terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

CRÍTICAS SEM FUNDAMENTO - Parte VIII

TEORIA DA ABIOGÊNESE:

Pela “N” – ésima vez: Segundo a moderna teoria da abiogênese ou teoria da origem química da vida, a vida surgiu de matéria inerte e não de matéria não viva, pois o que é não vivo um dia viveu e depois morreu.

Também não há que se confundi-la com geração espontânea ou antiga teoria da abiogênese, termo em desuso desde que Pasteur a desbancou por meio de seu
experimento.

Ainda não conseguimos montar o quebra cabeça da vida, mas muitos estudos (ver Scientific American Brasil ed. de outubro de 2009, n 89 e ed. n 62 de julho de 2007), que já estamos desvendando muitas pistas sobre o surgimento de organismos a partir da matéria inanimada ou inerte.

Já entendemos como ocorrem as bases nitrogenadas (a matéria prima para o DNA e o RNA) e como a partir delas, podemos montar o
RNA. Também estamos começando a entender os hiperciclos e replicadores muito mais primitivos que o RNA, além da síntese de açucares, proteínas e lipídeos, alem de outros produtos orgânicos.


A Teoria dos hiperciclos:

A evolução começou antes que possamos falar em sistemas vivos. O pensamento de que matéria viva se originou a partir de matéria inanimada por um processo contínuo de "evolução molecular" e largamente aceito.

Pequenas moléculas, compostos com crescente complexidade molecular e com modernas propriedades emergentes teriam evoluído, formando ciclos catalíticos e então o também chamado hiperciclo.

A teoria dos hiperciclos foi proposta por Manfred Eigen, prêmio Nobel de química, durante a década de 70, sendo que tal teoria versa sobre a origem da vida.

Segundo esta teoria, a vida teria surgido a partir de um processo de organização contínua em sistemas químicos fora de equilíbrio, envolvendo hiperciclos de realimentação, formados por uma rede de reações cíclicas.

Neste sistema, cada elemento replicador auxilia a replicação do seguinte, até chegar ao último que, então, auxilia a replicação do primeiro, fechando-se o ciclo. Dessa forma, a aceleração de reações químicas ocorre por meio de catalisadores. Atualmente, os organismos vivos fazem tal catálise por meio de enzimas.

Estes hiperciclos têm grande capacidade de evoluírem. Uma vez que se replicam e transmitem informações complexas. Ao passarem por instabilidades e desequilíbrios, os hiperciclos, assim, como os atuais seres vivos, evoluem e tornam-se mais sofisticados, diversificados e ricos de componentes e estruturas o que implica em geração de novas formas de organização e estrutura.

A interferência interativa de um elemento externo ao laço encadeado de reações químicas causa uma instabilidade que obriga o hiperciclo a entrar em equilíbrio novamente, ou seja, absorver a interferência e lidar com ela, o que se denomina adaptação ao meio, pois recebe e resolve as interferências deste.

Os hiperciclos são capazes de se auto-organizarem e de se auto-reproduzirem, e ao buscarem o equilíbrio estão procurando o menor estado de energia que se coaduna perfeitamente à entropia e, como sistemas abertos que são captam energia e componentes do meio a fim manterem os ciclos em funcionamento e se reproduzirem.

Eventualmente, os hiperciclos envolveram-se com membranas e finalmente a primeira célula surgiu. Neste cenário de evolução molecular, os detalhes ainda estão longe de serem estabelecidos.

Conforme Scientific American Brasil, edição n° 92 de dezembro de 2009, no artigo “As Raízes Mais Profundas da Vida”, há um local no meio do Atlântico denominado “Lost City”, onde reações químicas de serpentinização (transformação de peridotito ao entrar em contato com a água do mar em serpentinita) ocorrem.

Por meio desta reação, a água infiltrada torna-se mais alcalina e ao emergir está repleta de cálcio liberado pela serpentinização, estando os fluidos altamente reduzidos e com altos teores de gases ricos em energia como hidrogênio, metano e gás sulfídrico. As concentrações de hidrogênio são em particular as mais elevadas já detectadas em um ambiente natural.

Com isso, pode-se supor a possibilidade de há bilhões de anos nascentes como esta terem as condições ideais para produzir compostos orgânicos necessários à vida e que a atmosfera da terra pré-biótica tenha a possibilidade de ter sido redutora, como aquela do experimento de Urey-Miller.

A teoria de que a vida surgiu em fontes hidrotermais não é novidade. Tal teoria é corroborada pela composição química favorável da água local, bem como por registros encontrados em material genético dos organismos vivos.

As análises de material genético, baseadas em seqüências de blocos de RNA ribossomico, possibilitaram a elaboração de uma árvore filogenética que relaciona todas as formas de vida da Terra. Muitos organismos próximos à raiz da árvore habitam fontes termais com temperaturas elevadas, seja em terra seja no leito marinho e estas criaturas são capazes de subsistir com hidrogênio.

Dessa forma, tal estudo sugere que o último ancestral de toda a vida na Terra ocupou um ambiente como o de “Lost City”.

Há fortes motivos para os geólogos suspeitarem que tais ambientes eram comuns na superfície do planeta a 3 ou 4 bilhões de anos, pois o planeta era mais quente e havia vulcanismo acentuado, que transportava um volume grande de manto derretido para a superfície.

O peridotito deve ter constituído assim a maior parte do leito oceânico e reagia com a água exatamente como faz hoje, o que sugere que ambientes alcalinos e cálidos devem ter nutrido as primeiras formas de vida, ao contrário das condições ácidas e causticantes das chaminés negras, possivelmente hostis para o aparecimento da vida.

Os esquemas de hiperciclos, bem como as propriedades de “Lost City” ainda estão em estudos a fim de tentar explicar o surgimento das primeiras moléculas da vida ou da vida em si e sua diversificação. Todavia, surge a questão: será que podemos falar de "sistemas vivos" em algum estágio antes do aparecimento da célula procarionte?

Quanto á teoria da conservação da informação proposta por W. Dembiski, esta é pura besteira, uma vez que pode seguramente haver duplicação de genes. Análise
aqui.

A duplicação de genes (ou duplicação cromossómica) é qualquer duplicação de uma região de ADN que contém um gene; pode ocorrer como um erro na recombinação homóloga, um evento de retrotransposição ou duplicação de um cromossomo inteiro.


Um longo pedaço de DNA é copiado. Nesta cópia ocorrem mutações pontuais que alteram uma ou ambas as cópias. O sequenciamento genético tem mostrado vários casos onde isso fez surgir novas proteínas. Por exemplo:

1) Duas enzimas na síntese da histidina foram formadas, evidências sugerem, via duplicação genética e fusão de duas seqüências ancestrais. (Lang, D. et al., 2000. "Structural evidence for evolution of the beta/alpha barrel scaffold by gene duplication and fusion". Science 289: 1546-1550. See also Miles, E. W. and D. R. Davies, 2000. "On the ancestry of barrels". Science 289: 1490.)

2) RNASE1, um gene para uma enzima pancreática, foi duplicada, e em macacos langur uma das cópias sofreu mutação para RNASE1B, que funciona melhor no intestino mais ácido do macaco. (Zhang, J., Y.-P. Zhang and H. F. Rosenberg, 2002. "Adaptive evolution of a duplicated pancreatic ribonuclease gene in a leaf-eating monkey". Nature Genetics 30: 411-415. See also: Univ. of Michigan, 2002, "How gene duplication helps in adapting to changing environments")

3) Levedo foi colocado em um meio com pouco açúcar. Após 450 gerações, genes que transportam hexose duplicaram várias vezes, e muitas das versões duplicadas sofreram ainda mais mutações (Brown, C. J., K. M. Todd and R. F. Rosenzweig, 1998. "Multiple duplications of yeast hexose transport genes in response to selection in a glucose-limited environment". Molecular Biology and Evolution 15(8): 931-942. ).


Recombinação homóloga é um tipo de recombinação genética, um processo de rearranjo físico que ocorre entre duas cadeias de ADN. A recombinação homóloga envolve o alinhamento de seqüências similares, formação de uma junção de Holliday e quebra e reparo, conhecido como resolução, do ADN para produzir uma troca de material entre cadeias.

O processo de recombinação homóloga ocorre naturalmente em organismos e é também utilizada como uma técnica de biologia molecular para introdução de mudanças genéticas num organismo.

Uma junção de Holliday é uma junção móvel entre quatro cadeias de ADN. Estas junções são entre seqüências homólogas elas podem deslizar acima e abaixo do ADN. A junção deve depois ser resolvida e restaurar os duplexes lineares.

Isto pode ser feito para restaurar a configuração parental ou para estabelecer uma configuração de sobrecruzamento. A resolução pode ocorrer de uma maneira vertical ou horizontal durante a recombinação homóloga.

Retrotransposons são elementos genéticos que se podem amplificar a eles próprios num genoma, sendo componentes freqüentes em muitos organismos eucariotas. São uma subclasse de transposons.

Um transposon é uma seqüência de DNA capaz de se movimentar de uma região para outra num genoma de uma célula.

A segunda cópia de um gene é muitas vezes livre de pressão seletiva, isto é, mutações nele não têm efeitos deletérios no organismo hospedeiro. Então sofre mutações mais rápido que um gene funcional, ao longo de gerações de organismos.

Duplicação de genomas de maior monta não são eventos tão incomuns. As plantas são os maiores duplicadores de genomas.

A duplicação de genes permite a fixação de uma função celular ou bioquímica em um locus, deixando o locus duplicado livre para modificar-se e exercer uma nova função.

Aqui há uma explicação a qual eu transcrevo, com os devidos acertos:

Famílias gênicas e novas funções gênicas:

Famílias gênicas são conjuntos de dois ou mais loci com seqüências similares de DNA. O genoma inclui várias famílias gênicas. Os membros de uma família de genes podem surgir por permutação desigual, a qual gera uma cromátide com baixo, e uma com alto número de cópias.

Um cromossomo com o número particular de cópias pode ser fixado tanto por deriva gênica como por seleção natural. Seqüências repetidas dentro de genes também podem surgir por permutação desigual e por outros processos moleculares como “replication slippage”.

Evidências de que a permutação desigual pode dar origem a genes duplicados é dado pelos casos de indivíduos humanos que carregam 3 em vez de 2 cópias do gene da alfa-hemoglobina em um dos seus cromossomos e pela anomalia conhecida como Lepore hemoglobina, na qual a parte N-terminal da cadeia gama-hemoglobina está fusionada na parte C-terminal da cadeia beta-hemoglobina, por causa da delação de DNA entre estas regiões.

Genes correspondentes em diferentes espécies são referidos como ortólogos, enquanto os genes não correspondentes, na mesma ou em diferentes espécies, são chamados de parálogos.

Parálogos: são genes que se relacionam por meio de duplicação gênica no organismo parental ou em um dos seus descendentes, que podem realizar a mesma função ou podem divergir após a duplicação e realizar função distinta ou atuar em substratos distintos.


Ortólogos: são genes equivalentes em dois organismos diferentes que descendem diretamente do mesmo gene do antecessor comum dos dois organismos e que realizam a mesma função molecular ou celular. Genes ortólogos podem encontrar-se no mesmo contexto em genomas de organismos similares.

Ortologia e Paralogia são guias para analisar a informação de um genoma completo frente a outro. A ortologia verifica-se com a sintenia (conservação da ordem e orientação dos genes em genomas de organismos relacionados).

Entre loci que codificam enzimas, as diferentes, porém relacionadas, enzimas que são expressadas em diferentes tecidos ou em diferentes etapas do desenvolvimento são chamadas de isozimas.

Nem todos os genes duplicados adquirem papéis funcionais diferentes. Muitas famílias gênicas são quase homogêneas na seqüência do DNA e coletivamente produzem quantidades significantes de um mesmo produto. Em oposição, muitas famílias gênicas podem adquirir mutações que impedem a transcrição ou a tradução, tornando-as pseudogenes não-funcionais.

Se um pseudogene persiste numa população, ela é seletivamente neutra e pode sofrer mais mutações que podem ser fixadas por deriva gênica, então suas seqüências podem divergir indefinidamente.

Muitas famílias gênicas contém pseudogenes, e Walsh postulou que cerca de 9% do total do DNA de eucariontes pode ser constituído por pseudogenes processados (que surgiram por transcrição reversa e foram incorporados ao genoma). Muitos pseudogenes antigos são irreconhecíveis por causa do acúmulo de mutações.


Evolução de novas funções:

Como os membros de uma família gênica adquirem diferentes seqüências e funções?

Existem duas hipóteses: a tradicional diz que um gene recém duplicado é redundante; sua presença ou ausência é quase seletivamente neutra, e é livra para acumular mutações, as quais podem abolir sua função (se torna um pseudogene), mas pode trazer, ocasionalmente, uma função vantajosa. Isto é chamado de MDN (mutação durante a não-funcionalidade). A hipótese alternativa diz que genes duplicados surgem de um gene ancestral que tinha duas funções e se tornou especialista numa ou noutra função.

Alguns pesquisadores concluíram, após a criação de modelos sobre a MDN, que a fixação de vantajosas mutações e, portanto, a evolução de um novo gene funcional em vez de um pseudogene, é provável somente se 4*Ne*s*r é alto (maior que 1), onde Ne é o tamanho real da população, s é a vantagem seletiva de uma mutação vantajosa e r é a razão entre as mutações vantajosas e as nulas.

Logo, em populações pequenas, a maioria dos genes duplicados, provavelmente, se torna pseudogenes. Na outra hipótese (de Hughes), se um gene ancestral já possui duas funções, suas cópias duplicadas presumivelmente experimentaram mutações que melhorarão uma função ou outra, e evitar que se tornem pseudogenes.

Evolução conjunta em famílias gênicas:

Quando loci duplicados em uma espécie ancestral são carregados por duas ou mais espécies descendentes, poderíamos esperar que a diferença na seqüência entre loci parálogos em cada espécie fosse ao menos tão grande quanto entre os loci ortólogos de espécies diferentes, desde que as diferentes mutações fossem fixadas por deriva gênica ou talvez por seleção.

A evolução concomitante de seqüências de nucleotídeos homogêneas entre os membros de uma família gênica é chamada de co-evolução. A permutação desigual e a conversão gênica, seguida de fixação por deriva gênica ou seleção, são mecanismos moleculares que podem causar essa evolução.

Observações levam a crer que a seleção natural pode ser fortemente influente ocorra ou não a co-evolução. Em particular, a uniformidade ou diversidade dentro de uma família gênica parece depender de quanto os produtos de um gene são ou não adaptativos.

Membros de algumas famílias gênicas sofrem co-evolução, permanecendo homogêneas na seqüência apesar das mutações divergentes, devido a permutação desigual ou conversão gênica (mecanismos de co-evolução) que pode ser parcial ou imparcial, seguida da fixação de homogêneos “arrays”.

A maioria dos “arrays” homogêneos é, provavelmente, fixada por deriva genética, mas a seleção natural também pode contribuir para a homogeneização de famílias gênicas que produzem um produto requerido em grandes quantidades. Famílias gênicas com funcionalidade distinta entre seus membros não sofrem co-evolução.

Elementos transponíveis (TEs):

Elementos transponíveis produzem cópias de si mesmos, geralmente por transcrição reversa, que são inseridas no genoma, onde eles freqüentemente causam mutações gênicas. Recombinações entre TEs em diferentes locais podem causar alterações estruturais nos cromossomos, e os genes flanqueados por recombinantes TEs podem ser inseridos em novos locais no genoma.

Estes efeitos são geralmente deletérios para o organismo, e os TEs persistem nele, apesar da seleção natural no nível do organismo. Seleção entre variantes TEs (seleção no nível gênico) favorece variantes com alta taxa de transposição. Embora TEs possam constituir mais que 10% do DNA total, eles não tem lugar certo no genoma.

Pelo menos em drosófilas, o número de cópias parece ser limitado por seleção natural ao nível de organismo, o qual elimina TEs com as alterações cromossômicas deletérias que eles causam. TEs são exemplos de genes egoístas, e são uma instância de conflitos entre seleção ao nível gênico e ao nível de organismo.

DNA altamente repetitivo e tamanho do genoma:

DNA altamente repetitivo (satélite) pode constituir mais que 90% do genoma. Mudanças no número de repetições ocorrem por permutação desigual e outros mecanismos moleculares, os quais, juntos com a deriva gênica, podem gerar complexos padrões, como repetições dentro de repetições.A teoria genética das populações também explica porque o DNA satélite é mais prevalente em regiões com baixa recombinação.

A quantidade de DNA satélite pode ser afetado por seleção natural, e como o conteúdo do DNA afeta o tamanho das células e a taxa de divisão celular, a quantidade de DNA repetitivo pode influenciar as taxas de crescimento e desenvolvimento, e possivelmente sua história de vida e morfologia.


Evolução de novos genes e proteínas:
Ao longo do curso da história evolutiva, o número de genes funcionalmente diferentes tem aumentado. Entre os mecanismos que têm engendrado novos genes são:

(a) duplicação gênica e divergência;
(b) duplicação e multiplicação de domínios ou motivos dentro dos genes;
(c) especialização, em loci duplicados, para várias funções provindas de um gene ancestral;
(d) embaralhamento de éxons, a união em várias combinações de diferentes domínios ancestrais funcionais (representados pelos éxons) dentro de grandes genes. Íntrons são ditos facilitadores de embaralhamento dos éxons.


Acredito que os tópicos acima são mais bem elucidativos que simplesmente dizer “foi deus”, o que não explica nada. É mero argumento da ignorância.


CONCLUSÃO:

Você, Douglas, é um especialista em discorrer sobre temas que não faz a menor idéia. Essa é a razão de sair por ai dizendo bobagens. Sua argumentação seja como religioso fanático e fundamentalista que é, seja como ferrenho apoiador da pseudociência, está abaixo da linha da mediocridade.

Quando nos propomos a discutir sobre um tema, temos de, em primeira mão aprender o mínimo sobre ele, para depois criticarmos. Não nos basearmos em achismos ou em dogmas religiosos ou em opiniões que ouvimos de outros as quais são replicadas nos meios em que vivemos.

Você fala muito em racionalidade, mas seus escritos, referentes a ciências ou filosofia, não possuem uma gota sequer dela, uma vez, que se encontra preso aos dogmas os quais não ousa contestar. Assim recomendo que se liberte de sua muleta em forma de cruz e pense um pouco antes de escrever bobagens como estas que estão presentes em seu texto.

Seria bem mais interessante que se restringisse a escrever textos religiosos e não a discutir o que não tem a menor noção.

É só romper com a preguiça mental, botar a ideologia de lado e se dar ao trabalho de pesquisar um pouquinho. Ai sim a ignorância começa apresentar quadros de melhora e deus começa a ficar em paz.

O fato de não entendermos algo, por enquanto, não significa que a hipótese deus esteja automaticamente validada. Se agirmos desta forma, estaremos incorrendo no argumento da ignorância e não resolveremos nada. Simplesmente é confundir o insondado com o insondável.

Mas, quais seriam as melhores respostas que o cristianismo fornece e suas evidências? Seriam elas Jardim do Éden e o dilúvio? Se forem, isso, não chega nem a ser nem uma resposta fraquinha, mas indigna de qualquer comentário...

Cada vez que você e o séqüito de criacionistas escrevem, eu imagino YHWH e vocês apontando para ele, cada um com uma uzi, mandando bala!!!

Acho que não são os ateus que querem matar deus, mas os próprios seguidores ferrenhos dele, por meio de seu fundamentalismo exacerbado e pela sua busca incessante de provas de que sua divindade existe e é séria.

Continuem assim, pois vocês já conseguiram deixar o deus mequetrefe de vocês em coma, uma vez que transformaram quase 6 mil anos de tradição hebraica numa enorme palhaçada, que beira uma comédia pastelão.

Ao menos aprenda os rudimentos daquilo que pretende criticar em vez de repetir, como um papagaio, os mantras sagrados do criacionismo e manter seus olhos vendados fazendo de conta que não existe nada além de sua crença.

CRÍTICAS SEM FUNDAMENTO - Parte VII

[Vamos ajudá-los nesse mister: onde está o ancestral comum? Que evidência factual temos do surgimento da vida através da não-vida? Gostaria que os naturalistas procurassem responder a essas e outras lacunas, se puderem. Penso que o Cristianismo fornece melhores respostas. As evidências estão aí, confira quem quiser. Além disso, a argumentação dos neoateus é muito fraca - gente melhor já tentou "matar" Deus e não conseguiu.]

Para variar o sr. Douglas prossegue com seu costumeiro rol de tolices repetindo os mantras sagrados do criacionismo e do seu fundamentalismo tacanho.

Ancestral comum:

Antes de qualquer coisa, Sr. Douglas resta a pergunta: Ancestral comum de que?

Não é necessário achar um fóssil de “ancestral comum”, mesmo porque não saberíamos dizer se o dito cujo é ele mesmo, pois DNA se decompõe muito rápido para uma escala geológica de tempo. Mesmo se este tesouro se conservasse, teríamos dificuldade em estabelecer quem é o ancestral e quem são seus descendentes.

Segundo, uma coisa não “vira” outra do dia para a noite. Quando há uma relação entre parentesco de espécies, no momento em que elementos de uma espécie anterior se separam, seja por uma barreira natural, seja por migração, ou qualquer outra forma, elas podem perfeitamente cruzar entre si, pois ainda se tratam de uma mesma espécie e, assim, podem permanecer por dezenas de milhares de anos.

Mas se tivermos o fluxo de genes interrompido, ai a coisa muda. As mudanças aleatórias nos reservatórios gênicos das duas espécies se acumulam até um ponto em que machos e fêmeas, de ambos os lados, não mais se reconhecerão como parceiros sexuais.

Seus fenótipos e genótipos serão tão diferentes que não mais poderão se combinar para gerar descendentes férteis ou mesmo gerar um descendente.

Tal fato acontece hoje com a rana pipiens em que as canadenses não reconhecem as mexicanas como parceiras sexuais e algumas mais próximas, embora se reconheçam como tais, não geram descendentes e se o fazem estes são estéreis.

Um bom ponto para começar a clarear suas idéias sobre o fato da evolução e da ancestralidade comum é o experimento de Lenski com Escherichia coli (aliás, é o experimento que criacionistas odeiam).

Mas vamos brincar de viajar no tempo...

Façamos uma viagem a 6 milhões de anos para uma selva na África em busca do “ancestral comum” entre humanos e chimpanzés. Certamente encontraríamos um macaquinho peludo, sem cauda, andando sobre os dedos da pata dianteira, menor que um chimpanzé, com uma pelagem preta ou marrom, com menor volume cerebral, arborícola, comedor de frutos e, possivelmente, caçador de vez em quando.

Infelizmente, antropóides tem o péssimo habito de viver em florestas cujo ambiente para fossilização é terrível, bem como não se importavam em enterrar seus mortos. Até então não encontramos os equivalentes do chimpanzé ao que se refere ao australopitecus, homo hábilis, homo ergaster, pertencentes ao nosso ramo.

Provavelmente o responsável por divergirmos dos chimpanzés deve ter sido o
Vale do Rift e seus problemas com falhas tectônicas, o que gerou uma barreira natural que cortou o fluxo de genes entre grupos de uma mesma espécie concestral entre humanos e chimpanzés. Observe que fósseis de humanos primitivos são muito encontrados nessa região (ver os humanos antes da humanidade de Robert Foley).

As evidências desta relação de parentesco entre as espécies modernas provêm a partir da genética comparada e, em relação às espécies extintas, por meio da anatomia comparada em paleontologia.

Façamos agora uma viagem mais longa no passado. Vamos procurar o “ancestral comum” entre um humano, um marisco, uma formiga, um bolor, uma macieira, uma cianofícea, um tripanossomo e uma escherichia coli.

Certamente encontraremos um procarionte (lembre-se que bactérias não possuem núcleo celular organizado) de uns 3,2 bilhões de anos, provavelmente diferente de tudo que conhecemos.

Como sei disso é por que é meu dogma religioso e minha profissão de fé?

Não, é porque os Cientistas têm encontrado indícios de vida em rochas que datam de 3,8 bilhões de anos na Groelândia, mas esses indícios baseiam-se apenas em formas do carbono que representam a atividade metabólica de seres vivos (
aqui).

De fato, o registro fóssil mais antigo de um ser vivo que se conhece até hoje data de 3,5 bilhões de anos e parece ser de procariontes dos quais teriam surgido todas as demais formas de vida da Terra.

As primeiras células eucariontes teriam surgido a partir das células procarióticas e tal fato teria sido um passo importante para a multicelularidade, uma vez que, somente eucariontes podem se reunir em colônias e diferenciar funções celulares.

Mas para vocês, a datação por isótopos radioativos somente é relevante quanto se trata de “provar” suas verdades bíblicas. Quando confirma algo diferente delas, torna-se falsa e varre-se o que não interessa para baixo do tapete. Veja
aqui um pouco sobre geocronologia.

Como já lhe disse, Douglas, e repito: seja honesto ao menos consigo mesmo, se não consegue ser com os outros, devido a imposições de sua ideologia. Largue um pouco a bíblia e estude mais biologia para não sair por ai dizendo besteiras deste quilate.

Quer ver as evidências da evolução? Vá a um bom museu (o
Smithsonian, em Washington-DC é excelente) e lá encontrará literalmente toneladas de fósseis referentes à história do homem, das baleias, dos cavalos, dos elefantes, dos camelos, dos felinos, das aves, dos dinossauros, dos tetrápodes, dos peixes, da fauna cambriana e de Ediacara, etc.


CRÍTICAS SEM FUNDAMENTO - Parte VI

[4. A religião como uma certeza não verificável: "[...] Segundo ele [Harris], diante de alguma pequena evidência, eles [os fiéis] se mostram tão atentos a ela [qualquer prova á favor de sua crença] quanto os condenados. Isso demonstra que a fé não é nada mais que a disposição para aguardar provas." Faltaria, assim, que "os religiosos desafiassem a própria crença com o devido rigor." Pronto! Chegamos a um denominador comum. Pena que Sam Harris e seus partidários se mostrem tão eficientes em agir dessa maneira em relação às crenças alheias. Por que eles não começam questionando sua própria base filosófica?]


Neste ponto vale conhecermos um pouco do pensamento de Voltaire (François Marie Arouet).

Ao contrário do que muitos pensam, Voltaire não era um ateu, aliás, detestava o ateísmo e afirmava ser culpa do dogmatismo cristão e da superstição de muitos crentes a razão do número de ateus se elevar. Assim, ele somente combatia a intolerância e o fanatismo.

O filósofo condenou as lutas religiosas e em sua concepção, a fé cristã é a que mais deveria inspirar a tolerância em seu âmbito no que se refere à tolerância que os diversos cristãos deveriam guardar entre si.

Voltaire nutria grande antipatia pelo fanatismo e buscava o pluralismo religioso como vira na Inglaterra. Via a religião como freio social, pois se ocupava dos “crimes secretos”, uma vez que causaria o temor de cometer ilícitos cuja pena seria uma punição divina, o que amedrontaria os homens.

Também afirmava que “Um homem que recebe sua religião sem exame, não difere de um boi que atrelam”. Examinar e questionar são deveres de qualquer um que respeita a razão. Voltaire se volta contra aqueles que, à frente de uma crença, têm como objetivo dominar e enriquecer à custa da miséria e da morte dos povos.

Para Voltaire, o fanatismo era o pior inimigo da razão, uma vez que, patrocinado por sacerdotes, encerrava esta nas cadeias do dogma. Este pensamento, ao que parece, indica que op personagem odiava o clero e sua forma de pregar o cristianismo, a qual era cruel e abusiva na instigação de pessoas contra outras seitas.

Na acepção de Benjamin Franklin, “O jeito de ver pela fé é fechar os olhos da razão”.Os homens precisam exercitar a razão e não aceitar dogmas de forma fanática e cega.

Raciocinar pela metade leva ao fanatismo e a superstições, pois aquele que se recusa a questionar sua fé, seus dogmas e sua religião, perdeu a capacidade inerente a todo o homem que é O PENSAR.

O indivíduo que não pensa apenas repete “verdades” reveladas, por mais absurdas que sejam. Desse modo, a humanidade tem muito a avançar, caso destrua o fanatismo religioso, pois este é o pai da mentira dos preconceitos, da ignorância e da intolerância.

Todavia, no ocidente, o que vimos durante o século passado e neste século, é um crescente desenvolvimento do fundamentalismo religioso e um retorno á perspectiva obscurantista, patrocinado por seitas cristãs de cunho protestante.


Mas o que vem a ser o fundamentalismo?

De fato, as palavras "fundamentalismo" e "fundamentalista" nasceram nos Estados Unidos, nos princípios do século XX e no contexto do protestantismo, com o objetivo de preservar e defender os pontos considerados fundamentais da fé cristã.

Os protestantes evangélicos norte-americanos de várias denominações escreveram artigos teológicos que foram reunidos e publicados entre 1910 e 1915, em 12 fascículos com o título The Fundamentals: a Testimony to Truth, numa edição de três milhões de exemplares.

Em 1919, foi criada a World's Christian Fundamentals Association, na convicção de que a regeneração do protestantismo implicava o combate ao liberalismo teológico.

Entretanto, em 1920, o termo passou à opinião pública através de um artigo de Curtis Lee Laws, no qual se lia: "Sugerimos que aqueles que ainda continuam firmemente apegados aos grandes fundamentos (Fundamentals) e que estão decididos a combater a sério, por esses fundamentos sejam chamados fundamentalists, devendo, portanto, o termo ser considerado "um elogio e não um insulto".

Fundamentalistas são os mais conservadores e literais seguidores de uma religião. Acreditam em seus dogmas como verdade absoluta, indiscutível, sem abrir-se, portanto, à premissa do diálogo religioso.

Assim, o fundamentalismo religioso se revela como fonte de intolerância, na qual o outro é analisado sob a ótica de ameaça, símbolo do mal, contrário a “verdade" construída pelo fundamentalista em seu discurso meramente ideológico.

Ao que parece, o fundamentalismo religioso é um fenômeno moderno, que se caracteriza pelo senso de esvaziamento do meio cultural, mesmo onde a cultura pode nominalmente ser influenciada pela religião dos partidários.

O termo pode também se referir especificamente à crença ou convicção de que algum texto ou preceito religioso seja infalível e historicamente preciso ainda que contrários ao entendimento de estudiosos modernos.

Um dos fundamentos inquestionáveis era o da inspiração verbal da Bíblia, seguindo-se daí a sua infalibilidade e inerrância. O texto bíblico devia ser assumido à letra e a sua autoridade estendia-se não só ao domínio religioso, mas a todos os campos do saber: científico, histórico, filosófico.

Assim, no que se refere à visão fundamentalista cristã, há as seguintes doutrinas e práticas básicas:

Bíblia – é infalível, suficiente e inerrante, sendo suas histórias consideradas factuais e rejeição de qualquer outra forma de Revelação (inspiração individual, magistério eclesiático, profecias modernas, teologia natural). Deve ser interpretada literalmente, salvo nas partes visivelmente conotativas.

Jesus Cristo - nascimento virginal, sua deidade, historicidade de seus milagres e ressurreição, retorno apocalíptico.

Criacionismo - rejeitam teorias que vejam como de alguma forma interferindo com o literalismo do gênesis, principalmente a evolução biológica, mas também teorias geológicas, físicas, cosmológicas, químicas, e arqueológicas.

Relação com a Sociedade - rejeitam o Ecumenismo e o diálogo religioso com não-fundamentalista.

Salvação - Através da crença em Jesus Cristo. Aqui, crença significa adesão às suas doutrinas fundamentais.

Inferno - crença literal na sua existência, é tido como um lugar do tormento eterno dos pecadores não-arrependidos.

Foi no contexto do absolutismo da palavra bíblica que em 1925 teve lugar em Dayton o famoso "caso Scopes": um jovem professor de biologia, John T. Scopes, foi julgado e condenado por ensinar aos alunos a teoria da evolução das espécies de Darwin.

Esse debate à volta do ensino referente à teoria da evolução e da narração bíblica da criação nas escolas continua ainda hoje nos Estados Unidos (ver:
O histórico do movimento criacionista em todas as suas nuances).

Há várias explicações para o fundamentalismo, que cultiva o pensamento único e a intolerância. Sublinham-se três:


1) Quando se não suporta viver na perplexidade e na interrogação, surge a tentação de tornar absolutas as próprias crenças, excluindo e perseguindo quem as não partilha.

2) Em toda a História foi permanente a utilização da religião para fins que não são os seus: alcançar o poder, servir os próprios interesses econômicos, políticos, culturais, impor hegemonicamente o próprio domínio.

3) Para o fundamentalista, na base de sua crença está uma determinada concepção de verdade, que se confunde com a posse do Fundamento, é preciso perguntar: quem é o Homem, para considerar-se senhor do Fundamento? Ele não possui o Fundamento ou o Absoluto, é o Fundamento que o possui. Tal posição não se trata de é relativismo, mas de perspectivismo, ou seja, vamos ao encontro da realidade sempre numa determinada perspectiva.

Por isso, no domínio religioso, há que reconhecer que há mais verdade nas religiões todas do que numa só, e dessa verdade também faz parte a perspectiva ateísta, a qual busca isentar-se de fatores sobrenaturais no que concerne à sua visão relativa à natureza.

Dessa forma Douglas, por que não começa a questionar no que crê como verdade absoluta, bem como a base filosófica de sua crença?

É fácil inverter o ônus da prova escapando-se por uma falácia em vez de fazermos um exame de nossa consciência e sermos HONESTOS conosco mesmo.

Para crermos, em termos religiosos, não precisamos buscar provas ou confirmações de nossa crença.

Caso vivamos atrás de “provas” para nossas crenças, prestaremos um desserviço à religião e ao desenvolvimento intelectual das pessoas, como têm ocorrido com a divulgação das idiotices criacionistas e seus movimentos correlatos.

Todavia é necessário que pensemos em nossos dogmas e os adaptemos às realidades do mundo, a fim de nos libertarmos dos preconceitos, da intolerância e da ignorância.

É por esta via que saberemos separar o que é religião e o que é ciência, cuja visão tacanha dos fundamentalistas se encontra impossibilitada de fazê-lo, por estar aferrado a sua ideologia exatamente no mesmo molde que ocorre em governos totalitários e autoritários.


A postura fundamentalista é a seguinte:

Demonizar e destruir tudo aquilo que coloca em risco nossas crenças e valores.

Manter a todo custo nossa ideologia intacta, nem que tenhamos de distorcer a realidade a fim de mantemos nossos seguidores alienados e fieis as nossas crenças.

A crença a que me refiro aqui é aquela onde não há confirmações de nada ou se existem, são pautadas em falácias e sofismas.

É a postura mais marcante do desespero ao perceber que suas idéias estão indo por água abaixo, frente aos avanços científicos e ao universo cultural que existe entre as pessoas deste Planeta.



CRÍTICAS SEM FUNDAMENTO - Parte V

[3. A religião como fomentadora de intolerância e guerras: Sam Harris derrapa profundamente, quando enxerga na religião um viés de intolerância nata. Para ele, a fé, para estar certa, exclui crenças diferentes, o que constitui o matiz da intolerância. É o caso de perguntarmos ao escritor se sua atitude de descarte das propostas religiosas não fica em mesmo nível, agindo com certeza absoluta, ao mesmo tempo que busca destruir outras crenças! [6] Tolerância não pressupõe admitir que opiniões antagônicas estejam igualmente certas, porque isso não é lógico. Por outro lado, quando pensamos nos abusos cometidos em nome do Cristianismo, não podemos olvidar que, historicamente, ateus também se mostraram intolerantes e totalitários. Em contrapartida, os benefícios morais da religião, como fraternidade, ajuda ao próximo, incentivo à vida moralidade, etc, não podem ser negados.]

Pura falácia tu quoque, como forma de desviar os desmandos cometidos pelo cristianismo. Sr. Douglas, um erro não justifica o outro, ou seja, não são portas para fugas e desvios de assuntos.

Por este argumento, o adversário é acusado de praticar algo muito semelhante ao que ele critica. Tu quoque significa você também. É um argumento muito comum e eficaz, pois tende a colocar o oponente na defensiva. Todavia, aqui esta falácia cai por terra, pois se imputa uma culpa a um grupo de indivíduos errado, conforme analisaremos mais adiante.

Não, cristãos não são intolerantes, mas fundamentalistas o são veja o debate aqui e minha resposta final aqui de como a coisa se envereda para ataques pessoais. Tentei manter uma linha de debate séria e os “tolerantes cristãos” em vez de se aterem aos quesitos perguntados, passaram a fazer ataques pessoais.

Atribuir massacres a ateus é um erro. Caso o Sr. Douglas se refira a regimes comunistas ou qualquer regime de cunho totalitário ou autoritário, deverá observar que estes se encontram impregnados de ideologia, a qual é a suprema verdade acima de tudo, possuem uma figura cultuada (o ditador) que se julga acima de tudo e de todos, bem como os partidários do regime o seguem não pela razão, mas pela emoção.

Façamos mais uma digressão a fim de esclarecermos o que são estes regimes e suas
formas de governo, que conforme a visão de Boris Fausto temos:

Totalitarismo: é um regime político baseado na extensão do poder do Estado a todos os níveis e aspectos da sociedade. A ideologia do estado teria influência, se não poder, sobre a maioria de seus cidadãos. No totalitarismo, sujeita-se a sociedade aos moldes de um Partido-Estado, por meio de laços afetivos com as massas, partindo-se de uma figura carismática essencial que confere a estes regimes uma característica revolucionária.

A propaganda totalitária se baseia em teorias conspiratórias e uma realidade fictícia criada em meio a um desprezo pela realidade dos fatos, sendo essencial para, em um primeiro momento, conquistar as massas e arregimentar em torno de si uma enorme quantidade de simpatizantes.

Ao se consolidarem no poder, dão realidade às afirmações fictícias do regime, e substituem a propaganda por violência com o extermínio daqueles que se opõem ao sistema e com a implantação do terror aos dominados.

Autoritarismo: descreve uma forma de governo caracterizada pela ênfase na autoridade do Estado em uma república ou união. É um sistema político controlado por legisladores não eleitos que usualmente permitem algum grau de liberdade individual. O regime autoritário investe menos nas esferas da vida social, pois o partido depende do Estado, sendo que a sociedade se mantém independente ao Estado.

Comunismo: é uma estrutura sócio-econômica e uma ideologia política utópica que pretenderia promover o estabelecimento de uma sociedade igualitária, sem classes e apátrida, baseada na propriedade comum e no controle dos meios de produção e da propriedade em geral. Na ex-URSS este regime se converteu no Stalinismo que, Hannah Arendt descreveu como um sistema totalitário.

Com o Stalinismo é implantada a ditadura burocrática do regime de partido único a burocratização do aparelho estatal, intensa repressão a dissidentes políticos e ideológicos, culto à personalidade do(s) líder(es) do Partido e do Estado, intensa presença de propaganda estatal e incentivo ao patriotismo como forma de organização dos trabalhadores, censura aos meios de comunicação e expressão e militarização da sociedade e dos quadros do Partido.

Outra digressão pertinente refere-se aos sistemas religiosos e a discriminação. Vejamos:

Hinduísmo e discriminação: a população indiana se divide em castas de acordo com a origem familiar. Pessoas como os Dalits não pertencem a castas e, portanto, são vistos como impuros e altamente discriminados.

Sempre viveram à margem da sociedade indiana. Ainda hoje, apesar das mudanças, o preconceito contra eles continua forte.

Islamismo e terrorismo: A Jihad ou guerra santa fez milhares de vítimas pelo mundo e ainda o faz.

O significado de Jihad não é sair por ai matando aqueles que não aceitam sua fé, mas de haver um combate interno contra tudo aquilo que desvie o indivíduo da sua fé, ou seja, é uma luta interna, é o esforço sobre si.

Porém, houve desvirtuação deste significado, desde quando o Islã passou a expandir-se por meio de campanhas militares, sendo que alguns grupos radicais ainda o entendem como “morte aos infiéis”.

Judaísmo e perseguições: Os judeus já foram vítimas e autores de perseguições por conta de sua fé.

Como autores, os judeus perseguiram cristãos por heterodoxia devido ao fato de o cristianismo ter se iniciado como seita judaica e ter se desvirtuado daquilo que é pregado pelo judaísmo.

Cristianismo e perseguições: Assim como o judaísmo o cristianismo já foi autor e vítima de perseguições.

Como vítima, o cristianismo foi perseguido por Roma, uma vez que se recusavam a cultuar o imperador e os deuses oficiais da religião romana.

Como autores, após o Edito de Milão, e a conversão de Constantino, os judeus passaram a ser perseguidos, sem contar que na época da igreja medieval usava-se um símbolo para designar os israelitas.

Vale também citar a inquisição contra aqueles que “negavam” segundo a visão da igreja católica os ensinamentos de Cristo e da igreja, ferindo a ortodoxia, sendo que os “hereges” eram submetidos a penas que variavam desde o confisco de bens até a morte quando eram eliminados publicamente.

Uma das grandes cenas de horror do que pode fazer a intolerância religiosa ocorreu na noite de São Bartolomeu em que católicos franceses reprimiram os protestantes começaram em 24 de Agosto de 1572 e duraram vários meses, inicialmente em Paris e depois em outras cidades francesas, vitimando entre 30 mil e 100 mil protestantes franceses huguenotes.

Desse modo, imputar-se a culpa a ateus pelas matanças e transformar crenças religiosas como bastião da virtude, da moral, da ética e do amor ao próximo, é um erro histórico de proporções imensas, além de ser uma leviandade falaciosa, ou seja, é IGNORÂNCIA aliada à DESONESTIDADE e à MÁ FÉ.

Em suma, referente às formas de governo acima, qualquer coincidência com as religiões fundamentalistas é “mera semelhança”...

Moral, fraternidade, ajuda ao próximo, etc., não necessitam de religião. São meras questões de consciência social. Há muitos ateus que possuem bem mais caráter que carolas de carteirinha.

É só consultarmos a mídia acerca de certas travessuras que ocorrem dentro de igrejas com seus representantes, a mentira dos fundamentalistas e seu estelionato intelectual por meio de teorias esdrúxulas como DI e criacionismo.


CRÍTICAS SEM FUNDAMENTO - Parte IV

[A segunda falha ocorre por desconsiderar que a Bíblia foi capaz de transmitir conceitos reais sobre o mundo físico, a despeito de não fazer uso de linguagem rigorosamente científica. Um exemplo: as Escrituras já afirmavam, em uma época tão remota quanto 700 a.C., que a Terra era redonda (Is. 40:22). O termo "redonda" (do heb.: חוג , chuwg, círculo, compasso) se refere à palavra que é melhor traduzida por Terra (o termo hebraico ארץ, 'erets, tem, como primeira acepção, o sentido de toda a Terra, em oposição a uma parte dela, ou em contraste com o céu.) [5]. Costumo exemplificar da seguinte forma: imagine que um aluno se esqueceu de trazer um trabalho. Eu lhe dou a oportunidade de ligar para casa e pedir à mãe que envie a atividade por e-mail. Quando ele faz a ligação, quem atende é a empregada, que não entende nada sobre computadores. Para garantir que o trabalho seja enviado, ele simplifica a mensagem, evitando termos específicos, a fim de que sua mãe receba o recado correto. Deus fez mais ou menos assim: enviou o recado certo numa linguagem simplificada, através de um povo cuja mentalidade era outra. Mas o recado é verdadeiro, em qualquer linguagem.
Alguns podem dizer que é apenas um modo de falar, que é uma relatividade segundo a visão do observador. Eu concordo, mas os autores não tinham essa interpretação e essa visão era tida como o real.]

Nenhum livro religioso se trata de um compêndio científico. Outros livros de outras crenças também deixaram suas mensagens assim como a bíblica. Todavia, tudo isso foi o trabalho de homens tentando interpretar a vida, o céu, seu destino, a morte, o nascimento, etc..

As questões religiosas servem para dar sentido às coisas, pois isso é uma particularidade de nosso cérebro. Precisamos de um sentido para estarmos e vivermos o aqui e o agora, bem como saber o que aguarda em nosso futuro.

Sobre o versículo de Isaías há um equívoco Ele é o que está assentado sobre a redondeza da terra cujos moradores são como gafanhotos...

A redondeza chuwch significa o raio de distância de um local a outro, realmente é círculo, pois se refere a um plano, não esfera.

Duwr (דור) que é o que denotaria a esfericidade da Terra.

Ora, hebreus sabiam muito bem o que era uma figura plana (2 dimensões) e o que era uma figura espacial (3 dimensões). Tanto que até o mesmo Isaías diz: Isaías 22:18 — Certamente te enrolará como uma BOLA, e te lançará para um país espaçoso...

Também, devemos lembrar que o nome de Terra ao nosso planeta veio do grego Gaia.

Numa versão moderna, Eretz pode ser denominado como o Planeta Terra. Mas o vocábulo eretz que à época, assim como hoje, se referia às terras nas cercanias de um local ou a terras estrangeiras, não ao planeta em si, pois tal concepção para hebreus era algo que não existia.

Hebreus não se tratavam de um povo ligado à pesquisa, denominada astrológica (estudo dos astros e de sua influência em nossas vidas) ou astronômica (a ciência respostas aos fenômenos físicos que ocorrem dentro e fora da Terra). Tinham de se preocupar com seus rebanhos, com a agricultura e com invasores.

Ao se assentarem, a dedicação dos intelectuais da época era quase que completamente voltada à religião, à lei do Tanakh e aos rituais do Templo. Ou seja, nada de pesquisa científica, exceto aquela voltada a construção do Templo.

Dessa forma, cada local estrangeiro era denominado de terra (eretz), genericamente, como também, fazemos hoje.

Ao que cabe à mitologia hebraica, o mundo acabava em um limite traçado por Deus quando este fizera a Terra a qual está sobre o abismo, ou seja, sobre o nada, onde “nada” é adaptação de "ló" (אֹל), que quer dizer não, ou seja, é a negação de qualquer coisa JÓ [26: 7;10]. Há menções sobre a abóbada do céu, como em JÓ [22:14] e AMÓS [9:6].

Há que se lembrar que a visão de mundo antiga era algo restrito a novas localidades e povos. Assim, pela limitação de contato com outros grupos humanos da época, hebreus, hititas e egípcios não faziam a menor idéia de que existiam celtas, indígenas ou chineses e, vice-versa.

Embora a bíblia não declare o geocentrismo, suas explicações sobre a relação da Terra com o Cosmo parecem adotá-lo, assim como não há declarações bíblicas sobre a Terra plana, sendo que as explicações sobre a forma da Terra também indicam tal idéia.

Lembramos também que o sistema heliocêntrico fora proposto por Aristarco de Samos, por volta do se. III a.C na obra Arenarius referida por Arquimedes. A teoria heliocêntrica somente ganharia reconhecimento e validade mais de mil anos depois, com Copérnico.

Dessa forma, atribuir que hebreus detinham o conhecimento de uma Terra esférica e de um sistema solar heliocêntrico, não é apenas ignorar o contexto histórico - antropológico- sócio-cultural em que o Tanakh (bíblia) foi escrito e também quanto à especificidade de determinadas palavras pertencentes à língua hebraica e seu real significado.

Também é ignorância histórica e filosófica, além de haver muita má fé, pois passa uma falsa idéia dos escritos e do povo hebreu antigo.

CRÍTICAS SEM FUNDAMENTO - Parte III

[Observada a parcialidade do articulista, vamos nos ater a análise de algumas críticas reproduzidas na matéria. A própria reportagem parece "cantar vitória" previamente no trecho a seguir: "[...] essas obras têm em comum a oferta de bem-nutridos argumentos para demolir de vez o mais resistente dos mitos: Deus." Para tornar mais acessível nossa crítica, passamos a elencar os argumentos contra Deus, pela ordem que aparecem.
1. A impossibilidade dos milagres: Em seu livro A Morte da Fé - Religião, Terror e o Futuro da Razão (a ser lançado), Harris dirige seus ataques contra os milagres. Ele desafia os cristãos a orarem por um amputado, para que ele seja restaurado [2]. Ele parte do pressuposto de que, em mundo natural (leia-se naturalista) tais eventos são impossíveis. Primeiro, temos que definir milagre: para os cristãos, tratam-se de eventos sobrenaturais, os quais desafiam a ordem física corrente no mundo como o conhecemos. Ficam excluídas as explicações fantasiosas para eventos ordinários ou fenômenos naturais, como, e.g., soem explicar o panteísmo e o misticismo oriental. Segundo, temos que notar que os milagres costumam ser eventos únicos, sob circunstâncias especiais, não-induzidas. Em terceiro lugar: embora os milagres fossem forma eficaz de validar o ministério de Jesus e dos apóstolos, não constituem a prova final, mas apenas um meio de conduzir à mensagem do Evangelho - mesmo Jesus Se recusou a realizar milagres para provar Sua messianidade (Lc. 23:8). A melhor forma de avaliar os milagres é averiguar a historidade de seus registros [3].]

Milagre na acepção da palavra seria uma intervenção divina ou paranormal na natureza. Todavia, é tudo aquilo que não entendemos como sendo manifestações puramente naturais.

Ex. a santa da janela; para ignorantes é um milagre, mas sabemos que é um fenômeno puramente natural, causado por aquecimento do mau condutor de calor denominado vidro.

Quevedo desmascara todos os “fenômenos sobrenaturais que desafiam a ordem física corrente no mundo como o conhecemos” com um sonoro: ITO Ê UMA GRANDE BESTERA!!!! NONECZISTE!!!!!

Engraçado... O que será que torna os “milagres cristãos” mais ou menos verdadeiros/fantasiosos que os “milagres de seitas orientais”?

O que são “eventos únicos, sob circunstâncias especiais, não-induzidas” a fim de que sejam parâmetros para um milagre?

Registros documentais, escritos após 70 a 200 anos da morte do suposto personagem, podem não guardar relações com a realidade, assim, as hipóteses de milagres são no mínimo duvidosas.

Mas tratemos um pouco mais sobre a questão dos milagres.

Milagre significa maravilhar-se. Eis um bom texto (
aqui).

Hume definiu o milagre como transgressão da lei natural por uma volição da divindade. O autor destaca que uma lei natural confirma-se com o peso de nossa experiência prévia. Mas isso não significa que as leis da natureza não tenham exceções milagrosas.

Hume insistiu que não há necessidade lógica ou universal das denominadas leis ou generalizações da ciência. É preciso sempre confrontar com a realidade a probabilidade de um milagre relatado.

E.g. nossa experiência sabe que seres humanos não andam sobre as águas. Caso alguém relate tal fato, é bem provável que esta pessoa tenha se enganado ou esteja tentando enganar o interlocutor.

No atual debate filosófico, a visão de Hume demonstra que não há evidencias de milagres baseados simplesmente na mera probabilidade de uma evidência histórica, embora aqueles comprometidos com uma visão religiosa não estejam impedidos de aceitá-los.

Na visão de Dawkins, em “O Relojoeiro Cego” os milagres não são sobrenaturais, mas parte de um espectro de eventos naturais mais ou menos improváveis, ou seja, caso um milagre ocorra será um colossal golpe de sorte.

Há eventos demasiado improváveis a fim de que sejam considerados. Porém, não há como se saber isso antes de se fazer um cálculo. Todavia, neste cálculo, há que serem consideradas variáveis como o tempo e o número de oportunidades disponíveis para que tal evento ocorra.

Dessa forma, dado um tempo infinito e possibilidades infinitas, certamente o evento ocorrerá.

Assim, milagre é algo que acontece, mas é extremamente surpreendente, como, por exemplo, uma estatua de mármore acenar para você. Tal fato será considerado um milagre, uma vez que nossa experiência e conhecimento nos dizem que estátuas não se comportam de tal modo.

Mas moléculas de mármore sólido continuamente colidem-se umas com as outras em direções aleatórias, sendo que estas colisões anulam umas as outras, o que faz a mão da estátua permanecer parada.

Entretanto, por pura coincidência (improbabilidade multiplicada) se todas as moléculas se moverem na mesma direção a mão se moverá. E se elas inverterem a direção no mesmo momento, a mão se moverá em sentido oposto.

Assim, pode ser que a mão se mova, embora a improbabilidade para tal seja inconcebivelmente grande.

Enquanto certos milagres podem ser explicados em termos puramente naturais (e.g a cura pela fé), outros eventos estão fora do curso normal dos acontecimentos, o que gerou ceticismo filosófico sobre eles.

Para os teólogos modernos, atualmente, o milagre não se trata de condição mágica de eventos literalmente relatados, mas há que se buscar o seu significado simbólico (e.g. água converter-se em vinho significa a transformação e renovação espiritual).

Na visão do teólogo Paul Tillich o milagre indica o mistério do ser, uma ocorrência que é percebida como um sinal.

Mas como podemos falar do significado de um evento sem investigar se de fato ele ocorreu?

Aqui envolve a questão do que pensamos ser plausível. O que imaginamos como plausível situa-se numa faixa estreita num espectro muito mais amplo do que realmente é possível. Ás vezes, a faixa do plausível é mais estreita do que aquilo que existe de fato.

Dessa forma os eventos podem se dividir em:

Praticamente certos (o Sol nascer amanhã);

Ligeiramente improváveis (jogar um dado e acertar dois 6);

Improváveis (receber, em jogada honesta, uma mão com 13 cartas do mesmo naipe);

Absolutamente Improváveis (a estátua de mármore acenar para nós).

Assim, os milagres se encaixam nas duas últimas classificações, uma vez que, para nossos juízos subjetivos, pautados em nossas experiências, as probabilidades de ocorrência de ambos os exemplos dados, estão além da nossa capacidade de avaliação e compreensão, embora sejam perfeitamente calculáveis.

Assim, não há critério que nos permita dizer que qualquer evento que realmente tenha acontecido esteja além da capacidade de causas puramente naturais, do mesmo modo que não podemos dizer de algo que um ser humano consiga fazer, por mais assombroso que seja, que esteja além de forças puramente humanas.

Isto é assim porque nossa evidência a respeito dos poderes da natureza, em geral, e de seres humanos, em particular, é precisamente e somente aquilo que a natureza e os seres humanos conseguem fazer. Ou seja, é a nossa experiência.

Se realmente ocorre um evento que não se enquadra debaixo de nenhuma das leis e teorias aceitas, isto somente mostra que as leis e teorias precisam ser modificadas de modo a enquadrar este evento, não que neste caso tenha havido uma interferência sobrenatural na ordem natural.

Atribuir a explicação ao sobrenatural não explica nada e mais uma vez, retornamos ao estanque dogmático da questão, o que fugiria a qualquer metodologia científica a ser utilizada na explicação do fenômeno tido como miraculoso.


[2. A obsolescência da Bíblia: Para Harris, tanto a Bíblia como o Alcorão representam "[...] 'o trabalho de homens e mulheres que viviam no deserto, achavam que a terra era plana, e para os quais um carrinho de mão teria sido um espantoso exemplo de tecnologia." [4] Essa argumentação falha em dois aspectos: primeiro, por nivelar todas as manifestações religiosas de um ponto de vista puramente naturalista. ]

Primeiro Sr. Douglas, todos os povos antigos tiveram suas manifestações religiosas como forma de apaziguar a rigidez do mundo em que viviam, pois tudo era incerto (a chuva, o verão, a caça a coleta). Além disso, a crença animista respondia os por quês das coisas serem como eram, pois os deuses estavam por trás de tudo e o xamã era a conexão do nosso mundo com o mundo dos espíritos.

As crenças evoluíram com a evolução social, o xamã passou a ser sacerdote e passaram a haver templos dentre os povos sedentários. Quando entendemos os ciclos naturais, bastava pedir aos deuses que eles se repetissem a fim de assegurar a vida (ex. o Egito e as oferendas para Osíris, que personificava o nascer do Nilo a cada ciclo de cheia).

Toda a manifestação religiosa tem sua historicidade esta puramente natural, pois cada sociedade molda sua religião ao seu reflexo e a crença hebraica não foge à regra.

Segundo Sr. Douglas, sobre a questão do naturalismo, o Sr. faz uma mega confusão conceitual em que nos vimos obrigados a esclarecer por meio da digressão abaixo:


O pensamento naturalista:

Em filosofia, naturalismo é a idéia de que uma explicação é justificada como se apoiada na evidência de um tipo empírico. Assim, o Naturalismo é a visão de que o método científico (hipótese, predição, teste, repetição) é a única forma efetiva de se proceder a uma investigação da realidade.

Podemos desmembrar o naturalismo conforme segue:

Naturalismo ontológico é a visão de mundo segundo a qual os estados de coisa, os objetos e as relações entre eles são constituídos exclusivamente por entes e situações que se dão num plano “natural”. Esse plano se define pela limitação aos fatos que se dão no espaço e no tempo e que são, ao menos possivelmente, acessíveis à experiência comum, estando excluídas as manifestações de entidades sagradas.

Naturalismo filosófico inclui materialismo e racionalismo. Pode ser definido como um conjunto de pontos de vista no qual os seres humanos, são puramente fenômenos naturais, produtos de uma evolução e o restante das coisas do universo, assim se enquadram, como fenômenos meramente naturais.

O materialismo sustenta que a única coisa da qual se pode afirmar a existência é a matéria. Para tal forma de pensamento, fundamentalmente, todas as coisas são compostas de matéria e todos os fenômenos são o resultado de interações materiais.

O materialismo opõe-se ao
idealismo, posição central da subjetividade que se traduz no primado do Eu subjetivo como ponto central.

A religião em si se volta ao idealismo platonista (ontológico), onde a realidade apresenta uma natureza essencialmente espiritual, sendo a matéria uma manifestação ilusória, aparente, incompleta, ou mera imitação imperfeita de uma matriz original constituída de formas ideais inteligíveis e intangíveis.

Em âmbito prático, no idealismo há a propensão a idealizar a realidade ou a deixar-se guiar mais por ideais do que por considerações práticas.

O racionalismo é a corrente filosófica que iniciou com a definição do raciocínio (operação lógica discursiva e mental). No racionalismo usam-se uma ou mais proposições para extrair conclusões se uma ou outra proposição é verdadeira, falsa ou provável.

O naturalismo epistemológico defende que os problemas da teoria do conhecimento são, no fundo, problemas a serem discutidos pelas ciências.

Em relação à ciência, há duas maneiras segundo as quais ela não pode ser sobrenaturalística:

A ciência não pode fazer a suposição de que os fenômenos são sobrenaturais. A Ciência tem de assumir que tudo que possa ser observado é acessível por uma investigação naturalística. Isto se trata de naturalismo metodológico.

Esta forma de naturalismo assume a restrição naturalista apenas como ponto de partida para o estudo e compreensão do mundo, mas que não exclui a possibilidade de existência de seres sobrenaturais e de sua interação com a realidade natural em princípio.

A ciência deve também evitar explicações sobrenaturais. Isto se denomina naturalismo explanatório.

Qualquer explicação que usa ‘explanadores’ (algo a explicação) não-naturais, falha em ser testado. A qualidade da ciência se resume no fato de que suas explicações têm de ser testáveis.

A razão para isto está no que a filosofia chama de epistemologia (oriunda da palavra grega para crença, epistemé, mas usado no sentido de conhecimento, conseqüentemente, ‘estudo do conhecer’).

Caso a ciência se valha de explicações sobrenaturais para explicar o que desconhece, tal atitude destruiria o seu conceito. Passaria a ser teologia e não ciência natural.

[Se tornamos o Naturalismo filosófico o juiz das demais cosmovisões, já estamos admitindo sua superioridade. Mas quem julga o naturalismo? Estaria ele acima das análise crítica que impõe a outras visões de mundo?]

De acordo com a explicação acima referente ao que é o naturalismo, podemos perceber que o Sr. Douglas não faz a menor idéia do que é naturalismo filosófico, metodológico, epistemológico, ontológico ou explanatório. Confunde-se em demasia e aplica muito mal o conceito de naturalismo, no que concerne a suas diversas nuances.

A forma naturalista de se ver o mundo já foi há muito tempo julgada como a melhor forma de explicar a natureza, desde os pré-socráticos (você está meio atrasado ein Douglas?!), pois libertou as explicações mundanas e naturais da forma de explicação por meio do mito utilizado em eras anteriores. Isso realmente, por parte dos gregos foi fazer ciência.

O naturalismo filosófico em nada se presta a examinar “cosmovisões” de mundo ou de crença. Estas devem ser tratadas pela filosofia e pela teologia, respectivamente.

Todavia, o naturalismo metodológico e o naturalismo explanatório, partem do naturalismo ontológico e do naturalismo epistemológico sim, pois a eles cabe procurarem e entender como, onde, quando, em que contexto e por que estas cosmovisões surgiram.

O naturalismo metodológico e o naturalismo explanatório saem em busca da historicidade, da ciência, da sociologia e da antropologia dos povos antigos, de modo a traçarem seus perfis, modos de vida e também suas formas de crença e explicar sua relação com a sociedade objeto de estudo.

Aqui, bem como nas ciências naturais, as análises são feitas dentro da lógica formal, onde necessitamos de premissas verdadeiras, as quais estão sob os cuidados do cientista, a fim de se construírem os silogismos e, assim, chegar-se a uma conclusão verdadeira para os argumentos. Estamos tratando de ciência.

Agora, cada cosmovisão de mundo e de crença têm suas particularidades que somente podem ser examinadas sob a lógica do verossímil, guiadas pela lógica dialética, onde não há importância em se colherem premissas verdadeiras.

Assim, tais cosmovisões se tornam especiais e verdadeiras dentro de seus sistemas particulares. Vale convencer o interlocutor e não a veracidade das premissas construtoras dos argumentos.

Fora de seus respectivos sistemas, é um grande erro traçar qualquer parâmetro comparativo entre cosmovisões, a fim de dizer ser uma superior ou inferior a outra, ou ser uma forma de pensar mais ou menos verdadeira que outra.

[Deveríamos analisar cada proposta pela sua coerência e sua correspondência com o mundo ao redor.]

Finalmente uma bola dentro ein Douglas!!!


CRÍTICAS SEM FUNDAMENTO - Parte II

O filósofo Alvin Plantinga merece um post aparte, uma vez que sua doutrina filosófica é um tanto complexa de ser entendida, pois envolve muitos conceitos de nível elevado de dificuldade para a compreensão.

Alvin Plantinga (leitura recomendada sobre suas teses aqui e aqui) é o principal filósofo protestante ortodoxo dos EUA de orientação calvinista. Seus trabalhos mais importantes giram em torno da epistemologia em geral e epistemologia da religião cristã.

Sua trilogia em epistemologia ("Warrant: the Current Debate", "Warrant and Proper Function" e "Warranted Christian Belief") publicada pela Oxford University Press é um clássico.

Nela ele propõe uma forma externalista de justificação epistêmica baseada no conceito de "proper function" - um conceito próximo do confiabilismo, mas que pressupõe a noção de que o "aparelho" humano de formação de crenças é basicamente adequado.


O confiabilismo é uma alternativa às teorias causais da justificação, defendendo que os processos formadores de crenças não nos fornecem necessariamente conhecimento, mas antes disso, justificação.

Para o confiabilista, a justificação é fruto de uma característica dos processos que formam as crenças de alguém. Se eles tendem a produzir mais verdades do que falsidades, então eles são confiáveis e, com isso, geram justificação.

Não é necessário que o crente tenha qualquer tipo de acesso à confiabilidade do processo.

Essa teoria supõe que o nosso principal método de justificar as nossas crenças é apelar para o que tem sido fiável no passado.

Assim, se eu quero provar para alguém que eu poderia falar russo, poderíamos ambos ir aum falante nativo da Rússia ou a um professor no departamento de línguas em uma universidade, que poderia confirmar esta habilidade. Eu poderia também traduzir alguns livros russos ou tentar demonstrar o meu conhecimento, respondendo às suas perguntas sobre o idioma.

Esses métodos seriam aceitáveis para diferentes graus, dependendo de quão confiável eles provaram ser. Por exemplo, o fato de que posso "provar" a um grande grupo de pessoas que eu posso fazer uma moeda desaparecer não é muito confiável (um fato que exploram mágicos de palco).

Existem dois métodos principais de justificação confiabilista: o interno e o externo.

- A forma internalista de confiabilismo parece ser circular. Como sabemos que os métodos que usamos para definir que algo é verdade são realmente confiáveis? De que métodos poder-me-ia utilizar para verificar os meios a fim de estabelecer se o método de confiança é realmente de confiança, ou seja, se é ele próprio confiável? E assim por diante.

- A forma externalista é, obviamente, a mais confiável, porque lida com o que é visível para os outros. Então, se eu desejar estabelecer algum fato médico, eu posso visitar um médico, que estabeleceu formas e meios científicos de confirmar um diagnóstico.

Alternativamente, posso confiar nas minhas próprias sensações internas para informar-me da minha própria condição (que obviamente não é tão confiável ou abrir a demonstração).

A forma externalista está aberta à crítica de que só porque um método - como um termômetro - dá-nos uma resposta confiável, isto não significa que a resposta é verdadeira. Assim, um computador com um bug poderia fornecer sempre a mesma resposta a uma questão particular, mas tal resposta não seria a correta.

Uma objeção formulada por
Stephen Stich na fragmentação da razão, é de que o Confiabilismo geralmente considera que para a geração de crenças justificadas um processo precisa ser de confiança em um relevante conjunto de cenários possíveis.

No entanto, de acordo com Stich, estes cenários são escolhidos forma culturalmente tendenciosa. Stich não defende qualquer teoria alternativa de conhecimento ou justificação, mas afirma que todas as escolhas em termos normativos epistêmicos são culturalmente tendenciosas, ao invés de que apenas uma alternativa pragmática possa ser estabelecida.

Outra objeção comum ao confiabilismo é o problema denominado da generalidade Para qualquer dada crença justificada (por exemplo, ou de conhecimento), pode-se facilmente identificar os diferentes (ao mesmo tempo em funcionamento) "processos" de que a crença resulta. Alguns desses processos podem ser estatisticamente confiáveis, enquanto outros não.

Seria, sem dúvida, melhor dizer, em qualquer caso, que não estamos escolhendo qual processo resultou na crença, mas sim a forma de descrever o processo, a partir dos muitos níveis diferentes de generalidade sobre a qual ele pode ser descrito com precisão.

Entretanto, tal alternativa na mão de religiosos não passa de argumento ad consequentiam, no qual uma premissa é verdadeira ou falsa em função das conseqüências desejadas, ou indesejadas, para a qual esta premissa conduz.

O raciocínio confiabilista se torna uma variedade do
apelo à emoção , ou seja, passa a ser uma forma de falácia lógica (erros de raciocínio ou de argumentação), uma vez que estabelece o valor de uma premissa de acordo com o desejo daquele que traça suas justificativas. Além disso, este raciocínio possui sempre um conteúdo subjetivo, embora não dependa de nossos desejos.

Conforme Plantinga expõe, sua proposta naturalista em epistemologia não se manteria no contexto de um naturalismo ontológico, mas sim apenas de uma metafísica que admitisse outro tipo de realidade que não apenas aquela estudada pelas ciências naturais. É daí que surge seu argumento contra o naturalismo epistemológico.

Plantinga o chama de “argumento evolutivo contra o naturalismo ontológico” e toma cuidado em esclarecer que não está atacando a teoria da evolução darwiniana, mas a conjunção do naturalismo com a tese de que os seres humanos evoluíram segundo explana esta teoria. Isso o projetou como o principal filósofo cristão evangélico no mundo contemporâneo.

Também, apresenta uma crítica detalhada do
fundacionismo (ver também aqui) clássico, das diversas formas de coerentismo e de confiabilismo, e fornece uma defesa da racionalidade do teísmo cristão, incluindo não somente a crença em Deus como também as doutrinas clássicas do cristianismo.

O fundacionalismo ou fundacionismo
se refere a qualquer teoria epistemológica que se baseie no conceito de crenças básicas, ou fundamentos para a construção do conhecimento. Ou seja, é o ponto de vista epistemológico segundo o qual o conhecimento deve ser concebido como uma estrutura que se ergue a partir de fundamentos certos e seguros.

A perspectiva epistemológica do fundacionismo afirma que as nossas crenças se apóiam em um número reduzido de crenças mais básicas que servem de fundamento a todo o conhecimento.

Os alicerces do conhecimento têm de ser formados por um tipo diferente de crenças, cuja evidência seja indisputável. Assim, o fundacionalismo constitui uma perspectiva acerca do modo como se estrutura a justificação do nosso conhecimento.

Quando pensamos no modo como justificamos a maior parte das nossas crenças, verificamos que o fazemos recorrendo a outras crenças que nos parecem mais evidentes do que as anteriores.

Mas estas crenças precisam, por sua vez, de ser justificadas com outras crenças ainda mais evidentes, e assim sucessivamente, a não ser que se disponha de um conjunto limitado de crenças fundamentais e completamente evidentes, que bloqueiem o risco de regressão ao infinito.

O fundacionalismo constitui, por isso mesmo, uma resposta às dúvidas dos céticos acerca da possibilidade de justificar satisfatoriamente as nossas crenças e opõe-se ao coerentismo, segundo o qual as nossas crenças se apóiam mutuamente entre si, sem qualquer necessidade de recorrer a qualquer tipo de crenças que lhes sirvam de fundamento.

É de salientar que as crenças fundamentais exigidas pelo fundacionalista tanto podem ser de natureza empírica, apelando assim para um tipo de evidência sensível, como de caráter racional, apelando para uma evidência de tipo racional.

Para o Coerentismo, há a idéia de que toda justificação depende de um sistema, em virtude das “relações de coerência” que existem entre as crenças. Segundo esse coerentismo, a justificação de qualquer crença acaba em um sistema de crenças com o qual a crença justificada é coerente.

Assim, os coerentistas negam que a justificação seja linear, como sugere o infinitismo. Afirmam que toda justificação depende da coerência com um sistema de crenças. Logo, o conhecimento é antes encarado à maneira de uma teia ou sistema de crenças coerentes entre si, que se sustentam mutuamente, dispensando qualquer necessidade de uma crença — ou de um conjunto de crenças — em que todas as outras se apóiam.

Cada uma de nossas convicções ligadas umas às outras, formam uma totalidade consistente e auto-sustentada. Este é o modo como, de fato, se estrutura a justificação das nossas crenças, demarcando-se o coerentismo tanto do ceticismo como do fundacionalismo.

Para um cético, é impossível encontrar justificações satisfatórias para as nossas crenças, coisa que um coerentista rejeita; para um fundacionalista, as nossas crenças justificam-se a partir de um número limitado de crenças mais evidentes e fundamentais, como sustenta Descartes com o célebre cogito ergo sum, coisa que o coerentismo também rejeita.

Plantinga é um destacado proponente do Molinismo, doutrina que busca conciliar a idéia de livre-arbítrio à graça e onisciência divina. Basicamente, o molinismo sustenta que, além de saber tudo o que acontece ou irá acontecer, Deus também sabe o que iria acontecer caso a pessoa agisse de modo diferente.

Mas será que deus sabe se a pessoa vai agir de modo diferente? Bem, se souber, para que deus faria conjecturas referentes a como a pessoa agiria? Se deus sabe de tudo antes de acontecer, a pessoa não estará agindo jamais de modo diferente, mas dentro daquilo que está selado em seu destino, o qual fora estipulado por deus. Ou seja, tudo está pré-determinado em nossa vida e, portanto, não existe livre arbítrio. Doutrina um tanto estranha...

Segue
aqui uma resposta ao trabalho deste autor. Este artigo escrito por Jaco W. Gericke sugere que o argumento de Plantinga referente à epistemologia reformada não deve ser levado a sério devido a sua carga de fundamentalismo e devido a resultantes falhas em compreender a natureza e por conter debates hermenêuticos bíblicos, referentes aos últimos 200 anos que já foram resolvidos pelos estudiosos da área.


Para chegar as conclusões dos três expoentes ora citados, não há necessidade de estudar muito. Basta ler a bíblia, dar de ombros e dizer “foi deus”.

Os três possuem especializações excelentes para não explicar nada e meramente enrolar; Craig é ótimo em má filosofia e má teologia, além de ser um aluno nota zero em ciências (veja o debate com o Dr. Atkins no You Tube), o mesmo vale para Plantinga. Já, Dembski, por meio de suas teorias esdrúxulas, faz má teologia, má religião e má ciência.

Imaginemos um "dream team" cristão:

Time titular: Plantinga, Dembiski, Craig, Naor Neves, Adauto Lourenço, Behe, Henry Morris, Phillip Johnson, Stephen Meyer, Duane Gish e Enézio de Almeida (capitão);

Time reserva: Isaac Malheiros (o criador da “nova lógica” para dar suporte ao cristianismo como a verdade absoluta acima de tudo), Marcos Eberlin, Malafaia, César de Azevedo, Jonathan Wells, Christiano Neto, Sabino (de a lógica do Sabino), Orlando Fidelli, Urias Takatohi, Euler Pereira e Michael Denton;

Animadoras de torcida: Dra Márcia, Marina Silva, Sarah Palin, Rosinha Mateus, “bispa” Sônia, Queila de Souza e Sra. Resumo da Ópera (a repetidora dos mantras sagrados do DI e da lógica desvirtuada do Isaac).

Chefe de torcida organizada: Júlio "frouxo" Severo; O covarde fujão que lança seus seguidores em uma "jihad" contra homossexuais e,depois que é chamado pelo MP a fim de prestar esclarecimentos pelas suas más ações, foge do País e ainda quer pousar de coitadinho e mártir perseguido pelo sistema.

Cartolas: Macedão, Mirandão, Ernandez, Garotinho, RR Soares, Osho (não é cristão, mas tem $$$), Bob Larson (aquele pastor exorcista que se julga possuir poderes para afastar demônios e claro!!! Cobra bem por seus serviços) e Rex Humbard;

Presidente: George Bush (sim o presidente dos EUA);

Conselheiro: Rev. Reiss;

Marketing: o muçulmano fundamentalista Harum Yahya ou Adnan Oktar o autor do “fantástico” Atlas da Criação que fora distribuído a vários professores de ciência.

Inclusive um destes veio parar na minhas mãos, o que quase me fez ter um ataque cardíaco acompanhado de um derrame cerebral após verificar o conteúdo de idiotices que existe lá dentro. Mas como tenho bom humor, o tal “Atlas da Criação” me arrancou boas gargalhadas e fez criacionistas caírem mais um pouco em meus conceitos.

Há que se lembrar que o bacana também fez o lobby para proibir o site de Dawkins na Turquia.

Apoio espiritual: Amit Goswami (este não deve ser cristão, mas pode ser o guru espiritual do time);

Treinador: Sir Douglas Reis;

Mascote: a pregadora mirim Adrianinha;

Patronos: W. Palley e Ellen White.

Não precisa por o time da criação ou de Cristo em campo, pois mesmo que entre, com este plantel, o jogo estará perdido. É melhor poupar a religião e o cristianismo de vexames. Este time seria de matar, arrebentaria!!! (qualquer um de rir...).

CRÍTICAS SEM FUNDAMENTO - Parte I

INTRODUÇÃO:

Um artigo denominado
NÃO, ELE VIVE PARA SEMPRE! Apresenta uma série de impropriedades e argumentos falaciosos a fim de sustentar uma posição religiosa como algo racional e superior às demais que existem.

Tal artigo comete falhas filosóficas, lógicas e científicas, porém busca de uma forma sem qualquer sentido e com argumentação paupérrima atacar a biologia evolutiva e a sua forma naturalista de pensar.

Também busca estabelecer a religião como o bastião da moralidade e da verdade acima de tudo, valendo-se de uma argumentação extremamente calcada em falácias e sofismas.

Vejamos (escritos do artigo entre colchetes):


[Sam Harris: por que ele não começa a desafiar sua própria crença com o devido rigor?

Cada vez mais autores procuram desacreditar o Cristianismo. Obviamente, não se trata de um fenômeno da pós-modernidade; entretanto, parece haver um esforço consciente para varrer a religião de Jesus, de uma vez por todas, o que ganha força com a maciça promoção da mídia. Quem está à frente de uma nova investida nesse sentido é o filósofo Sam Harris, autor de alguns trabalhos anti-cristãos. Propomos efetuar uma leitura crítica das opiniões desse autor, conforme divulgadas na edição de Outubro da revista Galileu.[1] Ao mesmo tempo, apresentamos alguns argumentos, visando validar a racionalidade do Teísmo Cristão.]

Bem, de início, a proposta do Sr. Douglas soa descabida, no que concerne a validar a racionalidade do Teísmo Cristão, o qual é tão “racional” quanto qualquer forma de teísmo ou crença religiosa que existe neste mundo.

Esta simplesmente ocorre com argumentos lógicos emprestados dos gregos, sendo que aquilo que não era interessante varreu-se para debaixo do tapete.

Todavia, para se entender o cristianismo e sua base filosófico- religiosa temos de fazer uma viagem na história do pensamento mítico, religioso egípcio, persa, babilônio, acadiano, sumeriano, cristão propriamente dito, a fim de entendermos sua base religiosa.

Em termos filosóficos, teremos de fazer uma viagem à Grécia dos pré-socráticos, de Sócrates, Platão e Aristóteles, para chegarmos ao período helenístico e ao encontro entre o pensamento grego, o judaico e o romano, a fim de traçarmos as bases para entendermos a sistematização do pensamento cristão durante a idade média, onde conheceremos dentre outros personagens Agostinho e Tomas de Aquino.

Mas isto será um tópico futuro.


[Sem fugir à regra de reportagens desta estirpe, DM levanta um questionamento sugestivo, a respeito da sobrevivência da religião, sem oferecer contraponto algum para que o leitor analise as coisas por si mesmo. Não deixa de ser curioso que Sam Harris ganhe destaque, enquanto por aqui ninguém ouve falar de Alvin Plantinga ou William Lane Craig, para ficarmos com dois exemplos. Ambos são influentes filósofos, bastante respeitados nos círculos acadêmicos. Também são cristãos militantes, que escrevem artigos e participam de debates sobre temas ligados à Religião. Por que eles sequer são citados? Talvez a pergunta, posta de modo impertinente, fosse: reproduzir, com isenção, os argumentos pró-Cristianismo ajudaria a vender revista na mesma proporção que divulgar idéias contrárias a essa religião? É muito fácil marcar gols na ausência do time adversário.
Vale lembrar que Harris é estupendamente credenciado pela revista ("[...] o ensaísta norteamericano Sam Harris, estudou filosofia em Standford e concluiu doutorado em neurociência sobre como o cérebro lida com a crença. Isso deu a ele base necessária..."); ora, se o número de PHDs é credenciamento, valeria exaltar William Dembski, preponente do Desing Inteligente: Dembski possui títulos em Matemática, Filosofia e Teologia!]


Craig é um apologista cristão cuja capacidade em falar idiotices é espantosa. Começa em tentar dar a cara de algo racional ao cristianismo. Craig se tornou um debatedor profissional cuja missão é refutar argumentos ateístas e contrários a sua fé. Porém seus argumentos, a meu ver, não passam de falácias. Vejamos:

Craig sempre está pronto a construir todo o tipo de argumento que cristãos adoram ouvir e comemorar que ele é o máximo. O debate entre ele e Ehrman demonstra claramente que Craig não é sério.

Craig procurou provar que o Cristo ressuscitou valendo-se da argumentação referente aos quatro fatos, sendo os três primeiros bíblicos e somente o último realmente histórico sobre a vida de Jesus:

Seu sepultamento por Arimatéia;
O tumulo vazio;
As visões post-mortem;
O surgimento da fé cristã.

Dessa forma, com base nestas hipóteses, Craig conclui pela ressurreição. Ou seja, ele não pensou na hipótese dos três fatos anteriores terem sido mera invenção.

Mesmo que haja menções sobre estes supostos fatos fora da bíblia, estas são questões de cunho duvidoso, no que se refere a sua veracidade, pois, ao que parece, foram acrescentadas pelos copistas, muito tempo depois.

Quanto ao surgimento da fé, não é confirmação de que Jesus ressuscitou, como a fé egípcia não confirma que O mundo dos mortos e a peleja Osíris X Apep existiu ou existe.

Quanto a Ehrman, eis sua afirmação no curso do debate: “O que nós temos são relatos escritos décadas depois dos eventos por pessoas que ouviram histórias em circulação, e não é de maneira nenhuma difícil imaginar alguém inventando esta história.”

Em parte alguma de seus livros Ehrman diz ser o sepultamento de Jesus um fato histórico e confiável.

Além disso, Craig usou uma matemática pós-apocalíptica altamente obscura (uma aplicação esdrúxula do teorema de Bayes, ao que pude entender) para provar a existência de deus (fala sério).

Sua conclusão é o argumento grego (pitagórico, platônico e aristotélico), mesclado com a argumentação ontológica de Agostinho e as 5 vias de Tomás de Aquino.

Ehrman, como bom conhecedor que é do cristianismo primitivo, foi muito profissional e acadêmico (como é do seu feitio) durante o debate.

Craig ao contrário se baseou em retórica vazia, pois expõe argumentos ao gosto da fé dos espectadores.

Craig alega em seus argumentos que a improbabilidade do genoma humano ter surgido naturalmente é ínfima e, portanto isto é uma "evidência" de que deus existe, conforme ele mesmo diz. Então pela concepção de Craig, tudo que é infimamente improvável, na natureza, se torna evidência de que deus existe.

Craig afirma que quando do Big Bang, deus colocou lá todos os meios para que a vida existisse. Ou seja, subentende-se é um brilhante retorno ao princípio antrópico (é aonde ele chega).

A argumentação de Craig é sempre a mesma: isto que está escrito não é bem isto que significa ou se você não pode explicar ou é muito improvável, então deus existe. Ou seja, Craig sabe como envolver o seu oponente em uma teia de falácias e mentiras.

Craig é especialista em rebater argumentos com respostas aparentemente lógicas, porém sem qualquer fundamento, técnica muito utilizada por cristãos. Suas falácias mais comuns são:

Apelo à autoridade; apelo à novidade; exposição ao ridículo; argumento da ignorância; argumento ad popolum; ofuscar o interlocutor com ciência e matemática mal aplicadas; falácias da parte pelo todo; apelo à emoção; bulverismo; bola de neve; circularidade; alarde à vitória, paralogismos, falácia de Hoyle, argumento ad consequentiam, dentre outras.

Quando não profere falácias ou sofismas (como no debate com Atkins), vale-se de argumentos filosóficos como se estes fossem científicos, ofuscando-os com teoria da probabilidade.

No vídeo "O Delírio de Dawkins" (aqui e aqui), as análises de Craig, são extremamente falhas.

Craig afirma que a explicação da explicação da explicação leva a uma sucessão infinita de explicações, e que por isso a ciência seria incapaz de explicar qualquer coisa. "Isso iria destruir a ciência", ele afirma.

Mas a partir de que Craig afirma que a Ciência seria destruída caso partamos para uma explicação de uma explicação?

Neste ponto, Craig ardilosamente confunde Ciência com religião, ou seja, aceita-se uma afirmação qualquer como resolução final. "Se não temos resposta para uma pergunta mais profunda, então devemos aceitar somente a explicação inicial". Isso é comum quando são apresentados quaisquer conceitos novos.

Se alguém explica determinado fenômeno, sob uma perspectiva, não significa que não exista uma explicação mais profunda para tal. Pode-se admitir que a primeira explicação é a mais profunda, mas esta será somente mera opinião.

Caso se busque uma explicação mais profunda para esta explicação, isso não implica que a ciência seja incapaz de explicar o determinado fenômeno. Mas, isso se trata do método científico, uma vez que a ciência é zetética, calcada no conceito grego de verdade denominado de alethea, no qual a verdade se assenta no conceito de evidência fática.

Diferentemente, ciências como filosofia e direito se assentam no conceito romano de véritas que se trata do poder argumentativo retórico (também oriundo da filosofia grega), bem como estabelecem dogmas como pontos de partida para determinados raciocínios. Mas mesmo assim, não dispensam esclarecimentos a fim de se conhecer como fora estabelecido o ponto de partida para o desenvolvimento da argumentação.

Quanto à religião esta se calca no conceito de revelação ou emunah, o qual, por uma questão de fé, dispensa maiores explicações de seus mistérios. Ou se crê ou não se crê nos dogmas apresentados pela crença, sem que se exija qualquer explicação sobre eles.


Assim, a visão apresentada por Craig em se dogmatizar uma explicação que deve assumir um caráter zetético, está completamente errada, pois aniquila o método científico e torna a ciência uma questão de mera argumentação e revelação, sem dar qualquer importância à força das evidências que respaldem a certeza do que se trata o fenômeno observado.

Craig sempre admite um Criador para explicar a existência de algo complexo como a melhor explicação (explicação valida por default). Assim, ele afirma que, se não existe nenhuma explicação melhor, a explicação que exclui questionamentos mais profundos é a que deve ser admitida como melhor.

Ou seja, a visão de Craig aqui respalda o repúdio ao questionamento que o DI e o Criacionismo afirmam ser irrelevante: “Quem é, quem criou e como o criador foi criado?”

Ou seja, é puro argumento da ignorância.

Sem qualquer critério, Craig assume que a mente de deus não é material, e por isso não é composta por partes, o que o levaria a idéia de simplicidade.

Ao assumir tal idéia, Craig implicitamente dogmatiza, que uma mente divina, por não ser material, não é formada por partes, ou seja, assume que a mente de deus é algo simples. Mas qual as evidências de Craig para assumir tal ponto de partida?

Craig acusa Dawkins de que ele parte da perspectiva referente a que o criador tem que ser tão complexo quanto o Universo criado, e que isso é 'claramente falso'.

Mas, segundo o que obviamente se percebe, é 'claramente falso' baseado em uma crença pessoal do próprio Craig, que no caso é a crença de que "a mente de deus é imaterial, e, portanto, não é formada por partes" que se opõe à crença pessoal de Dawkins (se ele cresse em deus) de que a mente do criador deveria ser algo complexo.

Ou seja, neste pondo a discussão não está mais no mundo científico. Aqui vale a discussão filosófica assentada na argumentação retórica. Em resumo, nem um lado nem outro chegará a uma verdade científica, pois o objeto discutido é externo ao escopo abraçado pela ciência.

Craig critica Dawkins porém cai, de forma inversa, no mesmo pecado em que condena a parte criticada.

Todavia, a conclusão firmada por Craig é no mínimo absurda. "Se a mente de deus é imaterial, logo ela não é formada por partes". Como Craig sabe que a mente de Deus é imaterial? O que o leva a concluir que o imaterial funciona (se funciona) como um todo ou é formado (se realmente é formado) inteiramente e não por partes?

Assim, nos raciocínios gerados por Craig existem premissas baseadas em pura fé particular do indivíduo, e como sendo questões de pura fé, são baseadas em absolutamente nada.

Ou seja, nada do que Craig afirma sequer possui respaldo filosófico, uma vez que apresenta o ponto estanque do dogma religioso, onde cessam as discussões; dirá respaldo científico.

Em resumo, Craig é um picareta disfarçado de intelectual, ou seja, é um mentiroso profissional que trata argumentação teológica e filosófica como se fossem científicas e pautadas pelo formalismo lógico e não pela lógica dialética.

Eu somente peço a Craig o seguinte: uma única evidência concreta de seu deus da mentira, não via argumentos filosóficos, mas sob uma visão estritamente científica.

Já Dembski, a todo custo tenta demonstrar a verdade de duas teorias completamente inconsistentes: a teoria da complexidade especificada e a lei da conservação da informação (aqui).

Ambas, indiretamente, buscam respaldar a prova do design, que é um método de demonstração de que o DI é válido por default, o que significa dizer que em não se aplicando o acaso e a TE, automaticamente, o DI está validado. Em resumo, é o mais puro argumento da ignorância.