terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

CRÍTICAS SEM FUNDAMENTO - Parte VII

[Vamos ajudá-los nesse mister: onde está o ancestral comum? Que evidência factual temos do surgimento da vida através da não-vida? Gostaria que os naturalistas procurassem responder a essas e outras lacunas, se puderem. Penso que o Cristianismo fornece melhores respostas. As evidências estão aí, confira quem quiser. Além disso, a argumentação dos neoateus é muito fraca - gente melhor já tentou "matar" Deus e não conseguiu.]

Para variar o sr. Douglas prossegue com seu costumeiro rol de tolices repetindo os mantras sagrados do criacionismo e do seu fundamentalismo tacanho.

Ancestral comum:

Antes de qualquer coisa, Sr. Douglas resta a pergunta: Ancestral comum de que?

Não é necessário achar um fóssil de “ancestral comum”, mesmo porque não saberíamos dizer se o dito cujo é ele mesmo, pois DNA se decompõe muito rápido para uma escala geológica de tempo. Mesmo se este tesouro se conservasse, teríamos dificuldade em estabelecer quem é o ancestral e quem são seus descendentes.

Segundo, uma coisa não “vira” outra do dia para a noite. Quando há uma relação entre parentesco de espécies, no momento em que elementos de uma espécie anterior se separam, seja por uma barreira natural, seja por migração, ou qualquer outra forma, elas podem perfeitamente cruzar entre si, pois ainda se tratam de uma mesma espécie e, assim, podem permanecer por dezenas de milhares de anos.

Mas se tivermos o fluxo de genes interrompido, ai a coisa muda. As mudanças aleatórias nos reservatórios gênicos das duas espécies se acumulam até um ponto em que machos e fêmeas, de ambos os lados, não mais se reconhecerão como parceiros sexuais.

Seus fenótipos e genótipos serão tão diferentes que não mais poderão se combinar para gerar descendentes férteis ou mesmo gerar um descendente.

Tal fato acontece hoje com a rana pipiens em que as canadenses não reconhecem as mexicanas como parceiras sexuais e algumas mais próximas, embora se reconheçam como tais, não geram descendentes e se o fazem estes são estéreis.

Um bom ponto para começar a clarear suas idéias sobre o fato da evolução e da ancestralidade comum é o experimento de Lenski com Escherichia coli (aliás, é o experimento que criacionistas odeiam).

Mas vamos brincar de viajar no tempo...

Façamos uma viagem a 6 milhões de anos para uma selva na África em busca do “ancestral comum” entre humanos e chimpanzés. Certamente encontraríamos um macaquinho peludo, sem cauda, andando sobre os dedos da pata dianteira, menor que um chimpanzé, com uma pelagem preta ou marrom, com menor volume cerebral, arborícola, comedor de frutos e, possivelmente, caçador de vez em quando.

Infelizmente, antropóides tem o péssimo habito de viver em florestas cujo ambiente para fossilização é terrível, bem como não se importavam em enterrar seus mortos. Até então não encontramos os equivalentes do chimpanzé ao que se refere ao australopitecus, homo hábilis, homo ergaster, pertencentes ao nosso ramo.

Provavelmente o responsável por divergirmos dos chimpanzés deve ter sido o
Vale do Rift e seus problemas com falhas tectônicas, o que gerou uma barreira natural que cortou o fluxo de genes entre grupos de uma mesma espécie concestral entre humanos e chimpanzés. Observe que fósseis de humanos primitivos são muito encontrados nessa região (ver os humanos antes da humanidade de Robert Foley).

As evidências desta relação de parentesco entre as espécies modernas provêm a partir da genética comparada e, em relação às espécies extintas, por meio da anatomia comparada em paleontologia.

Façamos agora uma viagem mais longa no passado. Vamos procurar o “ancestral comum” entre um humano, um marisco, uma formiga, um bolor, uma macieira, uma cianofícea, um tripanossomo e uma escherichia coli.

Certamente encontraremos um procarionte (lembre-se que bactérias não possuem núcleo celular organizado) de uns 3,2 bilhões de anos, provavelmente diferente de tudo que conhecemos.

Como sei disso é por que é meu dogma religioso e minha profissão de fé?

Não, é porque os Cientistas têm encontrado indícios de vida em rochas que datam de 3,8 bilhões de anos na Groelândia, mas esses indícios baseiam-se apenas em formas do carbono que representam a atividade metabólica de seres vivos (
aqui).

De fato, o registro fóssil mais antigo de um ser vivo que se conhece até hoje data de 3,5 bilhões de anos e parece ser de procariontes dos quais teriam surgido todas as demais formas de vida da Terra.

As primeiras células eucariontes teriam surgido a partir das células procarióticas e tal fato teria sido um passo importante para a multicelularidade, uma vez que, somente eucariontes podem se reunir em colônias e diferenciar funções celulares.

Mas para vocês, a datação por isótopos radioativos somente é relevante quanto se trata de “provar” suas verdades bíblicas. Quando confirma algo diferente delas, torna-se falsa e varre-se o que não interessa para baixo do tapete. Veja
aqui um pouco sobre geocronologia.

Como já lhe disse, Douglas, e repito: seja honesto ao menos consigo mesmo, se não consegue ser com os outros, devido a imposições de sua ideologia. Largue um pouco a bíblia e estude mais biologia para não sair por ai dizendo besteiras deste quilate.

Quer ver as evidências da evolução? Vá a um bom museu (o
Smithsonian, em Washington-DC é excelente) e lá encontrará literalmente toneladas de fósseis referentes à história do homem, das baleias, dos cavalos, dos elefantes, dos camelos, dos felinos, das aves, dos dinossauros, dos tetrápodes, dos peixes, da fauna cambriana e de Ediacara, etc.


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