sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O LEITE DA TSÉ-TSÉ: E MAIS ALGUMAS EXPLICAÇÕES CIENTÍFICAS A UM CRIACIONISTA - parte 3



POR QUE NA NATUREZA PODEM ACONTECER COISAS BIZARRAS COMO O CASO AQUI ESTUDADO?

 

 

Como exemplo, não para o caso em tela ha situações semelhantes que podem ser causadas por algo chamado sequencias homólogas em genes ortólogos.

 

Homologia se refere à situação em que as sequências de duas ou mais proteínas ou ácidos nucleicos são semelhantes uma à outra, devid a uma mesma origem evolutiva.

 

 Sequências ou genes ortólogos são sequências homólogas separadas por eventos de especiação. Ou seja, quando uma espécie diverge em duas espécies separadas, as cópias divergentes do mesmo gene em espécies resultantes são consideradas ortólogas.

 Em outras palavras, as sequências são sequências de ortólogos encontrados em diferentes espécies, sendo muito semelhante, por terem origem em um ancestral comum.



A prova mais concludente de que os dois genes similares são  ortólogos é o resultado da análise filogenética da linhagem de determinado gene. Os genes que estão dentro do mesmo clado são ortólogos e descendentes do mesmo ancestral. 

 

 Genes ortólogos geralmente, mas nem sempre, têm a mesma função. Seqüências ortólogos fornecem informações úteis sobre taxonomia e estudos filogenéticos. O padrão de divergência genética pode ser usado para inferir as relações entre espécies. 

 

 Duas espécies que estão intimamente relacionados terão sequêncas de genes ortólogos altamente similares. Em contraste, duas espécies filogeneticamente distantes apresentam uma grande divergência na sequência de genes ou nas sequencoas ortólogas em estudo.

 

 Seqüências homólogas são parálogas se eles estão separadas por um evento de duplicação. Em outras palavras, se determinado gene de um organismo é duplicado para ocupar duas posições diferentes no mesmo genoma, em seguida, as duas cópias são parálogas.



As sequencas ou genes parálogos tipicamente têm a mesma função ou semelhante, no entanto, muitas vezes não é esse o caso, porque não existe a mesma força seletiva original na cópia duplicada do gene, que pode adquirir novas funções, por mutação e seleção.

 

 O gene que possibilita essa lactação na tsé-tsé e em mamíferos pode ser um gene ancestral para a viviparidade, encontrada em tubarões e em répteis pré-históricos (aqui), sendo um gene para a reprodução que possivelmente codifica proteínas para tal, sendo genes ortólogos ancestrais que divergiram porque as populações ancestrais se dispersaram em linhagens diferentes, cada qual acumulando mutações distintas.

 

 Vale aqui a explicação dada no seguinte trabalho, embora ele trate da evolução da hemoglobina (HEMOGLOBINS FROM BACTERIA TO MAN: EVOLUTION OF DIFFERENT PATTERNS OF GENE EXPRESSION):

 

 Para os genes parálogos, estes são diferentes porque sua duplicação formou várias linhagens de descendentes do mesmo gene ancestral que persistiram na mesma linhagem de organismos. 

 

Assim, no nível molecular, há duas árvores de evolução entrelaçadas pelas duplicações de centenas de milhares de genes e pela dispersão de milhões de populações. 

 

A teoria da evolução é a única explicação que temos para este entrelaçado. Nenhuma outra hipótese consegue explicar em tal detalhe as intrincadas relações entre os genes que observamos nos organismos de hoje. 

 

Seria interessante estudar a sequencia genética da tsé-tsé e dos mamíferos para assim descobrir sua relação de semelhança, ao menos reprodutiva.

 

Ainda o caso dessa codificação de proteínas para a viviparidade e a lactação da TSE-tsé pode estar dentro do junk DNA.

 

 Há uma riqueza milionária de sequências chamadas reguladoras dentro desse material, que não codificam proteínas diretamente, mas interagem de alguma forma com o funcionamento dos genes. 

 

Algumas funcionam como interruptores, ligando-os ou desligando-os s genes presentes nos cormossomos. Outras como um botão de volume, aumentando ou diminuindo a intensidade com que determinados genes se expressam em determinadas células, em determinadas situações. 

 

Uma indicação da importância biológica do DNA lixo é que muitas das suas sequências de nucletídeos se mantiveram "conservadas" mesmo em diferentes espécies de vertebrados, como o homem ou o frango, o que vem reforçar a teoria da evolução a partir de um ancestral comum.

 

 

  Bejerano e seus colegas identificaram os fragmentos de transposon procurando seqüências de “DNA lixo” quase idênticas em seis espécies de mamíferos – humanos, chimpanzés, macacos rhesus, cachorros, camundongos e ratos. Os pesquisadores consideram essas similaridades um sinal de que a evolução guardou o DNA para alguma função. Caso contrário, erros pequenos se acumulariam.

 

É esse maquinário regulatório que permite ao ser humano ser uma espécie biologicamente tão complexa com "apenas" 20 mil genes - bem menos do que uma espiga de milho ou um grão de arroz. "O genoma humano é muito mais complexo do que imaginávamos", diz Mayana

 

Para o Dr. Noonan, o DNA Lixo funciona como retrotransposons, ou seja, parte dele é movido de um lugar para outro, afetando a ação dos outros genes, implicando em novas codificações de proteínas, com a ajuda de um retrovírus. É uma forma de explicar o PORQUE do DNA Lixo ser responsável pela especiação e separação de duas populações, onde cada uma seguiu caminhos evolutivos diferentes, tornando-se espécies distintas.

 

Há grande importância do junk DNA para resultados em estudos clínicos que tentam relacionar mutações e outras formas de alterações genéticas à saúde. Milhares de alterações já foram identificadas que afetam a ocorrência ou a manifestação de doenças, mas a grande maioria não está nos genes (nos 2% do genoma que codificam proteínas), o que já era um forte indício de que o "DNA lixo" tinha alguma função relevante dentro das células - caso contrário, as mutações seriam inócuas.

 

Assim, existem muitas coisas escondidas no DNA – lixo que podem responder situações como sistemas de reprodução, elaboração de determinadas proteínas semelhantes em criaturas extremamente distintas, por que insetos e elefantes têm cérebros, etc.

 

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