Neste ponto, houve avanços no que se refere à síntese de biopolímeros conforme segue no texto abaixo sobre ribozimas:
Fontes:
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A noção de enzima = proteína, foi um conceito considerado correto até a década de 80, quando foi descoberta a existência de enzimas de RNA, as denominadas ribozimas.
Esta descoberta deveu-se aos pesquisadores Thomas Cech e Sidney Altman que com isso dividiram o Prêmio Nobel de química, seis anos depois. Eles demonstraram que no mecanismo de auto-montagem as moléculas de RNA podem apresentar propriedades catalíticas. RNAs com atividade catalítica recebem o nome de ribozimas.
A descoberta de ribozimas trouxe uma grande contribuição para a compreensão da evolução dos seres vivos no planeta, sugerindo que, provavelmente, as moléculas de RNA precederam as de DNA neste processo.
As siglas DNA, ou ADN, e RNA, ou ARN, são talvez as mais conhecidas pelos que se interessam pelas ciências biológicas. A primeira refere-se ao ácido desoxirribonucléico, matéria-prima dos genes, e a segunda ao ácido ribonucléico, que também participa na formação de proteínas e se torna cada vez mais importante.
Distinguem-se três tipos de RNA: o mensageiro, o transportador e o ribossômico, que se concentra nos ribossomos, nódulos citoplásmicos onde as proteínas são montadas.
Na década de 60, as principais funções atribuídas ao RNA eram puramente informacionais e estruturais.
Segundo o esquema então aceito, a informação codificada no DNA é transcrita em molécula linear (RNA mensageiro), que copia o código do gene com as instruções para produção de uma proteína.
A seguir, esse RNA sai do núcleo celular e se prende a um ribossomo.
Este move-se ao longo da molécula do cabeçote e traduz o código genético numa sequência de ácidos aminados que são carregados pelo RNA transportador. Quando pronta, essa cadeia de ácidos aminados constitui a proteína.
Naquele tempo, admitia-se que o RNA ribossômico fosse um mero andaime que mantinha em seus lugares os componentes da proteína. Depois, verificou-se que o andaime não é formado por proteínas do ribossomo, mas pelo RNA dessa estrutura.
Assim Cech (1982) e Altman (1983) demonstraram que o RNA exerce funções catalisadoras.
O que fazem as ribozimas? Elas participam do corte de moléculas de RNA mensageiro, o splicing, fazendo a remoção de "introns", ou seja, as regiões que não são traduzidas.
RNA autocatalítico foi descoberto no protozoário Tetrahymena e, nesse organismo, era capaz de se autoprocessar, retirando um íntron de forma perfeita, na ausência de qualquer outra proteína.
A posterior descoberta de um rRNA que era responsável pela ligação peptídica entre dois aminoácidos reforçou a idéia de que um RNA poderia ter funções catalíticas.
Talvez um RNA primordial poderia ser responsável pelo início da vida e teria a capacidade de se autoduplicar e produzir polipeptídeos a partir de moléculas precursoras.
Na década de 60 Carl Woese, Francis Crick e Leslie Orgel, ao contemplarem a extraordinária complexidade funcional e estrutural do RNA, propuseram que essa macromolécula poderia possuir uma função catalítica além de sua função básica informacional. Uma descoberta dessa função poderia abrir um novo campo de estudo sobre os primórdios da vida.
E foi exatamente isso que se descobriu, RNAs com funções catalíticas. Essa descoberta permitiu a formulação de várias outras hipóteses sobre o surgimento da vida. Com a observação de algumas dessas moléculas poderiam catalisar sua própria replicação, criou-se uma hipótese de um mundo primordial formado apenas por moléculas de RNA.
Nesse mundo do RNA, como foi chamado, as moléculas de RNA comportavam praticamente como organismos vivos, competindo entre si por meio de seleção natural.
Aquelas que possuíam maior longevidade, estabilidade, replicavam-se mais vezes e com maior fidelidade de cópia logo aumentavam sua população no pool de moléculas existentes e proporcionavam a extinção das moléculas mais instáveis e com características menos adequadas.
Com o surgimento do código genético e a produção de proteínas criou-se um sistema enzimático mais eficiente, já que era separado do sistema informacional e não necessitava de uma estrutura especial para realizar as duas tarefas.
É provável que, à partir daí cada um dos sistemas pode evoluir com maior eficiência, produzindo uma molécula melhor e mais estável capaz de guardar informação genética (o DNA) e outra mais maleável, capaz de assumir milhares de conformações tridimensionais diferentes que atuassem em reações diferentes, gerando uma melhor especificidade enzimática.
José Fernando Fontanari (professor titular do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo e membro do corpo editorial dos periódicos Physics of Life Reviews e Theory in Biosciences) conta que a descoberta dessas moléculas (as ribozimas) dispensou a presença de proteínas no cenário pré-biótico e, portanto, resolveu em parte o paradoxo de Eigen mostrando que “função” e “informação” podem coexistir em uma mesma molécula. Essa descoberta deu origem ao novo paradigma da origem da vida, chamado mundo de RNA.
Entretanto, o problema da limitação no tamanho das ribozimas e, portanto na quantidade de informação armazenada no RNA, permanecia à espera de uma solução. Pior que isso, a teoria previa que apenas uma única espécie de ribozima sobreviveria - aquela com maior eficiência na replicação. Com isso, fica difícil explicar a vasta diversidade de moléculas que coexistem e interagem de forma coordenada nas células modernas.
Uma solução elegante para todas essas dificuldades – o esquema do hiperciclo – foi proposta pelo próprio Manfred Eigen em parceria com seu estudante de doutorado Peter Schuster. O hiperciclo é um esquema de reação cíclica, em que cada replicador auxilia a replicação do seguinte, até chegar ao último que, então, auxilia a replicação do primeiro, fechando assim um ciclo. Auxílio nesse caso significa catálise e, portanto, os elementos do hiperciclo deveriam ser simultaneamente replicadores e catalisadores (enzimas). Somente as ribozimas possuem essas características.
A possibilidade de coexistência entre ribozimas distintas no hiperciclo resolve o problema da limitação da informação, pois agora cada ribozima pode codificar uma parte apenas da informação total, a qual ficaria armazenada no hiperciclo como um todo. A informação contida em uma ribozima continua limitada pela fidelidade de replicação, mas se, por exemplo, três ribozimas distintas coexistirem num hiperciclo, a quantidade de informação é triplicada. Essa solução modular é adotada pela natureza ao dividir nosso genoma em 23 pares de diferentes cromossomos.
A idéia (ver desenho) é fechar um ciclo entre diferentes elementos, em que a ribozima a utiliza a b para otimizar sua replicação, enquanto b é auxiliado por c que, por sua vez, colabora com a.
Mas os hiperciclos não estão livres de problemas. A crítica mais severa levantada pelos biólogos evolucionistas é a possibilidade ou, como afirmam, inevitabilidade, de surgirem mutantes parasitas em alguma etapa desse processo. Por exemplo, um mutante gerado pela ribozima b pode continuar a receber auxílio de a, mas, por um defeito qualquer, não ser capaz de catalisar a replicação de c.
Este mutante parasita, que não contribui em nada com c, destrói todo o hiperciclo e torna-se a única molécula sobrevivente. “A manutenção de um ciclo como este depende de uma ação altruísta (de filantropia, caridade) de cada membro”, destaca Fontanari.
Ele explica que essa teoria é perfeita, mas a possibilidade de surgirem parasitas faz com que o hiperciclo não seja a explicação mais robusta para a origem da vida. “É preciso existir essa cooperação, mas é necessário resolver o problema dos parasitas”, completa o físico.
Segundo o físico, “a solução pode ser alcançada de forma surpreendentemente simples através do confinamento dos hiperciclos em vesículas ou células: o parasita destrói o hiperciclo da vesícula em que se originou, mas não consegue infectar as outras vesículas”.
Quanto à origem da primeira molécula auto-replicadora, talvez a resposta esteja na auto-organização da matéria distante do equilíbrio termodinâmico, campo de pesquisa ainda pouco explorado, que pode levar a descobertas de novas leis da física. Por enquanto, comenta Fontanari, a única alternativa científica para seu surgimento parece ser a geração espontânea.
Para Aleksandr Oparin, bioquímico russo pioneiro no estudo científico da origem da vida, como lembrado por Fontanari em um artigo na Scientific American (edição 40, setembro de 2005), “muito, muito em breve as últimas barreiras que separam o vivo do não-vivo cederão frente ao trabalho paciente e poderoso do pensamento científico”.
Creio que com a explicação acima dada por cientistas a questão dos biopolímeros esteja clara.
Mas, de onde vieram as ribozimas?
R.Desde a experiência de Urey-Miller, passou-se a sintetizar em laboratório os componentes simples das moléculas complexas, submetendo-se misturas de gases simples a energias diversas.
Com isso pôde-se obter aminoácidos, ATP, Bases nitrogenadas de DNA e RNA.
Leslie Orgel do Salk Institute descobriu uma molécula semelhante ao RNA, com 50 nucleotídeos formada espontaneamente a partir de sais de chumbo, e compostos de carbono simples, na ausência de células ou compostos complexos.
Manfred Eigen do Gottigen Institute, com sua equipe criou moléculas de RNA que se auto replicaram na ausência de células vivas.
Ao reagir consigo mesmo por 5 vezes, o ácido cianídrico (componente produzido no espaço interestelar e, provavelmente mais um dos candidatos a atmosfera pré-biótica), resultou em adenina, que compõe o DNA, RNA e ATP.
Uma vez que no mundo pré-biotico não havia proteínas, as quais interagem com moéculas numa reação, servindo como catalisadores, estes devem ser procurados entre os que estavam presentes no planeta.
Assim, metais e argilas possuem atividade catalítica e facilitam a reunião de cadeias curtas como as do RNA a partir de nucleotídeos.
Assim, é possível que o rRNA tenha se formado no mundo pré-biótico, o que resolve a síntese de proteínas, enzimas, RNA´s em geral e DNA.
Creio que tal explicação em termos científicos reduz as dúvidas quanto ao problema proteína/RNA/DNA.
Esse papel de omitir informações pega muito mal. É a típica artimanha criacionista: pautar-se por textos obsoletos ou travestidos de científicos.
DNA não é feito de proteína mas as proteínas auxilíam em sua síntese. RNA precedeu o DNA na síntese protéica.
Assim, conforme decorre do texto, ao que parece as proteínas surgiram primeiro, em um mundo de RNA, para depois servirem de auxiliar na síntese de DNA e, assim, de novas proteínas.
A retórica criacionista é tipicamente faláciosa conforme seguem os exemplos abaixo:
MAIORES DETALHES SOBRE FALÁCIAS E SOFISMAS, VEJA AQUI
O termo non sequitur significa literalmente "não se segue que". Nesta seção descrevemos falácias que ocorrem como conseqüência da sua forma de argumento inválida. As seguintes falácias são non sequiturs:
Definição:
- Todo o argumento com a seguinte forma é inválido:
Se A então B
Ora, B
Logo, A
- (i) Se jogamos bem ganhamos. Ora, ganhamos. Logo, jogamos bem. (De fato jogamos mal, mas o adversário jogou pior e o árbitro ajudou)
(ii) Se estou em Campinas, estou em São Paulo. Ora, eu estou em São Paulo. Logo, estou em Campinas. (Claro ainda que as premissas sejam verdadeiras, eu posso estar em Santos ou em Presidente Prudente.)
(iii) Se a fábrica estivesse poluindo o rio, então veríamos o número de peixes mortos aumentar. Há cada vez mais peixes a morrer. Logo, a fábrica está poluindo o rio.
- Mostre que, mesmo sendo as premissas verdadeiras, a conclusão pode ser falsa. Em geral basta mostrar que B pode ser conseqüência de outra coisa que não A. Por exemplo, a morte dos peixes pode ser provocada pela aplicação de pesticidas e não pela fábrica.
- Barker: 69, Cedarblom e Paulsen: 24, Copi e Cohen: 241
Definição:
- Os argumentos com a seguinte forma são inválidos:
Se A então B
Não-A
Logo, não-B
- (i) Se fores atingido por um carro quando tiveres 6 anos, morres jovem. Mas não foste atingido por um carro aos 6 anos. Portanto, não vais morrer jovem. (Claro que ele poderia ser atingido por um comboio com a idade de 6 anos e, nesse caso, morria jovem)
(ii) Se eu estou em Faro então estou no Algarve. Não estou em Faro. Logo, não estou no Algarve. (Mas pode estar em Olhão...)
- Mostre que a conclusão pode ser falsa mesmo que as as premissas sejam verdadeiras. Em particular, mostre que o consequente, B, pode ocorrer mesmo que A não ocorra.
- Barker: 69, Cedarblom e Paulsen: 26, Copi e Cohen: 241
Definição:
- O argumentador avança pelo menos duas proposições que não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo. Em tais casos as proposições podem ser contrárias ou contraditórias.
- (i) Montreal está a cerca de 200 km de Otava, enquanto Toronto está a 400 km de Otava. Toronto está mais perto de Otava do que Montreal.
(ii) John é maior do que Jake, e Jake é maior do que Fred, enquanto Fred é maior do que John.
- Assuma que um dos enunciados é verdadeiro e use-o como uma premissa para mostrar que o outro enunciado é falso.
- Barker: 157
Definição:
- O argumentador, em vez de atacar o melhor argumento do seu opositor, ataca um argumento diferente, mais fraco e/ou tendenciosamente interpretado. Infelizmente é uma das "técnicas" de argumentação mais usadas...
- (i) As pessoas que querem legalizar o aborto, querem prevenção irresponsável da gravidez. Mas nós queremos uma sexualidade responsável. Logo, o aborto não deve ser legalizado
(ii) Devemos manter o recrutamento obrigatório. As pessoas não querem o fazer o serviço militar porque não lhes convém. Mas devem reconhecer que há coisas mais importantes do que a conveniência.
- Mostre que o argumento oposto foi mal representado, mostrando que os opositores têm argumentos mais fortes. Descreva uma argumento mais forte.
- Cedarblom e Paulsen: 138
Definição:
- Numa analogia mostra-se, primeiro, que dois objectos, A e B, são simelhantes em algumas das suas propriedades, R, S, T. Conclui-se, depois, que como A tem a propriedade P, então B também deve ter a propriedade P. A analogia falha quando os dois objectos, A e B, diferem de tal modo que isso possa afetar o fato de ambos terem a propriedade P. Diz-se, neste caso, que a analogia esqueceu diferenças relevantes.
- (i) Os empregados são como pregos. Temos de martelar a cabeça dos pregos para estes desempenharem a sua função. O mesmo deve acontecer aos empregados.
(ii) O Governo é como o negócio. Assim, como o negócio deve ser sensível, em primeiro lugar, ao balanço final, também o governo o deve ser. (Mas os objetivos do governo e dos negócios são completamente diferentes; assim provavelmente têm de encontrar critérios diferentes)
- Identifique os dois objectos ou eventos que estão a ser comparados e a propriedade que se diz que ambos possuem. Mostre que os dois objectos diferem de tal modo que a analogia se torna insuficiente.
- Barker: 192, Cedarblom e Paulsen: 257, Davis: 84
Definição:
- A verdade da conclusão é assumida pelas premissas. Muitas vezes, a conclusão é apenas reafirmada nas premissas de uma forma ligeiramente diferente. Nos casos mais subtis, a premissa é conseqüência da conclusão.
- (i) Dado que não estou a mentir, segue-se que estou a dizer a verdade.
(ii) Sabemos que Deus existe, porque a Bíblia o diz. E o que a Bíblia diz deve ser verdadeiro, dado que foi escrita por Deus e Deus não mente. (Neste caso teríamos de concordar primeiro que Deus existe para aceitarmos que ele escreveu a Bíblia.)
- Mostre que para acreditarmos nas premissas já teríamos de aceitar a conclusão.
- Barker: 159, Cedarblom e Paulsen: 144, Copi e Cohen: 102, Davis: 33
Definição:
- É dado um limitado número de opções (na maioria dos casos apenas duas), quando de fato há mais. O falso dilema é um uso ilegítimo do operador "ou".
Pôr as questões ou opiniões em termos de "ou sim ou não" gera, com frequência (mas nem sempre), esta falácia.
- (i) Estás por mim ou contra mim.
(ii) América: ama-a ou deixa-a.
(iii) Ou suportas Meech Lake ou o Quebec separa-se.
(iv) Uma pessoa ou é boa ou é má.
- Identifique as opções dadas e mostre (de preferência com um exemplo) que há pelo menos uma opção adicional.
- Cedarblom e Paulsen: 136
Definição:
- Os argumentos desta classe concluem que algo é verdadeiro por não se ter provado que é falso; ou conclui que algo é falso porque não se provou que é verdadeiro. (Isto é um caso especial do falso dilema, já que assume que todas as proposições têm de ser actualmente conhecidas como sendo verdadeiras ou falsas). Mas, como Davis escreve, "A falta de prova não é uma prova." (p. 59)
- (i) Já que você não pode provar que fantasmas não existem, eles existem sim.
(ii) Já que os cientistas não podem provar que acontecerá o aquecimento global, ele provavelmente não ocorrerá.
(iii) Fred disse que era mais esperto do que Jill, mas não o provou. Portanto, isso deve ser falso.
- Identifique a proposição em questão. Argumente que ela pode ser verdadeira (ou falsa) mesmo que, por enquanto, não o saibamos.
- Copi e Cohen: 93, Davis: 59
Definição:
- Pretende-se que o modo como o argumento ou o argumentador se apresentam contribui para a verdade da conclusão.
- (i) Nixon perdeu o debate presidencial porque tinha suor na testa.
(ii) Trudeau sabe como dirigir as massas. Ele deve estar certo.
(iii) Porque não aceitas o conselho daquele jovem elegante e bem parecido?
- É um fato que o modo como o argumento é apresentado, influencia a crença das pessoas na verdade da conclusão. Mas a verdade da conclusão não depende do modo como o argumento é apresentado. Para mostrar que esta falácia está a ser cometida, mostre que, neste caso, o estilo não afecta a verdade ou a falsidade da conclusão.
- Davis: 61
8- indução preguiçosa
Definição:
- A conclusão apropriada de um argumento indutivo é negada apesar dos dados.
- (i) Hugo teve doze acidentes nos últimos 6 meses. No entanto, ele continua a dizer que se trata de coincidência e não de culpa sua. (Indutivamente, as provas apontam irresistivelmente para a culpa de Hugo. Este exemplo foi retirado de Barker, p. 189)
(ii) Sondagens e mais sondagens mostram que o N.D.P. ganhará menos de 10 lugares no Parlamento. Apesar disso o líder do Partido insiste em que o Partido está a fazer melhor do que as sondagens sugerem. (De fato o N.D.P. só obteve 9 lugares)
- Acima de tudo pode insistir na força da inferência.
- Barker: 189
Definição:
- A conclusão apropriada de um argumento indutivo é negada apesar dos dados.
- (i) Hugo teve doze acidentes nos últimos 6 meses. No entanto, ele continua a dizer que se trata de coincidência e não de culpa sua. (Indutivamente, as provas apontam irresistivelmente para a culpa de Hugo. Este exemplo foi retirado de Barker, p. 189)
(ii) Sondagens e mais sondagens mostram que o N.D.P. ganhará menos de 10 lugares no Parlamento. Apesar disso o líder do Partido insiste em que o Partido está a fazer melhor do que as sondagens sugerem. (De fato o N.D.P. só obteve 9 lugares)
- Acima de tudo pode insistir na força da inferência.
- Barker: 189
9- Definição circular
A definição inclui o termo definido como parte da definição. Uma definição circular é um caso especial da falta de clareza.
Exemplos:
- Um animal é humano se e só se tem pais humanos. (Pretende-se definir "humano". Mas para encontrarmos um ser humano temos de encontrar pais humanos. Para encontrarmos pais humanos temos já de saber o que o que é um ser humano.)
- Um livro é pornográfico se e só se contiver pornografia. (Teríamos já de saber o que é a pornografia para dizer se um livro é ou não pornográfico.)
Prova: Identifique o termo que está a ser definido. Identifique as condições da definição. Mostre que pelo menos um termo usado nas condições é o mesmo que o termo que está a ser definido.
10- Egocentrismo ideológico
Essa provavelmente não será achada em manuais de lógica. Nada mais é do que um primo do raciocínio circular. Trata-se da incapacidade ou recusa sistemática em se pôr de um ponto neutro para analisar alguma coisa. O cerne do problema, aqui, é mais a atitude do debatedor do que propriamente sua lógica. Mais uma vez, recorramos a exemplos reais e muito comuns:
“Como eu sei que a Bíblia contém toda a Palavra de Deus, perfeita e eterna? Ora, porque, conforme vemos em Segunda Timóteo 3:16...”
O erro é recorrer àquílo que está sendo questionado.
Apelar ao fato sob questionamento, que só é reconhecido por uma das partes é sempre desaconselhável quando a finalidade é a persuasão.
Em matérias científicas, por exemplo, o currículo de alguém pode dar uma boa idéia de sua capacidade para opinar sobre um assunto. Em religião tal não se aplica da mesma forma. Por isso, é sempre bom recorrer a outros argumentos. Impor o fato sob questionamento simplesmente não é correto.
Caso examinemos a fundo toda a argumentação criacionista, ela se insere em um destes tipos de falácias.
Há também sofismas como:
1- Contrariedade camuflada
Consiste na conjunção de proposições em que a aceitação de uma implica na negação da outra, sem que isto seja visível de imediato.
2- De possibilidades
São proposições que se referem a fatos objetivos. Elas podem declarar o impossível e o possível. O possível pode ser improvável, provável e certo. Os sofismas de possibilidade confundem essas noções.
3- De implicação
Consiste basicamente em dizer que X implica Y, quando na verdade isto não ocorre.
4- Transferência de credibilidade
Uma proposição é considerada boa porque vem de uma boa fonte ou má se vem de fonte ruim.
5- Falta de prova em contrário
A proposição é considerada verdadeira se não houver prova de sua falsidade e vice-versa.
Desse modo, recomenda-se ao leitor de textos criacionistas que se atenha as armadilhas retóricas destes, facilmente detectáveis quando conhecemos o assunto tratado, mas de difícil detecção para a maioria das pessoas.
Portanto, realmente as coisas não são como nos ensinam e nem como querem que nos as compreendamos. Elas são bem mais profundas e requerem muito estudo e aprendizado e.... menos dogmatismo religioso.
Um comentário:
Grande Elyson!
Acho que vc, como grande defensor da ciência, poderia nos agraciar com sua visão em relação ao ensino de ciências nas escolas brasileiras,que mesmo em escolas (me refiro ao ensino médio e fundamental) ditas de primeira linha, o ensino de ciências não é tão bom como se espera.
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