sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O Mistério do Sexo Parte 5

3.10 - Os vermes:

A fecundação cruzada (onde há cópula entre o macho e a fêmea) aparece nos vermes, conforme segue:

3.10.1 - Plathyelminthes:


3.10.1.1 - Classe Turbellaria

São animais de vida livre, possuem cílios para locomoção e um aspecto foliáceo. Um exemplo de representante desta classe é a planária.





São hermafroditas e fazem fecundação cruzada, a autofecundação é rara. Os dois indivíduos que estão acasalando ficam unidos pelos poros genitais.

Cada um introduz o pênis na abertura genital do outro, trocam espermatozóides e se separam. Vários óvulos são fecundados e lançados para o exterior pelo poro genital. Os zigotos possuem uma cápsula protetora e vão eclodir planárias jovens, evidenciando um desenvolvimento direto.



As planárias possuem um grande poder de regeneração, e se reproduzem assexuadamente por fissão transversal. Se cortarmos uma planária em vários pedaços, cada um irá ser regenerar e dar origem a um novo indivíduo.






3.10.1.2 - Classe Trematoda



São endo ou ectoparasitas. Possuem ventosas para fixação, uma na região oral, outra ventral. Possuem cutícula protetora na epiderme e não possuem cílios. São hermafroditas, mas o S. mansoni é dióico. A fêmea vive numa cavidade do macho chamada canal ginecóforo.




Fazem fecundação cruzada e interna. Como representante hermafrodita temos a Fasciola hepatica, que parasita o fígado de carneiros e eventualmente o ser humano.







3.10.1.3 - Classe Cestoda

São endoparasitas de corpo alongado, representados pelas tênias. Não possuem cílios, o corpo é metamerizado e não possuem tubo digestivo, alimentando-se por difusão dos nutrientes pré-digeridos pelo hospedeiro.






As tênias podem atingir até 8 metros de comprimento. O corpo delas é dividido em três partes: Cabeça ou escólex, que possui ventosas para a fixação no hospedeiro. A Taenia solium apresenta ganchos e ventosas; pescoço ou colo, região mais afilada e estróbilo, responsável pelo crescimento do organismo.












Aí estão as proglótides, estruturas que possuem sistemas reprodutores feminino e masculino (hermafroditas), ou seja, são hermafroditas. Após a fecundação as proglótides cheias de ovos se desprendem e são eliminadas com as fezes.


3.10.2 - Aschelminthes

A maioria das espécies se apresenta como dióica, (realizam fecundação interna), ocorrendo em algumas nítido dimorfismo sexual: normalmente os machos são menores que as fêmeas, apresentam espinhos copulatórios e possuem a cauda encurvada.

Na cópula, os machos depositam os seus espermatozóides no poro genital das fêmeas. Todavia, os machos não possuem poro genital, e a saída dos espermatozóides ocorre pelo ânus.





Também são características exclusivas dos nematódeos a ausência de células ciliadas e os espermatozóides amebóides, sem flagelo, deslocando-se por pseudópodos.

A fecundação acontece dentro do corpo da fêmea (fecundação interna). Depois de fecundado, o zigoto se desenvolve dentro de um ovo com a casca resistente. Muitas espécies eliminam os ovos fecundados para o ambiente, onde as primeiras divisões se processam e o ovo se torna embrionado.

Este ramo de vermes, que possui três camadas de tecido, deu origem aos deuterostômios de onde evoluíram os equinodermos e os cordados, aos equidiozoários, de onde evoluíram os nematódios, artrópodes, onicóforos e tardigrados e aos lofotrocozoários, de onde evoluíram os loforados (braquiópodes) e trocozoários de onde evoluíram os moluscos e os anelídeos.

A origem dos cordados ainda é desconhecida. Os primeiros cordados identificáveis são espécimes semelhantes à peixes ou lanceolados do período Cambriano.

É possível que todos os atuais deuterostômios tenham se desenvolvido de um ancestral comum que tivesse brânquias individuais, um cordão nervoso completo e um corpo segmentado. Isso pode ser encontrado em um pequeno grupo de deuterostômios do Cambriano chamado Vetulicolia.

A origem dos aschelminthes se encontra em um ramo de embriões com uma cavidade que se diversificou em ctenóforos, cnidários, e platyhelminthes.

Já, estes animais com embriões com uma cavidade se diversificaram daqueles cujos animais eram os de duas camadas celulares, que também deram origem aos poríferos.

3.10.3 - Anelídeos

3.10.3. 1- Classe Oligochaeta

A minhoca, embora seja hermafrodita, tem fecundação cruzada. No acasalamento, dois animais colocam-se lado a lado, em sentido contrário, fecundando-se simultaneamente.

Ao redor do clitelo, forma-se uma bolsa gelatinosa espessa, o casulo, dentro do qual os óvulos são colocados e fecundados pelos espermatozóides do parceiro.

Dentro de cada casulo, podem estar de 2 a 20 ovos. Na eclosão dos ovos, são liberados indivíduos já com as características de um adulto "em miniatura". Esse tipo de reprodução sem passagem por estágio larval se chama desenvolvimento direto.

3.10.3. 2 - Classe Polichaeta

Os poliquetas de sexos separados fazem fecundação cruzada e a fecundação é externa. Há passagem por um estágio larval, e a larva é conhecida por trocófora.





3.10.3.3 - Classe Hirudina

Processo reprodutivo muito semelhante ao da minhoca ocorre com a sanguessuga, também hermafrodita e que realiza fecundação cruzada.







3.11 - Echinodermatha

A reprodução dos equinodermos é sexuada e a maioria das espécies é dióica, ou seja, apresentam sexos separados: existe o macho e a fêmea. Sua fecundação é externa, machos e fêmeas eliminam seus gametas na água do mar. O desenvolvimento é indireto, pois muitas espécies apresentam vários estágios larvais.




3.12 - Mollusca

A reprodução dos moluscos é sexuada e, na maioria dos representantes do grupo, a fecundação é interna e cruzada, podendo haver fecundação externa. Muitas espécies são monóicas (como o caramujo de jardim).
Na cópula, dois indivíduos aproximam-se e encostam seus poros genitais, pelos quais fecundam-se reciprocamente.

Os caracóis de jardim, embora hermafroditas, realizam fecundação cruzada, sendo que enterram-se, mutuamente, um dardo sexual.





Em gastrópodos e cefalópodos há uma bolsa denominada espermatóforo onde é acumulado o líquido seminal trocado na cópula.

Normalmente, os moluscos são ovíparos e de desenvolvimento direto (cefalópodes e gastrópodes) ou indireto, sendo seus representantes os lamelibrânquios (bivalves), cujas larvas são o véliger (larvas livres) e o gloquídeo (larvas parasitas das brânquias de peixes).











Os ovos desenvolvem-se e, ao eclodirem, liberam novos indivíduos sem a passagem por fase larval (desenvolvimento direto). Nas formas aquáticas, há espécies monóicas e espécies dióicas (como o mexilhão). A forma mais comum de desenvolvimento é o indireto.


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