sábado, 10 de janeiro de 2009

Extinção Permo-Triássica: A Grande Morte

Adaptado a partir do documentário Abalos Terrestres - Meteoros Gigantes - History Channel ( ver os vídeos aqui: 1 , 2 , 3, 4, 5).

INTRODUÇÃO:


Muitas são as dúvidas em relação ao que ocorreu há 250 milhões de anos no que se refere á extinção permiana.

Cerca de quase toda a vida no planeta foi extinta (90% da vida marinha e 70% da vida terrestre), o que distoa dos estimados 80%, quando se trata da mera queda de asteróide gigante. O risco da Terra se tornar um planeta morto foi grande.

Segundo os cientistas, houve uma grande ação vulcânica na região da atual Sibéria, cujas quantidades de lava derramadas e gases tóxicos lançados na atmosfera causaram um efeito estufa muito grande que mudou a bioquímica dos oceanos e da atmosfera, eliminando quase toda a vida no planeta.




Para outros foi um impacto de um corpo celeste ou na região da atual Austrália (em Bedout) ou na Antártica.








Mas, de acordo com as evidencias e estudos, não poderiam ter ocorrido eventos simultâneos, tudo deseencadeado pelo impacto de dois corpos celestes, um na Antártica, que retornando no passado (Continente de Pangea e Oceâno de Pantalassa) resulta no ponto antípoda da sibéria e outro na região de Bedout?

Segundo pesquisadores, estes eventos possibilitaram a evolução dos dinossauros, que reinaram na Terra por 170 milhões de anos.

Vejamos o que temos de evidências segundo o documentário "Abalos Terrestres - Meteoros Gigantes".



A PESQUISA DE LUANN BECKER

A Dra. Luann Becker, pesquisadora geoquímica da Universidade da Califórnia, tem liderado uma pesquisa em busca de traços de impactos de asteróides. A pesquisa se iniciou na região de Sudbury no Canadá, a qual parece ter sofrido com um impacto entre 1,8 e 2 bilhões de anos atrás.

A presença de irídio espalhado pela cratera de 250 Km de diâmetro e 35 Km de profundidade sugerem um corpo celeste de aproximadamente 19 Km de diâmetro.



Até então não existiam provas conclusivas de tamanho poder de penetração dos meteoritos na crosta superior. O geólogo Prof. James Mungall disse que no Complexo Ígneo de Sudbury foi descoberta pela primeira vez uma evidência clara do fenômeno bem como da movimentação de material do fundo da crosta para a superfície do planeta.

Com a ajuda dos pesquisadores Jacob Hanley e Doreen Ames, o geólogo concluiu que o complexo é predominantemente derivado de rochas derretidas que migraram da crosta inferior por causa da colisão.

A Bacia de Sudbury é a segunda cratera de impacto mais antiga do mundo e é também uma das mais acessíveis e melhor preservada para estudos. A mais antiga é a Cratera Vredefort na África do Sul, datada em 2 bilhões de anos.




De acordo com a pesquisadora Luann Becker, as rochas apresentam sinais claros de impacto, como torções e forma piramidal pontuda (aqui).





Também, pelo fato do referido corpo celeste ter revirado a crosta terrestre no local, há a presença de uma grande mina de cobre e níquel, sendo que estes metais foram trazidos das profundezas da terra devido ao impacto.

Luann Becker e Robert Poreda, físico da Universidade de Rochester em Nova York, também descobriram a presença de fulerenos (uma quarta forma alotrópica de carbono - carvão, grafite e diamante) nas rochas canadenses.





A maior cratera até então encontrada é a de Vredefort, situada na província sul-africana de Free State. Até há pouco os cientistas acreditavam que esta cratera era uma relíquia vulcânica do passado.Uma equipe de geólogos da Universidade de Witwatersland está estudando-a a fundo e já têm um veredito: a cratera de Vredefort foi causada por um gigantesco choque cósmico há 2,1 bilhões de anos.


OS FULERENOS E SUA RELAÇÃO COM IMPACTOS EXTRATERRESTRES

W. Kroto e R. E. Smalley, em 1996, lançaram laser em grafite a mais de 104 °C e verificaram em espectrometria de massa que o produto continha uma série de moléculas com número de átomos de carbono de 44 a 90. A concentração de moléculas variava, mas a de 60 carbonos era a de maior destaque.

Este novo grupo de compostos, os fulerenos, é um grupo de compostos aromáticos.

A denominação fulereno é uma homenagem ao arquiteto R. Buckminster Fuller que construiu e popularizou as cúpulas geodésicas, que usam o mesmo princípio na aparência.

Os fulerenos são moléculas estruturadas na forma de “gaiolas”, ou seja, elas têm a forma fechada em si. Os fulerenos são constituídos por uma rede formada por pentágonos e hexágonos, fechando assim a "esfera".

Cada carbono de um fulereno está hibridizado em sp² e forma ligações sigma (ligação simples) com três outros átomos de carbono, restando um elétron de cada carbono, que fica deslocalizado num sistema de orbitais moleculares que atribui à molécula o caráter aromático.

Os fulerenos possuem quantidades diferentes de átomos de carbono, podendo ser formados por 20, 60, 70, 100, 180, 240 e até 540 átomos de carbono.

É comumente falado do C60 e também do C70, pois estes foram os primeiros a serem descobertos e também são os mais comuns, mas os outros também têm importância na classe dos fulerenos.

Os fulerenos são estruturados na forma de "gaiolas" (buckyballs), ou esferas ocas, que são formadas por anéis de 5 e 6 átomos de carbono, sendo estas estruturas bastante estáveis, sendo possível encontrá-las na natureza, como mais uma forma alotrópica do carbono.



Estes compostos possuem a capacidade de "aprisionar" átomos ou moléculas de gases em seus interiores. Um exemplo é o aprisionamento do hélio e do argônio no interior de um tipo de fulereno, que foi encontrado, sendo que os gases guardavam todas as características dos isótopos presentes.

Para uma molécula "entrar" na estrutura dos fulerenos é necessário que ela possua uma determinada quantidade de energia, pois ela tem de romper a resistência provocada pelos elétrons livres desta estrutura. Quando as moléculas estão no interior da estrutura, elas não conseguem mais sair.

Quando ocorre a penetração de átomos de metais no interior dos fulerenos, ocorre então a formação de sais, os chamados, bucketos, que possuem faces metálicas.

Os fulerenos purificados têm uma grande atratividade no que se refere à cor. O C60, por exemplo, é um sólido com cor de mostarda e quando dissolvido em solução de hidrocarbonetos aromáticos, como o benzeno, a solução possui uma coloração magenta, avermelhada. Já o C70 possui uma coloração marrom avermelhada e em solução tem a cor vermelho vinho. O C76, C78 e C84 são amarelos.

Atualmente muitos compostos de fulerenos são conhecidos e estudados, tais como os bucketos citados acima e os fulerois, C60(OH)n (n=24-26), entre outros compostos.

Luann Becker e Robert Poreda procuravam a presença de ar de 2 bilhões de anos dentro dos fulerenos encontrados nas rochas, mas tiveram uma grande surpresa.

Ao invés de ar de 2 bilhões de anos, Becker e Poreda encontraram Hélio-3, o qual somente pode ser formado no espaço. A concentração de He-3 nos fulerenos é 200 vezes maior que a encontrada na natureza aqui do planeta Terra. O Hélio presente aqui no planeta é He-4.




Desse modo, os cientistas na reunião da Academia Nacional de Ciências concluíram que tanto os gases e seus curiosos recipientes se originaram no espaço, pois a alta concentração de hélio 3, é encontrada, em sua maioria, no espaço. Porém, os cientistas não sabem precisar quando e onde sos fulerenos e o He-3 se formaram.



Segundo Becker, os fulerenos se desenvolvem sob densas pressões e temperaturas extremas como aquelas do ambiente pré-solar. Nessas condições,o He-3 poderia ter sido aprisionado dentro dos fulerenos

O físico Robert Poreda da Universidade de Rochester em Nova York concorda que as estruturas podem ser encontradas em nosso sistema solar e que se originaram de estrelas próximas ao nosso Sistema Solar.

"Talvez tenham se formado antes do nosso sistema solar ou em um plasma de alta teor energético", disse. Becker publicou suas descobertas juntamente com Poreda e Ted Bunch do Centro de Pesquisa Ames da NASA em Moffett, na Califórnia.

Becker e Bunch identificaram as estruturas pela primeira vez no mês de julho, em pedaços do meteorito Allende, que possui 4.6 bilhões de anos e que foi encontrado no México há décadas. Algumas delas chegavam a ter 440 átomos de carbono.

A descoberta da presença de fulerenos oferece um novo método para que se possa remontar à origem de eventos geológicos e biológicos ligados à idéia das explosões de meteoritos e cometas, reforçando a teoria de que alguns dos gases terrestres atmosféricos e componentes orgânicos se originaram no espaço.

De acordo com Becker, "esse achado abre novas possibilidades de interpretação do problema de como as atmosferas planetárias evoluíram e talvez até como a vida se desenvolveu na Terra e em outros planetas e luas".

Becker e dois colegas encontraram os gases em amostras da Dinamarca, Nova Zelândia e América do Norte tiradas de uma camada sedimentada de argila de 2,5 centímetros de espessura que divide os períodos cretáceo e terciário.


A EXTINÇÃO PERMIANA

O período permiano ocorreu entre 286 a 245 milhões de anos, foi o último período da era paleozóica.

A separação entre o paleozóico e o mesozóico ocorreu no fim do permiano na grande extinção maciça a maior registrada na história da vida da Terra. Esta extinção afetou muitos grupos de organismos em ambientes variados, porém, afetou as ecologia marinha com mais intensidade, causando a extinção da maioria dos invertebrados marinhos do paleozóico.


Alguns grupos sobreviveram a extinção maciça permiana em números extremamente diminuídos, porem nunca mais alcançaram outra vez o domínio ecológico que tiveram. Na terra, uma extinção relativamente menor dos diapsídeos e dos sinapsídeos mudou a maneira de domínio das espécies, dando origem no triássico a idade dos dinossauros.

As florestas gigantes de pteridofitas deram espaço as florestas de gimnospermas em definitivo. As coníferas modernas aparecem primeiro no registro fóssil do permiano.

A geografia global da época indica que o movimento das placas tectônicas tinha produzido o supercontinente conhecido como Pangea (somente Ásia era quebrada ao norte naquele tempo o resto do mundo estava concentrado na pangea).

O continente de Pangea começava no pólo norte e ia até o pólo sul. A maior parte da superfície da terra foi ocupada por um único oceano conhecido como Panthalassa, e um mar menor ao leste de Pangea conhecido como mar de Tethys.




Os modelos indicam que as regiões interiores deste continente vasto eram provavelmente áridas. Há indicações que o clima da terra mudou naquele tempo, e que as glaciações diminuíram, quando o interior do continente se tornou mais seco.


Quanto as causas da extinção permo-triássica, as controvérsias surgem em torno do vulcanismo e do impacto de asteróide.

Todavia, ambos os eventos podem estar relacionados.

Conforme os estudos de Mark Boslow, físico de impacto do Sandia Natural Laboratories (Universidade de Minessotta), a ligação dos eventos queda de asteróide e vulcanismo pode ter origem no "efeito contra-golpe".

Modelos computadorizados sugerem que, quando da queda de um corpo celeste, surge um foco de energia no lado oposto ao impacto, denominado "foco antipodal".








Tal deslocamento de energia poderia provocar o intenso vulcanismo no lado oposto ao impacto, formando um "ponto quente" que se trata de um depósito de magma próximo à crosta terrestre. O ponto não se move, mas a placa sobre o magma se move.

Nos pontos quentes o magma tem origem em câmaras não móveis, diferentemente dos vulcões comuns que se formam pelo encontro de placas tectônicas, cujas rochas derretem e são expelidas na forma de magma, originando os vulcões.





Nas ilhas havaianas há a formação de um ponto quente, uma vez que a cadeia de ilhas tem se formado por meio de atividade vulcânica, sendo que a placa sobre o magma se desloca, o que dá a característica de uma cadeia de ilhas.




Os pontos quentes podem ser um indício de impacto de asteróide, mas, como no caso das ilhas havaianas, não há como saber onde se encontra sua cratéra de impacto.

A Teoria Antipodal de Boslow foi confirmada pelo modelo criado no super-computador Red Storm da NASA, capaz de realizar 41, 5 trilhões de cálculos por segundo. A simulação de uma queda de asteróide deslocou um intenso fluxo de energia para o local oposto ao impacto na esfera.

No caso da simulação conforme as dimensões do planeta Terra, uma hora e meia após o impacto, a energia, que viaja sob forma de onda a cerca de 13,5mil Km /h, chega ao ponto antípoda, criando um ponto quente, o que culminaria em intenso vulcanismo.

Mas quem seria o verdadeiro assassino do Permiano?

De acordo com a teoria de Lee Kump, geólogo da Universidade da Pensylvânia, o verdadeiro assassino é o ácido sulfídrico (H2S).



O efeito H2S foi detectado no Lago Green no Estado de New York. Aparentemente, este lago é um lago como qualquer outro. Mas entre 18 e 20 metros de profundidade, suas águas são extremamente tóxicas, contaminadas por
bactérias sulfato-redutoras.

Acredita-se que este lago possa representar o ambiente dos antigos oceanos durante a extição permo-triássica, durante a qual parece que os oceânos se tornaram desprovidos de oxigênio e altamente contaminados por gases sulfídricos em suas águas profundas, o que poderia ter matado boa parte da vida marinha.


De acordo com os experimentos de Kump, o H2S absorve o oxigênio, o que confirmaria o aniquilamento da vida animal. O
H2S, na presença de O2, se oxida em ácido sulfúrico (H2 SO4) conforme a reação:H2S + 2O2 --> H2SO4. Sem dúvida, isso envenenaria tanto os oceânos quanto a atmosfera (basta algumas centenas de PPM - partes por milhão de H2S para que o ambiente se torne tóxico).


Mas, como o assassino se difundiu nos oceanos?


Embora tivesse ocorrido um impacto de asteróide e com ele a Terra teria sido imersa em um inverno nuclear, este teria duração de alguns anos. Mas o vulcanismo (erupção de pluma causada pelo ponto quente) persistiu por cerca de 1 milhão de anos, o que poderia causar um forte efeito estufa no planeta.

O H2S ocorre naturalmente no petróleo cru, gás natural, gases vulcânicos, e mananciais de águas termais (próximas a vulcões).

Também pode ocorrer como resultado da degradação bacteriana de matéria orgânica em condições anaeróbicas, a partir de alguns aminoácidos ou pela redução de sulfatos presentes em microrganismos sulfatoredutores.

Assim, devido ao aquecimento global, com a conseqüente morte da fauna e da flora marinhas e ao vulcanismo intenso também causador do efeito estufa e possível fonte de maiis H2S, as bactérias sulfato-redutoras se proliferaram no fundo dos oceanos, tornando o extremamente tóxico e causando mais mortes ainda.

Lee Kump, por meio de modelos matemáticos concluiu que o prazo de 100 mil anos foi suficiente para desencadear a catástrofe de envenenamento das águas, além do fato de o mundo ter se tornado árido por aproximadamente 20 milhões de anos.

O trabalho da a paleoecologista da UWM Margaret Fraiser sugere que as estimativas do CO2 na atmosfera de então ficam entre 6 a 10 vezes mais do que a atual.




Essa teoria faz sentido, se correlacionado o evento da alta peercentagem de CO2 na atmosfera com a maior erupção vulcânica contínua da Terra – conhecida como as “Armadilhas Siberianas” – as quais exalaram CO2 por cerca de um milhão de anos antes da extinção em massa Permiano-Triássica.

A hipótese se desdobra da seguinte maneira: Altos níveis de CO2 aumentariam as temperaturas, resultando em um aquecimento global em larga escala. Sem água fria nos Polos, a circulação oceânica teria estagnado. Os oceanos teriam se tornado pobres em Oxigênio, matando a vida nas águas mais profundas onde não havia a oportunidade para a água se misturar com o pouco Oxigênio restante na atmosfera.

Mais Dióxido de Carbono teria sido criado, à medida em que formas de vida iam morrendo e os micróbios os fossem decompondo, o que, por sua vez, teria criado o venenoso Sulfeto de Hidrogênio. Os oceanos teriam se tornado um coquetel inabitável.

De fato, muitos eventos de CO2 ocorreram na escala de tempo geológica e eles, literalmente, deixaram sua marca.

“Pode-se ver onde as rochas se tornam escuras”, diz Fraiser, apontando as camadas multicoloridas em uma amostra fóssil do período. “Isto é uma indicação de baixos níveis de Oxigênio na época. Estes são de locais que estavam submersos no início do Período Triássico”.

Fraiser, que acabou de concluir seu primeiro ano na UWM, é titular de uma de várias novas cadeiras de geociências e seu emergente programa de paleobiologia.

Ela coletou amostras fósseis dos sobreviventes do período nos locais onde hoje são a China, Japão, Itália e o Oeste dos Estados Unidos. As semelhanças entre os fósseis de todos esses lugares foi surpreendente.

“É algo inesperado ver isso”, afirma Fraiser. “Parece que esses bivalves e gastrópodos foram os únicos sobreviventes em todo o mundo”.

Eles possuíam todas as características certas para tolerar a falta de Oxigênio, diz ela. Eles eram pequenos habitantes de águas rasas, com um alto metabolismo e formato chato que lhes permitia se espalharem para extrair mais do limitado Oxigênio quando se alimentavam.

As condições tóxicas também inibiam a vida marinha em produzir conchas. O tamanho, de repente, tornou-se significativo para os moluscos e somente os muito pequenos sobreviveram, erodindo a cadeia alimentar marinha.

À medida em que organiza os registros rochosos de logo após a extinção em massa Permiano-Triássica, Fraiser também desenterrou indícios que explicam porque levou tanto tempo para a vida se recuperar. A resposta parece ser mais do mesmo: os níveis de CO2 permaneceram altos por muito tempo após a matança inicial.

“ Após outros eventos de extinção em massa na Terra, a vida ressurgiu dentro de 100.000 a um milhão de anos”, diz ela. “Mas com a extinção em massa Permiano-Triássica, nós não vemos uma recuperação por 5 milhões de anos. Existe uma complexidade e diversidade ecológica muito baixa por todo este tempo”.

Outro aspecto intrigante deste intervalo da história da Terra, diz Frasier, é que, de acordo com o registro das rochas do Triassico, ele foi limitado por dois eventos de CO2.

O primeiro foi o desaparecimento dos recifes de coral. “Esta falta acionou o alarme”, diz ela. “Isso era o que indicava que os níveis de C02 estavam elevados”.

No final, grandes comunidades de bivalves prevaleceram em números tão grandes que eles formaram seus próprios recifes.

O mapeamento de Fraiser do “efeito dominó” do CO2 na vida marinha do Triássico inicial tem valor para o estudo científico das alterações climáticas atuais, afirma o Professor de Geologia da UWM John Isbell.

“O sitema da Terra não se importa de onde vem o CO2”, diz Isbell. “Ele vai responder da mesma maneira”.

Neste evento catastrófico, os diapsídeos conseguiram sobreviver e abriram espaço para a era dos dinossauros.

AS EVIDÊNCIAS DO IMPACTO DE ASTERÓIDE

Luann Becker e sua equipe encontraram um grande número de evidências em uma cratera com cerca de 200 quilômetros de diâmetro na costa noroeste da Austrália em Bedout que data de há 250 milhões de anos, o que sugere um asteróide com cerca de 11 Km de diâmetro.





Segundo eles, as descobertas se encaixam com a extinção em massa que teria ocorrido no fim do Permiano, quando o mundo era formada por uma grande massa de terra conhecida como Pangea e um superoceano chamado Pantalassa.

Entre as pistas descobertas estão diversas amostras de quartzo modificado por um forte choque. "Pouquíssimas circunstâncias terrestres têm a possibilidade de desfigurar o quartzo dessa forma, mesmo as elevadas temperaturas e pressões encontradas nas profundezas do planeta", disse Luann em comunicado da UCSB.


O estudo se tornou possível quando a cientista norte-americana soube que empresas petrolíferas haviam perfurado a região nas décadas de 70 e 80, expondo seu interior.

A cratera está associada a um período de extremo vulcanismo e à quebra da Pangea. "Acreditamos que extinções em massa podem ter sido definidas por catástrofes, como impactos de meteoros e vulcanismo, ocorridas num mesmo período", disse Becker.

Porém há controvérsias, pois segundo outros cientistas, a cratera de Bedout pode ser uma falha oceânica resultante de atividade vulcânica, além de resultar em um ponto antípoda há 10 mil Km de distãncia da Sibéria, onde ocorrera o intenso vulcanismo.

Mas Becker argumenta em torno da presença de montículos no centro da cratera denominados de mascon, formado por um lançamento secundário de escombros, após a queda do asteróide, em linha vertical ao centro da cratera.



Em experiência realizada pelo Laboratório de Mineápolis, o mascon formado no midelo coincidiu com o montículo presente nos mapas gravimétricos do acidente geológico encontrado em Bedout.

Segundo Ralph von Frese, da Universidade Estadual de Ohio, o evento que causou a extinção permo-triássica ocorreu na Terra de Wilkes,ao sul da Austrália, no continente Antártico.

Ele e Laramie Potts chefiaram a equipe responsável pela descoberta. Seus resultados preliminares foram apresentados na Assembléia da União Geofísica Americana. A cratera, de 450 km, está escondida a mais de dois quilômetros de profundidade, sob o gelo da Antártida. As medições de gravidade que revelam sua presença indicam que pode ter 250 milhões de anos - o período da extinção Permiano-Triássica.



Os cientistas usaram flutuações de gravidade medidas pelos satélites Grace, da Nasa, para checar o que existe debaixo da superfície gelada da Antártida, e descobriram um "tampão" de material do manto - a camada da Terra que fica abaixo da crosta - com 300 km de diâmetro.

Essas concentrações de massa, ou "mascons", são o equivalente planetário de um galo na cabeça. Elas se formam quando grandes objetos colidem com a superfície de um planeta. No impacto, o material mais denso do manto se eleva, num rebote, e colide com a crosta acima.

Ao sobrepor a imagem de gravidade com imagens de radar do solo sob o gelo, os cientistas encontraram a mascon centrado com perfeição numa ravina circular de 450 km - uma cratera.

Van Freese também alega ser este ponto o antípoda da Sibéria onde ocorrera o intenso vulcanismo à época da extinção permo-triássica, bem como ser a crosta terrestre nessa região mais fina que o usual, o que sugere um forte impacto de asteróide com cerca de 40 Km de diâmetro.

Todavia não há confirmações da descoberta devido ao fato da cratera estar sob 2 Km de gelo.


O SURGIMENTO DOS DINOSSAUROS

Os répteis diferem dos anfíbios pela estrutura do encéfalo, de certos órgãos sensoriais, do coração do rim e das gônadas. Além destes fatores, nos répteis a pele é seca e coberta de escamas epidérmicas córneas, enquanto que nos anfíbios é úmida e nua.

Os primeiros anfíbios possuíam sulcos sensoriais em certos ossos. Se um fóssil for classificado em réptil por sua anatomia e apresentar vestígios destes sulcos, isto significa que o animal levava uma vida aquática ou pelo menos passava por fases aquáticas. Foi o que aconteceu com o Seymouria e portanto, constatou-se pertencer aos anfíbios.

Considera-se os primeiros répteis verdadeiros animais muito pequenos do Carbonífero Superior, com hábitos terrestres, membros muito desenvolvidos e tronco curto. O réptil mais antigo conhecido é o Hylonomus encontrado fossilizado dentro de um tronco de licopodínea, rodeado de sedimento.

As espécies fósseis dos répteis foram classificadas baseadas em estudos da anatomia da estrutura dos crânios, em especial da região temporal, por cima e atrás das órbitas. Portanto, podemos classificar os répteis de crânios Anapsida, Euriapsida, Sinapsida e Diapsida.




De acordo com evidências fósseis, os Dinossauros surgiram em meados do período Triássico após a extinção permo triássica onde mais de 90% das espécies animais foram extintas. Estas criaturas divergiram dos arcossauros, sendo o primeiro gênero de dinossauro conhecido, o Eoraptor estabelece a sua presença no registro fóssil de 235 milhões de anos.

Estes répteis surgiram como seres pequenos alguns carnívoros e outros herbívoros, começaram a superar outros répteis em competições por comida, tornando-se cada vez mais populosos e diversificados ( surgindo muitas espécies novas e cada vez mais adaptadas ao meio ).

Durante o período Jurássico, os Dinossauros continuaram a evoluir. Apareceram os dinossauros carnívoros de médio porte e para se defenderem os herbívoros tiveram que se adaptar, alguns se tornam enormes e outros tornaram-se valtamente encouraçados.

No período Cretáceo os Dinossauros tem o seu auge em diversidade de espécies e em tamanhos. Surgem os magníficos Argentinossauros ( maiores saurópodes que se tem notícia ) , os aterrorizantes Terópodes gigantes como o Tiranossauro e o Giganotossauro ( considerado o maior dos terópodes, ultrapassando o Trex em quase 1 metro ).

Anteriormente à extinção permo-triássica, os répteis dominantes eram os sinapsídeos, sendo seus representantes de maior destaque os herbívoros dissinodontes e os carnívoros gorgonopsianos.

Os répteis Sinapsídeos foram pequenos predadores, sem dúvida insectívoros, que individualizaram-se a partir do Carbonífero Superior, há 290 milhões de anos. Os seus descendentes, répteis muito possantes de 1 a 3 metros de comprimento, desempenham um papel muito importante nos ecossistemas do Permiano Inferior: alguns vivendo essencialmente na água, como o Ophiacodon que devia alimentar-se de peixes, e outros mais terrestres e vegetarianos como o Edaphosaurus, apresentando dentes molares.

Os Sinapsídeos apresentam várias características dos mamíferos, nomeadamente a existência de uma única fossa temporal de cada lado do crânio e a diferenciação de dentes molares, mas no essencial, a sua anatomia mantém-se tipicamente reptiliana, com membros transversais, coanas e uma pequena cavidade neurocraniana.

Tanto o Dimetrodon como o Edaphosaurus tinham o que se pode considerar um primeiro esboço de termorregulação: enormes espinhas ósseas dorsais, que constituíam uma extensão das vertebras e estavam, sem dúvida, cobertas por uma mebrana vascularizada.

Os répteis sinapsídeos compreendem os Pelycosauria (grupo mais primitivo) e os Therapsídeos (ou répteis mamalianos evoluídos), que representam a transição para os verdadeiros mamíferos.

Pelycosauria: foram formas parecidas com o Dimetrodon, mas com espinhas neurais curtas, que deram origem aos sinapsídeos mais evoluídos. São conhecidos principalmente nas jazidas do Permiano Inferior da América do Norte e leste da Europa.

Therapsídeos: sucessores dos Pelycosauria, os répteis mamalianos tem um distribuícão muito mais vasta. Datam do Permiano Superior e foram primeiramente descobertos na Bacia de Karoo (África do Sul) e hoje são encontrados nas jazidas da plataforma russa.

As espécies fósseis dos répteis foram classificadas baseadas em estudos da anatomia da estrutura dos crânios, em especial da região temporal, por cima e atrás das órbitas. Portanto, podemos classificar os répteis de crânios Anapsida, Euriapsida, Sinapsida e Diapsida.

  1. Os répteis de crânio Anapsida: tinham o crânio definido pela falta de fossas temporais e portanto, adquiria uma aparência sólida. Considerados os répteis mais primitivos, viveram desde o Carbonífero Superior até o Permiano Superior. Compreendem três ordens: Cotylosauria, Chelonia e Proganosauria;

  2. Os répteis de crânio Euriapsida: importante linha de répteis caracterizada pela presença de uma só fossa temporal, mas em posição alta, diferente da dos sinapsídeos. São conhecidos desde o Triássico, quando adaptaram-se à vida aquática. Atualmente, alguns pesquisadores juntam estes répteis aos Ictiossauros, que também se adaptaram à vida nos oceanos. Compreendem três ordens: Araeoscelida, Sauropterygia e Placodontia;

  3. Os répteis de crânio Sinapsida: foi a primeira linha dos répteis a diferenciar-se dos dos anapsídeos primitivos, caracterizados por possuírem uma só fossa temporal pós-orbital em posição baixa. Apareceram no Carbonífero Superior e os mais primitivos (os Pelicossauros), foram abundantes principalmente no Permiano Inferior. Compreendem duas ordens: Pelycosauria e Therapsida.

  4. Os répteis de crânio Diapsida: com o Petrolaccossauros, do Carbonífero Superior, aparece a última grande linha de répteis, os diapsídeos, que possuem de cada lado do crânio duas fossas temporais, a inferior, em posição semelhante aos sinapsídeos, e a superior, à dos euriapsídeos. A diversificação dosdiapsídeos conduzirá à grande maioria dos répteis que povoaram e povoam a Terra. Desde o Permiano, os diapsídeos dividem-se em dois subgrupos, que evoluirão de maneiras diferentes. São eles: os Lepidosauria e os Archosauria.

    1. Lepidosauria: o grupo destes répteis com escamas é formado sobretudo por animais relativamente pequenos. Está representado atualmente pelos lagartos e as serpentes. Os Lepidosauria compreendem as seguintes ordens: Eosuchia, Squamata e Rhyncocephalia.

    2. Archosauria: o grupo destes répteis certamente é o mais conhecido. Formado pelos Dinossauros e crocodilos, são também os ancestrais das aves. Compreendem as seguintes ordens: Thecodontia, Saurischia e Ornithischia.

    3. Os répteis de crânio Parapsida: linha dos répteis que possuiram a fossa temporal afastada do contato entre os dois ossos, relacionando-se com o supratemporal e o pós-frontal. Viveram do Triássico Médio até o Cretáceo e foram répteis adaptados a vida no mar, com corpo pisciforme, semelhante ao dos golfinhos.

Porém, o Evento K-T, que ocorreu há aproximadamente 65 milhões de anos no fim do período Cretáceo, causou a extinção de todos os dinossauros exceto a linhagem que já tinha dado a origem aos primeiros pássaros.



O impacto ocorrido a 65 milhões de anos e que deu origem a esta grande tragédia está registrado sob a superfície do mar e é a cratera, chamada Chicxulub, localizada na ponta da península de Yucatán, no Golfo do México.




Outras espécies diapsídeos relacionadas aos dinossauros também sobreviveram ao evento, além de pequenos mamíferos que abriram espaço para a evolução de uma nova espécie dominante no planeta.


CONCLUSÃO:

A extinção permo-triássica e o surgimento e evolução dos dinossauros podem estar relacionadas a uma série de eventos catastróficos, conforme demonstraram os estudos acima realizados.

Com isso, torna-se claro que a evolução das espécies ocorre conforme o que o meio delas solicitar. A regra é a extinção e a evolução é a exceção.

Nas palavras de Luann Becker, para que ocorra qualquer mudança evolucionária, o ambiente deve estar limpo, ou seja, não possuir entraves para que ela ocorra, sendo estes entraves espécies dominantes.

Quando há uma extinção em massa ou a ocorrência de eventos catastróficos como quedas de asteróides, vulcanismo, terremotos, deriva continental, isolamento de terrenos ou eras glaciais, o catalisador para a evolução estará lançado.

Caberá às espécies responderem com rapidez necessária a que sobrevivam ou seu destino estará selado com sua extinção.