estas, liberavam oxigênio dentro da água e para a atmosfera, a qual parece ter sido rica em gás carbônico oriundo de vulcões. Este gás carbônico é, até hoje, a materia prima para a formação de açúcares cujo resíduo é o oxigênio.



É possível que tais algas tenham proporcionado a evolução de seres aeróbicos, primeiro no mar, como as esponjas e medusas, e, ainda no mar, seres mais compléxos que demandavam mais oxigênio para suas atividades.

Paulatinamente, plantas e animais, principalmente os artrópodes, passaram a dominar os ambientes terrenos e, assim, surge a vida terrestre.

É claro que se tratam de conjecturas científicas pautadas em conformidade com os fósseis que encontramos.


A doutora também deveria saber que muito poucos seres vivos se fossilizam (a taxa é baixíssima) e que fósseis intermediários não passam de um conceito mal utilizado por criacionistas que, numa manobra ardilosa, passaram a criar o "deus das lacunas".





Ou seja, se entre A e C surgir B o que havia entre A e B e entre B e C ?
Passamos, dessa forma, a ter duas lacunas, onde somente o divino pode explicar o que se deu e consequentemente, exigem-se dois novos elos para a corrente da vida.

A isso doutora, denomino de má fé e ardil proselitista, pois o fito é desclassificar a ciência e exaltar a pseudociência do criacionismo, a fim de atestar as escrituras como a verdade suprema.

Desse modo, sua exigência a fim de se construir uma filogenia completa se faz descabida, uma vez que estamos tratando de um periíodo que ocorreu a cerca de 550 milhões de anos.




Sem considerar que cerca de 85% das espécies do planeta se extinguiram há 490 milhões de anos, não se sabe por que motivos (efeito estufa, glaciação ou impacto de asteróide).

Sendo assim, imagine só, doutora, quanto se perdeu da vida e de seu registro. Creio que disso a senhora esteja também ciente. Todavia, o que sobrou nos é suficiente para traçarmos uma filogenia que apóie a teoria da evolução em detrimento do criacionismo.

Aliás, que deus mais incoerente... Se dar ao trabalho de realizar uma abundância de vida para depos exterminá-la quase que completamente... isso é um planejador demente; não inteligente.


RA: A biologia molecular e a bioquímica têm sido uma "pedra no sapato" dos evolucionistas. Por que?
Dra. Márcia: A biologia molecular e a bioquímica estão mostrando cada vez mais a complexidade da célula. Antigamente, os cientistas consideravam os protozoários (organismos unicelulares) muito simples, achando que eles poderiam ter surgido do nada. Isso era conhecido como “geração espontânea”. E era fácil acreditar na geração espontânea, pois se considerava que a célula era simples como um pedacinho de gelatina. Mas quando se começou a estudar as células em microscópios mais potentes, verificou-se que uma simples célula de um protozoário, por exemplo, é altamente complexa. Não dá para explicar a origem desses sistemas como vindo do nada. A teoria da evolução não consegue explicar nem a origem de proteínas. Até hoje, o máximo que se conseguiu produzir em laboratório, utilizando as supostas condições da "terra primitiva", foram alguns aminoácidos e proteinóides, que não são proteínas. E mesmo que se conseguisse produzir uma molécula de proteína ou de DNA funcionais, isso ainda não seria vida. Precisaríamos colocar todas essas moléculas em uma célula viva, que tivesse uma membrana, e que conseguisse se reproduzir.
As proteínas nas células são produzidas pelo DNA. E o DNA, para se duplicar, precisa de muitas proteínas e de enzimas. Aí vem aquela história do ovo e da galinha: "Quem surgiu primeiro: o DNA ou a proteína?" Os evolucionistas arranjaram a história de um RNA autocatalítico, ou seja, um RNA que pode se autoproduzir. Só que, na verdade, mesmo que isso tenha existido no passado, hoje em dia os sistemas biológicos não funcionam com esse RNA, e sim com DNAs. As proteínas são produzidas numa organela da célula chamada ribossomo, que, por sua vez, é formado por dezenas de proteínas diferentes e mais alguns tipos de RNA (que também são produzidos a partir do DNA). Então, para fabricarmos a "máquina" de produzir proteínas, teremos que ter muitas proteínas. Mesmo que elas tivessem surgido por acaso, no começo, como poderiam ter sido produzidas depois?

Que vergonha ein doutora!!! Geração expontânea!? Sai dessa!!! Esse conceito nem se usa mais.

Já caiu em desuso, por ser uma teoria falsa, desde a época de Pasteur e a senhora ainda está se valendo dessa nomenclatura errada.



Hoje é ABIOGÊNESE (por meio de reações químicas e catalisadores naturais pode-se chegar a formação de moléculas orgânicas e estas a moléculas mais complexas) que é bem diferente de geração expontânea (areia virar formiga sem uma razão aparente).



Como doutora, deve estar bem ciente de que reações químicas não são frutos do mero acaso. Elas ocorrem por uma série de fatores, como pressão, temperatura, radiação, presença ou ausência de catalisadores e venenos, eletronegatividade, raios atômicos, disposição e arranjos moleculares, etc.

Logo, a experiência de Urey - Miller não se trata de uma experiência inválida. Ela mostrou que uma atmosfera considerada como a suposta da Terra pré-biótica poderia formar os tijolos da vida.

Mais uma vez, "ORIGEM DA VIDA NÃO É TEORIA DA EVOLUÇÃO" . Quanto ao tema aqui insistentemente debatido, esclareço aqui.

Assim, ao contrário do afirmado pela entrevistada, as teorias bioquímicas e a biologia molecular têm esclarecido ainda mais a teoria da evolução, uma vez que tornaram possível a comparação de genes entre diversas espécies, além de possibilitar traçar-se um mapa relativo à evolução das espécies em escala genética.

Isso deve ter aborrecido muito os criacionistas de plantão que, a todo o custo, procuram desbancar essas teorias, uma vez que elas se tratam de mais evidências a favor da teoria da evolução.

Doutora, sobre o RNA auto-catalítico prefiro esta história a de um deus vindo do nada que sem qualquer motivo num determinado momento "pufff!" resolveu criar tudo. A primeira, me soa bem mais coerente. É claro que se esse RNA existiu, já era; foi substituido pelo atual e pelo DNA que se verificaram bem mais eficientes e adaptáveis nos moldes da teoria da evolução.



Obviamente, que se esse suposto RNA está extinto, os seres atuais não poderiam estar utilizando-o como material genético. Sua argumentação aqui é extremamente ardilosa e de sentido obscuro ao leitor leigo.

No mais, seres que se valem do DNA como material genético são bem melhores que os com RNA; basta a senhora comparar um vírus com uma batata para se notar a diferença de quem é mais complexo e melhor adaptável ao meio.



RA: No livro "Viagem ao Sobrenatural", recentemente publicado pela Casa, o autor Roger Morneau diz (nas págs. 54 e 55) que a teoria da evolução é uma arma eficaz nas mãos do inimigo. Por que?
Dra. Márcia: Porque desvia o pensamento de Deus como Criador. Para os que crêem em Deus e, ao mesmo tempo, aceitam a evolução (evolucionistas teístas), o Senhor não criou o homem de maneira pessoal e não criou a Terra para ser habitada. Para eles, Deus teria dado início à vida através da evolução. Só que isso elimina a credibilidade das Escrituras porque, se passarmos a considerar o livro de Gênesis como uma alegoria, também poderemos considerar os demais livros da Bíblia como não-verdadeiros.

Mais pregação evangélica..... Aqui está a verdadeira razão de ser das baboseiras criacionistas: é um probleminha com as escrituras.

O mal cristão é entendê-las literalmente e querer transformar um mito em realidade.

Bíblia, doutora, como qualquer outro livro sagrado ou história antiga, mescla mito com realidade. Assim, a leitura deve ser filtrada.

Aquilo que se atestar como fato histórico, sem problemas. Todavia, dizer que a força de Sansão estava em sua longa cabeleira, isso é bobagem.

O fato de algo num texto ser verdadeiro, não implica que todo ele o seja e, vice-versa. Obras de ficção como o homem-aranha estão por ai. É claro que ele não existe, mas aranhas, homens, cidades e radioatividade como agente mutagênico sao reais.

Caso se dê crédito ao Gênesis, por que não dariamos as demais formas de criacionismos existentes por ai? O que leva o mito de Gênesis se verdadeiro e o Popul Vuh ou os ciclos de nascimento e morte dos budistas e hinduístas serem falsos?

Nada, pois todos são alegorias para se explicar aquilo que não se conhece, exatamente como faziam os antigos.

Ser cientista é levar a sério o que a ciência descobre. Essa conduta, caso o indivíduo não seja um bitolado religioso, não o afasta de nada, exceto do obscurantismo.

RA: Então é impossível conciliar a teoria da evolução com a teoria da criação ...
Dra. Márcia: Algumas pessoas até tentam, mas não dá. Se você se torna um evolucionista teísta, tem que deixar de crer em grande parte da Bíblia. Você não crê no Gênesis, por conseguinte você não vai acreditar no plano da salvação. E também vai questionar a existência de Satanás, porque vai achar que o mal está dentro do ser humano. E para que a volta de Cristo, se o homem tem a capacidade de melhorar? Será que as profecias estão se cumprindo mesmo? Não seriam linguagem figurada, poesia, etc.? Realmente, eu acho muito difícil conciliar as duas coisas.
Os evolucionistas teístas acham que conseguem fazer essa conciliação. O problema é que muitos deles não conhecem, não aceitam e não lêem a Bíblia. Na verdade, alguns até aceitam algumas partes que lhes convêm, mas não aceitam a Palavra de Deus como um todo, porque não dá para fazer isso e continuar sendo evolucionista.

Plano de salvação, satanás, deus, volta de Cristo, etc. são meras especulações religiosas que sob a ótica do senso lógico não fazem o menor sentido. São meramente questões subjetivas.

Sim, doutora, tanto o mal como o bem estão dentro de nós. Se estudasse um pouco de psicologia humana entenderia isso.

Ressalto que a bíblia não se trata de um compêndio científico e, nem pode ser encarada como algo verdadeiramente absoluto, ou como a forma religiosa de crer mais correta que as demais (futuro tema a ser debatido).

A senhora a entende assim, porque sempre incutiu-se isso em sua mente. A senhora foi doutrinada a entender isso como verdade.

Não possuo elementos para especular se foi criada no seio de uma família religiosa, ou, se por dramas de consciência, passou a adotar a fé cristã como verdadeira e, por fim, tenha se tornado uma fundamentalista.

Todavia, separar o real da fantasia é salutar a todas as pessoas, pois extingue ilusões infundadas e nos faz enxergar o mundo como ele realmente é.

A criação a imagem e semelhança de Deus não se trata de um corpo igual ao do ser divino, aliás, segundo a crença bíblica, este ser não possui forma física.

Essa imagem e semelhança significa que somos capazes de pensar, de sermos bons, de criar, de amar, etc. Reverta isso e seremos a imagem e semelhança de Satã.

Logo, nós fazemos o bem e o mal. Eles estão em nossa mente, que se desdobra nos dois arquétipos: o de Deus e o de Satã.


RA: Você acha, então, que a experiência da conversão é fundamental para que se aceite a Bíblia e o criacionismo?
Dra. Márcia: Sem dúvida. Duvido que, algum dia, alguém consiga convencer um evolucionista a se tornar criacionista sem aceitar a Deus primeiro. Eu acredito que um evolucionista se torna criacionista quando passa pela experiência da conversão, quando encontra e aceita a Deus. Aí, sim, ele vai tentar explicar a origem das coisas de uma outra maneira, porque saberá que Deus é o Criador.
É lógico que, se fizermos palestras apresentando as incoerências da teoria da evolução, poderemos até despertar na pessoa algumas interrogações que abrirão caminho para a busca de Deus.


Nesse ponto, a senhora parece comparar teoria da evolução com ateísmo. Isso é uma grande bobagem falaciosa. A sua posição, doutora, dá-se o nome de falácia do falso dilema.

A teoria de Darwin não implica:

1- que o divino não exista;

2- que a seleção natural poderia ter acontecido por acaso;

3- o quê ocorre aleatoriamente jamais poderia ter sido projetado por Deus.

Tais crenças não são essenciais para a seleção natural, origens da vida e origens do universo, nem para qualquer outra teoria científica, pois Deus poderia ter projetado o universo para funcionar conforme às descobertas científicas têm nos revelado, por meio de suas evidências.


Ciência não tem nada a ver com crença religiosa. Contudo, caso o indivíduo passe a não mais crer em marolas metafísicas, ou deseje manter-se como um crente fiel a sua seita, isso é assunto dele.

Apresentar as incoerências da teoria da evolução não dão suporte para validar as idéias criacionistas e, a senhora deve saber muito bem disso. Doutora, não se valha da retórica ruim a fim de confundir o leitor leigo.

Interrogações, as tenho até hoje sobre a primeira lei de Newton (a lei da inércia - aqui), embora seja engenheiro de produção área mecânica e físico (ambas na USP). Dirá sobre teoria da evolução, origens do universo e origens da vida.

Todavia, dúvidas não invalidam para mim nenhuma desas teorias, pois seus graus de coerência se mostram satisfatórios. Vale que elas, ao longo dos anos, têm se sustentado.

Diferentemente das propostas criacionistas, as quais, sequer, são possíveis de se submeter à falseabilidade e ao rigorismo científico, além de serem blindadas por seus idealizadores.

Certamente, se fossem submetidas ao rigor científico, seriam de pronto reprovadas e disso, a senhora deve estar muito bem ciente.

Desse modo, não há que se tomar o criacionismo como forma alternativa de se explicar a vida ou coisa que o valha.


CONCLUSÃO:

Mais uma vez, a manobra e o ardil religioso com credenciais científicas tenta bombardear o leigo com suas falácias e engodos.

O Brasil é um país que prima pela ignorância das pessoas em todas as classes, etnias e credos.

A religião, principalmente as seitas cristãs de cunho protestante, parecem sentir prazer em espalhar mais ignorância entre as pessoas, ajudando o nosso governo na empreitada do "QUANTO MAIS IDIOTA MELHOR".

Tentar unificar fé e ciência é um grande erro, além de ser um desastre.

A ciência derruba os mitos a cada nova descoberta e a religião procura tornar esses mesmos mitos em dogmas absolutos e incontestáveis.

Eis a diferença entre criacionismo e ciência:

O criacionismo constroi suas idéias partido de uma premissa inobservável e incontestável que é o dogma da existência da divindade como a riadora que jamais foi criada. A isto se denomina petição de princípio, que é impossível de ser submetida ao rigor científico a fim de atestar sua veracidade ou falsidade.

Somente é possível afastarmos a hipótese do divino atuando na natureza, uma vez que as evidências citadas por criacionistas são meramente de cunho subjetivo.

Quanto às teorias científicas, suas premissas se pautam no mundo material que é observável. As premissas são exaustivamente submetidas à falseabilidade.

Caso se sustentem, mantém-se a teoria, caso contrário derruba-se a teoria que deverá, ou passar por uma revisão, ou ser rechassada por completo.

Teria algum cristão pensado em fazer uma revisão das escrituras a fim de coaduná-las às descobertas científicas que afastam o amontoado de mitos classificados como verdades?

Esta resposta é obvia: NÃO.

Contudo, a ciência e as outras crenças devem se curvar à supremacia das escrituras pois elas são a verdade (tema que trato aqui), segundo a concepção cristã.