segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O Mistério do Sexo Parte 9

4.2 - Anfíbios:

Os anfíbios apresentam 39 modos reprodutivos distintos, sendo superados em diversidade apenas pelos peixes, podendo variar de acordo com a espécie. A fecundação pode ser externa ou interna - e o desenvolvimento pode ser direto ou indireto.

No modo mais comum, a reprodução dos anfíbios está ligada à água doce, e ocorre sexuadamente por fecundação externa (exceto os Gymnophiona e duas espécies de rãs norte-americanas do gênero Ascaphus, que a realiza internamente), na qual a fêmea libera óvulos (ainda não fecundados) envoltos em uma massa gelatinosa e o macho então lança seus gametas sobre eles para que ocorra a fecundação.

Os ovos formados ficarão em ambiente aquático lêntico (lagos, lagoas e represas) até o nascimento do girino, que captura seu alimento no meio ambiente.

Formas mais especializadas de reprodução incluem: girinos que possuem saco vitelínico, ovos colocados sobre a vegetação a vários metros do chão, ovos embebidos no dorso de fêmeas exclusivamente aquáticas, ovos carregados no dorso de machos ou de fêmeas até o nascimento dos girinos, girinos se desenvolvendo no interior do estômago das fêmeas, desenvolvimento direto, ovoviviparidade e viviparidade, entre outros.

O desenvolvimento direto ocorre, por exemplo, no gênero Eleutherodactylus.

Como estão protegidos pela água, os ovos de anfíbios não possuem anexos embrionários adaptativos como o alantóide, sendo essa uma das características que difere a classe dos outros vertebrados terrestres.

Estudos de fósseis sugerem que o grupo teria evoluído a partir dos peixes pulmonados de nadadeira lobada e servido de ancestral para os répteis, além de ser o primeiro vertebrado em habitat terrestre.


4.2.1 - Os girinos:

Os girinos não se parecem nada com sapos. Têm o corpo redondo, rabo comprido e não têm pernas. Permanecem dentro do ovo por tempos diferentes. Isso depende da temperatura fora d' água e do tipo de sapo.

Quando eles vão crescendo, acontece uma espantosa transformação. Pernas e braços começam a crescer e boca começa a alargar.

Passam a respirar pelos pulmões em vez de guelras e o girino passa a ser observado fora da água.Então o rabo desaparece e o girino passa a ser um sapo adulto.Dependendo do tipo de sapo pode levar dias, semanas ou anos para que o ciclo da vida seja completado.

Na maioria das espécies, os girinos são vegetarianos e se alimentam de limo e detritos vegetais em suspensão na água.







Portanto, na fase aquática - enquanto são girinos - os anfíbios são vegetarianos e, na fase adulta, tornam-se carnívoros, comem insetos e outros animais invertebrados. Entretanto, alguns girinos são carnívoros, podendo, inclusive, comer girinos de outras espécies
Há também espécies cujos girinos não se alimentam e sobrevivem das reservas nutritivas do ovo.




4.2.2 - Classificação

Todos os anfíbios atuais pertencem a subclasse Lissamphibia que está dividida em três ordens:

Ordem Urodela (Caudata):

Tetrápodes com cauda e aspecto de lagarto. No que se refere às salamandras, sua reprodução ocorre na primavera. Os ovos se desenvolvem no órgão genital da fêmea e nascem dentro d’água. Na fase adulta, as salamandras perdem a capacidade de viver dentro da água.


Os machos não possuem órgão copulador e a fecundação pode ser externa ou interna.

Na fecundação interna, a fêmea captura a massa de espermatozóides liberada pelo macho e a deposita no interior da sua cloaca. Muitas espécies de salamandras não possuem pulmões e apresentam apenas respiração cutânea.

Existem várias subespécies de salamandras que se diferem entre cores e tamanhos. Vivem principalmente na Europa e norte da África.

Quanto ao tritão, as larvas são vegetarianas e conforme seu crescimento se torna carnívora. Na fase adulta se alimentam de insetos, vermes, crustáceos e moluscos.


A reprodução acontece na primavera. Nessa fase, o macho desenvolvem membranas natatórias nos pés e uma espécie de crista no dorso, que somem assim que termina a fase do acasalamento.

Neste grupo se encontra o Proteus Anguineus. Seu corpo alongado e possui duas brânquias vermelhas que parecem pernas. Mede entre 20 e 30 centímetros. Possui dois minúsculos olhos quando nascem que, depois de três meses penetram na pele e desaparecem.



O proteu é um anfíbio subterrâneo e parente próximo da Salamandra. Passa toda sua vida como larva.

A reprodução é semelhante a da salamandra, mas não há acasalamento. O macho produz um ‘saco de esperma’ que é colhido pela fêmea. Os ovos se fecundam a medida que são postos.


Ordem Anura:
Corpos curtos sem cauda. São tetrápodes com adaptação para o salto, a maioria apresenta metamorfose completa, mas alguns já saem dos ovos com a forma adulta, não apresentando metamorfose. Ex.:sapos, pererecas e rãs.


Em quase todas as rãs, a fertilização dos ovos acontece fora do corpo da fêmea e não dentro. Ao mesmo tempo em que a fêmea põe os ovos, o macho libera seu esperma. A fim de garantir que espermatozóides cheguem aos ovos, o macho e a fêmea adotam uma postura conhecida como amplexo.

O macho sobe sobre as costas da fêmea e a prende pela metade do corpo com as patas dianteiras. As rãs podem permanecer em amplexo por horas ou até dias, enquanto a fêmea libera entre um e diversas centenas de ovos.




Os anuros possuem desenvolvimento indireto e passam pela metamorfose completa. Sua fase larval é representada pelo girino e são conhecidas 46 fases de desenvolvimento desde a fecundação do óvulo até a transformação da larva em adulto.

Os girinos vivem em ambientes aquáticos, onde respiram através de brânquias e se alimentam de pequenas partículas orgânicas. Eles não possuem pernas, mas apresentam uma cauda alongada. Durante a metamorfose, a cauda vai gradualmente desaparecendo e o as pernas vão se desenvolvendo.

Outro processo que ocorre durante a metamorfose é o desenvolvimento dos pulmões. O final do desenvolvimento origina a forma jovem, que passa a realizar respiração cutânea e pulmonar e apresenta as mesmas características morfológicas dos anuros adultos.


Ordem Gymnophiona (Apoda):
Sua reprodução é interna. Na ordem Gymnophiona (= Apoda), estão incluídas as cobras-cegas ou cecílias, formas de corpo alongado, esguio, e ápodes, ou seja, não possuem membros locomotores e o corpo é cilíndrico e alongado, lembrando grosseiramente vermes anelídeos do solo (minhocas, minhocuçus) ou mesmo pequenas cobras.

A maioria das espécies é terrestre e vive enterrada no solo (fossoriais), onde se alimentam freqüentemente de pequenos invertebrados, no geral artrópodes.





Os olhos são vestigiais (ou seja, são atrofiados), mas existem tentáculos sensoriais que auxiliam na percepção do ambiente.
Suas glândulas de veneno por vezes produzem irritação.

Com pequeno tentáculo sensorial entre os minúsculos olhos e as narinas. Macho com órgão copulador protrátil o falodeu, que permite a fecundação interna.

De um total de 55 espécies, oito já foram assinaladas no Brasil, entre as quais Siphonops
annulatus (família Caeciliidae), de 40 cm.

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