sexta-feira, 6 de novembro de 2009

SERÁ MESMO QUE O DI NÃO FOI REFUTADO? Parte 3

2- Quem Planejou o Designer? Não Existe Tal Resposta, Portanto, a Teoria do Design Inteligente é Uma Farsa

Ora, já dissemos que a Teoria do Design Inteligente não estuda o Designer, mas o Design. Mas quanto a essa pergunta, ela é bem respondida no vídeos que se encontram Aqui.

Bem, ela não estuda o designer, mas faz muitas alusões a ele. Mas como já comentado anteriormente, é irrelevante estudá-lo...

Uma teoria que se preza, ao alegar determinada circunstância, terá de confirmá-la ou rechaçá-la e não simplesmente alegar e deixar para lá, se escondendo sob o manto da irrelevância. Grandes cientistas!!!

3- Na Natureza Podemos Perceber Sistemas Mais Simples e Mais Complexos, Logo, Podemos Dizer Que Isso é Uma Resposta De Como Um Sistema Irredutivelmente Complexo Se Originou e Evoluiu De Maneira Gradual

Para entender esse argumento, eu deixo o seguinte link para o leitor: http://knol.google.com/k/francisco-quiumento/olho-e-a-redutibilidade-de-sua/2tlel7k7dcy4s/46
Pois Behe já tinha mencionado isso em seu livro e chamou esse exemplo de "retórica": "Vejamos a seguinte paráfrase do argumento de Darwin: embora seres humanos tenham olhos complexos como câmeras, muitos animais conseguem viver com menos que isso. Algumas criaturas minúsculas dispõem de um grupo simples de células pigmentadas - não mais do que um ponto sensível à luz. Dificilmente se poderia dizer que esse arranjo simples lhe conferiria o sentido da visão, mas tais criaturas poderiam sentir luz e escuridão e dessa maneira, atender às suas necessidades. O órgão sensível à luz de algumas estrelas do mar é um pouco mais sofisticado. O olho se localiza em uma região rebaixada.

Uma vez que a curvatura da depressão bloqueia a luz vinda de algumas direções, o animal pode reconhecer a direção de onde ela vem. O senso direcional do olho melhora se a curva se torna mais pronunciada, embora uma maior curvatura reduza também o volume de luz que entra no olho, diminuindo sua sensitividade. Esta pode ser aumentada pela colocação de material gelatinoso na cavidade, a fim de servir de lente. Alguns animais modernos têm olhos dotados dessas lentes grosseiras. Melhoramentos graduais nas lentes poderiam criar imagens cada vez mais nítidas para atender aos requisitos do ambiente em que o animal vive.
Utilizando um raciocínio desse tipo, Darwin convenceu muitos de seus leitores de que um caminho evolutivo vai do mais simples ponto sensível à luz ao sofisticado olho-câmera do homem. A questão de como a visão começou, no entanto, continuou sem resposta. Darwin persuadiu grande parte do mundo moderno de que o olho evoluiu aos poucos, a partir de uma estrutura mais simples, mas sequer tentou explicar de onde veio esse ponto de partida - o ponto relativamente simples à luz[...] Agora que a caixa preta da visão foi aberta, não é mais aceitável que uma explicação evolutiva dessa capacidade leve em conta apenas as estruturas anatômicas de olhos completos, como fez Darwin no século XIX (e como continuam a fazer hoje os popularizadores da evolução). Todas as etapas e estruturas anatômicas que Darwin julgou tão simples implicam, na verdade, processos biológicos imensamente complicados que não podem ser disfarçados por retórica. Verifica-se hoje que os saltos metamórficos de Darwin, de um morrote a outro, foram muitas vezes saltos enormes entre máquinas cuidadosamente construídas - distâncias que exigiriam um helicóptero para serem cruzadas em uma única viagem[...] A anatomia, nos termos mais simples, é irrelevante para se descobrir se a evolução poderia ou não ocorrer no nível molecular". (pág. 26, 31 e 32)

Bem Gabriel, aqui você comete um erro feio... O olho foi a “pedra no sapato” de Darwin, ou seja, foi o exemplo que ele realmente não soube explicar, dentre muitos outros por falta de conhecimento a sua época. Apenas o fez valendo-se de hipóteses.

Darwin temeu que por tais exemplos á época, serem inexplicáveis poderiam derrubar sua teoria. Porém demonstrou de forma elegante que olhos podem surgir a partir de estruturas muito simples.

Realmente processos biológicos são complicadíssimos e muitos deles ainda não entendemos. É verdade que tais processos jamais poderão ser disfarçados por retórica.

Mas por que você não aplica isso à teoria do DI, a qual se trata de retórica vazia e falácias tipo petição de princípio e argumento da ignorância?

Que evidências você possui para afirmar “Agora que a caixa preta da visão foi aberta, não é mais aceitável que uma explicação evolutiva dessa capacidade leve em conta apenas as estruturas anatômicas de olhos completos, como fez Darwin no século XIX (e como continuam a fazer hoje os popularizadores da evolução).”?

Então, sob a sua concepção, o que explica o olho? Engraçado, dentro da suposta “caixa preta de Darwin”, surge a “caixa preta de Behe”, mas esta ocupa um espaço bem pequenininho dentro da de Darwin, pois joga tudo para o sobrenatural.

Realmente, a caixa preta da visão foi aberta... Sabemos que em insetos genes “
Homeobox” (genes controladores do desenvolvimento) podem gerar olhos, asas, pernas, segmentos em qualquer parte de seus corpos.

O link que você mesmo deixou, mas não deve ter se dado ao trabalho de ler com atenção e refletir, a fim de ser isento e intelectualmente honesto consigo mesmo e com seus leitores explica muito bem a “caixa preta da visão”, pois olhos complexos como o de insetos, nautilus, peixes, etc. não aparecem do nada no registro fóssil.

Vejamos aqui um pouco sobre anatomia em especial o olho e seguem referências bibliográficas:

Alegação:

O olho é complexo demais para ter evoluído.

Resposta:

Um dos argumentos mais usados pelos criacionistas, é dito aos quatro ventos que o olho é complexo demais para ter evoluído, muitas vezes citando inclusive Darwin fora de contexto (ver CON-01).

Olhos existem de todos os tipos, desde simples células fotosensíveis até olhos complexos e incrivelmente precisos como os das águias e falcões. Darwin reconheceu esse problema, porém ele próprio forneceu uma forma de como eles podem ter evoluído:

1) Células fotosensíveis simples, que permitam apenas diferenciar o claro do escuro. Essa diferença, embora pareça pequena, pode ser uma enorme
vantagem em ambientes onde todos são cegos.
2) Células fotosensíveis pigmentadas se agregam, sem nervo.
3) Um nervo ótico cercado por células pigmentadas e coberto por pele translúcida.
4) As células formam uma pequena depressão. O animal já consegue focalizar precariamente possíveis predadores e/ou presas.
5) As células formam uma depressão mais profunda. Ele já consegue focalizar melhor.
6) A pele translúcida sobrepõe a depressão, tomando a forma de lente.
7) Músculos permitem que as lentes se ajustem.

Todos esses passos são viáveis, porque todos eles existem animais hoje em dia. Os incrementos entre esses passos podem ser divididos em incrementos ainda menores. A seleção natural deveria sempre favorecer is incrementos, por menores que eles sejam.
Como os olhos não fossilizam bem, nós não sabemos ao certo qual o caminho exato o desenvolvimento do olho seguiu, mas certamente não podemos dizer que esse caminho não existe.

Podemos ver as evidências do desenvolvimento dos olhos dos vertebrados por anatomia comparada e pela genética. Os genes do cristalino dos vertebrados, que codificam diversas proteínas cruciais para as lentes, são muito similares com o cristalino do Ciona. O Ciona é um urocordato, um parente distante dos vertebrados.

O cristalino do Ciona é expresso no seu otólito, uma célula pigmentada irmã das células fotossensíveis. A origem das lentes parece estar baseada na co-interação das células preexistentes em no sistema anterior sem lentes.

Esse é apenas um argumento baseado em incredulidade pessoal. Só porque uma pessoa não acredita que algo funcione, não significa que não funciona.

Referências:
Lindsay, Don, 1998. How long would the fish eye take to evolve?
http://www.don-lindsay-archive.org/creation/eye_time.html
Darwin, C., 1872. The Origin of Species, 1st Edition. Senate, London, chpt. 6,http://www.talkorigins.org/faqs/origin/chapter6.html
Nilsson, D.-E. and S. Pelger, 1994. A pessimistic estimate of the time required for an eye to evolve. Proceedings of the Royal Society of London, Biological Sciences, 256: 53-58.
Shimeld, Sebastian M. et al. 2005. Urochordate ??-crystallin and the evolutionary origin of the vertebrate eye lens. Current Biology 15: 1684-1689.
Dawkins, Richard, 1996. Climbing Mount Improbable, New York: W.W. Norton, chpt. 5.
Land, M. F. and D.-E. Nilsson, 2002. Animal Eyes. Oxford University Press.
Fernald, Russell D. 2006. Casting a genetic light on the evolution of eyes. Science 313: 1914-1918.
E o youtube está repleto de vídeos que explicam a evolução do olho.
Documentário
E até do prof. Richard Dawkins, numa
palestra extraodinária
Documentário “Evolução- Olhos 1, 2,3, 4, e 5

Tais olhos começam a tomar forma mais ou menos pelo período ediacarano e depois durante a explosão cambriana, começam a surgir os olhos complexos.

Tudo o que Behe disse em seu livro, há muito já havia sido refutado; advinha com base em que? Na própria teoria da evolução.

Mais uma vez sob a frase “A anatomia, nos termos mais simples, é irrelevante para se descobrir se a evolução poderia ou não ocorrer no nível molecular.", relega-se ao irrelevante o que coloca o DI em xeque.

Se a anatomia descreve que determinado órgão é assim e não assado, o mesmo vale para o nível molecular em mecanismos como coagulação, fotossíntese, visão, pensamento, ciclo de Krebs dentre outros.

Tudo isso vem determinado nos genótipos das espécies. Ou seja, dentro destes genótipos há evolução e muita, a fim de que ocorram os fenótipos.

Não há “saltos metamórficos” na Teoria da Evolução. Sob hipóteses estamos na penumbra, mas quando começamos a verificar e estudar os temas, a penumbra vai se tornando luz.

Basta se verificarem os organismos mais simples para começar a entendermos como as estruturas mais complexas formaram-se.

Resumindo: Exemplos como esses do link postado logo acima, não explicam absolutamente NADA! Não explicam COMO SURGIU aquele sistema e nem COMO ELE EVOLUIU GRADUALMENTE. É apenas retórica que a nível molecular não pode passar desapercebida.

Não explicar como algo surgiu, não implica que o DI automaticamente esteja validado e que a resposta seja: “Se a ciência não explica o mecanismo então foi o criador inteligente!!”. Bingo!!! É o argumento da ignorância que se encontra implícito na frase acima.

Talvez jamais saibamos como surgiu este ou aquele mecanismo bioquímico. O que nos resta é entender como eles funcionam e compará-los com o de outras espécies a fim de podermos traçar uma suposta origem deles.

Todavia isso não implica que devamos largar a questão e dizer “foi o criador inteligente e ponto”. Isso é um argumento preguiçoso, falho e débil, para o qual não é necessário um PhD. Basta ter 4 anos de idade, saber falar, ter sido mentalmente castrado e idiotizado pelos pais.

Por mais que se forneçam exemplos a vocês, jamais considerarão nada, pois a modinha lançada por Behe de ir ao nível bioquímico dos processos evolutivos é o típico argumento da ignorância, ou seja: "ATE NÃO EXPLICA, LOGO O DI EXPLICA, PORTANTO ELE ESTÁ AUTOMATICAMENTE CORRETO E VALIDADO!!!". Mas quanto à realização referente à testes de falseabilidade, esta é irrelevante!!!!

Todavia, para a infelicidade de vocês, a alegria durou pouco. O neodarwinismo está avançando nessa área e preenchendo as lacunas, por meio dos estudos em genética e bioquímica, oempurrando o "criador inteligente" da lacuna onde estava sentado.

A partir da análise de genomas estamos começando a entender que gene é responsável por qual função. O chamado “DNA – lixo” contém milhares de elementos reguladores que atuam como "chaves" para ligar ou desligar genes.

Veja o artigo abaixo como exemplo:

Mudanças evolucionárias do homem
Dos mais de 3 bilhões de pares de base, as letras genéticas que formam o genoma humano, um grupo de cientistas descobriu um punhado que pode ter contribuído com as mudanças evolucionárias que permitiram ao homem, entre outras particularidades, usar seus membros para manipular ferramentas e andar em posição ereta.

Resultados de uma análise comparativa dos genomas do homem, do chimpanzé, do macaco rhesus e de outros primatas indicam que a evolução humana pode ter sido promovida não apenas por uma seqüência de mudanças genéticas, mas por transformações em áreas do genoma que até então se achava que não serviam para nada.

Genes dos dedões
Segundo os pesquisadores, essas mudanças foram responsáveis pela ativação de genes no polegar e no dedão do pé primordiais. "Identificamos um contribuinte genético potencial para as diferenças morfológicas fundamentais entre humanos e os demais primatas", disse James Noonan, da Escola de Medicina da Universidade Yale, um dos autores do estudo publicado na edição desta sexta-feira (5/9) da revista Science.

Há tempos que os cientistas suspeitavam que mudanças na expressão genética contribuíam para a evolução humana, mas encontravam dificuldades para estudar tais alterações, pois a maioria das seqüências que controlam os genes não havia sido identificada.

DNA lixo não é de se jogar fora
Nos últimos anos, descobriu-se que regiões que não são responsáveis pela codificação no genoma, que a princípio foram chamadas de "DNA lixo", na realidade continham milhares de elementos reguladores que atuavam como "chaves" para ligar ou desligar genes.

Uma indicação da importância biológica do DNA lixo é que muitas dessas seqüências se mantiveram semelhantes (ou "conservadas") mesmo em espécies distantes de vertebrados, como entre o homem e o frango. Estudos funcionais recentes indicaram ainda mais: que algumas dessas seqüências controlam os genes responsáveis pelo desenvolvimento humano.

Regiões não codificantes do genoma
Os autores do estudo vasculharam as extensas regiões não codificantes do genoma humano para identificar as seqüências reguladoras cujas funções podem ter mudado durante a evolução do homem.

Noonan e colegas procuraram por seqüências com mais pares de base em humanos do que em outros primatas. Verificaram que a seqüência que se desenvolveu mais rapidamente dentre as identificadas, denominada HACNS1, mostrou-se altamente conservada entre espécies de vertebrados, mas tinha variações acumuladas em 16 pares de base desde a divergência do homem e do chimpanzé, estimada em 6 milhões de anos atrás.

Diferenças entre homens e chimpanzés
A descoberta foi considerada uma grande surpresa, uma vez que os genomas do homem e do chimpanzé são muito semelhantes. Segundo os autores do estudo, os resultados fornecem forte evidência, ainda que preliminar, de que mudanças funcionais no HACNS1 podem ter contribuído para adaptações no polegar, pulso, pé e tornozelo humanos, que representam vantagens críticas para o sucesso evolucionário da espécie.

Entretanto, os cientistas destacam que ainda desconhecem se o HACNS1 causa mudanças na expressão genética no desenvolvimento de membros no homem ou se essa seqüência seria capaz de induzir o desenvolvimento de membros similares ao ser introduzida no genoma de outros vertebrados, como no camundongo.


Vale a leitura de um artigo extraído do Jornal da Ciência, que, embora de 2002 elucida um pouco mais a questão do DNA-lixo. E outro denominado “Qual a sujeira do DNA-lixo”. E aqui, por que é importante estudar Teoria da Evolução.

Assim, parece que seu dilema de COMO SURGIU aquele sistema e nem COMO ELE EVOLUIU GRADUALMENTE está sendo desvendado e, portanto, explicações que você, Gabriel, atribuiu o juízo de ser mera retórica estão se tornando confirmações.

E quanto ao DI, quando deixará de ser retórica e confirmara suas alegações não com argumentos vazios, mas com uma ciência de verdade?

Estudar designs na natureza, não tenho nada contra, muito pelo contrário, pois podem trazer importantes conseqüências para nossa compreensão anatômica e mesmo para aplica-los em determinadas áreas da engenharia, medicina e biomecânica.

Mas atribuir a estes designs um caráter sobrenatural, tenho tudo contra, pois nos torna preguiçosos e ignorantes, além disso não ser ciência, mas um passo para a pregação religiosa.
Porém, por mais que se forneçam exemplos para os criacionistas (incluem-se aqui os disfarçados sob a pseudociência do DI) nada é suficiente, pois sempre há uma lacuna para enfiar o sobrenatural ou simplesmente consideram o exemplo insuficiente, sob a alegação que nada explicam.


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